Uma equipe internacional, que inclui um brasileiro, descobriu uma nova espécie de pterossauro, do grupo dos tapejarídeo, animais com cristas enormes e que até então, não tinham sido encontrados na Europa. Fósseis de tapejarídeos já foram encontrados na China, África e no Brasil. A descoberta reforça a ideia de que estes répteis alados teriam contribuído com a disseminação das angiospermas (plantas que têm fruto) no mundo.
“Estes animais viveram entre 125 e 100 milhões de anos, na mesma época que ouve a explosão das angiospermas, grupo de plantas domina o mundo até hoje”, disse Alexander Kellner, paleontólogo brasileiro do Museu Nacional do Rio de Janeiro (UFRJ). O pesquisador explica que, exceto no caso encontrado na África, os fósseis encontrados nos sítios arqueológicos na China, Brasil e Espanha estavam próximos de vestígios de angiospermas.
“A descoberta de um tapejarídeo na Europa também só reforça a ideia de que eles teriam atuado na dispersão das angiospermas, levando sementes das plantas para outros lugares, por exemplo,”, disse o paleontólogo que foi responsável pela descoberta de um fóssil de tapejarídeo na Bacia do Araripe, no nordeste brasileiro, em 1989.
O animal, que recebeu o nome de Europejara olcadesorum, media cerca de 1,5 metro e apresentava uma enorme crista sobre a mandíbula. Ele não possuía dentes e se alimentava utilizando o bico.
Kellner destaca que o fato de ser um tapejarídeo “naturalmente desdentado” faz desse pterossauro o mais antigo com essa característica. Isto demonstra que a perda de dentes nos pterossauros é mais antiga do que se supunha e deve estar ligada ao desenvolvimento de novas estratégias alimentares.
“Acreditamos que eles se alimentavam de fruta, mas isto só será possível descobrir a partir de exames do conteúdo estomacal poderiam confirmar essa hipótese”, disse. (Fonte: Portal iG)
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