quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Extinção de dinossauros pode ter sido questão de azar, diz estudo

Trabalho conclui que destruição em massa só ocorreu porque asteroide atingiu uma área rica em matérias orgânicas, que corresponde a 13% do planeta


A área atingida pelo asteroide levantou uma enorme nuvem de fuligem, que bloqueou a passagem dos raios solares e provocou quedas drásticas das temperaturas, levando à morte de várias espécies (Divulgação/iStock)

A extinção dos dinossauros pode ter sido uma questão de azar – ao menos é o que sugere um estudo divulgado nesta quinta-feira no periódico Scientific Reports. Os pesquisadores afirmam que um asteroide como aquele que atingiu a Terra há 66 milhões de anos só poderia levar à cadeia de eventos catastróficos que causou uma extinção em massa se tivesse caído em regiões ricas em hidrocarbonetos (compostos orgânicos de carbono e hidrogênio), que correspondem a apenas 13% da área do planeta. Em outras palavras, era muito mais provável que a extinção não tivesse ocorrido – mas parece que os animais pré-históricos não tiveram muita sorte.

“O local de impacto do asteroide mudou a história da vida na Terra”, escrevem os pesquisadores no estudo, liderados por Kunio Kaiho, da Universidade de Tohoku, no Japão. Segundo a equipe, o maior problema da queda dessa rocha gigante, que criou uma cratera de 180 quilômetros em um território onde hoje fica o México, não foi o impacto da colisão. Claro, muitos animais morreram na hora, mas a maior catástrofe veio depois, quando a energia gerada pela colisão começou a aquecer a matéria orgânica presente nas rochas e a liberá-la na atmosfera. Isso acabou causando uma espécie de nuvem de fuligem, que bloqueou os raios solares e provocou uma queda tão drástica das temperaturas que os animais não conseguiram resistir.

Kaiho e sua equipe basearam seus resultados em um modelo climático global, calculando as anomalias de temperatura causadas pela fuligem na estratosfera e medindo a quantidade de hidrocarbonetos nas regiões ao redor do impacto.

De acordo com os resultados, a fuligem liberada provocou um resfriamento global de 8ºC a 11ºC, e as temperaturas da água do mar despencaram para valores de 5ºC a 7ºC. As chuvas também foram afetadas: a precipitação caiu entre 70% e 85% em relação a antes do evento.

Os pesquisadores concluíram que esses eventos de extinção em massa só teriam ocorrido se o asteroide tivesse atingido algumas das áreas ricas em hidrocarbonetos. Se o impacto acontecesse em qualquer outra parte – ou seja, nos 83% de área restantes –, a fauna e flora do Mesozoico teria sobrevivido, quem sabe, até os dias atuais.

Fonte: Veja

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