quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Pela 1ª vez, rabo de dinossauro é encontrado preservado em âmbar

A cauda de 99 milhões de anos é recoberta de penas, um indício a mais de que os dinossauros, especialmente os predadores, eram cobertos de plumas coloridas


Imagem do âmbar que preservou a cauda do dinossauro, encontrado em um mercado em Mianmar. (Current Biology/Divulgação)
 
Pela primeira vez, cientistas encontraram uma cauda completa de dinossauro preservada em âmbar. Com 3,6 centímetros e recoberta de plumas, ela pertence a um pequeno exemplar do grupo Terópoda, do qual faz parte o Tiranossauro rex e o velociraptor. Segundo os cientistas, a descoberta é uma evidência a mais de que os dinossauros – especialmente os carnívoros – eram recobertos de plumas coloridas.

“É uma descoberta única. É uma cauda com oito vértebras de um indivíduo jovem, recoberta de plumas preservadas em três dimensões e que guarda detalhes microscópicos”, afirmou em comunicado o paleontólogo Ryan McKellar, do Royal Saskatchewan Museum, no Canadá, e um dos autores do estudo com a descrição da descoberta, publicado nesta quinta-feira no periódico científico Current Biology.

Segundo os pesquisadores, a cauda pertencia da um dinossauro que morreu há 99 milhões de anos e era do tamanho de um pardal. A cauda era marrom na parte exterior e mais clara na porção interior, perto dos ossos. Segundo os pesquisadores, não há qualquer dúvida de que a cauda encontrada era de um dinossauro.

“Podemos ter certeza porque o rabo é longo e flexível, com as penas presas em todos os lados. Em outras palavras, as penas são, definitivamente, de um dinossauro e não de um pássaro pré-histórico”, afirma McKellar.



Detalhe da cauda de dinossauro com penas encontrada em Mianmar (Current Biology/Divulgação)

Dinossauros com penas

A peça de âmbar, que está sendo recebida com entusiasmo por cientistas de todo o mundo, estava polida e pronta para ser transformada em joia. Por sorte, Lida Xing, pesquisador da Universidade de Geociências de Pequim, na China, e um dos autores do estudo, percebeu que a peça, que estava sendo vendida em um mercado em Mianmar, não preservava um vegetal, mas algo diferente. O cientista levou a peça para seu laboratório e a análise revelou que a cauda do dinossauro ainda estava cheia de líquidos quando foi incorporada pelo âmbar – o que indica que o animal ainda poderia estar vivo quando isso aconteceu.


Concepção artística de como seria o dinossauro encontrado pelos cientistas (Cheung Chung-tat/Divulgação)

A preservação foi tão bem sucedida que mesmo traços de pigmentos das penas e do sangue do animal puderam ser encontrados.  Segundo os pesquisadores, o maior valor da descoberta é que ela revela como as plumas eram dispostas nos dinossauros – os fósseis, a maior fonte de informações sobre esses animais pré-históricos, costumam mostrar os animais comprimidos em duas dimensões, o que dificulta na reconstrução das estruturas em 3D.

“Quanto mais vemos esses dinossauros emplumados e quão abundantes são suas penas, algo como um velociraptor escamoso parece cada vez menos possível – em linhas gerais, eles são muito parecidos com pássaros. Os dinossauros estão muito longe de serem os monstros do tipo Godzilla que acreditávamos que eram”, disse McKellar à rede de televisão americana CNN.

Fonte: Veja

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Insetos ganharam a batalha contra o meteorito que matou os dinossauros

Vida no hemisfério sul se recuperou duas vezes mais rápido do que no norte após o impacto

Os níveis de diversidade se recuperaram em cerca de quatro milhões de anos, duas vezes mais rápido do que no norte

Área em que caiu o meteorito de Chixculub na Península de Yucatán, vista do espaço. ESA

Há 66 milhões de anos, uma rocha espacial de 10 quilômetros colidiu com a Terra causando uma explosão equivalente a 7 bilhões de bombas atômicas. O choque levantou uma enorme nuvem de rocha pulverizada que se elevou até cobrir o globo inteiro e mergulhar tudo em uma escuridão profunda. Tsunamis de mais de 100 metros varreram as costas do atual Golfo do México, onde o meteorito caiu, e aconteceram fortes terremotos. Parte dos escombros levantados pelo impacto começou a cair como minúsculos meteoritos e transformaram o planeta em um inferno de florestas em chamas. As plantas que não se queimaram ficaram sem luz solar durante meses. Três de quatro seres vivos no planeta foram exterminados, incluindo todos os dinossauros não emplumados.

Uma das grandes incógnitas sobre o evento de extinção do Cretáceo é se existiu um refúgio onde a vida se manteve mais ou menos intacta. Alguns estudos localizaram esse oásis no hemisfério sul do planeta, especialmente perto do Polo.

“A maior parte do que sabemos sobre a extinção e a recuperação da vida na Terra após o asteroide vem do oeste dos EUA, relativamente próximo ao local do impacto, em Chixculub, México”, diz Michael Donovan, pesquisador da Universidade estadual da Pensilvânia (EUA). Sabe-se “muito menos” do que aconteceu em outras áreas mais remotas, afirma, mas há estudos recentes do pólen e dos esporos que sugerem que na Patagônia e na Nova Zelândia a extinção de plantas foi muito menor.

Estudos recentes sugerem que na Patagônia e na Nova Zelândia a extinção de plantas foi muito menor.

Em um estudo publicado hoje na Nature Ecology & Evolution, Donovan e outros cientistas dos EUA, Argentina e China estão explorando a hipótese do refúgio do sul através da análise das folhas fósseis de antes e depois do impacto encontradas na Patagônia argentina. Especificamente, a equipe de pesquisadores analisou as pequenas mordidas deixadas por insetos herbívoros na vegetação para estimar quando foi recuperado o nível de biodiversidade que havia antes do desastre.

Os resultados mostram que, como foi observado no hemisfério norte, os insetos do sul praticamente desapareceram após a queda do meteorito. Mas os fósseis analisados também mostram que os níveis de diversidade de insetos se recuperaram em cerca de quatro milhões de anos, duas vezes mais rápido do que no norte.

“Estudamos também os minadores, rastros de deterioração nas folhas feitas por larvas de insetos ao se alimentarem”, diz Donovan. “Não encontramos nenhuma evidência da sobrevivência de minadores do Cretáceo, o que sugere que este não foi um refúgio para esses insetos”, explica, mas nos restos após o impacto logo aparecem novas espécies.

O trabalho reforça a hipótese de que a vida voltou antes nas áreas mais distantes do ponto de impacto, “embora também possa ter existido outros fatores desconhecidos”, adverte Donovan. As diferenças no tempo de recuperação provavelmente influenciaram nos padrões de biodiversidade até a atualidade, afirma.

O trabalho também pode ajudar a explicar por que outras pequenas criaturas que se alimentavam de insetos acabaram conquistando a Terra depois de sobreviver ao meteorito que matou os dinossauros. “É possível que as mudanças na cadeia alimentar causados pela extinção dos insetos após o impacto, seguidas da recuperação dos níveis anteriores tenham afetado outros organismos, incluindo os mamíferos”, afirma.

Fonte: El País

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Pesquisadores dizem ter descoberto o maior dinossauro do Brasil

Fóssil tem 25 metros de comprimento e foi encontrado no interior de SP.
Ele será exposto no Museu de Ciências da Terra a partir desta quinta (6).

