terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Nova espécie de dinossauro, encontrado no Ceará, é descoberta por pesquisadores estrangeiros

O Ubirajara jubatus se torna o dinossauro mais antigo da Bacia do Araripe.

Por Antonio Rodrigues

O fóssil foi encontrado em uma pedreira, entre os municípios de Nova Olinda e Santana do Cariri. — Foto: Divulgação 

Pesquisadores estrangeiros descobriram uma nova espécie de dinossauro encontrado na Bacia do Araripe, no sul do Ceará. Batizado de Ubirajara jubatus, o animal viveu no período Cretáceo, há cerca de 110 e 115 milhões de anos. O fóssil dele foi encontrado em uma pedreira, entre os municípios de Nova Olinda e Santana do Cariri, na Formação Crato, e levado para Alemanha, em 1995.

O estudo sobre a descoberta foi publicado no último mês de outubro, na revista científica Cretaceous Research.

Com tamanho aproximado de uma galinha, o dinossauro possuía uma crina ao longo do dorso e uma estrutura que se assemelha a um par de “fitas”, mas diferente de escamas, penas ou pelos. Esta característica pode ser única deste animal. “As estruturas tegumentares elaboradas provavelmente foram usadas para exibição”, aponta o grupo de pesquisadores, formado por dois ingleses, dois alemães e um mexicano.

O animal possuía monofilamentos delgados associados à base do pescoço, aumentando em comprimento ao longo da região torácica dorsal, onde eles formam uma juba, bem como um par de estruturas alongadas em forma de fita, provavelmente emergindo do ombro. “[Estas características eram] até agora desconhecidas em qualquer outro dinossauro”, completa o estudo. 

O documento destaca a espécie como um dos dinossauros com aparência mais elaborada já descritos. Segundo os pesquisadores, isso pode ajudar a entender como “aves, tais quais os pavões, herdaram sua capacidade de se exibir".

 

O documento destaca a espécie como um dos dinossauros com aparência mais elaborada já descritos. — Foto: Divulgação 


O Ubirajara jubatus faz parte da subordem de dinossauros Theropoda, tendo como parente próximo o dinossauro jurássico Compsognathus, encontrado na Europa. Seu fóssil, que é um holótipo (ou seja, peça única que serviu de base para sua descrição), está no Museu Staatliches für Naturkunde, na cidade de Karlsruhe, na Alemanha.

Questionamentos

O paleontólogo da Universidade Regional do Cariri (Urca) Álamo Feitosa exalta a descoberta, que supera o Aratasaurus museunacionali, apresentado em julho, como o dinossauro mais antigo da Bacia do Araripe.

Por outro lado, questiona como se deu a saída deste fóssil do Brasil: “Não se poderia autorizar sua exportação, por se tratar de um holótipo”.

Segundo o artigo publicado, as amostras foram levadas à Alemanha com autorização de exportação por um agente do Escritório Regional de Crato do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) — atual Agência Nacional de Mineração (ANM) — em 1º de fevereiro de 1995. “Ou esta autorização não existe ou é ilegal, porque este material não passou por nenhuma instituição brasileira”, questiona Feitosa.

O G1 entrou em contato com a ANM, questionando se há mesmo esta autorização, mas não houve retorno até a publicação desta matéria.

O decreto lei nº 4.146, de 1942, determina que os fósseis são propriedade da União. Ao contrário de alguns países, como Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, a compra e venda no Brasil é proibida. Sua extração depende da autorização prévia da Agência Nacional de Mineração - antigo Departamento Nacional de Produção Mineral.

Independem dessa autorização e fiscalização os exploradores que representam museus nacionais e estaduais e estabelecimentos oficiais, ainda tendo que comunicar antecipadamente ao mesmo órgão. A pena para quem comercializa as peças varia de um a cinco anos de prisão.

Fonte: Portal G1

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Fósseis de dinossauro bico-de-pato são encontrados pela primeira vez na África

Registros de hadrossauros são comuns na América do Norte, Europa e Ásia – o que leva a crer que o dino recém identificado migrou de continente pelo mar. 

Por Carolina Fioratti  

Raul Martin/Reprodução 

Há 66 milhões de anos, no período Cretáceo, dinossauros herbívoros de focinho achatado passeavam pela América do Norte. Estamos falando dos hadrossauros, seres semi-bípedes que podiam alcançar os 15 metros de comprimento e pesar mais de 3 toneladas. Graças à anatomia simpática de sua cabeça, estes animais também recebem o apelido de “dinossauro bico de pato”.  

