quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Dinossauros poderiam estar vivos se asteroide tivesse atingido outro lugar

Os dinossauros reinaram de maneira suprema por mais de 160 milhões de anos. Sua dinastia chegou a um fim cataclísmico 66 milhões de anos atrás quando um asteroide caiu na Península de Yucatán, no México, em um local hoje conhecido como cratera Chicxulub, preparando o caminho para que os mamíferos --e eventualmente os humanos-- herdassem a Terra.

Mas se o impacto extraterrestre tivesse acontecido praticamente em qualquer outro lugar, como no oceano ou no meio da maioria dos continentes, alguns cientistas agoradizem que é possível que os dinossauros tivessem sobrevivido à aniquilação . Apenas 13% da superfície da Terra abrigava os ingredientes necessários para transformar a colisão cósmica nesse evento específico de extinção em massa, segundoum estudo publicado no jornal "Scientific Reports". 


A cratera de Chicxulub está soterrada debaixo da Península de Iucatã, no México

"Acho que os dinossauros poderiam estar vivos ainda hoje" se os asteroides tivessem caído em outro lugar, afirmou por e-mail Kunio Kaiho, paleontologista da UniversidadeTohoku do Japão e autor principal do estudo.

Outros pesquisadores questionaram as descobertas.
Quando o asteroide, que tinha o diâmetro de cerca de metade do comprimento de Manhattan, atingiu a costa do México, encontrou uma fonte rica de enxofre e hidrocarbonetos, ou depósitos orgânicos como combustíveis fósseis , segundo os pesquisadores.

Temperaturas muito quentes no impacto da cratera teriam colocado fogo nos combustíveis. A combustão teria lançado fuligem e enxofre na estratosfera em quantidades suficientes para apagar o sol e mudar o clima, colocando em movimento o colapso de ecossistemas inteiros e a extinção de três quartos de todas as espécies da Terra.

Uma das coautoras de Kaiho, Naga Oshima criou um modelo que simulou um impacto do asteroide que ejetou quantidades variáveis de fuligem da rocha. Apenas as áreas com mais hidrocarbonetos lançaram fuligem suficiente na estratosfera para esfriar o clima a níveis catastróficos. 
87% da superfície da Terra, lugares como o que hoje são a Índia, a China, a Amazônia e a África, não teriam concentrações em quantidade suficiente de hidrocarbonetos para selar o destino do dinossauro.

Mas, se o asteroide tivesse batido nas áreas costais marinhas cheias de algas, como o que hoje é a Sibéria, o Oriente Médio e a costa leste da América do Norte, o estrondo teria sido tão devastador para os dinossauros e para a vida na Terra quanto o impacto em Chicxulub.

Fonte: UOL

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Extinção de dinossauros pode ter sido questão de azar, diz estudo

Trabalho conclui que destruição em massa só ocorreu porque asteroide atingiu uma área rica em matérias orgânicas, que corresponde a 13% do planeta


A área atingida pelo asteroide levantou uma enorme nuvem de fuligem, que bloqueou a passagem dos raios solares e provocou quedas drásticas das temperaturas, levando à morte de várias espécies (Divulgação/iStock)

A extinção dos dinossauros pode ter sido uma questão de azar – ao menos é o que sugere um estudo divulgado nesta quinta-feira no periódico Scientific Reports. Os pesquisadores afirmam que um asteroide como aquele que atingiu a Terra há 66 milhões de anos só poderia levar à cadeia de eventos catastróficos que causou uma extinção em massa se tivesse caído em regiões ricas em hidrocarbonetos (compostos orgânicos de carbono e hidrogênio), que correspondem a apenas 13% da área do planeta. Em outras palavras, era muito mais provável que a extinção não tivesse ocorrido – mas parece que os animais pré-históricos não tiveram muita sorte.

“O local de impacto do asteroide mudou a história da vida na Terra”, escrevem os pesquisadores no estudo, liderados por Kunio Kaiho, da Universidade de Tohoku, no Japão. Segundo a equipe, o maior problema da queda dessa rocha gigante, que criou uma cratera de 180 quilômetros em um território onde hoje fica o México, não foi o impacto da colisão. Claro, muitos animais morreram na hora, mas a maior catástrofe veio depois, quando a energia gerada pela colisão começou a aquecer a matéria orgânica presente nas rochas e a liberá-la na atmosfera. Isso acabou causando uma espécie de nuvem de fuligem, que bloqueou os raios solares e provocou uma queda tão drástica das temperaturas que os animais não conseguiram resistir.

