quinta-feira, 31 de maio de 2012

Crânio de pássaro teria evoluído a partir do dinossauro, diz estudo

Estudo encontrou semelhanças na estrutura óssea do crânio de ambos.
Fenômenos evolutivos influenciaram no tamanho de cérebro e dos olhos.


Do G1, em São Paulo


Um estudo sobre a evolução da estrutura óssea de aves, realizado por cientistas da Universidade Harvard, revelou que o crânio de aves adultas é muito semelhante ao de dinossauros jovens, devido a um padrão evolutivo. O estudo divulgado nessa semana na revista científica “Nature” afirma ainda que a manutenção das características juvenis no adulto pode ter tido um papel importante na evolução da estrutura craniana das aves.

Espécies de dinossauros comparadas no estudo
(jovem à esquerda e adulto à direita). Crânio de jacaré
americano (aligátor) (letra b); dinossauro primitivo
Celófise (letra c) e Archaeopteryx (letra d).
(Foto: Reprodução/Nature)

Os pássaros representam um dos grupos animais mais bem sucedidos em termos de número de espécies e diversidade, e muito desse sucesso é atribuído às suas características ósseas originais, diz a pesquisa.

Para entender como a anatomia das aves evoluiu a partir dos dinossauros, a equipe de cientistas, liderada por Bhart-Anjan Bhullar, analisou uma grande amostra de crânios de aves de dinossauros.

Eles observaram uma mudança no desenvolvimento das aves e fizeram um relatório com assemelhanças entre os crânios de adultos e os de embriões de dinossauros mais jovens.

A partir dessas observações, os autores do estudo sugerem que o padrão visto pode ser resultado de fenômenos evolutivos naturais. Um deles, conhecido como pedomorfose, pode ser o responsável por muitas características das aves, como o cérebro relativamente grande e os olhos.

Por outro lado, outro fenômeno, de ação oposta, conhecido como peramorfose, que desenvolve as características dos adultos, está relacionado ao desenvolvimento e a evolução do bico nesses animais.

EUA: esqueleto de dinossauro é vendido por US$1 mi em leilão

O esqueleto quase intacto de um tiranossauro foi leiloado por 1,05 milhão de dólares no domingo em Nova York, mas a venda foi contestada pelo governo da Mongólia. O Tyrannosaurus bataar, pequeno primo asiático do temido Tyrannosaurus Rex, viveu há cerca de 80 milhões de anos e media 2,4 metros de altura e 7,3 de comprimento, segundo a casa de leilões Heritage Auctions.

Tyrannosaurus bataar, pequeno primo asiático do temido Tyrannosaurus Rex, viveu há cerca de 80 milhões de anos e media 2,4 metros de altura e 7,3 de comprimento

O esqueleto foi descoberto no deserto de Gobi, que abrange o norte da China e sul da Mongólia. Greg Rohan, presidente da casa de leilões, disse não saber em qual país o esqueleto foi achado, mas que o material entrou legalmente nos EUA. A peça está 75% completa, e a cabeça está 80%, segundo David Herskowtiz, diretor do departamento de história natural da Heritage. Segundo ele, esqueletos expostos em museus raramente passam de 50% de autenticidade.

A Heritage não revelou o comprador, que fez o lance por telefone. A venda só será concluída depois da tramitação de uma ação judicial movida na semana passada pelo governo mongol, que obteve uma liminar contra o leilão.

Robert Painter, advogado de Houston que representa a Mongólia no caso, se disse surpreso com a realização do leilão, "particularmente com o juiz (que expediu a liminar) ao telefone, ouvindo e pronto para explicar sua decisão". Rohan disse que a liminar era do Texas, e por isso não tinha validade em Nova York. Ele afirmou, porém, que a Heritage concordou em não completar a venda enquanto a Justiça não se manifestar.

Museu nos EUA permite acariciar dinossauro e observar fezes pré-históricas

A nova ala de paleontologia do Museu de Ciência Natural de Houston, no Texas, tem esqueletos de mamíferos, répteis e anfíbios

por Marcela Puccia Braz Fonte: NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL ONLINE


Esqueletos pré-históricos “em ação” preenchem os 30 mil metros quadrados da nova ala de paleontologia do Museu de Ciência Natural de Houston, no Texas. As carcaças desses animais estão em pose de ação: comendo, correndo e lutando por suas vidas. E outro detalhe inusitado: está exposta uma coleção de fezes pré-históricas.

Tigre-dente-de-sabre
Mais de 30 dinossauros “convivem” na ala com outros mamíferos, répteis e anfíbios, como o Stenopterygius quadrissicus, um réptil com corpo de tubarão, e o Eremotherium eomigrans, um bicho-preguiça grande o suficiente para arremessar no ar um tigre-dente-de-sabre. Há na exposição um esqueleto completo de um Tyranossaurus rex, com pedaços de sua pele original ainda preservados.

Tiranossauro Rex (à esq.) e tigre-dente-de-sabre
Tigre-dente-de-sabre
Platybelodon, semelhante a um elefante

 O museu também exibe a única pele de triceraptos encontrada no mundo e um dos únicos exemplares de tiranossauro de três dedos que existem. Além disso, foi reconstruída para a exposição uma mandíbula de mais de 3 metros de largura de um megalodonte, o maior tubarão que já existiu.

Urso pré-histórico (à esq.) e psitacossauro (Psittacosaurus mongoliensis)

A boa notícia para quem gosta de tocar em objetos de museus é que alguns espécimes são liberados, e o visitante pode ter a sensação de se acariciar um dinossauro de 3,5 bilhões de anos. Mas existe uma parte da exibição em que as pessoas dificilmente vão querer encostar: a coleção de fezes petrificadas. Sim, no museu há cocô pré-histórico preservado, e será possível analisar a dieta dos animais pré-históricos.

