O Cerrado apresenta uma fauna de répteis squamata de grande diversidade. Estudos recentes apontam para a existência de mais de 115 espécies de serpentes, 59 lagartos e 25 anfisbenas em todo o Bioma. Porém, essas informações estão em fase de revisão e, de acordo com informações não publicadas fornecidas por pesquisadores especialistas, após o término de um estudo em andamento, esses números vão se tornar ainda maiores. Ao contrário do que se pensava nas décadas passadas, é grande o número de espécies endêmicas, ou seja, que ocorrem apenas no Cerrado, principalmente entre os anfisbenídeos, em que praticamente 50% das espécies são endêmicas. Os anfíbios do Cerrado apresentam além da grande diversidade, um alto grau de endemismo, sendo 32 das 113 espécies restritas ao Bioma. Tanto para os répteis quanto para os anfíbios existem diversas espécies não descritas, provavelmente endêmicas do Cerrado, tornando necessários inventários em áreas pouco exploradas, além de estudos taxonômicos detalhados para que todas essas questões sejam resolvidas.
As espécies de répteis do Cerrado apresentam forte associação com o tipo de fisionomia, e a maioria habita ambientes abertos de campos e cerrados. Porém existem outras espécies restritas a ambientes florestais, e um número pequeno de espécies mais generalistas com relação ao hábitat. Com isso, são verificados altos índices de diversidade beta, definida como a substituição ( turnover ) de espécies entre diferentes hábitats numa mesma região, resultando, em última instância, em comunidades de alta riqueza e diversidade total. Portanto, para conservar esta fauna altamente diversificada e especialista, é necessário que as áreas destinadas à preservação apresentem todas as unidades do mosaico de fitofisionomias em uma região.
A forte associação de determinadas espécies com a estrutura do hábitat no caso dos répteis e, especialmente, a necessidade de água de boa qualidade para reprodução dos anfíbios os tornam bons indicadores de status de conservação dos hábitats. Os anfíbios anuros, devido ao seu ciclo de vida constituído por uma fase larval aquática e adulta exposta ao ar, são um dos grupos mais afetados pelas agressões ao meio ambiente, o que tem levado muitas espécies à extinção ou perda de populações; esta dependência em relação a ambientes úmidos dificulta a sobrevivência de muitas das espécies em locais modificados pelo homem, condicionando a estrutura das comunidades de anfíbios ao status de conservação de seus hábitats.
Fonte: http://www.pequi.org.br/cerredo_herpetofauna.html
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