Kaiho e sua equipe basearam seus resultados em um modelo climático global, calculando as anomalias de temperatura causadas pela fuligem na estratosfera e medindo a quantidade de hidrocarbonetos nas regiões ao redor do impacto.

De acordo com os resultados, a fuligem liberada provocou um resfriamento global de 8ºC a 11ºC, e as temperaturas da água do mar despencaram para valores de 5ºC a 7ºC. As chuvas também foram afetadas: a precipitação caiu entre 70% e 85% em relação a antes do evento.

Os pesquisadores concluíram que esses eventos de extinção em massa só teriam ocorrido se o asteroide tivesse atingido algumas das áreas ricas em hidrocarbonetos. Se o impacto acontecesse em qualquer outra parte – ou seja, nos 83% de área restantes –, a fauna e flora do Mesozoico teria sobrevivido, quem sabe, até os dias atuais.

Fonte: Veja

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Mamíferos se tornaram diurnos após extinção de dinossauros

O trabalho confirma uma das teorias evolutivas mais antigas, que afirmava que o antepassado comum de todos os mamíferos era um animal noturno


Os antepassados dos símios primatas – gorilas, gibões e saguis – estão entre os primeiros mamíferos que abandonaram totalmente a vida noturna (JACK GUEZ/AFP)

Os mamíferos se tornaram animais diurnos pouco depois do desaparecimento dos dinossauros, há 66 milhões de anos, apontou um estudo divulgado nesta segunda-feira na revista Nature. A pesquisa, conduzida pelo University College London (UCL, na sigla em inglês), no Reino Unido, e pelo Museu de História Natural Steinhardt, da Universidade de Tel Aviv, em Israel, estabelece o momento em que os mamíferos adotaram hábitos diurnos e detalha quais espécies primeiro mudaram de comportamento.

O trabalho confirma uma das teorias evolutivas mais antigas, que afirmava que o antepassado comum de todos os mamíferos era um animal noturno. Os cientistas ainda não conseguem afirmar que a extinção dos dinossauros foi a causa por trás da mudança de hábito dos outros animais, mas dizem que existe alguma relação. “Nos surpreendeu muito descobrir essa correlação entre o desaparecimento dos dinossauros e o começo da atividade diurna dos mamíferos. Obtivemos os mesmos resultados usando várias análises alternativas”, destacou em comunicado o principal autor do estudo, Roi Maor, da Universidade de Tel Aviv e da UCL.

Os especialistas da UCL e da Universidade de Tel Aviv analisaram dados de 2.415 espécies de mamíferos atuais usando algoritmos para reconstruir prováveis padrões de atividade de seus antepassados. Além disso, eles compararam duas árvores genealógicas diferentes de mamíferos que apresentam linhas temporais alternativas para a evolução.

Os resultados indicaram que os mamíferos se tornaram diurnos pouco depois da extinção dos dinossauros, mas os pesquisadores explicam que a mudança não ocorreu de imediato. Houve uma fase intermediária de vários milhões de anos de duração, na qual os mamíferos combinaram atividades noturnas e diurnas, coincidindo com a sequência de eventos que provocou a extinção dos dinossauros.

A equipe de Maor constatou, além disso, que os antepassados dos símios primatas – gorilas, gibões e saguis – estão entre os primeiros mamíferos que abandonaram totalmente a vida noturna. As duas linhas do tempo evolutivas, no entanto, apresentavam diferenças, o que sugere que essa mudança pode ter ocorrido em um período entre 52 milhões e 33 milhões de anos atrás.

Adaptação
Um fato que apoia a afirmação é que esses primatas são os únicos mamíferos que apresentam adaptações evolutivas para melhorar sua visão durante o dia. Sua acuidade visual e a capacidade para perceber cores, lembram os especialistas, são comparáveis às de répteis e aves diurnas, dois dos grupos de animais que sempre viveram de dia.

