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Os restos de dinossauro carnívoro, Tralkasaurus cuyi, que viveu na Patagônia Argentina há 90 mil anos - Imagem: AFP/Museu Argentino de Ciências Naturais |
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Os restos de dinossauro carnívoro, Tralkasaurus cuyi, que viveu na Patagônia Argentina há 90 mil anos - Imagem: AFP/Museu Argentino de Ciências Naturais |
Paul Rincon
Da BBC News
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Cientistas
descobriram o menor dinossauro já encontrado. A nova espécie foi
descrita por uma pessoa da equipe como o "fóssil mais estranho" em que
ela já trabalhou.
O espécime, encontrado no norte de Mianmar, consiste em um crânio de pássaro preso em um âmbar de 99 milhões de anos.
Em artigo na revista científica Nature, os pesquisadores relatam que o dinossauro teria o tamanho semelhante ao de um beija-flor abelha — o menor pássaro existente.
A descoberta impressionante pode lançar luz sobre como os pequenos pássaros evoluíram a partir dos dinossauros, que geralmente eram bem maiores.
Enquanto os menores dinossauros, como o Microraptor — que era parecido com um pássaro —, pesavam centenas de gramas, o beija-flor abelha, por exemplo, pesa apenas 2 gramas.
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(Foto: Han Zhixin) |
"Os animais que se tornam muito pequenos precisam lidar com problemas específicos, como encaixar todos os órgãos sensoriais em uma cabeça muito pequena ou manter o calor do corpo", afirmou o professor Jingmai O'Connor, da Academia Chinesa de Ciências de Pequim.
A nova espécie, apelidada de Oculudentavis khaungraae, parece ter lidado com esses desafios de maneiras incomuns.
Por exemplo, a estrutura ocular do animal surpreendeu os cientistas.
Os pássaros têm um anel de ossos, o anel escleral, que ajuda a sustentar o olho. Na maioria das aves, os ossos individuais, chamados ossículos esclerais, são simples e razoavelmente quadrados.
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Uma tomografia computadorizada do crânio de Oculudentavis khaungraae (Foto: Li Gang) |
Mas nos Oculudentavis, eles são em forma de colher, uma característica anteriormente encontrada apenas em alguns lagartos.
Os ossos do olho formariam um cone, como nas corujas. Isso indica que esse dinossauro tinha uma visão excepcional.
Mas ao contrário das corujas, os olhos ficavam ao lado e a abertura no centro dos ossículos era estreita, o que restringiria a quantidade de luz que entra no olho. Isso fornece fortes evidências de que o Oculudentavis estava ativo durante o dia.
Além disso, os olhos da criatura se projetavam para fora do crânio de uma maneira que não é vista em nenhum outro animal vivo, dificultando a compreensão exata de como seus olhos funcionavam.
"É o fóssil mais estranho que já tive a sorte de estudar", explicou O'Connor. "Adoro como a seleção natural acaba produzindo formas tão bizarras. Também temos muita sorte de que esse fóssil tenha sobrevivido e sido descoberto 99 milhões de anos depois".
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Han Zhixin) |
Como o novo espécime consiste apenas em um crânio, não é claro o entendimento de como ele pode estar relacionado à evolução dos pássaros. Algumas características do crânio são como as dos dinossauros, enquanto outras são parecidas com as de pássaros que existem hoje na natureza.
Os pesquisadores dizem que o notável conjunto de características do espécime descoberto poderia ter evoluído tanto pelas restrições da miniaturização quanto pela especialização em um estilo de vida específico.
A mandíbula do dinossauro tinha um número surpreendentemente grande de dentes. Isso pode sugerir que, apesar de seu tamanho minúsculo, o Oculudentavis era um predador que comia insetos.
Alguns tecidos moles também foram preservados com o crânio, notadamente os restos da língua do animal, o que poderia fornecer mais informações sobre sua biologia.
A descoberta destaca o incrível potencial do âmbar em preservar exemplares fósseis que, de outra forma, não teriam sobrevivido.
O co-autor da pesquisa, Luis Chiappe, do Museu de História Natural do Condado de Los Angeles, afirmou: "É uma sorte que essa pequena criatura tenha sido preservada em âmbar, pois esses animais pequenos e frágeis não são comuns no registro fóssil."
"Essa descoberta é emocionante porque nos dá uma imagem dos pequenos animais que viveram em uma floresta tropical durante a era dos dinossauros".
A localização geográfica da descoberta pode ter algo a ver com o processo de miniaturização, dizem os cientistas.
O isolamento em âmbar envolve frequentemente animais que evoluem com tamanho corporal menor, com alguns exemplos notáveis ocorrendo nas ilhas.
Curiosamente, acredita-se que o âmbar de Mianmar tenha se formado em um antigo ponto da ilha.
Fonte: BBC News
Réptil pré-histórico viveu há mais de 230 milhões de anos e foi encontrado em cidade no interior do Rio Grande do Sul
Guilherme Carrara, do R7![]() |
Fóssil da espécie Dynamosuchus collisensis foi encontrado no Rio Grande do Sul (Divulgação/Márcio L. Castro) |
Uma nova espécie de dinossauro encontrada no Brasil foi apresentada em estudo publicado nesta sexta-feira (31). O réptil pré-histórico viveu há 230 milhões de anos e ainda foi pouco estudada por ser raro de se encontrar fósseis.
