A Extinção dos Dinossauros

Depois de mais de 160 milhões de anos de reinado, os dinossauros misteriosamente há 65 milhões de anos desaparecem do planeta para sempre.
O que aconteceu? . . . Afinal, um grupo que foi um verdadeiro sucesso evolucionário durante centenas de milhares de anos não podia desaparecer assim . . . e eles não foram os únicos . . . os répteis marinhos, os pterossauros, os amonites (enormes moluscos marinhos) além de muitas espécies vegetais também sumiram. E o mais intrigante: os mamíferos, as aves, os crocodilos, as tartarugas e os lagartos, que conviveram com eles sobreviveram. . .
Muito até hoje tentam explicar esse sumiço repentino. Sendo assim muitas teorias sobre essa extinção em massa foram propostas, algumas absurdas e outras bastante convincentes.

Teorias absurdas:

Incompetência e estupidez: Essa idéia foi a mais aceita no início, quando os dinossauros acabavam de ser descobertos. Os paleontólogos vitorianos acreditavam que sendo criaturas com cérebros tão minúsculos os dinossauros eram extremamente estúpidos e não tiveram competência para continuar a existir. Hoje essa teoria foi abolida. Sabemos que as coisas não são bem assim. Os tamanhos dos cérebros não medem a inteligência. Se sendo incompetentes eles viveram mais de 160 milhões de anos, imaginem se fossem inteligentes.

Tédio evolutivo: Alguns cientistas propuseram que todas as espécies tem um tempo certo de existir. Para eles os dinossauros viveram demais e já não tinham mais para onde evoluir. Assim passaram a desenvolver estruturas aberrantes e sem função como os espessos crânios dos paquicefalossauros ou as cristas exóticas dos hadrossauros. Sabemos hoje que essas estruturas desempenhavam uma função importante na vida desses animais. Assim essa teoria está descartada.

Catarata: Alguns acreditam que os dinossauros desenvolveram um tipo de catarata causada por um aumento na emissão de raios ultra-violeta na Terra. Sem poderem se guiar, podiam cair de abismos ou acabarem presos em armadilhas naturais.

Disenteria: Segunda essa teoria os dinossauros teriam desenvolvido uma doença que causavam disenteria crônica.

Praga de lagartas: Uma praga de lagartas teria dizimado todos os vegetais do planeta, acabando com a fonte de alimento dos herbívoros. 

Câncer de pele: A emissão excessiva de raios ultra-violeta teria causado câncer de pele nos dinossauros, levando-os à morte. 

Óvnis: Alguns "cientistas"(?) propuseram que os dinossauros teriam sido caçados por extraterrestres incansavelmente até a extinção. Falam também que eles podem ter preservado alguns deles e terem os levado em suas naves espaciais sabe-se lá para onde. 


Teorias possíveis:

Vulcanismo: Acredita-se que durante o final do Cretáceo, com o movimento de afastamento das placas continentais um intenso processo de vulcanismo teria lançado na atmosfera uma espessa camada de poeira de enxofre que, além de bloquear a passagem de luz do Sol com o tempo provocaria a queda das chuvas ácidas, destruindo as fontes de alimento dos dinossauros e levando-os à morte.

Frio: Com o aparecimento de estações do ano mais diferenciadas, nas épocas mais frias os dinossauros de sangue frio acabariam não agüentando e morrendo.

Mamíferos: Alguns paleontólogos acreditam que pequenos mamíferos comiam ovos de dinossauros e poderiam ter prejudicado de forma permanente o processo de reprodução dos mesmos. Realmente existiam mamíferos que poderiam se alimentar de ovos de dinossauros. Mas fazer isso a ponto de levá-los à extinção é um pouco de exagero. Seriam necessários centenas de milhões dessas criaturas para provocar esse efeito. Além disso sabemos que as mamães dinossauro não arredavam pé dos ninhos e não permitiam tão facilmente que tais ladrões obtivessem êxito.

Doenças: Propôs-se que os dinossauros desenvolveram novas doenças e que sendo migratórios por natureza acabavam levando-as para outras regiões, contaminando outros dinossauros.

Decadência gradual: A diminuição do número de espécies no final do Cretáceo leva alguns cientistas a imaginar que talvez a sua extinção se deva a uma decadência gradual do grupo. Como nesse período as mudanças ambientais eram rápidas e radicais, os dinossauros, sendo seres super-especializados sofreram com isso. Sabemos que a especialização pode ser útil para uma espécie, pois torna seus representantes mais aptos para sobreviver em determinados ambientes. Só que isso funciona só em ambientes onde não ocorrem mudanças repentinas, pois esse processo é longo e complexo. Quando ocorrem essas repentinas mudanças, os especializados são os primeiros a desaparecer. Ficam vivos apenas os não-especializados, que podem se adaptar mais rápido a qualquer ambiente. Assim no final do Cretáceo, com as mudanças rápidas, os dinossauros, pterossauros e répteis marinhos especializadas morreram, enquanto os crocodilos e tartarugas, aves e mamíferos, não-especializados, agüentaram e sobreviveram.

Meteoro: É a teoria mais aceita e difundida em todo o mundo. Uma enorme cratera de vários quilômetros de diâmetro encontrado no Golfo do México evidência que há 65 milhões de anos um enorme meteoro caiu na Terra, provocando uma explosão de impacto com potência maior que o de todas as armas nucleares juntas. A própria explosão em si matou milhares de animais não só onde houve a queda como também por milhares de quilômetros de distância. O impacto também causou um enorme maremoto que varreu todas as áreas costeiras do planeta. Causou ainda inúmeros terremotos e erupções vulcânicas que expeliram lava ( que destruiu extensas áreas do planeta) e gases tóxicos. Esses gases, juntamente com a poeira levantada pelo impacto formaram uma espessa camada ao redor de todo o planeta, que impediu a entrada de luz solar, talvez por alguns meses ou até anos. Sem a luz as plantas não podiam fazer fotossíntese e acabaram morrendo. Os dinossauros herbívoros, que necessitavam de enormes quantidades de plantas para se sustentarem acabarem morrendo de fome. Com tantas carcaças os carnívoros fizeram a festa. Só que o que é bom dura pouco. As carcaças acabaram e até eles sucumbiram. É o fim dos dinossauros. 
O mistério do desaparecimento dos dinossauros continua intrigando cientistas e leigos. É bom lembrar, porém, que esta não foi a única grande extinção em massa que varreu milhares de formas de vida da superfície do planeta.
No final do período Permiano, por exemplo, ocorreu a maior e todas as extinções, matando mais de 97% dos seres vivos da Terra.  Foi graças a esse evento que os próprios dinossauros puderam ascender como grupo dominante.
Extinções naturais em massa ocorreram com relativa freqüência ao longo da história evolutiva. Esses eventos são, apesar de catastróficos, são importantes para a manutenção da vida e através delas novas espécies podem evoluir.  
Entender os mecanismos que podem levar uma espécie, ou um grupo de espécies, à extinção é importante para entendermos o processo evolutivo e também para que possamos prever o andamento das espécies atuais.
Devemos nos lembrar de que o homem tem sido um fator crucial no atual processo de extinção. Esse processo, não-natural, já está sendo considerado o mais importante da histórica do planeta. Não podemos medir esforços para conter essa situação que, diferentemente dos episódios anteriores, pode comprometer seriamente a Terra.
Todos os seres vivos estão à mercê da extinção, incluindo os seres humanos. Entender a extinção dos dinossauros é uma forma também de prever qual será nosso futuro e se teremos condições de reverter uma possível ameaça de aniquilação.

Fonte: http://www.angelfire.com/moon/problema9/historia.htm