quarta-feira, 6 de julho de 2011

Classe Reptilia - Parte II

Considerados popularmente animais de sangue frio, os répteis são, na verdade, animais ectotérmicos, isto é, dependem do calor do ambiente externo para regular a sua temperatura corpórea. Possuem o corpo recoberto por escamas e formas que variam desde uma serpente até uma tartaruga.


Ordem: Squamata
Família: Eublepharidae
Nome popular: Lagartixa-leopardo
Nome em inglês: Leopard gecko
Nome científico: Eublepharis macularius
Distribuição geográfica: Sudeste Asiático, Afeganistão, nordeste da Índia e Paquistão
Habitat: Desertos, áreas rochosas, e áreas arenosas.
Hábitos alimentares: Insetívoros. Eventualmente se alimentam de outros artrópodes.
Reprodução: São ovíparos. Botam normalmente 2 ovos por postura. A incubação demora aproximadamente 60 dias.
Período de vida: 20 anos


A lagartixa-leopardo recebe este nome devido à belíssima coloração de sua pele que, com a base amarelada coberta de pintas pretas, lembra muita a do famoso felino africano leopardo. Porém, os filhotes são bem diferentes: ao invés das pintas possuem listras pretas e somente na transição de jovem para adulto que as pintas começam a aparecer.
Pertence a uma família na qual estão inclusas todas as lagartixas com pálpebras móveis, porém diferentemente das lagartixas mais comuns, a lagartixa-leopardo não possui discos adesivos nas pontas dos dedos.
Como outros répteis, a lagartixa-leopardo, de tempos em tempos, também troca de pele. Essa pele começa a ficar esbranquiçada e se solta de todo o corpo lembrando uma pessoa que está descascando por causa do sol.
Após solta, esta pele é ingerida pela própria lagartixa pois contém alguns nutrientes importantes. Os machos são diferentes das fêmeas pois, além de serem maiores e mais pesados, possuem a cabeça mais robusta.
A maturidade sexual não é atingida conforme a idade, e sim conforme o tamanho: com aproximadamente 35g, uma lagartixa-leopardo já pode ser considerada sexualmente madura. São lagartos de vida longa e de hábitos noturnos.
Há registros de uma macho que chegou a ter 28 anos. Fêmeas vivem menos que os machos, sendo o recorde de 21 anos. Podem chegar a medir 20cm de comprimento.
Embora a lagartixa-leopardo tenha sido o primeiro lagarto a ser domesticado nos Estados Unidos, no Brasil não é permitido que as pessoas a mantenham em casa e muito menos a sua comercialização, portanto aqui, não é considerado um animal de estimação.

Sinimbu



Ordem: Squamata
Família: Iguanidae
Nome popular: Sinimbu
Nome em inglês: Common iguana ou green iguana
Nome científico: Iguana iguana
Distribuição geográfica: Do México ao Brasil Central e Paraguai
Habitat: Florestas úmidas e áreas de caatinga
Hábitos alimentares: Herbívoro
Reprodução: Desova entre 30 e 40 ovos por postura, que eclodem após 60 a 75 dias de incubação
Período de vida: Aproximadamente 15 anos

O sinimbú (Iguana iguana) é um dos mais populares e maiores lagartos das Américas, ocorrendo desde o México até o norte da América do Sul. Também conhecido popularmente como iguana-verde ou camaleão, esse lagarto, no Brasil, pode ser encontrado tanto na Caatinga como em florestas úmidas da Amazônia. Sua coloração varia conforme a região que habita, podendo existir exemplares acinzentados, esverdeados ou alaranjados.
Dependendo do clima ou da época do ano ele pode mudar de cor, justificando o nome popular camaleão, sendo que na época reprodutiva os machos ficam com cores bem vivas para atrair as fêmeas. É um animal arborícola, passando a maior parte do tempo encima das árvores próximas de rios, mas isso não o impede de ser um bom nadador. Ao sinal de perigo ele se joga na água da altura que estiver e sai nadando para poder se afastar do inimigo.
Tem hábitos diurnos e sua alimentação consiste basicamente de vegetais, embora eventualmente possa se alimentar de insetos. O sinimbú é um lagarto ovíparo e realiza apenas uma desova por ano, com uma média de 30 ovos. O início da estação reprodutiva é caracterizada pela hierarquia imposta pelo macho dominante. Nesse período, os machos costumam designar amplos territórios com um harém de várias fêmeas.
A invasão de outros machos resulta em brigas ferozes sendo que o perdedor pode sair muito machucado ou até mesmo morrer. Essa espécie apresenta dimorfismo sexual, ou seja, o macho é diferente da fêmea. Os machos são maiores, possuem cristas nucais e dorsais mais desenvolvidas, suas escamas abaixo do tímpano são maiores, a papada é muito mais desenvolvida, além dos poros localizados na parte inferior da coxa, que produzem secreções parecidas com escamas para marcar território e atrair fêmeas.
A popularidade do sinimbú fez com que ele fosse visto por muitos como um animal de estimação, sendo comum as pessoas o adquirirem. Infelizmente, muitos acabam sendo abandonados tanto em instituições como em um meio natural do qual não fazem parte. Isso acontece porque a maioria das pessoas não faz idéia de que o pequeno lagarto verde que comprou se tornará um grande lagarto, que pode alcançar cerca de 1,75m, sendo que dois terços correspondem a cauda, e peso entre 4,5 e 6,8Kg.


