O crocodilo tem o corpo coberto de escamas, seu dorso formam grandes placas ósseas que podem deter até a mordida de um leão. De fato a mordida dos crocodilos é mais forte que a do leão e até mesmo do tubarão branco.
Apesar de pesar cerca de 750kg, seu músculo mastigador é extremamente forte. Seu músculo mastigador é esbranquiçado com pouco fluxo sanguíneo e se projeta de trás da cabeça descendo pela mandíbula permitindo uma mordedura forte e rígida.
Da mesma forma que seus parentes gaviais tem a boca adaptada a pesca e os crocodilos em tem seus dentes projetados para caçar animais terrestres e não mastigá-los.
O crocodilo tem outras três características interessantes; a primeira é o seu sistema digestório.
O crocodilo tem duas estratégias de ataque a presa; a corrida da morte e o ataque lateral, que vem acompanhado do o giro da morte. A corrida é um sistema de ataque em que o crocodilo se projeta para frente. No lamaçal ou em um terreno em declínio ele desliza a barriga no chão em um movimento primitivo. Sua corrida é um resquício da época dos dinossauros e só é possível graças a seus joelhos capazes de rotacionar.
O ataque lateral é feito com a dobra do pescoço para o lado formando um ângulo de 180 graus e é acompanhado com o giro da morte que destronca o pescoço da presa ou afoga-a rapidamente.
Ambos os mecanismos ocorrem graças a musculatura da cauda. Durante o ataque, ou o giro da morte o crocodilo mantém a boca aberta sem se afogar. Isso ocorre porque a base de sua língua sobe e se encosta ao teto da boca. Com o fechamento da base da língua os canais nasais se juntam com a traqueia atrás dessa glote fechada e projetam o ar do focinho até a traqueia e pulmões.
Um mecanismo de válvula fascinante que demorou cerca de 200 milhões de anos para aparecer.
Uma evidencia desse mecanismo é a diversidade de sistemas de respiração que foram encontradas em diferentes crocodilianos fósseis. Classificados assim como Eusuchios, mesosuchios e protosuchios.
A) Protosuchia, B) Mesosuchia, C) Eusuchia |
Seu sistema respiratório é único na natureza.
Os crocodilianos respiram 4 vezes mais ar que o homem. Seu fígado funciona como um pistão podendo ser arrastado com a inflação do pulmão. Pode ficar imerso cerca de meia hora.
Do ponto de vista evolutivo a artéria aorta direita ou esquerda é perdida dependendo da posição evolutiva que o animal pertence, isso é evidente em anfíbios e exceto em mamíferos.
No caso dos crocodilos pode haver resquício de uma aorta extra. A aorta extra desvia o fluxo para o sistema digestório para misturar o dióxido de carbono com soluções e produzir substâncias ácidas que auxiliem na digestão.
Mas o mais interessante nos crocodilianos é o que ocorre em sua respiração durante o mergulho e que realmente desafia os biólogos evolucionistas a produzir teorias que expliquem tal mecanismo.
Nos répteis não crocodilianos os átrios do coração são separados e os ventrículos parcialmente divididos e mesmo assim o sangue oxigenado pouco se mistura com o sangue venoso (pobre em oxigênio). Apresentando assim uma circulação dupla bem desenvolvida.
Nos crocodilianos, ambas as câmaras cardíacas estão divididas. Essa separação peculiar permite que o arco aórtico origine-se no ventrículo direito, portanto recebe sangue venoso.
Há um orifício que conecta os dois arcos aórticos e mesmo assim o sangue não se mistura. Assim, durante o mergulho o crocodilo conduz um tipo de respiração peculiar porque sua circulação se modifica de tal modo que o fluxo de sangue para os pulmões diminui e o débito cardíaco do ventrículo direito é ejetado para o arco aórtico esquerdo através dessa uma junção chamada de anastomose.
Esse mecanismo de redirecionamento do fluxo sanguineo na natureza é único e permanece um mistério, mas evidencia como mesmo elefantes sendo maiores e mais recentes filogeneticamente tem sua fisiologia simples quando comparada com crocodilianos que são mais antigos cerca de 140 milhões de anos.
A complexidade surge não como regra. A regra é a sobrevivência do mais apto e se aptidão significar a modificação de seu nariz em uma tromba ou utilizar um canal circulatório alternativo então a sobrevivência esta garantida.
Fonte: Net Nature (com alterações)
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