Grande dinossauro predador viveu na Patagônia argentina, constata artigo

EFE

Londres, 22 mai (EFE).- Um dinossauro carnívoro da família dos abelisaurus, com crânio alongado e poderosa mandíbula, foi um dos maiores predadores do período Jurássico na Patagônia, segundo um artigo de pesquisadores argentinos publicado nesta terça-feira.



A revista "Proceedings of the Royal Society B" descreve as características deste grande carnívoro, batizado de "Eoabelisaurus mefi", uma nova espécie pertencente à família dos abelisaurus.

O esqueleto quase completo de um exemplar adulto foi achado na província patagônica de Chubut (Argentina) durante duas escavações realizadas em janeiro de 2009 e fevereiro de 2010 por uma equipe de pesquisadores argentinos.

Os fósseis mais antigos da família dos abelisaurus datavam do fim do período Cretáceo, entre 80 milhões e 83 milhões de anos atrás, e foram localizados na América do Sul e na África.

No entanto, o esqueleto desta nova espécie indica que ela viveu no Jurássico Médio e povoou a Patagônia argentina pelo menos 40 milhões de anos antes do que os paleontólogos acreditavam até agora.

Este dinossauro podia medir até 6,5 metros e possuía um crânio curto e alongado e uma mandíbula muito potente, traços que o transformaram em um dos maiores predadores do Jurássico na América do Sul.

Tinha quatro patas, embora as duas dianteiras tenham evoluído e seu tamanho fosse "extremamente pequeno", ressalta em seu artigo o paleontólogo Diego Pol, pesquisador do Museu Egídio Feruglio (MEF) da Argentina.

A descoberta deste exemplar permitiu descobrir que os abelisaurus povoavam Gondwana - grande bloco continental do qual se cindiram América do Sul, África, Austrália, Índia, Madagáscar e Antártida - antes de sua divisão em vários continentes.

Alguns exemplares de abelisaurus - também conhecidos com o nome de "lagartos de Abel" em homenagem a seu primeiro descobridor - chegaram a viver no Hemisfério Norte, mas em quantidade reduzida, ao contrário da América do Sul, onde tiveram uma explosão demográfica.

Esta diferença ocorreu, segundo os especialistas argentinos, devido à existência de um grande deserto que impediu seu acesso a terras mais setentrionais.

Nos últimos anos, a Patagônia argentina, e especificamente as regiões de Chubut e Neuquén, se transformaram no epicentro de descobertas de fósseis de dinossauros e répteis alados que viveram há milhões de anos.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Dinossauros sofriam de artrite há 150 milhões de anos, afirmam cientistas

Efe
 

Pesquisa foi feita a partir do fóssil de um crânio de 1,7 metro de comprimento de um pliossauro fêmea que foi encontrado no sudeste da Inglaterra 
 
Paleontólogos da Universidade inglesa de Bristol descobriram que, como os humanos de idade avançada, os dinossauros do período jurássico Superior também sofriam de artrites há 150 milhões de anos.
A pesquisa, que será publicada nesta quarta-feira, 16, na revista Paleontologia, foi feita a partir do fóssil de um crânio de 1,7 metro de comprimento de um pliossauro fêmea que habitou as águas há 150 milhões de anos e foi encontrado no sudeste da Inglaterra.

Assim como os humanos de idade avançada, os dinossauros do período jurássico também tinham artrite
 
O estudo indica que a mandíbula do réptil marinho apresenta claros sinais de artrite, doença degenerativa das articulações que seguramente provocou sua morte.
Os pliossauros, predadores eficazes que podiam medir mais de oito metros de comprimento, tinham uma cabeça parecida com a dos crocodilos atuais, pescoço curto, corpo similar ao de uma baleia e quatro poderosas barbatanas para se movimentarem na água.
De acordo com os pesquisadores, a artrite provocou o deslocamento de partes da mandíbula do animal. Os paleontólogos acreditam que o pliossauro sofreu da doença durante anos, já que encontraram impactos dos dentes da mandíbula superior marcados sobre a inferior, provocados provavelmente durante o processo de alimentação.
"Da mesma forma que os humanos que envelhecem desenvolvem artrite nos quadris, esta velha senhora desenvolveu a doença na mandíbula e chegou a sobreviver com esta incapacidade durante um tempo", explica uma dos autoras do estudo, a paleontóloga Judyth Sassoon.
Em último caso, a erosão dos ossos teria provocado a "ruptura da mandíbula", fazendo com que o pliossauro "não tivesse como se alimentar e, provavelmente, essa situação o teria levado à morte", acrescenta a pesquisadora.

Réptil marinho pré-histórico sofria de artrite, dizem cientistas

Pesquisadores da Universidade de Bristol descobriram doença degenerativa na mandíbula de animal de 150 milhões de anos.


Cientistas da Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha, descobriram sinais de que animais marinhos pré-históricos já sofriam com doenças degenerativas nas articulações há 150 milhões de anos.
Os pesquisadores encontraram sinais de uma doença parecida com a artrite humana em um fóssil, uma mandíbula de um pliossauro, um réptil marinho que tinha cerca de oito metros de comprimento. Apenas a mandíbula do pliossauro media dois metros e os dentes chegavam a 20 centímetros.
A cabeça dos pliossauros era parecida com a de um crocodilo, o pescoço era curto e o corpo era parecido com o de uma baleia - com quatro nadadeiras que davam o impulso para que o pliossauro perseguisse suas presas na água. 



