Imagem ilustrativa do Changyuraptor yangi, dinossauro de 125 milhões de anos (S. Abramowicz, Dinosaur Institute, NHM/VEJA) |
Um grupo de cientistas americanos e chineses divulgou nesta terça-feira a descoberta da maior espécie de dinossauro com "quatro asas". Batizado de Changyuraptor yangi, ele viveu há 125 milhões de anos, é coberto de penas e tem uma cauda com 30 centímetros, que representa cerca de 25% de seu comprimento de 1,2 metro. O C. yangi é 60% maior que o Microraptor zhaoianuso, dinossauro de quatro asas que detinha o recorde de tamanho. O fóssil foi achado no nordeste da China, região que tem se mostrado rica em vestígios fósseis de dinossauros com penas.
As penas do C. yangi cobrem a cauda, as asas e as patas — por isso o animal parece ter quatro asas. Todas essas plumas levam os pesquisadores a acreditar que esse tipo de dinossauro poderia ser capaz de voar ou pelo menos planar, como as galinhas. O C. yangi faz parte dos terápodos, dinossauros conhecidos como ancestrais das aves.
"Várias características que por muito tempo associamos aos pássaros evoluíram, na verdade, nos dinossauros, muito antes que os primeiros pássaros tenham surgido. Entre elas, traços como os ossos pneumáticos [dotados de cavidades], a capacidade de construir ninhos, as penas e, possivelmente, o voo", afirma Alan Turner, pesquisador da Universidade Stony Brook, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo.
O voo dos dinossauros — Segundo as teorias mais aceitas na comunidade científica, as aves evoluíram a partir de um grupo de dinossauros que viveu há cerca de 120 ou 130 milhões de anos. Esse conceito vem do século XIX, quando foi descoberto na Alemanha o fóssil de um animal chamado Archeopterix, que exibia características de aves e dinossauros.
Nas últimas décadas, uma série de descobertas de dinossauros cobertos de penas aumentou o conhecimento dos cientistas sobre os ancestrais dos pássaros. A longa cauda do Changyuraptor revelado nesta terça-feira, por exemplo, poderia exercer um papel fundamental para o controle do voo, reduzindo a velocidade no momento do pouso.
"O novo fóssil documenta que o voo dos dinossauros não estava limitado a animais pequenos, mas também aos de tamanho maior", afirma Luis Chiappe, paleontólogo do Museu de História Natural de Los Angeles (NHM), nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo. "Ainda precisamos de mais evidências para compreender as nuances do voo dos dinossauros, mas o Changyuraptor nos oferece um grande salto para esse conhecimento."
Fonte: Veja
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