“É muito difícil relacionar as mudanças de comportamento de mamíferos que viveram há tanto tempo com aquelas condições ecológicas, por isso não podemos dizer que a extinção dos dinossauros provocou esse começo da atividade diurna. Porém, vemos uma clara relação nas descobertas”, explicou a pesquisadora Kate Jones, da UCL.

Tamar Dayan, da Universidade de Tel Aviv, destacou a importância de analisar grandes quantidades de informação sobre o comportamento dos mamíferos antepassados e atuais, já que os registros fósseis de animais que viveram há milhões de anos são muito limitados.

“É preciso observar um mamífero atual para ver se ele é ativo durante o dia ou a noite. Os fósseis dos mamíferos normalmente sugerem que eles eram noturnos, inclusive se não fossem assim. Muitas das ações subsequentes de nos permitiram viver com a luz do dia estão em nossos tecidos”, ressaltou Dayan.

Fonte: Veja

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

‘Monstro marinho’ de 150 milhões de anos é encontrado na Índia

O fóssil é o primeiro ictiossauro descoberto no país; América, Europa e Austrália já tiveram registros da espécie identificados


Fóssil quase intacto de um possível ictiossauro, grupo de répteis marinhos que representavam alguns dos maiores predadores aquáticos na era dos dinossauros (Guntupalli V.R. Prasad/Reprodução)

Um esqueleto fossilizado de um gigantesco réptil marinho pré-histórico foi encontrado no distrito de Kachchh, na Índia, anunciaram paleontólogos nesta quarta-feira. A suspeita é que ele pertença a um ictiossauro (do grego, “lagarto-peixe”) que viveu há 150 milhões de anos. Se a espécie for confirmada, os restos podem ser o primeiro registro de um ictiossauro jurássico no país – até então, pesquisadores só haviam descoberto fósseis semelhantes no continente americano, na Europa e na Austrália.

“Esta é uma descoberta marcante, não só porque é o primeiro ictiossauro jurássico encontrado na Índia, mas também porque ele ajuda a entender a evolução e diversidade dos ictiossauros na região entre Índia e Madagascar no contexto da Gondwana [supercontinente que reunia a maioria dos continentes do Hemisfério Sul], além de revelar a conectividade biológica da Índia com outros continentes durante o período Jurássico”, afirma em comunicado o paleontólogo Guntupalli Prasad, da Universidade de Delhi, na capital indiana.

Prasad e sua equipe publicaram a descoberta no periódico PLoS ONE. Eles ainda não confirmaram que se trata de um ictiossauro, mas acreditam que o esqueleto, que media 5,5 metros de comprimento e estava quase completo quando foi encontrado, pertence à família Ophthalmosauridae. Esses animais viveram entre 165 e 90 milhões de anos atrás.

Ao redor do gigantesco réptil, estavam fósseis de dois cefalópodes carnívoros, semelhantes a lulas, mas envoltos por conchas – os amonites e belenmites. Os padrões de desgaste dentário do predador marinho sugerem que ele se alimentava desses animais menores.

Os pesquisadores acreditam que uma identificação completa poderia informar sobre a possível dispersão oftalmosaurídea entre a Índia e a América do Sul. Eles esperam que desenterrar mais vertebrados jurássicos nesta região possam fornecer mais informações sobre a evolução dos répteis marinhos nesta parte do globo.

Fonte: Veja

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Conheça o enorme sapo de 70 milhões de anos que comia dinossauros

Cientistas descobriram que o animal tinha uma mandíbula tão poderosa quanto a de tigres e lobos


O sapo 'Ceratophrys cranwelli', parente dos sapos gigantes que viveram em Madagascar no período Cretáceo. Como a espécie pré-histórica está extinta, os cientistas realizaram testes de medida de força com seus parentes atuais e criaram uma escala (RustyClark/Divulgação)

Um sapo gigante que habitou a região de Madagascar há quase 70 milhões de anos era capaz de devorar pequenos dinossauros, afirmaram cientistas em um artigo publicado nesta quarta-feira no periódico Scientific Reports. A espécie, chamada Beelzebufo ampinga, já era conhecida pelos estudiosos, mas eles não sabiam que a mordida poderosa desse animal fazia dele um dos maiores predadores do período Cretáceo. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram a mordida de parentes sul-americanos não muito distantes dessas criaturas, os sapos do gênero Ceratophrys, também chamados sapos-de-chifre ou, mais popularmente, sapos “pacman”.