Desta forma, o animal era capaz de caçar a maioria dos outros répteis marinhos ou dinossauros.
Esta foi a primeira vez que uma doença como esta foi descrita em um fóssil de um réptil do período Jurássico.
A pesquisa foi publicada na revista especializada Palaeontology.
Mandíbula deslocada
Os ossos do pliossauro foram encontrados em Westbury, no sudoeste da Inglaterra e fazem parte do acervo do Museu de Bristol.
Judyth Sassoon, pesquisadora da Universidade de Bristol, estudou os fósseis e encontrou os sinais da doença degenerativa que causou um deslocamento anormal no maxilar inferior do réptil.
Sassoon acredita que a mandíbula pertenceu a um pliossauro fêmea de idade avançada, que desenvolveu a doença como parte do processo natural de envelhecimento. A forma do crânio, mais achatada, é o que deu a pista do sexo do réptil pré-histórico.
O pliossauro estudado deve ter vivido com este deslocamento na mandíbula durante muitos anos, pois a cientista encontrou no maxilar inferior as marcas deixadas pelos dentes do maxilar superior, feitas quando o pliossauro mordia.
"Da mesma forma que os humanos de idade avançada podem ter artrite em seus quadris, este pliossauro fêmea, já idoso, sofria de artrite em sua mandíbula e sobreviveu com este problema", disse a pesquisadora.
Fratura
Judyth Sassoon também encontrou sinais de uma fratura na mandíbula, que nunca chegou a se curar. Isso indicaria que estes ossos ficaram debilitados antes de sofrer a fratura.
Com uma mandíbula fraturada, "o pliossauro não conseguia se alimentar e esta lesão provavelmente causou a morte", afirmou a cientista.
"Você pode ver estes tipos de deformidades em animais vivos, como crocodilos ou baleias, e estes animais podem sobreviver durante anos, enquanto conseguirem se alimentar", disse Mike Benton, professor que colaborou no projeto.
"Mas deve ser doloroso. Lembre que uma baleia da ficção, a Moby Dick, do livro de Herman Melville, teria uma mandíbula deformada", acrescentou. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

sábado, 19 de maio de 2012

CROCODILO-DE-MORELET

O Crocodilo-de-morelet (Crocodylus moreletii), também chamado de crocodilo-mexicano, é uma espécie relativamente pequena de crocodilo.



Classificação científica

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Sauropsida
Ordem: Crocodylia
Família: Crocodylidae
Gênero: Crocodylus
Espécie: C. moreletii

CROCODILO-FILIPINO

O crocodilo-filipino (Crocodylus mindorensis) é uma espécie de crocodilo comum nas Filipinas.



Classificação científica

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Crocodilia
Família: Crocodylidae
Gênero: Crocodylus
Espécie: C. mindorensis (Schmidt, 1935)

CROCODILO-DO-ORINOCO


O crocodilo-do-orinoco (Crocodylus intermedius) é um crocodilo sul-americano que habita as planícies alagadiças do rio Orinoco.



Classificação científica

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Crocodylia
Família: Crocodylidae
Gênero: Crocodylus
Espécie: C. intermedius (Graves, 1819)

CROCODILO-AMERICANO


O crocodilo-americano (Crocodylus acutus) é um crocodilo que pode ser encontrado no sul do México, América Central e norte da América do Sul. Assim como o crocodilo-de-água-salgada, ele também entra no mar. Populações ocorrem a partir do Atlântico e do Pacífico nas ostas do sul do México à América do Sul, na medida do Peru e Venezuela. Ele também se reproduz em Cuba, Jamaica e Hispaniola.



Os maiores destes animais podem chegar aos 20 pés de comprimento (6 metros de comprimento) e chegar a pesar 800 quilos, mas agora não see encontram destes animais com mais de 4 metros de comprimento e 500 quilos.
A sua força de mordedura é impressionante, com mais de 1300 quilos, o que o coloca nos animais com a força de mordedura mais forte no planeta cuja a maior força é do crocodilo de água salgada.




Classificação científica

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Crocodylia
Família: Crocodylidae
Gênero: Crocodylus
Espécie: C. acutus (Cuvier, 1807)

sexta-feira, 18 de maio de 2012

URUTU ou CRUZEIRA


Bothrops alternus, conhecido vulgarmente como urutu, urutu-cruzeiro, cruzeiro e cruzeira, é um réptil ofídio da família Viperidae, a mesma da jararaca, cascavel e surucucu, que ocorre no Centro-Oeste e no Sul do Brasil, como também no Uruguai, Paraguai e Argentina. É classificada na série solenóglifa, quanto ao tipo de dentição, por ter as presas inoculadoras de veneno varadas por canais para a condução do veneno produzido em glândulas.

Etimologia

"Urutu" é oriundo do tupi uru'tu. "Urutu-cruzeiro", "cruzeiro" e "cruzeira" são referências à mancha cruciforme presente na cabeça dos indivíduos da espécie.



Características

O alimento preferido da urutu são preás e outros pequenos roedores. Frequentemente encontrada em banhados e brejos, a urutu, que é ovovípara, produz, em cada parto, de 10 a 15 filhotes, que já nascem bem desenvolvidos, embora ainda encerrados em membranas ovulares. A incubação dos ovos processa-se no interior do organismo materno.
Ágil nos botes e muito venenosa, a urutu chama a atenção pelo padrão que lhe adorna a pele: manchas em forma de ferradura dispõem-se em sequência sob o fundo castanho-escuro do dorso, enquanto a parte inferior de seu corpo é esbranquiçada ou creme.


Classificação científica

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Subordem: Serpentes
Família: Viperidae
Gênero: Bothrops
Espécie: B. alternus (Duméril, Bibron & Duméril, 1854)

COBRA-CORAL

As corais (Micrurus, Erythrolamprus, Oxyrhopus e Anilius) são serpentes de pequeno porte, facilmente reconhecidas por seu colorido vivo. Há corais peçonhentas (Micrurus) e não-peçonhentas (Erythrolamprus, Oxyrhopus e Anilius), mas é difícil a distinção, possível apenas pelo exame minucioso da posição das presas ou da qualidade dos desenhos (anéis). As cobras-coral existem na América do Sul, América Central e Sul dos Estados Unidos da América. É também conhecida pelos nomes cobra-coral-venenosa, coral-venenosa, coral-verdadeira, ibiboboca, ibiboca e ibioca.
As corais, além de serem muito visíveis devido às suas cores, não apresentam o comportamento de ataque como, por exemplo, das cascavéis. As presas das corais são pequenas e podem estar localizadas na porção anterior da mandíbula (dentição proteróglifa), na Micrurus, como na porção posterior (dentição opistóglifa), nas Erythrolamprus, Oxyrhopus e Anilius. Portanto, elas não picam, mas mordem a caça para inocular a peçonha.