Cientistas de várias instituições do país anunciaram, na manhã desta quarta-feira (5), a descoberta do que dizem ser o maior dinossauro já encontrado no Brasil, com 25 metros de comprimento. O fóssil que levou à conclusão foi encontrado em Presidente Prudente, no interior de São Paulo. O animal viveu no país há 70 milhões de anos, segundo os pesquisadores.

A descoberta, anunciada no Museu de Ciências da Terra, na Urca, Zona Sul do Rio, revela novas informações sobre as espécies que habitaram o território brasileiro. O Austroposeidon magnificus, como foi chamado, teve vértebras do pescoço e da coluna vertebral encontradas no local onde uma estrada estava sendo aberta.

Com base nas características anatômicas, o animal pode ser classificado no grupo dos titanossauros, que eram dinossauros herbívoros com um corpo bem desenvolvido, pescoço e cauda longa e um crânio relativamente pequeno. Habitaram o mundo principalmente durante o período cretáceo, nas áreas onde atualmente são a América do Sul, a África, a Antártida e a Oceania.

A descoberta do fóssil aconteceu na década de 50, pelo paleontólogo Llewellyn Ivor Price, que faleceu em 1980 e não chegou a ver sua descoberta reconhecida.  A demora no anúncio se deve ao tempo necessário para estudar o material.

"Price se preocupou em criar um ambiente de pesquisa. Graças a isso, conseguimos criar uma equipe que vem trabalhando, um laboratório adequado e fazer os trabalhos científicos que precedem uma grande descoberta", afirmou o diretor do Museu de Ciências da Terra, Diógenes Campos.

Alex Kellner, paleontólogo do Museu Nacional (UFRJ), destaca que uma das principais causas da demora foi a falta de dinheiro e apoio à ciência no Brasil.

"Apenas quando tivemos que financiar uma pesquisa contínua é que pudemos fazer essa preparação. Também não é um material fácil de manusear. Por último, temos que lembrar que paleontologia não é só feita no Rio", explicou Kellner.

A tecnologia também ajudou a desvendar os segredos do maior dinossauro brasileiro. Um aparelho de tomografia foi usado para analisar o material encontrado, para estudar a parte interna dos ossos. O estudo revelou características novas para os titanossauros, como anéis de crescimento intercalados com um tecido ósseo mais denso, cujo significado ainda não foi compreendido completamente pelos pesquisadores.

Para que o material ainda tivesse condições de estudo mais de 50 anos depois, o cuidado foi fundamental para preservar os ossos. Eles ficaram em prateleiras de madeira, com temperatura ambiente controlada e a retirada cuidadosa de todos os sedimentos de terra e rocha.

No Brasil, já foram descobertas nove espécies de titanossauros. Antes da descoberta, o maior era o Maxakalisaurus topai, com mais de 13 metros de comprimento.

"Essa espécie entra para o hall das espécies brasileiras e mostra que temos um gigante", destacou Camila Bandeira, aluna do doutorado do Museu Nacional/ UFRJ e que participou da pesquisa.

De acordo com o diretor do Museu de Ciências da Terra, o Brasil ainda pode descobrir parte de seu passado e até espécies que podem rivalizar em tamanho com o dinossauro anunciado nesta quarta (5).

"A região central do Brasil é riquíssima e com certeza possui muitas descobertas a fazer", revelou Diógenes Campos.

O estudo é um esforço conjunto de pesquisadores do Museu de Ciências da Terra, do Museu Nacional/UFRJ, da Petrobras, e da Universidade Federal de Pernambuco. O estudo foi financiado pela Faperj e pelo CNPq.

"A importância é mostrar que levando em consideração as descobertas da Argentina, em algum momento tivemos uma fauna em comum. Isso ajuda a definir quem foi para onde e como a área se desenvolveu até hoje", contou Kellner.

Pesquisadores anunciaram a descoberta do fóssil nesta quarta-feira (5) (Foto: Cristina Boeckel / G1)

Descoberta do fóssil foi anunciada no Museu de Ciências da Terra, na Urca, Zona Sul do Rio (Foto: Cristina Boeckel / G1)
Fóssil foi encontrado em Presidente Prudente, no interior do estado de São Paulo. (Foto: Cristina Boeckel / G1)

Animal pode ser classificado no grupo dos titanossauros (Foto: Cristina Boeckel / G1)


Fóssil será exposto no Museu de Ciências da Terra (Foto: Cristina Boeckel / G1)
Fonte: G1

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Pesquisadores encontram uma das maiores pegadas de dinossauro

A pegada foi descoberta no Deserto de Gobi, na Mongólia. Pesquisadores acreditam um dinossauro da espécie Titanossauro seja o dono.

A pegada, na foto, tem 106 centímetros de comprimento e 77 de largura. (Okayama University of Science/Divulgação)
 
Uma equipe de especialistas mongóis e japoneses revelou nesta sexta-feira a descoberta de uma das maiores pegadas de dinossauro do mundo, com 106 centímetros de comprimento e 77 de largura.

Paleontólogos da Universidade de Okayama, do Japão, e da Academia de Ciências, da Mongólia, encontraram o vestígio em agosto deste ano, mas optaram por esperar os resultados das pesquisas que confirmava a autenticidade da pegada e a espécie à qual pertenceu.

De acordo com a Montsame, agência de notícias da Mongólia, o grupo de pesquisadores acredita que o dono da pegada é um Titanossauro. Os dinossauros dessa espécie tinham um longo pescoço, eram herbívoros e viveram no período Cretáceo.

O animal, de cerca de 30 metros de comprimento e 20 de altura, possivelmente deixou a pegada de uma de suas patas esquerdas em um solo que depois, com a desertificação da zona, ficou recheada de areia, o que ajudou na sua conservação. Os estudiosos encontraram a pegada em uma camada geológica de entre 70 e 90 milhões de anos, afirmou a agência mongol.

“É uma descoberta muito especial, já que se trata de uma pegada fossilizada muito bem conservada, de mais de um metro de comprimento e sinais das garras”, afirmou um comunicado da Universidade de Ciências de Okayama.

(Com Agência EFE)

Fonte: Veja

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Coloridos e com cara de pássaro: assim eram os dinossauros

Cientistas britânicos divulgaram a representação mais realista já feita de um dinossauro, com base em fósseis encontrados na China
 
Representação do Psitacosauro, que ajuda a compreender como a pele colorida ajudava o animal a se esconder nas florestas do período Cretáceo (entre 145 milhões e 65 milhões de anos atrás) (Bob Nicholls/Paleocreations.com 2015)

A cara é como a de um papagaio, mas o porte é de um grande peru. Dois chifres rodeiam o crânio e a pele rosada é lisa e coberta por pintas marrom escuro. Divulgada na última semana, a recriação do Psitacosauro (que ganhou o apelido de “lagarto-papagaio”) é a representação mais fiel de um dinossauro já feita pelos cientistas. O modelo em 3D, descrito na última edição da revista científica Current Biology, foi feito com base em fósseis extremamente preservados, encontrados na China, que ainda guardavam vestígios dos pigmentos dos animais. Segundo os pesquisadores, o modelo ajuda a compreender como a pele colorida ajudava dinossauro a se esconder dos predadores nas florestas do período Cretáceo (entre 145 milhões e 65 milhões de anos atrás), em que vivia.