“Esta é a primeira vez que a força da mordida de um sapo foi medida”, afirma em comunicado o biólogo Kristopher Lappin, professor na Universidade Politécnica do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, e coautor do estudo. “Falando por experiência, os sapos-de-chifre têm uma mordida bastante impressionante e tendem a não deixar [a presa] ir. A mordida de um grande Beelzebufo teria sido notável, definitivamente algo que eu não gostaria de experimentar.”

Os sapos-de-chifre atuais são bem menores do que a espécie extinta, mas, graças à força de sua mandíbula, podem devorar animais do seu tamanho ou até um pouco maiores. O estudo descobriu que os menores indivíduos do gênero atual, cuja largura da cabeça mede cerca de 4,5 centímetros, podem morder com uma força de 30 newtons (N) – ou a força que exerce um peso de três quilos. Já os maiores, que possuem cabeças com até 10 centímetros de largura, conseguiriam exercer uma força quase 17 vezes maior, chegando a 500 newtons. “Isso seria como ter 50 litros de água equilibrados na ponta do seu dedo”, compara Lappin.

Fazendo as proporções, levando em consideração a força de mordida e o tamanho da cabeça e do corpo, os cientistas calcularam que os Beelzebufos – que são bastante similares aos sapos-de-chifre – poderiam morder a uma força de 2.200 newtons, um valor bem próximo da mordida de grandes predadores mamíferos, como lobos e tigres fêmea. “Com essa força, Beelzebufo teria sido capaz de dominar dinossauros pequenos ou jovens que compartilhavam seu ambiente”, diz o biólogo Marc Jones, da Universidade de Adelaide, na Austrália.

Os cientistas mediram a potência da mordida dos sapos-de-chifre usando um transdutor de força feito sob medida, um dispositivo que mede com precisão a força aplicada em duas placas cobertas de couro quando um animal tenta mordê-las.

Fonte: Veja

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Cientistas descobrem ‘monstro marinho’ de 190 milhões de anos

A criatura pertence a um grupo de predadores que dominou a cadeia alimentar marinha na região da Alemanha durante o período Jurássico


Batizada de 'Arminisaurus schuberti', a criatura pode fornecer pistas sobre a evolução dos dinossauros pertencentes à ordem Plesiosauria e ainda ajudar a compreender a diversidade dos pliossauros, uma subordem dentro desse grupo que viveu 50 milhões de anos depois (Ilustração Joschua Knüppe/Divulgação)

Uma nova espécie de predador marinho do período Jurássico, que viveu há 190 milhões de anos, foi descoberta por uma equipe de pesquisadores alemães e suecos. Os ossos fossilizados do “monstro do mar”, como foi apelidado o dinossauro extinto, foram encontrados em um poço de argila perto da cidade de Bielefeld, na Alemanha, em 1980 – mas só agora foi possível identificar a criatura, um réptil gigante que ocupava o topo da cadeia alimentar marinha na época. As descobertas foram publicadas na última semana na revista Alcheringa.

A criatura, que media cerca de três a quarto metros de comprimento, foi batizada de Arminisaurus schuberti. Ela pertencia à ordem de répteis marinhos Plesiosauria, um dos grupos de predadores mais bem-sucedidos da era dos dinossauros. “O Arminisaurus é significativo porque data um período inicial do Jurássico, do qual temos poucos fósseis de plesiossauros identificáveis”, disse o paleontólogo e autor do estudo Benjamin Kear, curador no Museu da Evolução da Universidade de Uppsala, na Alemanha. “Somente dois outros fósseis já foram nomeados dentro deste misterioso intervalo na evolução plesiossauriana, tornando o Arminisaurus uma nova peça muito importante para o registro global do grupo.”

Além disso, o estudo também mostra que os Arminisaurus compartilhavam características com pliossauros, uma subordem dentro do grupo dos plesiossauros, que viveram 50 milhões de anos depois, já no período Cretáceo. Essa informação poderia ajudar a compreender como esses animais se espalharam pelo globo e fornecer mais dados sobre a diversidade de pliossauros gigantes que habitaram a região na época.