As cobras-coral possuem uma peçonha de baixo peso molecular que se espalha pelo organismo da vítima de forma muito rápida. A coral necessita ficar "grudada" para inocular a peçonha pelas pequenas presas. A cobra-coral é tão peçonhenta quanto uma naja. A sua peçonha é neurotóxica, ou seja, atinge o sistema nervoso, causando dormência na área da picada, problemas respiratórios (sobretudo no diafragma) e caimento das pálpebras, podendo levar uma pessoa adulta a óbito em poucas horas. O tratamento é feito com o soro antielapídico intravenoso.
A coral verdadeira geralmente é identificada pela posição das presas ou pela quantidade e delineamento dos seus anéis. As peçonhentas de forma geral possuem um ou três destes anéis completos em volta do corpo e as não-peçonhentas os possuem apenas na parte dorsal.
A coral tem hábito noturno e vive sob folhas, galhos, pedras, buracos ou dentro de troncos em decomposição. Para se defender, geralmente levanta a sua cauda, enganando o ameaçador com sua forte coloração; este pensa que é a cabeça da cobra e foge para não ser atacado. As atividades diurnas estão ligadas às buscas para reprodução e à maior necessidade de aquecimento que as fêmeas grávidas apresentam. Após o acasalamento, a fêmea posta de 3 a 18 ovos, que em condições propícias abrem após uns 90 dias. Dada a capacidade de armazenar o esperma do macho, a fêmea pode realizar várias posturas antes de uma nova cópula.
Os acidentes ocorrem com pessoas que não tomam as devidas precauções ao transitar pelos locais que possuem serpentes. Ao se sentir acuada ou ser atacada, a cobra-coral rapidamente contra-ataca, por isso recomenda-se o uso de botas de borracha cano alto, calça comprida e luvas de couro, bem como evitar colocar a mão em buracos, fendas, etc. A pessoa acidentada deve ser levada imediatamente ao médico ou posto de saúde, procurando-se, se possível, capturar a cobra ainda viva. Deve-se evitar que a pessoa se locomova ou faça esforços, para que o veneno não se espalhe mais rápido no corpo. Deve-se também evitar técnicas como abrir a ferida para retirar o veneno, chupar o sangue, isolar a área atingida, fazer torniquetes, etc., sendo o soro a melhor opção.
Existe um antigo ditado para distinguir uma coral verdadeira da coral falsa: “Vermelho com amarelo perto, fique esperto. Vermelho com preto ligado, pode ficar sossegado”.


Classificação científica

Reino:  Animalia
Filo:  Chordata
Classe:  Reptilia
Ordem:  Serpentes
Família:  Elapidae
Gênero:  Micrurus

CASCAVEL


Cascavel é o nome genérico dado às cobras venenosas dos géneros Crotalus e Sistrurus. As cascavéis possuem um chocalho característico na cauda, e estão presentes em todo o continente americano. Geralmente, refere-se mais especificamente à espécie Crotalus durissus, cuja área de distribuição se estende do México à Argentina. A cascavel, por razões não bem entendidas, em vez de sair completamente de sua pele antiga, mantém parte dela enrolada na cauda em forma de um anel cinzento grosseiro. Com o correr dos anos, estes pedaços de epiderme ressecados formam os guizos que, quando o animal vibra a cauda, balançam e causam o ruído característico. Embora no conceito popular o número de anéis do guizo as vezes é interpretado como correspondente a idade desta cobra, isto não é correto, pois no máximo poderia indicar o número de trocas de pele. A finalidade do som produzido pelo guizo é de advertir a sua presença e espantar os animais de grande porte que lhe poderiam fazer mal. É uma ótima chance de evitar o confronto.



Espécies

Crotalus durissus é o nome científico da espécie de cascavel, cuja área de distribuição se estende do México até Argentina. É também conhecida como boicininga, boiçununga, boiquira, cascavel-de-quatro-ventas, maracá e maracabóia.
Os machos chegam a atingir 1,5 m de comprimento (as fêmeas são, em geral, menores).
O revestimento é castanho, com losangos verticais escuros, e cores claras na margem. A parte dorsal da cauda é escura com barras transversais do mesmo tom. A região ventral é mais clara.
Alimentam-se de mamíferos e aves. Os animais mais jovens preferem lagartos.
No Brasil foram encontradas cinco sub-espécies:
Crotalus durissus terrificus, que se distribui pelo Sul, mas também se estende pelo Oeste, até algumas áreas abertas de Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Pará (campos abertos de Humaitá, Serra do Cachimbo e Santarém).
Crotalus durissus cascavella, forma nordestina, é uma serpente característica das caatingas, que ultrapassa 1,60 m de comprimento.
Crotalus durissus collilineatus, encontra-se distribuída em São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Distrito Federal e Goiás.
Crotalus durissus ruruima é encontrada na savana de Roraima e o veneno ajuda em atividades farmacológicas e não é neutralizado pelos soros anticrotálicos comerciais.
Crotalus durissus marajoensis, foi descrita para as áreas abertas da Ilha de Marajó, no Pará, sendo a forma menos conhecida.




Classificação científica

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Subordem: Serpentes
Família: Viperidae
Gênero: Crotalus
Espécie: C. durissus ( Lineu, 1758)

JARARACUÇU


Bothrops jararacussu Lacerda, conhecida vulgarmente como jararacuçu, jararacuçu-verdadeiro, surucucu, surucucu-dourada, surucucu-tapete, urutu-dourado, urutu-estrela e patrona, é uma víbora venenosa da família dos viperídeos. De até 2 m de comprimento e coloração dorsal variável entre cinza, rosa, amarelo, marrom ou preto, com manchas triangulares marrom-escuras. É encontrada na Bolívia, Brasil (Bahia e Mato Grosso até o Rio Grande do Sul), Paraguai e Argentina.