“Ficamos impressionados ao ver como os padrões de cores da pele funcionavam como uma camuflagem para o pequeno dinossauro”, explicou o paleontólogo Jakob Vinther, da Universidade de Bristol, na Inglaterra, um dos autores do estudo, em comunicado.

Dinossauro colorido

Para reproduzir o corpo e as cores que cobriam a pele do animal, os pesquisadores examinaram os fósseis com lasers que ressaltavam os vestígios de pigmentos. Em seguida, observaram as estruturas que armazenavam os pigmentos em células e tecidos em microscópios eletrônicos. O esqueleto e a musculatura do Psitacosauro foram medidos e analisados pelos cientistas e, com o desenho pronto, o paleoartista Robert Nicholls fez o modelo e reproduziu o animal em tamanho natural.


Modelo fotografado no Jardim Botânico de Bristol, na Inglaterra (Jakob Vinther/University of Bristol/Divulgação)

Em seguida, o boneco foi fotografado no Jardim Botânico de Bristol, para que os pesquisadores conseguissem visualizar como as cores da pele poderiam funcionar para camuflar o dinossauro.

“Foi um processo longo e doloroso, mas agora temos a melhor sugestão de como um dinossauro realmente vivia”, afirmou Nicholls.

Em estudos posteriores, os cientistas pretendem explorar outros tipos de camuflagem existentes nos registros fósseis (como as penas coloridas) e usá-las para compreender a relação entre os predadores, suas presas e o ambiente do período dos dinossauros. Essas pistas podem ajudar a revelar como se deu a evolução da biodiversidade até os dias atuais.

Fonte: Veja

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Monstro marinho do Jurássico sai do anonimato

© Fornecido por AFP Ilustração divulgada pela Universidade de Edimburgo

O monstro marinho do Loch Storr (Lago Storr), de quatro metros de comprimento, que viveu há 170 milhões de anos, saiu do anonimato no museu nacional da Escócia, meio século depois de sua descoberta.

O fóssil desta criatura do Jurássico com ventre volumoso, olhos esbugalhados e uma cabeça com um grande bico dotado de centenas de dentes, foi descoberto em 1966 na ilha escocesa de Sky pelo diretor de uma fábrica elétrica vizinha.

No entanto, "durante meio século o museu o manteve resguardado porque não possuíamos as técnicas necessárias para soltá-lo da imensa rocha que o envolvia e, assim, poder estudá-lo", explicou à AFP Steve Brusatte da Universidade de Edimburgo.

Assunto resolvido: Nigel Larkin, especialista restaurador de fósseis, liberou o monstro da rocha na qual estava preso há milhões de anos.

Uma vez despojado de sua envoltura rochosa, os paleontólogos Steve Brusatte, Nick Fraser e Stig Walsh, do museu escocês, o identificaram como um ictiossauro, família de répteis marinhos extinta desde então.

Conseguiram reconstruir uma imagem clara da enorme criatura, apresentada por eles como uma "joia da coroa da pré-história escocesa".

O feroz predador, digno de um filme de terror, nadava nos oceanos do planeta há 170 milhões de anos, na época em que os dinossauros dominavam o mundo.

"As pessoas estão obcecadas com o mito do Loch Ness (Lago Ness) que é totalmente falso. Mas não se dão conta de que existiram verdadeiros monstros marinhos", explica Steve Brusatte.

Segundo o paleontólogo, "eram maiores, mais horripilantes e mais fascinantes que Nessie", como os escoceses chamam o monstro imaginário.

Os ictiossauros desapareceram bruscamente dos oceanos dezenas de milhares de anos antes dos últimos dinossauros.

Fonte: MSN

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Conheça Sousatitan, o mais novo dinossauro brasileiro

É o primeiro a ser identificado por meio de uma ossada encontrada em Sousa, na Paraíba
Por Marina Rappa, Rita Loiola 


O novo dinossauro era pequeno: não devia ultrapassar os 3 metros de altura e 11 metros de comprimento. (Marcos Paulo Pereira/Divulgação)
 
Cerca de 136 milhões de anos atrás, um pequeno dinossauro de longo pescoço habitava a região de Sousa, na Paraíba. Em comparação a seu grupo, o dos titanossauros, que podem atingir até 20 metros de altura, ele era baixo: não devia ultrapassar os 3 metros de altura e 11 metros de comprimento. Na época, Sousa era mais quente que hoje, mas a região era repleta de pinheiros e araucárias ao redor de lagoas e de um grande rio que a cortava. O pequeno dinossauro, que recebeu o nome provisório de Sousatitan (“Sousa”, em homenagem à região e “titan”, de titanossauro) era herbívoro e alimentava-se da vasta vegetação da época.

De acordo com o estudo com a descrição desse novo dinossauro brasileiro, publicado na última edição da revista científica Cretaceous Research, ele é o mais antigo exemplar do período cretáceo (última etapa da chamada era dos dinossauros, compreendida entre 145 e 65,5 milhões de anos atrás) – e um dos exemplares de titanosauro mais antigos encontrados no mundo.

“O estudo dos dinossauros de Sousa nos ajuda a compreender a evolução dos grupos de animais que viriam a dominar o planeta durante o período cretáceo”, afirmou ao site de VEJA a paleontóloga Aline Ghilardi, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), líder dos estudos.

Osso de dinossauro

Ele foi o primeiro da região a ser identificado por meio de uma ossada, uma fíbula (parte da perna) encontrada em Sousa, que fica a 438 quilômetros de João Pessoa, e conhecida por abrigar diversos fósseis de dinossauros. As análises comparativas com o osso de aproximadamente 50 centímetros revelaram que ele pertencia a um dinossauro jovem, de uma espécie inédita.

“Anteriormente, apenas pegadas de dinossauro eram conhecidas em Sousa. Por meio delas, é possível reconhecer de forma grosseira quais os grupos de animais responsáveis por produzi-las, embora não se possa ter certeza de sua identidade. Com o osso encontrado, pela primeira vez temos uma evidência direta de uma das espécies de dinossauro que habitaram Sousa no início do cretáceo. Pensando como um trabalho de detetive, é como se ele tivesse deixado cair o RG”, disse Aline.

O fóssil foi descoberto pelos atentos olhos de Luiz Carlos da Silva Gomes, bancário aposentado que tem o hobby de procurar por vestígios dos animais gigantes. Ao observar uma rocha, Gomes percebeu algo diferente e resolveu fotografá-la. A imagem foi compartilhada nas redes sociais e chegou a um dos paleontólogos da equipe, que buscava na internet artigos acadêmicos sobre o sítio de Sousa. Imaginando que o osso poderia pertencer a um dinossauro inédito, a equipe entrou em contato com Gomes e iniciou as análises do achado.

“A parceria entre moradores locais e paleontólogos é muito importante. São eles que todo dia estão em contato com as rochas onde estão os fósseis. O senhor Luiz, morador responsável pela descoberta do osso do dinossauro, acompanhou todo o processo de resgate do osso. Essa parceria só beneficia a ciência”, disse Ghilardi.

Novos estudos

Após devolverem o osso para Sousa (para ser exposto no museu do Vale dos Dinossauros), os especialistas buscam agora por novas evidências na região – o que é fundamental para a descrição completa do animal e também para nomeá-lo oficialmente.

Segundo os pesquisadores, a descoberta é mais uma peça do quebra-cabeça na história do desenvolvimento e morte dos animais que habitaram a Terra e sumiram há 65 milhões de anos.