Segundo o pesquisador, a criatura recém descoberta era relativamente pequena se comparada a outros plesiossauros, que podiam chegar a 15 metros de comprimento. Os Arminisaurus provavelmente caçavam peixes, lulas e outras pequenas presas nos antigos mares que cobriam a Alemanha milhões de anos atrás.

Os ossos do Arminisaurus estavam quebrados quando foram encontrados, graças às máquinas que atuam nas minas de extração da região. Porém, os arqueólogos conseguiram recuperar cerca de 40% do esqueleto, incluindo o crânio, algumas vértebras e ossos de membros essenciais para a classificação do animal.

Fonte: Veja

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Asteroide que extinguiu dinossauros trouxe dois anos de escuridão

Estudo detalha as mudanças climáticas decorrentes do impacto do meteorito que atingiu a Terra há cerca de 66 milhões de anos


Há 66 milhões de anos, o impacto de um asteroide de cerca de dez metros de diâmetro impediu a fotossíntese e a sobrevivência de grande parte dos seres vivos. (Divulgação/iStock)

As cinzas e fuligem dos gigantescos incêndios provocados pelo asteroide que atingiu a Terra há cerca de 66 milhões de anos deixou o planeta na escuridão por quase dois anos, afirma um novo estudo publicado na última segunda-feira. O impacto, que extinguiu os dinossauros, mudou drasticamente as condições climáticas na superfície terrestre, impedindo a fotossíntese e a sobrevivência de grande parte dos seres vivos, afirmaram os pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa do Clima dos Estados Unidos (NCAR), que contaram com o apoio da Nasa e da Universidade do Colorado em Boulder, para a pesquisa. A análise foi publicada no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).

“A extinção da maior parte dos grandes animais terrestres pode ter ocorrido logo após o impacto, mas os animais que viviam nos oceanos, que podiam se esconder em tocas subterrâneas ou, temporariamente, no fundo das águas, sobreviveram. Nosso estudo olha para a história após os efeitos iniciais – depois dos terremotos, tsunamis e aquecimento. Queríamos verificar os efeitos de longo prazo gerados pela grande quantidade de fuligem criada e quais as consequências para os animais que sobreviveram”, explica Charles Bardeen, do NCAR, e um dos autores do estudo, em comunicado.

Asteroide que extinguiu os dinossauros

A hipótese mais conhecida para a extinção dos dinossauros é que um imenso asteroide caiu na Península de Yucatán, no México, originando a cratera de Chicxulub. No entanto, não se sabe ao certo o que aconteceu após o impacto. Uma das teorias mais aceitas conta que a queda da gigantesca rocha causou a liberação de enxofre e de nuvens de ácido sulfúrico que cobriram o globo e se precipitaram em longas chuvas ácidas. Barrando a entrada de luz solar, as nuvens tornaram o ambiente escuro, o que impediu a fotossíntese e levou a uma abrupta diminuição da temperatura. Contudo, os detalhes de como se deu esse processo ainda são misteriosos.

De acordo com o novo estudo, o choque do asteroide de cerca de dez quilômetros de diâmetro provocou grandes chamas e “enormes quantidades de cinzas”, que teriam obscurecido a luz solar por quase dois anos. Por um ano e meio, a fotossíntese foi interrompida e o planeta sofreu um violento resfriamento, fatores que contribuíram para a extinção dos dinossauros.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas usaram um modelo computadorizado para simular como seria a Terra no final do Cretáceo, o que ajudaria a compreender a razão por que algumas espécies desapareceram e outras se adaptaram e sobreviveram. Mais de três quartos das espécies que viviam na Terra, incluindo todas as de dinossauros não voadores, foram extintas nessa época e há evidências que essa extinção em massa estaria ligada ao asteroide que atingiu o planeta.

A colisão, de acordo com os cientistas, desencadeou terremotos, tsunamis e erupções vulcânicas, e a força do impacto teria lançado rochas vaporizadas muito acima da superfície terrestre, onde teriam se condensado em pequenas partículas. Ao caírem novamente na Terra, esses fragmentos teriam se aquecido pela fricção até temperaturas suficientemente altas para provocar incêndios e aquecer a superfície. A simulação aponta também que as cinzas aquecidas pelo Sol subiram para a atmosfera até formarem uma barreira que bloqueou a luz solar que chegava à Terra.