Etimologia

Bothrops é uma junção dos termos grego bothros, "buraco" e ops, "face" ou "olho". É uma alusão à região sensível ao calor dessas cobras, que se localiza entre as narinas e os olhos. "Jararacuçu" vem do termo tupi para "jararaca grande". "Surucucu" vem do tupi suruku'ku. "Urutu" vem do tupi uru'tu.
Na língua tupi, jararaca significa "o que tem bote venenoso" e uçu deriva de gûasu, "grande". Ao pé da letra, "jararacuçu" significa "o que tem um grande bote venenoso". Um bote de jararacuçu pode atingir uma distância do tamanho dela mesma. Sendo assim, uma jararacuçu com, por exemplo, 1,5 metro de comprimento pode atingir seu alvo a 1,5 metro de distância. No Brasil, a maioria dos acidentes envolvendo pessoas picadas por cobras são atribuídos às picadas de jararacuçus.

Características

A espécie tem dimorfismo sexual, sendo as fêmeas maiores que os machos e diferentes na coloração: ele é cinza e ela, amarelada. São muito temidas pela quantidade de veneno que podem injetar. Localizar uma jararacuçu no meio da floresta não é fácil porque ela possui uma camuflagem quase perfeita e, mesmo para olhos treinados, quase sempre passa despercebida.
As jararacuçus costumam tomar sol para se aquecerem durante o dia e preferem caçar à noite.
Os adultos alimentam-se de pequenos roedores e aves e os juvenis se alimentam de pequenos anfíbios, minhocas e até de alguns insetos.
A reprodução é vivípara, nascendo entre 16 e 20 filhotes no início da estação chuvosa.

Classificação científica

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Subordem: Serpentes
Família: Viperidae
Gênero: Bothrops
Espécie: B. jararacussu (Lacerda, 1884 )

SURUCUCU


Lachesis muta (L.), vulgarmente conhecida como surucucu, surucutinga, surucucutinga, surucucu-de-fogo, surucucu-pico-de-jaca e cobra-topete, é a maior cobra peçonhenta da América do Sul.



Etimologia

"Surucucu" vem do tupi suruku'ku. "Surucucutinga" e "surucutinga" vêm do tupi suruku'kutinga, "surucucu branca". Lachesis é uma referência a Láquesis, uma das três Moiras mitológicas gregas que decidiam o destino dos seres humanos e deuses. Muta ("muda" em latim) é uma referência ao fato de a surucucu vibrar sua cauda, como a cascavel, sem, no entanto, produzir o ruído que esta produz.

Habitat

Vive em florestas densas, principalmente na Amazônia, mas conhecem-se registros na literatura da presença desse animal até em áreas isoladas de resquícios de Mata Atlântica.
A Lachesis muta rhombeata, amarela com desenhos negros, está ameaçada de extinção.

Classificação científica

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Subordem: Serpentes
Família: Viperidae
Gênero: Lachesis
Espécie: L. muta ( Lineu, 1766 )

JARARACA


Bothrops é uma gênero de serpentes da família Viperidae. Popularmente, as espécies são denominadas de jararacas. São serpentes peçonhentas, encontradas nas Américas Central e do Sul, sendo importantes causadoras de acidentes com animais peçonhentos no Brasil e nos outros onde se distribuem, com altas taxas de morbidade e mortalidade. As diferentes espécies apresentam grande variabilidade, principalmente nos padrões de coloração e tamanho, ação da peçonha, dentre outras características. Atualmente, 32 espécies são reconhecidas, mas é consenso dentre os pesquisadores que a taxonomia e sistemática deste grupo está mal resolvida, de modo que novas espécies têm sido descritas e algumas sinonimizadas.



Etimologia

"Jararaca" origina-se do termo tupi yara'raka.

Descrição

Essas serpentes apresentam grande variação em tamanho, as menores espécies não ultrapassando setenta centímetros e as maiores atingindo cerca de dois metros de comprimento.
O arranjo das escamas no topo da cabeça é extremamente variável; o número de escamas interorbitais pode variar de três a catorze. Usualmente, estão presentes entre sete e nove escamas supralabiais e entre nove e onze sublabiais. Existem entre 21-29 escamas dorsais, 139-240 ventrais e 30-86 subcaudais, que são, geralmente, divididas. Variações nos números de escamas dentro da mesma espécie são muito frequentes.

Distribuição Geográfica

As espécies desse gênero são encontradas do nordeste do México à Argentina. Ocorrem nas ilhas de Santa Lúcia e Martinica nas Antilhas, assim como nas pequenas ilhas da Queimada Grande e Alcatrazes, no litoral do estado de São Paulo, no Brasil.

Comportamento

A maioria das espécies são noturnas, entretanto algumas de altas altitudes são encontradas ativas durante o dia. A maior parte das espécies é terrestre, mas não é incomum encontrar algumas espécies em arbustos e árvores pequenas, especialmente os indivíduos mais jovens. Uma espécies em particular, a Bothrops insularis, a jararaca-ilhoa da Ilha da Queimada Grande, parece ser frequentemente encontradas em árvores a maior parte do tempo.

Peçonha e Epidemiologia dos Acidentes Ofídicos

As espécies deste gênero são as maiores responsáveis por acidentes ofídicos nas Américas, assim como por mortalidade. Quanto a isto, as espécies mais importantes são B. asper (Peru, Colômbia e Venezuela), B. atrox (Amazônia Brasileira) e B. jararaca (centro-sul do Brasil). Sem tratamento, a taxa de mortalidade é estimada em sete por cento, mas, com uso de soro antiofídico e tratamentos de suporte, esta taxa é reduzida para entre 0,5 e três por cento. O veneno deste gênero apresenta forma ação proteolítica, tipicamente provocando necrose e inchaço que pode comprometer o membro atingido, tontura, náusea, vômitos entre outros sintomas. Em geral, a morte resulta da hipotensão provocada pela hipovolemia, falência renal e hemorragia intracraniana. Complicações frequentes incluem compromentimento do membro e falência renal. A partir de estudos do farmacologista brasileiro Sérgio Henrique Ferreira, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, com o veneno da Bothrops jararaca, foi desenvolvido o Captopril, um dos medicamentos mais utilizados para tratamento de hipertensão.