“Pouco se conhece sobre os dinossauros do início do cretáceo do Brasil e, até então, quase nada se sabia sobre os dinossauros de Sousa. Essa descoberta preenche uma lacuna no nosso conhecimento sobre esses animais e, além disso, revela detalhes sobre a porção central de Gondwana (antigo supercontinente que reunia América do Sul, África, Antártica, Austrália e Índia)”, afirmou Ghilardi.

Confira os detalhes da descoberta no vídeo abaixo, disponibilizado por Aline Ghilardi:

 

Fonte: Veja

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Asteroide matou dinossauros espalhando fuligem pela Terra

Novo estudo sugere que queda de asteroide em uma reserva de petróleo, há 66 milhões de anos, lançou imensa nuvem de fuligem pelo planeta, barrando luz solar


Sem a luz do Sol, diversas espécies foram extintas, como os dinossauros (Foto: Koji Sasahara/AP Photo/VEJA)
 
A extinção dos dinossauros, há aproximadamente 66 milhões de anos, foi causada pela queda de um grande asteroide que acertou uma reserva de petróleo no México e espalhou uma imensa nuvem de fuligem pelo globo. Segundo um novo estudo, publicado nesta quinta-feira no periódico Scientific Reports, essa explicação para os acontecimentos que sucederam a queda do asteroide solucionaria um mistério deixado pelas outras teorias – como, afinal, algumas espécies aquáticas e o grupo crocodilia, conseguiu sobreviver. Além disso, a hipótese sugere quais podem ser as prováveis consequências do acúmulo de grandes quantidades de fuligem na atmosfera.

A hipótese mais conhecida para a extinção dos dinossauros é que um imenso asteroide caiu na Península de Yucatán, no México, originando a cratera de Chicxulub. No entanto, não se sabe ao certo o que aconteceu após o impacto. Uma das teorias mais aceitas conta que a queda da gigantesca rocha causou a liberação de enxofre e de nuvens de ácido sulfúrico que cobriram o globo e se precipitaram em longas chuvas ácidas. Barrando a entrada de luz solar, as nuvens tornaram o ambiente escuro, o que impediu a fotossíntese e levou a uma abrupta diminuição da temperatura. Contudo, nesse cenário, qualquer tipo de vida teria morrido. E algumas espécies aquáticas e o grupo dos crocodilia – que hoje inclui jacarés e crocodilos, mas, na época, era formado de grandes animais – sobreviveu.

Para oferecer uma alternativa a essa teoria, o grupo de pesquisadores liderado pelo cientista Kunio Kaiho, da Universidade Tohoku, no Japão, examinou alguns hidrocarbonetos (moléculas de carbono e hidrogênio também presentes na fuligem) de sedimentos datados de 66 milhões de anos, extraídos do Haiti (perto, portanto, do impacto) e da Espanha (longe da área da queda). Assim como os fósseis são rastros dos dinossauros, esses hidrocarbonetos poderia ser vestígios da nuvem de fuligem que poderia ter extinto os animais.

Reunindo a análise das moléculas a modelos climáticos que reproduzem o cenário da época, os cientistas perceberam que a queda do asteroide, atingindo uma grande reserva de petróleo, poderia ter causado uma imensa nuvem de fuligem que, por sua vez, teria migrado para a estratosfera e bloqueado a luz de todo o planeta.

A análise também mostrou que as condições climáticas teriam sido diferentes nas regiões próximas e nas distantes da linha do Equador. Nas áreas perto dos polos, a seca e frio intenso teriam extinto todas as espécies. Mas, nos locais ao redor do Equador, a seca teria sido acompanhada por um resfriamento mais suave. Essas condições teriam matado os dinossauros que viviam sobre a superfície, pois os grandes herbívoros ficariam sem os vegetais que morreriam com a seca e os grandes carnívoros não teriam suas presas. Contudo, condições assim permitiriam a sobrevivência de animais capazes de se alimentar de espécies aquáticas, como os membros do grupo crocodilia.
Projeções

Para alguns especialistas, a análise é sofisticada o suficiente para explicar não só as condições após o impacto do asteroide como a sobrevivência de algumas espécies. Ela também pode ser vista como uma projeção, ao explicar em detalhes o que uma grande quantidade de fuligem acumulada nos céus pode causar.

“O que esse estudo mostra é que jogar muita fuligem na atmosfera pode causar uma rápida mudança climática, em alguns anos”, afirmou o cientista Stephen Brusatte, da Universidade Edinburgh, na Escócia, ao site do britânico The Guardian.

Fonte: Veja

terça-feira, 12 de julho de 2016

A verdadeira voz dos dinossauros

Segundo novo estudo, a “voz” dos dinossauros não era um rugido e devia estar mais próxima dos sons emitidos por pombas e avestruzes


'T-rex': além de ter penas, o dinossauro provavelmente emitia sons como os de algumas aves modernas (iStockphoto/Getty Images)
 
Ao contrário do que os filmes mostram, os dinossauros, mesmo os mais assustadores como o T. rex, provavelmente jamais rugiram. O mais provável é que emitissem sons como o das pombas, rolinhas ou avestruzes: um arrulho. Em um estudo publicado nesta terça-feira no periódico científico Evolution, uma equipe de cientistas americanos e canadenses levanta a possibilidade de que os sons de alguns pássaros modernos, como arrulhos ou chilros, tenham sua origem em vocalizações de seus ancestrais – os dinossauros.

“Para se ter alguma ideia de como a ‘voz’ dos dinossauros devia ser, é preciso compreender como se dá a vocalização das aves modernas. É muito diferente do que aparece no Parque dos Dinossauros”, afirmou Julia Clarke, professora da Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos, e uma das autoras do estudo, em um comunicado. “Os dinossauros não apenas tinham plumas como também deviam ter pescoços grossos e faziam sons altos, com a boca fechada.”

Som com o bico fechado

Estudos recentes revelam que os dinossauros não somente tinham penas – principalmente os carnívoros – como também possuíam rituais de acasalamento muito parecidos com os das aves modernas. O objetivo dos pesquisadores era descobrir a origem dos sons que alguns pássaros emitem, principalmente, durante o período de busca de um parceiro – ruídos altos feitos com o bico fechado e produzidos na área do pescoço. O som é similar ao que fazem pombas ou avestruzes no período de acasalamento. Analisando a morfologia de diversas espécies, os pesquisadores descobriram que esses sons estavam presentes, provavelmente, em muitas espécies de dinossauro que não voavam.

“Verificar a distribuição desses sons emitidos com o bico fechado nas aves que vivem hoje nos trouxe pistas para descobrir como era a vocalização dos dinossauros”, afirmou o pesquisador Chad Eliason, da Universidade do Texas. “Nossos resultados mostram que essas vocalizações evoluíram pelo menos dezesseis vezes no Archosauria, um grupo que incluía aves, dinossauros e crocodilos. O que é interessante é que apenas animais com o corpo relativamente grande (do tamanho de uma pomba ou maior) têm esse comportamento.”

Os pesquisadores deixam claro, no entanto, que essa seria apenas uma entre as possíveis “vozes” dos dinossauros. Aos poucos, os cientistas têm descoberto que eles eram capazes de emitir diversos sons com a garganta, o pescoço e os pulmões – partes do corpo que, ao contrário dos ossos, não ficam registradas em fósseis. O som exato de um dinossauro talvez jamais possa ser desvendado; contudo, cada vez mais, a ciência traz indícios de que observar e escutar as grandes aves de hoje pode nos deixar mais próximos de decifrar esse passado.

