Apesar dos fósseis mais antigos de amniotas (vertebrados que
se desenvolvem dentro do corpo da progenitora no saco amniótico) terem
cerca de 315 milhões de anos, os paleontologistas têm poucas coleções de
fósseis de ovos e embriões.
A descoberta de fósseis de embriões de mesossauros, realizada por uma equipa internacional que inclui investigadores do Centre de Recherche sur la Paléobiodiversité et les Paléoenvironnements (CNRS/Museum national d’histoire naturelle/UPMC), dá novas pistas sobre o seu mecanismo reprodutivo.
No Brasil a equipa descobriu um fóssil de um espécime em gestação o
que revelou que os embriões de mesossauros ficavam retidos no útero
durante a maior parte do tempo do seu desenvolvimento.
Adicionalmente, os mesmos investigadores desenterraram 26 espécimes
adultos de mesossauro no Uruguai que datam do mesmo período que o fóssil
brasileiro. Apesar destes fósseis serem de díficil interpretação, a
maioria está associada a embriões ou indivíduos muito jovens, o que
apoia a hipótese de que o mesossauro era vivíparo, ou seja, os embriões
desenvolviam-se dentro do seu corpo.
Os fósseis maiores podem corresponder a animais jovens que eram
vigiados por pelo menos um dos seus progenitores, o que aponta para a
existência de cuidados parentais. No entanto, também foi encontrado no
Uruguai um ovo isolado de mesossauro. Este coloca dúvidas sobre a
viviparidade deste réptil. Os investigadores avançaram a possibilidade
dos mesossauros do Uruguai porem ovos num estado avançado de
desenvolvimento, que eclodiriam minutos ou alguns dias mais tarde.
Esta investigação revela que, caso se confirme, a viviparidade pode
ter surgido 60 milhões de anos mais cedo do que se pensava. Contudo,
permanece a questão se esta característica reprodutiva reflete o modo de
vida aquático do mesossauro (a viviparidade é frequente nos répteis
aquáticos) ou uma situação comum nos répteis primitivos.
Fonte: www.sciencedaily.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário