Trabalho é feito em São Luís, Barreirinhas, Balsas, Ilha do Caju e Baixada.
Estudo vai ajudar na observação do ciclo de vida das espécies.
Do G1 MA
Pesquisa “Ecologia e Conservação de Tartarugas do Estado do Maranhão” é realizada há 13 anos (Foto: Divulgação/Secom) |
Projeto realizado pela pesquisadora Larissa Nascimento Barreto, em parceria com alunos dos cursos de Biologia e Oceanografia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), visa a preservação das tartarugas marinhas presentes no estado. De acordo com estudiosos do universo da espécie, a cada mil filhotes do animal que nascem no litoral brasileiro, apenas uma vai alcançar a idade reprodutiva, aos 30 anos.
O trabalho de pesquisa, que este ano conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento Científico do Maranhão (Fapema) é realizado em São Luís, Barreirinhas, Balsas, na Ilha do Caju e na Baixada Maranhense, e conta também com a participação de alunos de mestrado e do professor doutor Juarez Pezzuti, da Universidade Federal do Pará (UFPA) e do doutor George Rebelo, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).
Há 13 anos a pesquisadora Larissa Nascimento desenvolve a pesquisa “Ecologia e Conservação de Tartarugas do Estado do Maranhão”. Até agora, ao longo desse tempo, duas espécies são mais observadas: a Kinosternon scorpioides (jurara) e Trachemys adiutrix (capininga), na área de estudo chamada Ilha de Curupu.
“Das duas espécies, temos dados de estrutura populacional que mostra a variação do número de machos e fêmeas e de diferentes classes de tamanho ao longo dos meses. Esses dados nos ajudam a observar se as populações estão em equilíbrio ao longo desses 13 anos”, explicou a pesquisadora Larissa Barreto.
A cada mil filhotes do animal que nascem no litoral brasileiro, apenas uma vai alcançar a idade reprodutiva (Foto: Divulgação/Secom) |
O levantamento, também, apurou a forma como as espécies se alimentam (a maioria é herbívora quando adultas e carnívoras quando jovens) e analisou as glândulas reprodutivas para saber a idade de maturação sexual das tartarugas. Esses resultados vão servir como base para a conservação e medidas de manejo mais adequadas para as espécies, em princípio, àquelas que estão na zona costeira.
“Ao longo dos 13 anos foram observados vários impactos, principalmente morte em redes de pesca. Os trabalhos com as espécies marinhas se concentram em observar encalhes e as causas da morte”, informou a pesquisadora.
Desafios
Os pesquisadores elencam os maiores desafios para a continuidade do projeto como, por exemplo, a realização do estudo de ecologia de ninhos. De acordo com a pesquisadora Larissa Barreto, esse estudo vai ajudar na observação do ciclo de vida das tartarugas desde o período de incubação, passando pelo número de ovos, a postura até a taxa de mortalidade dos recém-nascidos. “Isso não foi possível ainda, pois não conseguimos encontrar um número suficiente para a realização das análises”, afirmou.
Para chegar a esse processo, rádios (telemetria) estão sendo instalados para acompanhar as fêmeas no momento da desova para facilitar o encontro dos ninhos e coletar os dados das tartarugas.
Apoio
A pesquisa “Ecologia e Conservação de Tartarugas”, apoiada pela Fapema, está em vigência desde 2000 e foi aprovada pelo Edital Universal em alguns anos e, também, pelo edital Rebax - Projeto Rede de Pesquisa da Baixada Maranhense.
A intenção é que com o novo aporte de recursos, pesquisas sejam realizadas no município de Paulino Neves, para a ecologia de alimentação, além de difundir os estudos na Baixada Maranhense.
Fonte: G1
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