Fonte: Veja

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Mamíferos se desenvolveram convivendo com dinossauros, aponta estudo

A teoria prevalecente de que os mamíferos só prosperaram depois que o impacto de um asteroide extinguiu os dinossauros há 66 milhões de anos é duplamente errônea, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira (8) na revista científica britânica Proceedings of the Royal Society B.

Impacto do asteroide Chicxulub deixou uma imensa cratera no México e levou à extinção dos dinossauros não voadores

Nossos predecessores de sangue quente se desenvolveram e se espalharam ao longo de milhões de anos enquanto os tiranossauros e outros gigantes carnívoros reinavam no planeta, disseram os pesquisadores.

Além disso, esses mamíferos foram bastante prejudicados quando o asteroide se chocou com a Terra, criando um incêndio hemisférico que foi seguido por uma queda forte e prolongada da temperatura global.

“A visão tradicional é que os mamíferos foram suprimidos durante a ‘era dos dinossauros’”, disse a coautora Elis Newham, doutoranda em biologia evolutiva na Universidade de Chicago.

“No entanto, nossas conclusões foram que os mamíferos (da sub-classe) theria – os ancestrais da maioria dos mamíferos modernos – já estavam se diversificando consideravelmente antes do evento da extinção do Cretáceo-Paleógeno”, também conhecido como fronteira K-Pg, que se refere à extinção em massa dos dinossauros e de outros répteis gigantes.

Os pesquisadores reuniram dezenas de estudos que desafiavam a antiga teoria.

Mas a chave para a nova conclusão, segundo eles, estava nos dentes.

Uma análise de centenas de molares de mamíferos que viveram durante os 20 milhões de anos anteriores à fronteira K-Pg revelou uma enorme variedade de formas – um sinal indicador de dietas variadas e diversidade de espécies.

Sobrevivendo a um evento de extinção – Os cientistas ficaram surpresos ao descobrir um declínio acentuado no número de mamíferos após o choque do asteroide.

“Eu não esperava encontrar nenhum tipo de queda”, disse o autor principal do estudo, David Grossnickle, também da Universidade de Chicago.

“Isso não estava em conformidade com a visão tradicional de que, após a extinção, os mamíferos se multiplicaram”, acrescentou.

Mais uma vez, os dentes ajudaram a tecer as conclusões, desta vez revelando quais mamíferos conseguiram cruzar a fronteira K-Pg, e quais não conseguiram.

Aqueles com molares que indicam uma dieta especializada – apenas insetos ou apenas plantas, por exemplo – eram menos propensos a enfrentar o desastre do que aqueles cujos dentes indicam que eles estavam prontos para mastigar tudo o que estivesse disponível.

As conclusões podem trazer uma lição para o mundo de hoje, disse Grossnickle.

Os cientistas dizem que a Terra está passando por mais um evento de extinção em massa, impulsionado principalmente pelas mudanças climáticas – apenas o sexto no último meio bilhão de anos, afirmou o pesquisador.

“As espécies que sobreviveram 66 milhões de anos atrás, a maioria delas generalistas, podem ser um indicativo do que vai sobreviver nos próximos cem anos, ou nos próximos mil”, disse Grossnickle em um comunicado.

A extinção do Cretáceo-Paleógeno dizimou três quartos das espécies vegetais e animais na Terra, incluindo todos os dinossauros que não podiam voar.

Com exceção de alguns crocodilos e tartarugas marinhas, não há nenhuma evidência de que os tetrápodes – vertebrados de quatro membros – pesando mais de 25 quilos tenham sobrevivido.

A descoberta na década de 1990 da cratera de Chicxulub, de 180 km de largura, abrangendo a Península de Yucatán e o Golfo do México, mostrou o local onde o asteroide provavelmente se chocou.

Após o evento K-Pg, novas formas de mamíferos, como cavalos, baleias, morcegos e os primatas surgiram e se espalharam em um mundo livre de dinossauros. 

Fonte: AFP e UOL

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Nova espécie de dinossauro com quatro chifres é descoberta nos EUA

Animal, batizado de Machairoceratops cronusi , viveu há 77 milhões de anos, era herbívovo e deve ter medido entre seis e oito metros de altura e pesado entre uma e duas toneladas

Representação do Machairoceratops cronusi (Handout/Reuters)

Paleontólogos encontraram nos Estados Unidos uma nova espécie de dinossauro, com quatro chifres, que viveu há 77 milhões de anos.

A descoberta, que foi feita no parque nacional de Grand Staircase-Escalante National Monument, no estado de Utah, no oeste do país, foi revelada nesta quarta-feira (18) na revista científica americana PLOS One.

Este herbívoro, que deve ter medido entre seis e oito metros de altura e pesado entre uma e duas toneladas, foi batizado de ‘Machairoceratops cronusi’.

Os cientistas autores da publicação afirmaram que é muito pouco comum encontrar fósseis desta família de dinossauros nesta região dos Estados Unidos. Geralmente, são encontrados em estados mais ao norte, como Alasca e Montana, ou no Canadá.

Este dinossauro, do período Cretáceo (entre 145,5 milhões e 65,5 milhões de anos atrás), evoluiu em uma parte do continente norte-americano chamada Laramidia, que era então separada pelo mar do resto do que é hoje a América do Norte.

O crânio fossilizado encontrado é diferente dos de outros dinossauros da mesma família que foram encontrados no norte desta região, o que sugere que estes dinossauros viviam em duas regiões separadas e constituíram dois subgrupos que evoluíram de maneiras distintas, explicam os paleontólogos.

Os dinossauros desta família, chamados ‘Centrosaurine ceratopsids’, tinham chifres, bicos e carapaças para proteger seu pescoço.

“O Machairoceratops é único entre os Centrosaurines, porque tinha também dois grandes chifres curvos atrás da cabeça que apontavam para baixo e formavam parte da carapaça óssea protetora do seu pescoço”, afirmou em um comunicado Erik Lund, cientista da Universidade de Ohio e autor principal do trabalho sobre esta descoberta.

Fonte: AFP e UOL

sexta-feira, 6 de maio de 2016

O pássaro mais velho do mundo

Fósseis mostram que as aves tiveram origem seis milhões de anos antes do que se imaginava

O Archaeornithura meemannae pertence à família Ornithuromorpha, ou Euornithes (aves verdadeiras), incluindo o mais recente ancestral comum de todas as aves modernas

Ilustração da 'Archaeornithura meemannae', que viveu no Cretáceo Inferior. ZONGDA ZHANG

Na enorme escala do tempo geológico —referente a um planeta de 4,5 bilhões de anos— atrasar a origem das aves em seis milhões de anos pode parecer uma ninharia, mas foi justamente esse intervalo que os homens levaram para se distinguir de algo parecido com o chimpanzé, o que não é exatamente um detalhe sem importância. Dois fósseis encontrados na China acabam de revelar que os pássaros propriamente ditos são seis milhões de anos mais antigos do que se imaginava; tiveram origem no Cretáceo Inferior, a era dos grandes dinossauros carnívoros que costumam aparecer nos filmes.