Algumas Espécies


  • Jararaca-da-seca, Bothrops erythromelas
  • Jararaca-do-norte, Bothrops atrox
  • Jararaca-verde, Bothrops bilineatus
  • Jararaca-pintada, Bothrops pauloensis
  • Jararaca-da-mata, Bothrops jararaca
  • Jararaca-do-rabo-branco, Bothrops leucurus.
  • Cotiara, Bothrops cotiara
  • Jararaca-ilhoa, Bothrops insularis
  • Jararacuçu, Bothrops jararacussu
  • Jararaca-cruzeira, Bothrops neuwiedi
  • Jararaca rabo-de-osso, Bothrops neuwiedi pauloensis
  • Jararaca Muriciensis, Bothrops muriciensis
  • Urutu, Bothrops alternatus
  • Jararaca-de-alcatrazes, Bothrops alcatraz


Classificação científica

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Subordem: Ophidia
Superfamília: Xenophidia
Família: Viperidae
Gênero: Bothrops

COTIARA


A Cotiara (Rhinocerophis cotiara) é uma serpente venenosa da família dos viperídeos, encontrada na Argentina e no Brasil nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Possui cerca de 80 cm de comprimento e coloração verde-olivácea, com manchas trapezoidais marrons, margeadas de preto.




É uma espécie terrestre, associada às matas de pinheiro-do-paraná. Também é conhecida pelos nomes de boicoatiara, boicotiara, boiquatiara, coatiara, jararaca-de-barriga-preta, jararaca-preta e quatiara.
Testes preliminares de laboratório mostraram que extratos da cotiara são altamente eficazes na inibição do crescimento do câncer de mama e das linhagens de pequenas células cancerosas nos pulmões.

Classificação científica

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Subordem: Serpentes
Família: Viperidae
Gênero: Rhinocerophis
Espécie: R. cotiara (Gomes, 1913 )

CAIÇACA ou CAISSACA


Bothrops moojeni é uma espécie de jararaca da família Viperidae. Popularmente pode ser chamada de Caiçaca, Caissaca, Caiçara, Jacuruçu ou Jararacão. Foi descrita por Alphonse Richard Hoge em 1966. Pode ser encontrada no noroeste da Argentina, leste do Paraguai, leste da Bolívia e centro e sudoeste do Brasil. Habita preferencialmente o cerrado e a mata das araucárias.



Classificação científica

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Subordem: Serpentes
Família: Viperidae
Gênero: Bothrops
Espécie: B. moojeni (Hoge, 1966)

Tipos de dentição em serpentes


Os diferentes tipos de dentição em serpentes possibilitam a diferenciação das espécies peçonhentas das não-peçonhentas.
As serpentes podem apresentar quatro tipos de dentição: áglifa, opistóglifa, proteróglifa e solenóglifa.

Áglifa

Tipo de dentição característico das serpentes sem aparelho inoculador de peçonha. Os dentes são maciços, sem canal inoculador de peçonha. Estas serpentes atacam, geralmente, por constrição. Exemplos: sucuri, jibóia, etc.

Crânio de serpente com dentição áglifa (Python molurus)


Opistóglifa

Tipo de dentição característica de determinadas espécies de serpentes, cujos dentes inoculadores de peçonha se encontram na parte posterior do maxilar superior, apresentando, assim, perigo altamente reduzido para o homem. Dentição característica de alguns membros da família Colubridae como a falsa-coral, muçurana, entre outras.

Crânio de serpente com dentição opistóglifa (Heterodon nasicus)


Proteróglifa

Tipo de dentição característica das serpentes da família Elapidae. Apresentam dois dentes inoculadores de peçonha na parte anterior do maxilar superior, de carácter marcadamente forte, não retráteis. Exemplos: coral-verdadeira e serpentes marinhas.

Crânio de serpente com dentição proteróglifa (Ophiophagus hannah)


Solenóglifa

Dentição característica das serpentes da família Viperidae. Os membros desta família possuem dois dentes retrácteis, inoculadores de um potente peçonha de caráter neurotóxico, hemotóxico e ou citotóxico, localizados na parte anterior do maxilar superior. Dependendo da espécie, a peçonha é mais ou menos forte, sendo normalmente o suficiente para ser fatal ao ser humano. Os dentes inoculadores são projetados para fora durante o ataque, permitindo ao animal inocular uma quantidade de peçonha maior do que uma serpente da família das proteroglifas. Isso agrava ainda mais a conseqüência da picada. Exemplos: cascavel, jararaca, surucucu, urutu, etc.

Crânio de serpente com dentição solenóglifa (Crotalus sp.) 

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Tiranossauro teve mordida mais potente de todas as criaturas, diz estudo


O tiranossauro teve a mordida mais poderosa entre todas as criaturas que já habitaram a Terra, dizem cientistas


Estimativas anteriores a respeito da mordida deste predador pré-histórico indicavam que ela era muito mais modesta, se comparada com predadores modernos, como os jacarés.
Esta medição, baseada em um escaneamento a laser da mandíbula de um Tyrannosaurus rex, mostrou que a sua mordida era equivalente a 3 toneladas - equivalente ao peso de um elefante.

Impacto da mordida seria equivalente ao impacto de um elefante (foto: Getty Images)


As descobertas foram publicadas na revista científica Biology Letters. A pesquisa foi coordenada por Karl Bates, do Laboratório de Biomecânica da Universidade de Liverpool, na Grã-Bretanha.
Bates, junto de seu colega Peter Falkingham, da Universidade de Manchester, usou uma cópia em tamanho real do esqueleto de um tiranossauro exibido no Museu de Manchester como modelo de estudo.
"Nós digitalizamos o crânio com um scanner a laser, então obtivemos um modelo 3D do crânio em nosso computador", afirmou Bates.
"Com isso, nós pudemos mapear os músculos sobre aquele crânio", explicou.
Os cientistas então reproduziram a força plena de uma mordida ao ativar os músculos para contrair totalmente, fechando as mandíbulas digitais.
"Aqueles músculos (simulados) fecharam a mandíbula como eles fariam na vida real e (...) nós medimos a força quando os dentes se encontraram", disse Bates à BBC.
"As forças máximas que nós encontramos - nos dentes de trás - ficaram entre 30.000 e 60.000 newtons", afirmou. "Isto equivale a um elefante de tamanho médio sentando em você."
Estudos anteriores estimavam que a mordida do Tyranossaurus rex tinha uma força entre 8.000 e 13.000 newtons.


Mordida de bebê

Os pesquisadores descobriram como a força da mordida do tiranossauro mudava à medida que ele crescia.
"Obviamente, com a sua cabeça ficando muito maior, há um aumento esperado na força da mordida associado a isso", afirma Bates.
Mas para o tiranossauro, a força por trás de sua mordida aumentava desproporcionalmente, muito mais do que seria esperado de um "aumento linear contínuo", segundo o cientista.
Isto sugere que a dieta do predador mudava enquanto ele envelhecia, e que talvez somente os tiranossauros adultos pudessem morder através da dura pele de outro dinossauro.
"Eu acho que todos esperavam que o tiranossauro tivesse uma grande força na mordida, mas ela é ainda maior do que esperávamos", disse à BBC o especialista Bill Sellers, que estuda as capacidades físicas de animais vivos e extintos na Universidade de Manchester.

Impacto da mordida seria equivalente ao impacto de um elefante (foto: Karl Bates)

"E ela fica maior à medida em que ele cresce, o que é surpreendente", afirmou.
Sellers explicou que estudar os dinossauros lançou uma luz sobre os limites do que os seres vivos são capazes.
"Estes animais são extremos, um dos maiores carnívoros que já viveram", disse. "Então isso diz muito sobre as limitações da biologia. Nós queremos saber como os organismos funcionam, mas os organismos vivos (hoje) são muito menores. E, em termos de mecânica, o tamanho é muito importante."
O crânio do tiranossauro media cerca de 1,5 metro de comprimento e era equilibrado pela longa e pesada cauda do animal. Segundo cientistas, esses poderosos carnívoros podem ter se alimentado uns dos outros, assim como de outros dinossauros.

Fonte: BBC Brasil

Flatulência de dinossauros pode ter contribuído para o aquecimento da Terra


Dinossauros podem ter ajudado a aumentar a temperatura do planeta com sua flatulência, segundo pesquisadores britânicos

Os cientistas calcularam a emissão de gás metano dos saurópodes, incluindo a espécie que era conhecida como Brontossauro.
Comparando estas medidas com a emissão de gases das vacas, eles estimam que a população de dinossauros como um todo, até sua extinção, produzia 520 milhões de toneladas de gás anualmente.
Eles acreditam que o gás liberado pelos animais pode ter sido um dos principais fatores que causaram o aquecimento da atmosfera há cerca de 150 milhões de anos, durante a Era Mesozóica.

Dinossauros gigantes podem ter ajudado a aumentar a temperatura da Terra 


David Wilkinson, da Universidade John Moore, em Liverpool, e pesquisadores da Universidade de Londres e da Universidade de Glasgow publicaram seus resultados na publicação científica Current Biology.


Micróbios responsáveis

Os saurópodes, como os da espécie Apatosaurus louise (que já foi chamada de Brontossauro), incluíam alguns dos maiores animais que já viveram na Terra. Eles eram grandes animais terrestres com pescoços e caudas compridos e cabeças relativamente pequenas e eram herbívoros.
Mas para Wilkinson, os grandes dinossauros não são tão interessantes quanto os organismos microscópicos que viviam dentro deles.
"A ecologia dos micróbios e seu papel na formação do nosso planeta são um dos meus principais interesses na ciência", disse ele à BBC.
"Os dinossauros neste trabalho capturam a imaginação popular, mas na verdade são os micróbios que viviam nos intestinos dos dinossauros que produziam o metano."
Micróbios nos estômagos de espécies ruminantes produzem gás metano enquanto digerem a massa vegetal. O gás é liberado como flatulência.
O metano é conhecido como um "gás causador de efeito estufa", que absorve a radiação infravermelha do sol e a aprisiona na atmosfera terrestre, levando a temperaturas mais altas.
Estudos anteriores sugerem que a Terra era até 10 graus mais quente na Era Mesozóica.


Emissões de gás

Os pesquisadores utilizaram dados sobre as emissões de gases de bois e vacas, que atualmente contribuem com uma parte significativa dos níveis globais de metano, para estimar como os saurópodes poderiam ter afetado o clima.
Os cálculos consideraram a população total estimada de dinossauros no planeta e usaram uma escala que liga a biomassa ao nível de emissão de metano do gado.
"As vacas hoje em dia produzem algo como 50 a 100 milhões de toneladas por ano. Nossa melhor estimativa para os saurópodes é de cerca de 520 milhões", disse Wilkinson.
Mas Wilkinson afirma que os dinossauros não eram os únicos produtores de metano durante a Era Mesozóica. "Havia outras fontes de metano na Era Mesozóica, então o nível total do gás era provavelmente muito maior do que agora", disse.
As atuais emissões de metano no mundo totalizam cerca de 500 milhões de toneladas anuais, que vêm de uma combinação de fontes naturais como animais selvagens e atividades humanas como a produção de laticínios e carne.

Fonte: BBC Brasil

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Biólogos descobrem 24 espécies de lagarto, e todas estão ameaçadas

Animais da família 'Scincidae' são nativos do Caribe.
Predador reduz a população dos lagartos desde o século 19.

