domingo, 27 de fevereiro de 2011

Alguns mitos sobre serpentes

1. “Cobra que mama”

Relato: “Uma serpente, de aproximadamente 8 metros, entra na casa de uma mulher, que deu a luz a poucos meses e ainda amamenta a criança. Essa cobra só entra de noite, enquanto a mãe dorme com a criança no colo. Com a cauda, a cobra tapa a boca da criança, para que a mesma não chore, e vai a procura do seio da mãe a fim de tomar o leite. A mãe adormecida, pensa que é a criança que esta mamando e não se dá ao trabalho de de se levantar. Passado algumas semanas a mãe começa a perceber que o filho está desnutrido e não sabe por que pela manhã seu filho chora de fome se foi amamentado durante a noite. Essa rotina segue por dias, até que em uma noite o marido, chegando de viagem, se depara com a cena e mata a cobra a pauladas. Ao esmagar a cobra, o leite que a mesma ingeriu se espalha pelo piso, mostrando que a cobra estava a mamar a muito tempo.”

Verdade: Em primeiro lugar devemos lembrar que as cobras são répteis, ou seja, as mesmas não se alimentam do leite. Podem ser ovíparas ou vivíparas, desprovidas de glândulas mamárias, sendo assim, não amamentam seus filhotes. Seu sistema digestório não está adaptado a essa alimentação. A dentição, a língua e a estrutura da boca das cobras não permite o ato da sucção. Por essas razões seus instintos não fazem ir a procura do leite.
As cobras possuem uma camada de tecido adiposo (gordura) entre os músculos e a pele, camada essa que serve de reserva de energia. Essa camada é esbranquiçada, muito semelhante ao leite coalhado.
A lenda surgiu a muitos anos quando um homem ao chegar na sua casa vê uma cobra ao lado da cama de sua esposa que a pouco tempo havia dado a luz e ainda amamentava a criança. Matando a cobra com uma madeira, o pai viu se espalhando pelo assoalho a camada de gordura presente no corpo da serpente. Ao ver aquilo acredita que seja o leite bebido pela cobra, que coalhou no corpo dela. Associando esse fato a desnutrição da criança, chegou-se a conclusão de que a cobra estava bebendo o leite materno todas as noites.


2. “Encantador de Serpentes”

Relato: “Em países como a Índia, existem muitos encantadores de serpentes. Os mesmos hipnotizam as serpentes tocando musicas em flautas. A serpente fica encantada pelo som e ritmo da musica, e o encantador tem o domínio total sobre o animal.” 

Verdade: Muitos vão se assustar, mas as serpentes são praticamente SURDAS. Desprovidas de ouvido externo, tem uma capacidade auditiva muito baixa. Sendo assim, quase não ouvem a música do encantador, nem mesmo tem senso do que é melodia, ou ritmo.
Como funciona o truque: O “encantador” coloca a serpente dentro de um cesto qualquer. Ao abrir a tampa, a serpente tem o impulso de sair do cesto. Isto da a impressão de estar seguindo a música. O fato de não possuírem pálpebras, faz com que pareçam estar hipnotizadas, com o olhar fixo na flauta. Para fazer com que as serpentes sigam os movimentos da flauta, o “encantador” pincela a ponta da flauta com urina de rato. Esse cheiro é atrativo as serpentes, pois se alimentam desse roedor. Por isso dá-se a impressão de que o homem obtém “controle” sobre as serpentes através da música.


3. “Cobra deixa seu veneno em uma folha, antes de entrar na água.”

Relato: “Na beira de um lago, um homem vê uma cobra deixando seu veneno em cima de uma folha antes de entrar na água. A mesma vai até o lago, entra e o atravessa a nado. Quando retorna a margem do lago onde o homem está, a serpente ingere seu veneno e vai embora pela mata.” 

Verdade: As serpentes peçonhentas precisam de um estimulo pressórico em sua glândula produtora de veneno para que este seja expelido através das presas inoculadoras. Sendo assim, o veneno não pode sair apenas com o ”pensamento” do animal. Uma vez o veneno inoculado ou lançado em algum lugar, a serpente não o ingere, ou aspira-o novamente. Outro fato importante é que no Brasil, as serpentes com hábitos aquáticos NÃO são peçonhentas, ou seja, não possuem veneno para deixar em folha alguma e as serpentes peçonhentas não tem hábitos aquáticos, podendo entrar na água apenas em casos específicos.
O mito teve origem na ocasião em que um homem ao ver uma serpente entrando num lago percebe que uma folha da vegetação está com gotículas de orvalho e acredita que esse orvalho seja na verdade o veneno que a cobra deixou antes de entrar na água.
No próximo artigo falarei sobre mais alguns mitos envolvendo serpentes.
Caso alguém tenha conhecimento de algum relato dessa natureza, envie-nos por e-mail para publicarmos e explicarmos sua origem. 

Fonte: http://www.riscorural.com.br

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