Tigre-d'água



Ordem: Testudines
Família: Emydidae
Nome popular: Tigre-d'água
Nome em inglês: D'Orbigny's slider turtle
Nome científico: Trachemys dorbignyi
Distribuição geográfica: Rio Grande do Sul (Brasil), Uruguai e nordeste da Argentina
Habitat: Pântanos, banhados, lagos, riachos e rios
Hábitos alimentares: Onívoro
Reprodução: Desova entre 1 e 18 ovos por postura, que eclodem após 60 a 120 dias de incubação
Período de vida: Aproximadamente 30 anos


Conhecido como Trachemys dorbignyi pela ciência, esta espécie é uma das maiores vítimas do comércio ilegal de animais. De coloração muito bonita quando jovem, cujas listras amarelas e alaranjadas sobre fundo verde deram-lhe o nome popular de “Tigre d´água” é vendida com a promessa de que manterá aquela cor durante toda a vida e nunca alcançará grande porte. Ao ver o filhote recém-nascido com cerca de 3 cm, a maioria acredita.
Porém, crescendo  de 3 a 5 cm ao ano e perdendo a intensidade de suas cores conforme se aproxima da maturidade, quando as fêmeas podem alcançar até 30 cm e os machos até 25 cm, torna-se incômoda e os exemplares são abandonados em lagos ou nas mãos de entidades de todo o país, causando um novo desequilíbrio, devido à complexidade dos trabalhos de reintrodução à natureza de animais criados em cativeiro.
Na Argentina, Uruguai e estados do sul do Brasil, onde vivem, elas possuemuma alimentação muito variada, que inclui vermes, carne que consigam encontrar, frutas, peixes, plantas, pequenos cruistáceos e muito mais. Além disso, podem sair para terra, tomar sol à vontade e possuem muito espaço para nadar. Manter tais condições em cativeiro, além de água sempre limpa e em temperatura adequada, é uma tarefa árdua.
Uma outra espécie do gênero, a Trachemys scripta elegans, popularmente conhecida como tartaruga de orelhas vermelhas, é vendida legalmente em boas casas de animais de estimação, e já vem com microchip, nota fiscal e papéis comprovando sua condição legal de venda. Muitas vezes são confundidas ou até mesmo vendem a Tigre d´água como sendo a de orelhas vermelhas.


  • Sucuri-amarela


Ordem: Squamata
Família: Boidae
Nome popular: Sucuri-amarela
Nome em inglês: Yellow anaconda
Nome científico: Eunectes notaeus
Distribuição geográfica: Região central da América do Sul
Habitat: Rios, lagos e matas próximas a rios
Hábitos alimentares: Carnívoro
Reprodução: Produz de 5 a 19 filhotes por ninhada, após gestação de 225 a 270 dias
Período de vida: Aproximadamente 30 anos