A pesquisa foi resultado da parceria da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, com a Virginia Tech, nos EUA, e o Museu de la Plata, na Argentina. O fóssil da espécie Dynamosuchus collisensis foi encontrado pelo paleontólogo da UFSM, Rodrigo Temp Müller, no município de Agudo (RS), durante visita a um sítio de escavação em março de 2019.
Esta é apenas a quarta vez que um fóssil desse dinossauro foi encontrado em todo o mundo, sendo que que a última vez foi há 50 anos, na Argentina. Os outros dois foram encontrados no século 19, na Escócia.
Uma das características desse grupo de réptil pré-históricos é o formato do focinho, que era alongado e projetado mais para a frente do que a mandíbula. Os dois dentes inferiores também são característicos por serem bem grandes e terem uma carapaça. O Dynamosuchus seria um “primo” do crocodilo, já que existe parentesco na cadeia evolutiva, mas não diretamente.
Os estudos anteriores indicam que esse dinossauro era terrestres e se locomovia com as quatro patas, mas podia se levantar usando apenas as patas traseiras em alguns casos.
Segundo Müller, o Dynamosuchus provavelmente era um necrófago, o que é extremamente raro no Período Triássico. Sua dieta era baseada em procurar por corpos de outros animais e até de outros dinossauros mortos.
“A descoberta do fóssil foi feita em uma das visitas a um sítio fossilistico. Nós já tínhamos encontrado um pedaço da carapaça do réptil e eu comecei a escavar ao redor com cuidados até encontrar o fóssil. Ele teria cerca de 2 metros e foi o primeiro da espécie encontrado no Brasil”, disse Rodrigo Müller ao R7.
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Local de pesquisa em Agudo (RS) - Divulgação/Jossano Morais |
Müller ressalta a importância do estudo divulgado para a paleontologia Brasileira. "A descoberta reforça a ideia de riqueza de fósseis aqui no Brasil. Já fazia 50 anos desde a última vez. Agora abre a oportunidade de encontrar outros grandes fósseis.”
O brasileiro ressalta que a coleta de materiais foi feita totalmente pela equipe da UFSM e que a parceria com outros pesquisadores é apenas para a troca de informações e não financeira.
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Comparação entre o dinossauro e o ser humano (Divulgação/Rodrigo Temp Müller) |
O professor afirma que sua equipe segue coletando dados. A próxima fase da pesquisa ira estudar como o animal se locomovia e vivia a partir de estudos de biomecânica do animal. Em breve, será possível saber a força e velocidade das mordida.
“Essa pesquisa mostra que temos um potencial muito grande de fósseis. Mesmo jovens que gostaria de entrar na área tem muita coisa para estudar. Vão haver várias outras descobertas para os próximos anos”, ressalta para quem tem interesse em estudar paleontologia ou entrar para a área nos próximos anos.
Fonte: Portal R7
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Estudo descobriu que envenenamento por mercúrio pode ter se somado à queda de asteroide e maciças erupções acabaram como causa da extinção dos dinossauros Imagem: Getty Images |
Helton Simões Gomes
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Penas fossilizadas são encontradas na Austrália Imagem: Reprodução/NatGeo/MELBOURNE MUSEUM |
Dez fósseis preservados de penas encontrados na região de Koonwarra, na Austrália, representam a primeira evidência que dinossauros com penas viveram nos polos da Terra, apontaram paleontologistas em novo estudo que será divulgado no jornal Gondwana Research. As penas têm 118 milhões de anos e são do começo do período Cretáceo, quando a Austrália era localizada mais ao sul e se juntava à Antártida no Polo Sul do planeta. Segundo a pesquisa, mesmo que o clima fosse mais quente do que atualmente na Antártida, os dinossauros devem ter desenvolvido penugem para enfrentar épocas mais frias.
"As penas fósseis nunca foram encontradas em ambientes polares antes", diz o co-autor do estudo, Benjamin Kear, paleontologista da Universidade de Uppsala, na Suécia. "Nossa descoberta mostra pela primeira vez que uma grande variedade de dinossauros emplumados e pássaros primitivos capazes de voar habitavam as antigas regiões polares". Ossos fossilizados já foram encontrados nos extremos do planeta, mas nunca a presença de penas. Fósseis de uma espécie extinta de pinguim que indicava penas foi encontrada no Peru, mas tinham apenas 36 milhões de anos, quando a região ainda se encontrava ainda mais ao norte.
Encontrar penas no período Cretáceo nesta parte da Austrália é, portanto, uma pista vital para os muitos usos que os animais antigos encontraram para essas distintas coberturas corporais, desde o acasalamento até o voo. Nesse caso, as penas podem ter sido importantes para o isolamento, permitindo que pequenos dinossauros carnívoros sobrevivessem aos difíceis meses de inverno.
