segunda-feira, 23 de abril de 2012

Descobertos os fósseis mais antigos de embriões de reptéis

Foram descobertos no Brasil e Uruguai os fósseis mais antigos de embriões de mesossauro. O estudo destes fósseis excecionalmente bem preservados sugere que os mesossauros eram vivíparos ou realizavam a postura dos ovos em estádios avançados de desenvolvimento.
Apesar dos fósseis mais antigos de amniotas (vertebrados que se desenvolvem dentro do corpo da progenitora no saco amniótico) terem cerca de 315 milhões de anos, os paleontologistas têm poucas coleções de fósseis de ovos e embriões.
A descoberta de fósseis de embriões de mesossauros, realizada por uma equipa internacional que inclui investigadores do Centre de Recherche sur la Paléobiodiversité et les Paléoenvironnements (CNRS/Museum national d’histoire naturelle/UPMC), dá novas pistas sobre o seu mecanismo reprodutivo.
No Brasil a equipa descobriu um fóssil de um espécime em gestação o que revelou que os embriões de mesossauros ficavam retidos no útero durante a maior parte do tempo do seu desenvolvimento.
Adicionalmente, os mesmos investigadores desenterraram 26 espécimes adultos de mesossauro no Uruguai que datam do mesmo período que o fóssil brasileiro. Apesar destes fósseis serem de díficil interpretação, a maioria está associada a embriões ou indivíduos muito jovens, o que apoia a hipótese de que o mesossauro era vivíparo, ou seja, os embriões desenvolviam-se dentro do seu corpo.
Os fósseis maiores podem corresponder a animais jovens que eram vigiados por pelo menos um dos seus progenitores, o que aponta para a existência de cuidados parentais. No entanto, também foi encontrado no Uruguai um ovo isolado de mesossauro. Este coloca dúvidas sobre a viviparidade deste réptil. Os investigadores avançaram a possibilidade dos mesossauros do Uruguai porem ovos num estado avançado de desenvolvimento, que eclodiriam minutos ou alguns dias mais tarde.
Esta investigação revela que, caso se confirme, a viviparidade pode ter surgido 60 milhões de anos mais cedo do que se pensava. Contudo, permanece a questão se esta característica reprodutiva reflete o modo de vida aquático do mesossauro (a viviparidade é frequente nos répteis aquáticos) ou uma situação comum nos répteis primitivos.

Fonte: www.sciencedaily.com

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