Os dois fósseis definem a nova espécie Archaeornithura meemannae (ver ilustração), um curioso pássaro de pernas longas que, por enquanto, é considerado o mais velho do mundo. Pertence à família dos Ornithuromorpha, ou Euornithes (aves verdadeiras), incluindo o mais recente ancestral comum de todas as aves modernas. Ming Wang e seus colegas da Academia Chinesa de Ciências, em Pequim, divulgaram sua descoberta na Nature Communications.

Naquela época, no entanto, os Ornithuromorpha não eram os únicos pássaros. Compartilhavam o céu cretáceo com outra grande família, os Enantiornithes, ou “pássaros opostos”, porque sua escápula e outros ossos são invertidos em relação aos dos Ornithuromorpha e de todas as aves atuais. Também deviam ser mais agressivos, porque tinham dentes no bico e garras nas asas. Mas, curiosamente, todos desapareceram ao mesmo tempo que os dinossauros, há 66 milhões de anos.

Essa grande extinção, relacionada ao impacto de um meteorito gigantesco e uma orgia de erupções vulcânicas, marca o final do período cretáceo e a origem de um novo mundo, no qual os mamíferos começaram a dominar a terra firme. A extinção em massa não apenas varreu do mapa os dinossauros e as aves com dentes, mas também a metade de outras espécies da época, em um dos episódios geológicos mais violentos da história do planeta.

Mas a espécie descoberta, a Archaeornithura meemannae, é muito anterior a tudo isso, com origem há 131 milhões de anos, no Cretáceo Inferior. É uma época da qual restaram poucas espécies de pássaros fósseis e da qual cada descoberta lança, portanto, uma nova luz sobre as origens evolutivas das aves modernas. Todas as aves, atuais ou extintas, evoluíram a partir dos dinossauros na era anterior, o período Jurássico.

Os dois fósseis foram descobertos na bacia de Sichaku, em Hebei, nordeste da China. Seu excelente estado permite observar a plumagem quase completa e suas adaptações aerodinâmicas ao voo. Certamente era uma ave aquática de pernas longas, como indicado pelo comprimento e ausência de plumas na parte superior da pata (chamado de tibiotársico). Nessa parte, as plumas não impedem o voo, mas sim os longos passeios pelas águas rasas em busca do café da manhã.

Deviam ser mais agressivos, porque tinham dentes no bico e garras na aves. Mas, curiosamente, todos desapareceram ao mesmo tempo que os dinossauros, há 66 milhões de anos.

Fonte: El País

sábado, 30 de abril de 2016

Dinossauros já estavam desaparecendo antes da extinção em massa, sugere estudo

Enquanto alguns estariam em declínio, os saurópodes, os maiores dinossauros, estariam em ascensão
Por Marco Túlio Pires


Cientistas acreditam que os dinossauros foram extintos por causa de um grande asteroide que atingiu a Terra há 65 milhões de anos (iStockphoto/ThinkStock/VEJA)
 
Um estudo publicado nesta segunda-feira no periódico Nature Communications sugere que alguns dinossauros estavam em declínio no momento da queda do asteroide que causou a extinção em massa na Terra há 65 milhões de anos. Ao mesmo tempo, outras espécies estavam em ascensão, segundo os pesquisadores do Museu Americano de História Natural, nos Estados Unidos.

Entre os dinossauros que estavam em declínio, os pesquisadores apontam os hadrossaurídeos, dinossauros com bicos de pato, e os ceratopsídeos, o grupo dos Triceratops. Outras espécies mantinham-se estáveis, como os herbívoros de médio porte e os carnívoros. Já os saurópodes, os maiores dinossauros, quadrúpedes e de cauda e pescoços compridos, estavam em ascensão.

Os pesquisadores calcularam diferenças no esqueleto de sete grandes grupos de dinossauros, totalizando 150 espécies. Isso permitiu verificar quais grupos tinham maior diversidade e, portanto, estavam mais bem adaptados ao ambiente. Ao analisar a mudança de biodiversidade em um grupo de dinossauros através do tempo, os pesquisadores conseguiram criar uma ‘radiografia’ do bem-estar dos animais nesse período. Os grupos que tinha maior diversidade biológica poderiam, não fosse o catastrófico asteroide, dar origem a mais espécies.

O Tiranossauro faz parte do grupo de carnívoros que, de acordo com a pesquisa, manteve um nível estável de biodiversidade até a extinção em massa, há 65 milhões de anos

Mas por que alguns dinossauros prosperavam enquanto outros estavam em declínio? Uma das suposições levantadas é que os dinossauros carnívoros e os herbívoros de médio porte ocupavam locais aos quais estavam melhor adaptados. “Os saurópodes, por exemplo, pareciam estar destinados a um futuro brilhante não fosse a queda do meteorito”, diz o paleontólogo português Luiz Azevedo Rodrigues, da Agência Nacional Ciência Viva, em Portugal. Rodrigues, que não esteve envolvido na pesquisa, é um estudioso da diversidade de características dos saurópodes.

A paleontóloga Claudia Ribeiro, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, destaca que mesmo que alguns dinossauros estivessem realmente em declínio, isso não significa automaticamente que eles estavam condenados à extinção.

A questão sobre a extinção dos dinossauros permanece complexa, admitem os autores. “A diversidade biológica variou muito nos 150 milhões de anos de existência dos dinossauros”, disse Mark Norell, chefe de paleontologia do Museu Americana de História Natural e coautor do estudo. “Pequenas alterações em dois ou três intervalos de tempo podem não ser significativas no todo”.

Segundo Rodrigues, o estudo ainda deixa algumas questões abertas, como por que o impacto do meteorito causou a extinção de algumas espécies (dinossauros e outros animais terrestres) e não a de outras, como mamíferos e aves. “Contudo, aponta caminho para futuras investigações sobre os dinossauros a partir de diferenças nas características dos esqueletos desses animais.”

Opinião do especialista

Luiz Eduardo Anelli


Especialista em dinossauros brasileiros, doutor em geociências pela Universidade de São Paulo. É também autor dos livros Dinossauros do Brasil e Dinos do Brasil, da Editora Peirópolis

O resultado apresentado pelo estudo não quer dizer que as populações estavam minguando para a extinção. Quer dizer que novos grupos de dinossauros não estavam mais substituindo os grupos antigos e que algumas linhagens não estavam mais sendo criativas na exploração dos ambientes. A descoberta destes padrões evolutivos ajudará futuramente no entendimento das razões que provocaram a não sobrevivência dos grandes dinossauros no final do período Cretáceo.

Biblioteca


O livro Dinos do Brasil lista todos os dinossauros brasileiros, com fichas técnicas detalhando o significado dos nomes, onde e quando foram encontrados, a idade de cada um e o tamanho. O livro é uma versão para crianças do livro O Guia Completo dos Dinossauros Brasileiros.

Autor: ANELLI, LUIZ
Editora: PEIRÓPOLIS

Os paleontólogos examinaram isto num intervalo de tempo de cerca de 12 milhões de anos. O panorama que descreveram é a grande regra da vida: alguns grupos se mantêm constante, outros decaem e outros crescem em diversidade. Isso ocorre especialmente se tratando de áreas geográficas distintas, ao longo de uma linha de tempo.

Hoje temos o mesmo panorama com, por exemplo, os mamíferos. A diversidade é distinta nas diferentes regiões do mundo. Se então examinarmos o que ocorreu nos últimos milhões de anos, certamente vamos nos deparar com padrões similares aos vistos no estudo com dinossauros 65 milhões de anos atrás, com linhagens florescendo e outras minguando. Foi assim desde sempre

O estudo é notável porque foi realizado em um intervalo de tempo crítico na história da Terra, e com um grupo de animais que em seguida sofreu forte extinção. A determinação de padrões de diversidade ao longo do tempo não é tão simples, mas os dinossauros possibilitaram isso pela grande quantidade de estudos já realizados com eles e também pelo grande número de espécies hoje conhecidas.