Fonte: UOL
Gnathovorax significa mandíbulas vorazes, característica que reforça o perfil de caçador do dinossauro
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TV CAMPUS/UFSM/REPRODUÇÃO/JC |
O Rio Grande do Sul acrescentou mais um registro ao seu currículo de habitat de dinossauros. O grupo de pesquisa que reúne Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Universidade de São Paulo (USP) divulgou que encontrou um esqueleto da espécie Gnathovorax cabreirai, com origem de aproximadamente 230 milhões de anos.
A descoberta, feita em escavações em 2014 em São João do Polêsine, na região Central do Estado, foi publicada no periódico internacional PeerJ. Segundo os pesquisadores da UFSM e USP, o fóssil achado é um dos mais antigos do mundo.
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Esqueleto na rocha mostra a descoberta em escavações em 2014 no Centro do Estado. Foto: UFSM/Divulgação |
Fóssil encontrado em Uchoa (SP) já está em fase final de preparação e ficará exposto no Museu de Paleontologia Pedro Candolo.
Por Carolina Paschoalon*
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Vértebra de dinossauro é encontrada no interior de SP — Foto: Arquivo Pessoal |
Segundo o biólogo Leonardo Silva Paschoa, ele e a equipe do Museu de Paleontologia Pedro Candolo, de Uchoa, estavam em uma expedição em uma área que há mais de 100 milhões de anos era terra dos dinossauros.
“Em um barranco tem uma rocha que é da formação muito antiga, então era onde eles [dinossauros] ficavam. Nós sempre voltamos ao local para fazer buscas”, contou o biólogo.
De início, Leonardo pensou que se tratava de uma pedra, mas quando ele e os amigos escavaram a rocha, perceberam que se tratava de uma vértebra de dinossauro.
O pedaço ósseo de dinossauro foi levado para o laboratório do museu para análise, onde foi constatado que se tratava de 20 centímetros da cauda de um titanossauro.
"É muito comum encontrar fóssil dessa espécie na região. Já encontramos outras vértebras, partes do braço. Vamos agora tentar montar uma arte de como seria essa espécie", diz Leonardo.
A espécie é conhecida por ter um pescoço longo e é herbívoro. O fóssil já está em fase final de preparação e ficará exposto no Museu de Paleontologia Pedro Candolo, em Uchoa.
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Biólogo Leonado Paschoa com fóssil de titanossauro — Foto: Arquivo Pessoal |
Região tinha o Thanos
Em Uchoa há um museu de paleontologia porque na região há um sítio arqueológico que vem sendo descoberto pelos pesquisadores. Uma das descobertas mais recentes, foi a de uma nova espécie de dinossauro, batizada de Thanos Simonattoi.
Thanatos é um termo grego que personifica a morte e que também dá nome ao vilão Thanos, da franquia de quadrinhos Marvel. Já Simonattoi é uma homenagem ao sitiante Sérgio Simonatto, que ajudou a encontrar o fóssil.
Esta descoberta foi divulgada em dezembro do ano passado. Segundo os pesquisadores, Thanos Simonattoi tinha cerca de 5 metros de comprimento e disputava com outros carnívoros o topo da cadeia alimentar na região de Ibirá há 80 milhões de anos.
A descoberta consiste na primeira espécie descrita para a região de Ibirá e também de dinossauro carnívoro conhecida para o cretáceo da região sudeste.
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Dinossauro recém-batizado foi encontrado na região de Rio Preto — Foto: Divulgação |
Fonte: Portal G1
Animal tinha mais de 9 metros de comprimento e pesava ao menos 3,5 toneladas.
Por Reuters
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Reconstrução de cabeça de dinossauro por meio de fóssil encontrado na Tailândia — Foto: Soki Hattori and Duangsuda Chokchaloemwong/Handout via Reuters |
Fósseis de um grande dinossauro carnívoro que era um imponente predador há cerca de 115 milhões de anos foram desenterrados na Tailândia. A descoberta ajuda a entender o animal que está entre os primeiros membros de um grupo de dinossauros conhecidos por seus dentes similares a de tubarões, usados para rasgar carnes.
Cientistas afirmaram nesta quarta-feira (9) que o dinossauro, chamado Siamraptor suwati, tinha mais de 9 metros de comprimento e pesava ao menos 3,5 toneladas.
O Siamraptor, maior dinossauro carnívoro já descoberto na Tailândia, viveu durante o período cretácico em um ambiente centrado em um sinuoso sistema fluvial e se alimentava de dinossauros herbívoros, disseram os pesquisadores.
O paleontólogo Duangsuda Chokchaloemwong, da Universidade Nakhon Ratchasima Rajabhat e do Museu de Fósseis Khorat, na Tailândia, disse que esqueletos parciais de quatro dinossauros da espécie foram encontrados em Korat, na Tailândia.
Os fósseis incluem partes do crânio, espinha dorsal, membros, quadris e dentes.
"O Siamraptor é o maior predador neste ambiente e, logo, pode ser o maior predador daquele período no tempo", disse o paleontólogo Soki Hattori, da Universidade da Prefeitura de Fukui e do Museu de Dinossauros da Prefeitura de Fukui, no Japão.
Fonte: Portal G1