sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Conheça o enorme sapo de 70 milhões de anos que comia dinossauros

Cientistas descobriram que o animal tinha uma mandíbula tão poderosa quanto a de tigres e lobos


O sapo 'Ceratophrys cranwelli', parente dos sapos gigantes que viveram em Madagascar no período Cretáceo. Como a espécie pré-histórica está extinta, os cientistas realizaram testes de medida de força com seus parentes atuais e criaram uma escala (RustyClark/Divulgação)

Um sapo gigante que habitou a região de Madagascar há quase 70 milhões de anos era capaz de devorar pequenos dinossauros, afirmaram cientistas em um artigo publicado nesta quarta-feira no periódico Scientific Reports. A espécie, chamada Beelzebufo ampinga, já era conhecida pelos estudiosos, mas eles não sabiam que a mordida poderosa desse animal fazia dele um dos maiores predadores do período Cretáceo. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram a mordida de parentes sul-americanos não muito distantes dessas criaturas, os sapos do gênero Ceratophrys, também chamados sapos-de-chifre ou, mais popularmente, sapos “pacman”.

“Esta é a primeira vez que a força da mordida de um sapo foi medida”, afirma em comunicado o biólogo Kristopher Lappin, professor na Universidade Politécnica do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, e coautor do estudo. “Falando por experiência, os sapos-de-chifre têm uma mordida bastante impressionante e tendem a não deixar [a presa] ir. A mordida de um grande Beelzebufo teria sido notável, definitivamente algo que eu não gostaria de experimentar.”

Os sapos-de-chifre atuais são bem menores do que a espécie extinta, mas, graças à força de sua mandíbula, podem devorar animais do seu tamanho ou até um pouco maiores. O estudo descobriu que os menores indivíduos do gênero atual, cuja largura da cabeça mede cerca de 4,5 centímetros, podem morder com uma força de 30 newtons (N) – ou a força que exerce um peso de três quilos. Já os maiores, que possuem cabeças com até 10 centímetros de largura, conseguiriam exercer uma força quase 17 vezes maior, chegando a 500 newtons. “Isso seria como ter 50 litros de água equilibrados na ponta do seu dedo”, compara Lappin.

Fazendo as proporções, levando em consideração a força de mordida e o tamanho da cabeça e do corpo, os cientistas calcularam que os Beelzebufos – que são bastante similares aos sapos-de-chifre – poderiam morder a uma força de 2.200 newtons, um valor bem próximo da mordida de grandes predadores mamíferos, como lobos e tigres fêmea. “Com essa força, Beelzebufo teria sido capaz de dominar dinossauros pequenos ou jovens que compartilhavam seu ambiente”, diz o biólogo Marc Jones, da Universidade de Adelaide, na Austrália.

Os cientistas mediram a potência da mordida dos sapos-de-chifre usando um transdutor de força feito sob medida, um dispositivo que mede com precisão a força aplicada em duas placas cobertas de couro quando um animal tenta mordê-las.

Fonte: Veja

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Cientistas descobrem ‘monstro marinho’ de 190 milhões de anos

A criatura pertence a um grupo de predadores que dominou a cadeia alimentar marinha na região da Alemanha durante o período Jurássico


Batizada de 'Arminisaurus schuberti', a criatura pode fornecer pistas sobre a evolução dos dinossauros pertencentes à ordem Plesiosauria e ainda ajudar a compreender a diversidade dos pliossauros, uma subordem dentro desse grupo que viveu 50 milhões de anos depois (Ilustração Joschua Knüppe/Divulgação)

Uma nova espécie de predador marinho do período Jurássico, que viveu há 190 milhões de anos, foi descoberta por uma equipe de pesquisadores alemães e suecos. Os ossos fossilizados do “monstro do mar”, como foi apelidado o dinossauro extinto, foram encontrados em um poço de argila perto da cidade de Bielefeld, na Alemanha, em 1980 – mas só agora foi possível identificar a criatura, um réptil gigante que ocupava o topo da cadeia alimentar marinha na época. As descobertas foram publicadas na última semana na revista Alcheringa.

A criatura, que media cerca de três a quarto metros de comprimento, foi batizada de Arminisaurus schuberti. Ela pertencia à ordem de répteis marinhos Plesiosauria, um dos grupos de predadores mais bem-sucedidos da era dos dinossauros. “O Arminisaurus é significativo porque data um período inicial do Jurássico, do qual temos poucos fósseis de plesiossauros identificáveis”, disse o paleontólogo e autor do estudo Benjamin Kear, curador no Museu da Evolução da Universidade de Uppsala, na Alemanha. “Somente dois outros fósseis já foram nomeados dentro deste misterioso intervalo na evolução plesiossauriana, tornando o Arminisaurus uma nova peça muito importante para o registro global do grupo.”

Além disso, o estudo também mostra que os Arminisaurus compartilhavam características com pliossauros, uma subordem dentro do grupo dos plesiossauros, que viveram 50 milhões de anos depois, já no período Cretáceo. Essa informação poderia ajudar a compreender como esses animais se espalharam pelo globo e fornecer mais dados sobre a diversidade de pliossauros gigantes que habitaram a região na época.

Segundo o pesquisador, a criatura recém descoberta era relativamente pequena se comparada a outros plesiossauros, que podiam chegar a 15 metros de comprimento. Os Arminisaurus provavelmente caçavam peixes, lulas e outras pequenas presas nos antigos mares que cobriam a Alemanha milhões de anos atrás.

Os ossos do Arminisaurus estavam quebrados quando foram encontrados, graças às máquinas que atuam nas minas de extração da região. Porém, os arqueólogos conseguiram recuperar cerca de 40% do esqueleto, incluindo o crânio, algumas vértebras e ossos de membros essenciais para a classificação do animal.

Fonte: Veja