As sucuris são talvez as serpentes mais cercadas de lendas e mitos das Américas. Seu porte majestoso, sua força e tamanho, além dos hábitos misteriosos e importância na religiosidade dos índios sul-americanos a faz alvo de muitas crendices e também de muitos enganos.
A sucuri-amarela, Eunectes notaeus, é uma das boídeas de coloração mais viva, e assim como as demais serpentes do gênero Eunectes, possui hábitos semi-aquáticos. Muitas vezes é vista descansando ou tomando sol em pedras das margens ou em galhos sobre a água, e se assustadas lançam-se imediatamente ao rio, onde são mais ágeis e rápidas que na terra. E podem
ficar submersas por até dez minutos.
As sucuris são serpentes muito primitivas. Ainda apresentam vestígios das patas traseiras que seus ancestrais semelhantes a lagartos possuíam, que na maioria das outras serpentes já desapareceu. Apresentam-se como dois pequenos espinhos próximos à cloaca, e geralmente são um pouco maiores nos
machos. Por dentro, há vestígios dos ossos da bacia, sem nenhuma função.
Na natureza, sua vida é muito dura. Sua alimentação consiste em peixes grandes, aves, mamíferos como capivaras e porcos do mato, e também de jacarés, que por sua vez podem predar as sucuris jovens. Mesmo as maiores representantes do gênero, as sucuris-verdes (Eunectes murinus) não são capazes de engolir animais maiores que um bezerro jovem, quanto mais um
homem, e na presença deste preferem fugir a deixar que ele chegue perto. Porém, se são acuadas, podem atacar e causar ferimentos graves tanto com sua mordida, que embora não tenha veneno é muito forte, quanto com a constrição, que pode asfixiar uma pessoa.
A sucuri amarela é protegida por lei da caça e da venda ilegal, mas seu maior inimigo é o desmatamento, que destrói as florestas em que vive e provoca alterações no regime hídrico dos rios, matando muitas delas pela seca e falta de abrigo. A exploração consciente dos recursos da floresta, com a exigência de certificação da madeira e extração legalizada dos produtos florestais, é uma das formas de proteção de seu habitat único e de todas as demais espécies que nele vivem.


Surucucu-do-Pantanal 



Ordem: Squamata
Família: Colubridae
Nome popular: Surucucu-do-pantanal/ Boipevaçu
Nome em inglês: False water snake
Nome científico: Hydrodinastes gigas
Distribuição geográfica: Ocorre em todo Brasil
Habitat: Pantanal, Floresta Amazônica e campos
Hábitos alimentares: Carnívoro
Reprodução: Ovíparas desovam aproximadamente entre 8 e 36 ovos por postura
Período de vida: Cerca de 20anos

Apesar do seu nome comum ser parecido com a da surucucu pico-de-jaca (Lachesis muta), a maior serpente peçonhenta do Brasil, a surucucu-do-pantanal (Hydrodinastes gigas) não faz parte da família da surucucu-pico-de-jaca, e muito menos é peçonhenta.
A semelhança dos nomes, provavelmente, se deve ao comportamento agressivo que a surucucu-do-pantanal pode apresentar. Em alguns pontos do Brasil, é conhecida também como boipevaçu ( boipeva= cobra chata; açu= grande), em função de seu comportamento e porte. As surucucus são terrestres, mas vivem próximas a corpos d´ água onde frequentemente são encontradas.
Apresentam um bonito colorido castanho-amarelado, com manchas negras pelo corpo e uma faixa negra atrás dos olhos. Pode chegar aos 2,5 metros de comprimento e quando ameaçada, achata a região do “pescoço”, desferindo botes que parecem ameaçadores. Podem fazer posturas de até 36 ovos.
Os filhotes nascem com aproximadamente 20cm de comprimento e 40g, e não podem ser mantidos em grupo, pois um pode tentar atacar o outro. Durante a caçada, que inclui animais como peixes, rãs e pequenos roedores, pode apresentar uma tática bastante curiosa: usa a ponta da cauda para cutucar rãs escondidas dentro d’água, assim quando saltam, são capturadas e engolidas.
Outra especialidade desta espécie é apresentar um dente diferenciado na parte superior da boca, que é utilizado para furar os pulmões dos anfíbios, já que a defesa destes animais é inflar para se mostrar maior. Com isto torna-se mais fácil para engolir a presa. A surucucu, assim como outros répteis, principalmente as serpentes, causam sentimentos de repudio e medo nas pessoas leigas.
Apreendendo um pouco sobre o comportamento e a biologia deste animal será mais fácil compreender, respeitar e quem sabe até admirar. Não deixando assim que mais uma espécie se torne ameaçada de extinção, que como todos os seres vivos, ela também tem a sua importância para a natureza.