Um estudo publicado nesta segunda-feira (30) descreve 24 espécies ainda desconhecidas de lagarto que vivem na região do Caribe. Ao mesmo tempo em que entram nas páginas da “Zootaxa”, revista científica que traz a novidade, as espécies já vão para a lista vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).

Tipo de lagarto nativo da Jamaica (Foto: Joseph
Burgess, Penn State University)

Os lagartos recém-descobertos são todos da família Scincidae. Embora sejam semelhantes aos lagartos comuns, eles possuem características próprias. Alguns destes lagartos, em vez de pôr ovos, geram os filhotes dentro do ventre.
Blair Hegdes, pesquisador da Universidade da Pensilvânia e autor do estudo, acredita que esta peculiaridade esteja entre os fatores que colocaram em risco a existência destes animais. As fêmeas grávidas são mais lentas e vulneráveis aos predadores.
O principal predador dos lagartos é o mangusto, um mamífero carnívoro de pequeno porte. Os colonizadores levaram este animal da Índia para a região no século 19 para controlar o aumento da população de ratos, que tinham se tornado uma praga para as plantações de cana.
Além de atacar os ratos, os mangustos rapidamente incluíram os lagartos na dieta. A população dos répteis é muito pequena desde o início do século passado, por isso levou tanto tempo até que cientistas os descobrissem.
Os lagartos têm pequenas diferenças entre si que justificam a separação em tantas espécies. Desde o século 19, não havia na ciência a descrição de mais de 20 espécies de répteis de uma só vez.

Tipo de lagarto nativo de Antigua (Foto: Karl Questel, Penn State University)


Fonte: G1

Viviparidade: um fenômeno não tão raro nos lagartos

Embora a maioria dos lagartos se reproduza por oviparidade, a viviparidade não é um fenômeno tão raro entre estes animais. A reprodução vivípara evoluiu diversas vezes entre os répteis escamados (lagartos e serpentes), gerando uma diversidade de estágios de retenção e nutrição de embriões pelo corpo materno. Tal diversidade faz dos lagartos modelos de estudo ideais para o estudo da viviparidade, na tentativa de se esclarecer como este fenômeno evoluiu nos mamíferos e nos demais vertebrados (Blackburn, 2006).
A viviparidade em lagartos sempre esteve diretamente associada a um grupo de lagartos, os scincídeos (Família Scincidae), entre os quais se incluem espécies ocorrentes no Brasil, como os “calangos-lisos” do gênero Mabuya.
Até pouco tempo, os lagartos do gênero Mabuya eram tidos como os que apresentavam os mais altos graus de viviparidade, incluindo a presença de placentas complexas, elevadas taxas de transferência de nutrientes da mãe para os embriões e longo  período de gestação, entre 9 e 12 meses (Vitt & Blackburn, 1991).


Figure 01. Indivíduo de Mabuya heathi.


Entretanto, em 2011, foi descoberto um novo ícone entre os lagartos vivíparos. O pequeno lagarto africano Trachylepis ivensi, extremamente raro e pouco estudado, atualmente é considerado um caso extremo de especialização placentária, diferindo de todos os tipos de viviparidade até então conhecidos para os répteis (Blackburn & Flemming, 2011).
O mais recente mecanismo de viviparidade em lagartos destaca-se por apresentar alto grau de associação entre placenta e embrião, com contato direto entre os tecidos embrionários e a rede de vasos sanguíneos maternos, o que confere um suprimento nutricional do embrião totalmente dependente da mãe.
Esta recente descoberta foi publicada em setembro de 2011 na revista Journal of Morphology e pode ser acessada em detalhes no link a seguir (Viviparidade em Trachylepis ivensi).

Por: Daniel Passos, membro do NUROF-UFC

Fonte: http://blogdonurof.wordpress.com

A origem e diversificação dos lagartos

Fonte: Alberta p (Own work) GFDL (www.gnu.org/copyleft/fdl.html)

Os lagartos representam uma das mais antigas formas de vida animal no ambiente terrestre. Os primeiros lacertílios evoluíram provavelmente há cerca de 200 milhões de anos, durante a era Mesozóica, conhecida como a “Era dos Répteis” (Pough, Janis &; Heiser, 2008), tendo co-existido com os renomados “dinossauros”.
Os registros fósseis demonstram que os primeiros representantes deste grupo se assemelham morfologicamente com as formas de lagartos viventes, como Tijubina pontei, lagarto fóssil do Cretáceo Inferior (Figura), encontrado na Bacia do Araripe, Estado do Ceará, Nordeste do Brasil (Bonfim-Junior & Rocha-Barbosa, 2006).
Desenhos esquemáticos do fóssil (A e B) e reconstituição hipotética de Tijubina pontei (C).
A pele impermeável, seca e revestida por escamas epidérmicas, a presença de casca envolvendo o ovo e a fecundação interna, independente da água, consistiram em adaptações que permitiram a sobrevivência e a diversificação destes animais no ambiente terrestre (Zug, Vitt & Caldwell, 2001). Desta forma, os lagartos se dispersaram e se diversificaram, ocupando a maioria dos continentes da Terra, com exceção das regiões polares.
Considerando o surgimento dos lagartos, por volta de 200 milhões de anos atrás, e sua ampla distribuição pelo globo, é licito considerar que os lagartos “dominavam” a Terra muito antes do aparecimento dos seres humanos atuais, surgidos há aproximadamente 200 mil anos.
Seremos nós humanos os “donos” da Terra? Ou os lagartos, uma vez surgidos, jamais deixaram de imperar sobre o Planeta que dizemos ser “nosso”? Estes animais sobreviveram à quedas de asteróides, glaciações, vulcanismos, entre outros acontecimentos que estão associados a eventos de extinção em massa . . . Continuarão eles a existir após a extinção da espécie humana? Sem dúvida, os lagartos ainda têm muito a nos ensinar.


Por: Daniel Passos, membro do NUROF-UFC

Fonte: http://blogdonurof.wordpress.com