No entanto, o registro fóssil quase sempre nos engana especialmente quando se trata de um tempo tão curto – e por tratar-se do exame de apenas um grupo de animais. Nestes casos, a amostragem é reduzida demais (apenas 150 espécies perto das dezenas de milhares de dinossauros que devem ter existido naqueles 12 milhões de anos) e a chance de estarmos olhando para uma miragem evolutiva, isto é, de que o padrão observado pelos autores tenha sido muito distinto do que de fato aconteceu, é muito grande. No entanto, este é um estudo pioneiro, e muitos ainda virão e poderão ou não confirmar os resultados deste estudo.

Fonte: Veja

terça-feira, 5 de abril de 2016

Cientistas dizem que um cometa, não um asteroide, causou a extinção dos dinossauros

Dupla de pesquisadores afirma que o corpo celeste que atingiu o planeta era menor e mais rápido que um asteroide

Halley (NASA/VEJA)

Há cerca de 66 milhões de anos, a Terra passava pela sua quinta grande extinção, que pôs fim ao reinado dos dinossauros. A explicação mais aceita a respeito do que causou essa extinção em massa é o impacto de um asteroide. Mas pesquisadores da Faculdade de Dartmouth, nos Estados Unidos, atribuem esse evento a outro “visitante do espaço”: um cometa.

ASTEROIDES

São corpos celestes menores que planetas formados por rochas e metais, que vagam pelo Sistema Solar desde sua formação, há 4,6 bilhões de anos.

COMETAS
São corpos celestes formados por gelo, gases congelados e poeira.

PERÍODO CRETÁCEO

Última etapa da chamada “Era dos Dinossauros” compreendida entre 145 e 65,5 milhões de anos atrás. Foi marcada, em seu final, pela extinção de todos os dinossauros não avianos.

PERÍODO TERCIÁRIO

Antigo período da era Cenozoica, que congregava as épocas Paleoceno, Eoceno, Oligoceno, Mioceno e Plioceno. A partir de 1989, a Comissão Internacional de Estratigrafia deixou de reconhecer o período Terciário. Em seu lugar foi estabelecido o período Paleogeno (de 65 milhões a 23 milhões de anos atrás) – e, com isso, muitos geólogos passaram a adotar o termo extinção K-Pl (onde Pl representa o período Paleogeno) em substituição ao termo extinção K-T.

Asteroides são corpos celestes formados por rochas. Cometas são “bolas de neve” formadas por uma mistura de gelo, gases congelados e poeira. Quando se aproximam do Sol, os cometas se aquecem e se tornam brilhantes. A poeira e os gases formam uma cauda que pode ter milhões de quilômetros.

A teoria de que um asteroide causou a extinção dos dinossauros se originou com as descobertas do físico americano Luis Alvarez e seu filho, o geólogo Walter Alvarez, professor da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Em 1980, eles identificaram concentrações elevadas do elemento químico irídio na fronteira K-T, que marca a transição do período Cretáceo para o período Terciário, quando ocorreu a extinção dos dinossauros.

O irídio é um elemento raro na crosta terrestre, mas é comum em rochas espaciais, como asteroides. Para os Alvarez, isso indicava que um asteroide havia colidido com a Terra nesse período, cerca de 66 milhões de anos atrás. Essa teoria continuou em debate até 2010, quando um grupo de 41 cientistas publicou um artigo em favor da hipótese dos Alvarez.

Nova teoria – O local apontado como o ponto de colisão é a Cratera de Chicxulub, soterrada abaixo da Península do Iucatã, no México. Os pesquisadores da Faculdade de Dartmouth, Jason Moore e Mukul Sharma, apresentaram em março, na 44ª Conferência de Ciência Lunar e Planetária, realizada no Texas, um trabalho em que defendem que o corpo celeste que provocou o impacto e criou Chicxulub é, na verdade, um cometa.

A dupla de Dartmouth analisou os dados publicados sobre o irídio presente na fronteira K-T, comparando-o com o ósmio, outro elemento químico presente em rochas espaciais. Eles concluíram que a quantidade de irídio acumulada era na verdade menor do que os cientistas haviam estimado. Assim, o corpo celeste que atingiu a Terra também teria que ser menor. Porém, um asteroide pequeno não seria capaz de gerar uma cratera de 180 quilômetros de largura, como a de Chicxulub.

A explicação que melhor se ajustou a um corpo celeste com energia o bastante para gerar tal cratera e que ao mesmo tempo possuísse material rochoso em menor quantidade foi a colisão com um cometa. “Nós propomos um cometa porque eles possuem uma porcentagem menor de irídio e ósmio em relação à sua massa do que asteroides. Um cometa em alta velocidade teria energia suficiente para criar uma cratera de 180 quilômetros de largura”, afirma Moore.

Fonte: Veja

quarta-feira, 16 de março de 2016

Cientistas descobrem chave para distinguir sexo dos dinossauros

Pesquisadora Mary Schweitzer estudou a partir de fóssil de Tiranossauro Rex

Pesquisadora Mary Schweitzer estudou a partir de fóssil de Tiranossauro Rex | Foto: USP / Divulgação / CP

Graças ao fóssil de uma fêmea de Tiranossauro Rex (Tyrannosaurus rex) grávida, os cientistas têm agora um parâmetro para distinguir o sexo dos terópodes - um grupo de dinossauros bípedes que inclui os maiores carnívoros que

já viveram sobre a Terra. A ciência tem grandes problemas quando se trata de distinguir entre dinossauros machos e fêmeas, pois os estudos são feitos em fósseis nos quais, em geral, não estão presentes os tecidos moles que poderiam servir como indicadores de sexo.

Um novo estudo, publicado na revista Scientific Reports, nesta quarta-feira, comprovou a existência de osso medular no fêmur fossilizado de um Tiranossauro Rex de 68 milhões de anos, encontrado em Montana, nos Estados Unidos. Nas aves, esse tipo de tecido que só está presente em fêmeas e durante o período de postura de ovos.

De acordo com os autores do artigo, a descoberta dá finalmente aos paleontólogos um fóssil de Tiranossauro Rex comprovadamente fêmea que poderá ser estudado, além de contribuir para a compreensão sobre a relação entre os dinossauros e as aves. Segundo os pesquisadores, o osso medular é quimicamente distinto dos outros tipos de tecidos ósseos e, por isso, pode ser usado como uma "assinatura química" para definir se o animal é fêmea. Os dinossauros, como as aves, põem ovos para reproduzir e por isso os cientistas levantaram a hipótese de que as fêmeas desses répteis poderiam possuir também o osso medular.

Em 2005, a autora principal do novo estudo, Mary Schweitzer, da Universidade da Carolina do Norte (Estados Unidos), encontrou o que imaginou ser osso medular no fêmur do Tiranossauro Rex. "Todas as evidências que tínhamos naquela época apontavam que esse tecido era osso medular. Mas há algumas doenças ósseas que podem ocorrer em aves, como a osteoporose, que podem tornar a aparência de seus ossos semelhante à do osso medular sob o microscópio. Assim, para ter certeza, precisamos fazer análises químicas do tecido", explicou Mary.