  • Tartaruga-do-Amazonas




Ordem: Testudines
Família: Pelomedusidae
Nome popular: Tartaruga-do-amazonas
Nome em inglês: South american river turtle
Nome científico: Podocnemis expansa
Distribuição geográfica: Norte da América do Sul, nas bacias dos rios Amazonas e Orinoco
Habitat: Rios e lagos
Hábitos alimentares: Onívoro
Reprodução: Desova entre 40 e 160 ovos por postura, que eclodem após 45 a 80 dias de incubação
Período de vida: Aproximadamente 50 anos


A tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa) na verdade é um cágado, istoé, um quelônio aquático que encolhe seu pescoço lateralmente para dentro da carapaça. Os cágados são quelônios de uma subordem chamada pleurodira, que seguiram um caminho evolutivo diferente do seguido pela maioria das outras tartarugas, que encolhem o pescoço em “S” e para dentro.
É o maior quelônio da América do sul. Atinge facilmente 50 kg, mas algumas chegam a até 75 kg e um casco de 90 cm de comprimento. Por isso, foram muito caçadas, e ainda o são por povos ribeirinhos da floresta, por sua carne e pelos seus ovos. Hoje, busca-se equilibrar o quanto se pode caçar deste animal com a reposição de indivíduos pela reprodução, e a apanha de
ovos foi proibida. Alguns projetos pretendem inclusive estabelecer formas de criação em cativeiro para aumentar o número de tartarugas da Amazônia.
Apesar de serem muito prolíficas, botando por volta de cento e vinte ovos em covas cavadas à beira dos rios, e de milhares de tartarugas colocarem seus ovos juntas no período de postura, são poucas as que conseguem atingir a idade adulta, pois muitos animais se alimentam das jovens tartaruguinhas da Amazônia.
As fêmeas são bem maiores que os machos, que por sua vez tem uma cabeça proporcionalmente maior que elas. Vivem harmoniosamente até mesmo com jacarés depois de um certo tamanho, pois seu casco resistente a mantém segura contra os dentes destes animais.
Uma curiosidade sobre esta espécie é que as linhas que formam bonitos desenhos em sua cara são como impressões digitais, e não se repetem de uma tartaruga para outra. Assim, podem ser usados para identificar diferentes indivíduos para a realização de estudos.


  • Teiú



Ordem: Squamata
Família: Teiidae
Nome popular: Teiú
Nome em inglês: Common tegu
Nome científico: Tupinambis merianae
Distribuição geográfica: Do sul do Amazonas ao norte da Argentina
Habitat: Florestas, cerrados e caatingas
Hábitos alimentares: Onívoro
Reprodução: Desova entre 30 e 36 ovos por postura, que eclodem após 60 a 90 dias de incubação
Período de vida: Aproximadamente 16 anos


Um dos maiores lagartos do Brasil, é o mais pesado deles. Um exemplar com o tamanho máximo da espécie, que é de 140 cm de comprimento, pode pesar quase 5 kg. Só pesa tanto pois é um lagarto terrestre, e raramente sobe em árvores depois de atingir a maturidade.
Ao atingir um certo tamanho, o Teiú se torna um animal agressivo e voraz, comendo desde frutas e insetos até roedores, aves e outros répteis de menor porte. Quando se sente ameaçado, pode desferir mordidas dolorosas e fortes golpes com a cauda semelhante a um chicote. Na América do sul, ocupa um
nicho ecológico semelhante ao ocupado na África e Ásia por lagartos varanídeos, como o monitor da savana (Varanus exantematicus).
É caçado em alguns lugares pois adora ovos e pode invadir galinheiros, quando a região em que vive ficam sem aves de vida livre devido à caça ou destruição do ambiente. Se isso não acontece, evita a proximidade com o homem e prefere buscar seu alimento longe dele.
É um lagarto fácil de ser visto devido ao seu tamanho e bonita coloração, e habita mesmo parques metropolitanos de grande porte. Como outros animais que toleram a presença humana, eles por vezes podem passar mal ao tentar se alimentar de produtos industrializados deixados pelos visitantes, como salgadinhos e bolachas. Assim, é importante evitar que restos de alimento
humano fiquem jogados pelo chão, o que pode trazer grandes transtornos aos animais que ainda vivem próximos do homem.

Fonte: http://www.zoologico.sp.gov.br/animaisdozoo/carregandoacasanascostas.htm

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