“No início teria sido tão escuro como uma noite enluarada”, explicou Owen Toon, da Universidade de Colorado em Boulder, também autor do estudo, em comunicado.

Fonte: Veja

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Conheça o mais novo dinossauro ‘blindado’

Segundo pesquisadores, o 'Borealopelta markmitchelli', que viveu há 110 milhões de anos, no Canadá era o equivalente a um ‘tanque de guerra’


O novo dinossauro possuía uma pele completamente encouraçada.
(Royal Tyrell Museum of Palaeontoloy/Reprodução)

Um novo estudo revela que um fóssil encontrado no Canadá em 2011 é de uma nova espécie e gênero de dinossauro “blindado”. Batizado de Borealopelta markmitchelli, o animal que viveu há 110 milhões de anos possuía uma pele completamente encouraçada.

“Entre os dinossauros, era o equivalente a um tanque de guerra”, disse um dos autores do estudo, Caleb Brown, do Museu Royal Tyrrell, em Alberta, no Canadá. A pesquisa foi publicada nesta quinta-feira na revista científica Current Biology.

Dinossauro “blindado”

A análise feita pelos cientistas mostrou que o Borealopelta tinha 5,5 metros de comprimento e pesava mais de 1,3 tonelada. Ele pertencia à família dos nodossauros, grandes quadrúpedes herbívoros blindados que viveram no período Cretáceo (de 145 milhões a 65 milhões de anos atrás).

Todas as conclusões se basearam na análise da pele do animal. Segundo Brown, o extraordinário estado de conservação dos fósseis chamou a atenção dos pesquisadores.


Ilustração do dinossauro ‘Borealopelta markmitchelli’, que viveu há 110 milhões de anos
(Royal Tyrell Museum of Palaeontoloy/Reprodução)

“Esse nodossauro é realmente notável, por ser completamente recoberto por uma pele de grossas escamas preservadas, ainda preservadas tridimensionalmente, o que manteve o formato original do animal”, disse o cientista. “A aparência do animal é a mesma agora e no início do Cretáceo. Nem é preciso muita imaginação para reconstruí-lo. Se você olhar de relance, parece até que ele está dormindo. Ele entrará para a história da ciência como um dos mais belos e bem preservados espécimes de dinossauros.”

O estudo também mostrou que, além da blindagem, o Borealopelta exibia “contrassombra”, um tipo comum de camuflagem no qual o animal tem a parte inferior mais clara que a superior.

Segundo Brown, o fato de combinar a blindagem à camuflagem sugere que esses nodossauros sofriam grande pressão de predadores carnívoros. “A forte predação sobre um dinossauro robusto e pesadamente blindado ilustra bem como deviam ser perigosos os predadores de dinossauros do Cretáceo”, afirmou.

Descoberta por acidente

O espécime foi encontrado por acidente no dia 21 de março de 2011 por Shawn Funk, operador de uma máquina de uma mineradora localizada em Alberta. Ele notou que havia algo incomum em algumas formações rochosas do local. O Museu Royal Tyrrell foi notificado e enviou ao local uma equipe que incluía o curador de dinossauros Donald Henderson. Eles logo perceberam que as estranhas rochas continham um dinossauro blindado.

“Encontrar os restos de um dinossauro blindado que foi levado pelas águas para longe do mar já foi uma grande surpresa. O fato de estar tão bem preservado foi uma surpresa ainda maior”, disse Henderson.

Nos cinco anos e meio após a chegada do fóssil ao museu, o técnico Mark Mitchell passou mais de 7.000 horas removendo minuciosamente a rocha ao redor do espécime, para revelar seu excepcional estado de conservação. O nome da espécie do animal foi uma homenagem a Mitchell.

“Ele entrará para a história da ciência como um dos mais bem preservados espécimes de dinossauros”, disse Caleb Brown.
(Royal Tyrell Museum of Palaeontoloy, Drumheller, Canadá/Divulgação)

Fonte: Veja