O osso medular contém sulfato de queratano, uma substância que não está presente em nenhum outro tipo de osso - por isso seria em tese fácil identificá-lo. Mas os cientistas pensavam que nenhum traço químico original de um osso de dinossauro poderia sobreviver tantos milhões de anos. 

Mesmo assim, Mary e sua equipe realizaram uma série de testes diferentes nas amostras do fóssil, incluindo a procura de sulfato de queratano com o uso de anticorpos monocloanais. Os resultados foram comparados aos dos mesmos testes realizados em tecidos que eram comprovadamente ossos medulares, extraídos de avestruzes e galinhas. Os estudos confirmaram então que o tecido encontrado no tiranossauro era mesmo osso medular. "Essa análise nos permite determinar o gênero desse fóssil e nos abre uma porta para a evolução da postura de ovos nas aves modernas", disse Mary. Ela acrescenta, no entanto, que, pela natureza efêmera do osso medular, será difícil encontrar mais desse tecido em outros fósseis.

O fêmur do Tiranossauro Rex já estava quebrado quando Mary o encontrou. A pesquisadora afirma que a maior parte dos paleontólogos não iria querer cortar ou desmineralizar seus fósseis para procurar um raro e improvável osso medular. No entanto, outra das autoras do artigo, Lindsay Zanno, também da Universidade da Carolina do Norte, mostrou que tomografias computadorizadas dos fósseis podem ajudar a focar a busca. "Não sabemos praticamente nada sobre os traços ligados ao sexo em dinossauros extintos. Os dinossauros não eram tímidos em relação à sinalização sexual, com todos aqueles chifres, cristas e babados. Ainda assim, até agora não tínhamos um parâmetro confiável para diferenciar machos e fêmeas", disse Lindsay. "O simples fatos de podermos identificar um dinossauro definitivamente como fêmea abre todo um novo mundo de possibilidades. Agora que podemos demonstrar que as fêmeas grávidas de dinossauros têm uma assinatura química, precisamos de um esforço científico para encontrar mais delas."

Fonte: Correio do Povo

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Cientistas descobrem novo dinossauro gigante na Argentina

Descoberto a partir de fóssil de crânio e pescoço encontrados na Patagônia, o Sarmientosaurus musacchiolli pertence à família de dinossauros herbívoros gigantes que viveu há 100 milhões de anos

Cientistas descobriram uma nova espécie de dinossauro no sul da Argentina. Batizada de Sarmientosaurus musacchiolli, o animal é um titanossaurídeo, família de dinossauros gigantes herbívoros com longos pescoços e cabeças pequenas.

A descoberta, feita por pesquisadores da Universidade Nacional da Patagônia San Juan Bosco (UNPSJB), na Argentina, baseou-se no estudo de fósseis: o crânio e parte do pescoço fossilizados de um animal que viveu há 90 ou 100 milhões de anos na Patagônia. O artigo que descreve a nova espécie foi publicado nesta terça-feira, 26, na revista PLOS One.

Reconstrução do Sarmientosaurus: dois exemplares do novo titanossauro em seu habitat, no centro da Patagônia, há cerca de 95 milhões de anos Foto: Mark A. Klingler, Carnegie Museum of Natural History and WitmerLab, Ohio University

O nome do novo gênero, Sarmientosaurus, faz menção à cidade de Sarmiento, na província de Chubut, próxima do local onde os fósseis foram descobertos. O nome da espécie, musacchioi, é uma homenagem ao paleontólogo Eduardo Musacchio, professor da UNPSJB morto em 2011 em um acidente aéreo que matou 22 pessoas.

De acordo com um dos autores do estudo, Rubén Martínez, do Laboratório de Paleovertebrados da UNPSJB, os titanossauros como o Sarmientosaurus eram os mais comuns grandes herbívoros do hemisfério sul durante o período Cretáceo (entre 145 e 65 milhões de anos atrás).

Apesar da abundância de fósseis de titanossauros, das mais de 60 espécies catalogadas só quatro incluem crânios completos ou parcialmente completos - um aspecto essencial para decifrar certos aspectos da biologia desses animais.

"Descobertas como a do Sarmientosaurus acontecem uma só vez na vida. É por isso que estudamos o fóssil tão a fundo, a fim de aprender o máximo que podemos sobre esse incrível animal", disse Martínez.


Imagens digitais do crânio reconstruído e dos olhos da nova espécie de titanossauro, o Sarmientosaurus musacchioi: à esquerda, vista do lado esquerdo do crânio, mostrando o tamanho relativo e a posição dos componentes do cérebro (em azul, rosa, amarelo e vermelho) e a postura habitual da cabeça; no centro, os componentes do cérebro isolado; à direita, uma visão do lado esquerdo do crânio mostrando a reconstrução dos globos oculares e musculatura associada. Foto: WitmerLab, Ohio University.

Boa visão. Segundo o cientista, embora o novo dinossauro tivesse a cabeça pequena em relação ao corpo enorme, como outros titanossauros, suas capacidades sensoriais eram bem maiores que as dos demais membros da família.

O artigo sugere que o Sarmientosaurus tinha grandes globos oculares e uma boa visão. Seu ouvido interno pode ter sido melhor adaptado para escutar sons de baixa frequência, em comparação com outros titanossauros. "De modo geral, o órgão de equilíbrio do ouvido interno indica que esse dinossauro sustentava habitualmente a cabeça com o focinho virado para baixo, possivelmente para se alimentar primariamente de plantas rasteiras", escreveram os cientistas.

Fonte: Estadão

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Crocodilo pré-histórico do tamanho de um ônibus é descoberto



© Davide Bonadonna Machimosaurus rex: animal tinha até dez metros de comprimento e pesava três toneladas


São Paulo – Cientistas descobriram uma espécie pré-histórica e já extinta de crocodilo. Os ossos do animal foram encontrados em um deserto na Tunísia. A ossada tem mais de 120 milhões de anos de idade.

O animal, acreditam os cientistas, tinha proporções enormes. “Era gigantesco. Quase do tamanho de um ônibus”, escreveu Federico Fanti, da Universidade de Bolonha (Itália) no registro feito sobre a descoberta do animal no periódico científico Cretaceous Research.

Batizado de Machimosaurus rex, ele tinha cerca de dez metros de comprimento. Isso é pouco menos do que o comprimento de um ônibus urbano, que tem média de 12 metros—o cientista não estava exagerando, como você pode perceber.

Ele fazia parte de uma linhagem de crocodilos que passava quase que a vida toda dentro do mar. Os cientistas acreditam que ele deve ter sido o maior entre os crocodilos que viveram em água salgada.

O animal era extremamente pesado, pesando até três toneladas. Isso é o equivalente à soma do peso de quatro vacas.

Apenas a cabeça do animal teria cerca de 1,5 metro. Foram necessários dois dias somente para desenterrar o crânio, que estava em situação consideravelmente boa.

De acordo com os cientistas, o Machimosaurus rex era o topo da cadeia alimentar da região na época que viveu. Federico Fanti afirma que o animal tinha uma mordida poderosa e sua alimentação tinha como base, provavelmente, tartarugas.

Pode parecer estranho encontrar a ossada de um animal aquático no meio do deserto. Cientistas acreditam que aquela região era coberta por água. Ossos de outros animais aquáticos também foram escavados na mesma região.

Fonte: MSN