É comum encontrar fósseis de hadrossauros na América do Norte, Europa e Ásia. Essa distribuição era resultado da geomorfologia da Terra no período em que os gigantes viveram: no Cretáceo, os três continentes se interligavam, e pontes terrestres possibilitavam a migração de dinos entre as diferentes regiões. A África, , por outro lado, estava totalmente isolada, cercada apenas pelos oceanos. Encontrar registros de hadrossauros lá, por causa disso, parecia algo improvável. 

Improvável, mas não impossível. Que o digam os paleontólogos da Universidade de Bath, no Reino Unido, que assinaram a descoberta que contraria as estatísticas. Em uma mina de fosfato no Marrocos, o paleontólogo Nicholas Longrich e sua equipe escavaram partes de mandíbula e dentes do que parecia ser uma espécie de lambeossauro, da subfamília Lambeosaurinae. As peças foram doadas ao Museu de História Natural de Marrakech, no Marrocos. O estudo que descreve a descoberta foi publicado na revista científica Cretaceuos Research no início de novembro.  

A ossada era bem menor do que o de outros hadrossauros já encontrados – e provavelmente pertencia a um dino de cerca de três metros de comprimento. Mas este não é o ponto mais interessante sobre ele. Como disse o próprio Longrich, em comunicado, o fóssil “estava completamente fora do lugar, como encontrar um canguru na Escócia”.  

De acordo com os pesquisadores, o dinossauro pode ter migrado de um continente para o outro nadando, flutuando ou simplesmente a usando árvores como jangadas, por exemplo. A primeira hipótese é a que parece mais plausível, já que os dinossauros bico de pato tinham caudas grandes, pernas fortes e têm seus fósseis geralmente encontrados em depósitos de rios e rochas marinhas. A espécie recebeu o nome de Ajnabia odysseus – “Ajnabi” significa “estrangeiro” em árabe, enquanto “Odysseus” se refere ao heroi Ulisses, da mitologia grega.  

Fonte: Revista Super Interessante

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Espécie de dinossauro parecida com papagaio é descoberta por pesquisadores

Sem dente e com dois dedos, a espécie tinha também um bico grande. Vários esqueletos foram desenterrados no deserto de Gobi, na Mongólia.

Por G1

Ilustração de três dinossauros Oksoko avarsan — Foto: Michael W. Skrepnick


Um dinossauro parecido com um papagaio foi descoberto por pesquisadores da Universidade de Edimburgo, e o estudo foi publicado na revista "Royal Society Open Science". Chamados de Oksoko avarsan, esses dinossauros atingiam cerca de dois metros de comprimento e tinham apenas dois dedos funcionais em cada antebraço. As criaturas tinham um bico grande e sem dentes. 

Vários esqueletos completos foram desenterrados no deserto de Gobi, na Mongólia. Os fósseis bem preservados forneceram a primeira evidência de perda de dedos na família de dinossauros de três dedos, conhecidos como oviraptores. 

“Sua mão com dois dedos nos levou a observar como a mão e o membro anterior mudaram ao longo da evolução dos oviraptores – que não havia sido estudada antes. Isso revelou algumas tendências inesperadas, que são uma peça-chave no quebra-cabeça de por que os oviraptores eram tão diversos antes da extinção que matou os dinossauros”, disse Gregory Funston, que liderou o estudo. 

A descoberta de que os dinossauros podem desenvolver adaptações para os membros anteriores sugere que o grupo pode alterar suas dietas e estilos de vida, e permitiu que eles se diversificassem e se multiplicassem, explicou a equipe. 

Os pesquisadores também descobriram que o Oksoko avarsan (como muitas outras espécies pré-históricas) era sociável na "juventude". Os fósseis de quatro jovens dinossauros foram preservados descansando juntos.

Fonte: Portal G1

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Cientista descobre fóssil de dinossauro de 166 milhões de anos 'por acaso' em praia

 

Fóssil foi encontrado na costa em Eigg, uma pequena ilha da Escócia - Imagem: E. Panciroli

Uma cientista descobriu um fóssil de dinossauro de 166 milhões de anos enquanto corria pela costa de uma pequena ilha na Escócia. Elsa Panciroli estava correndo para se encontrar com sua equipe de pesquisadores de paleontologia em Eigg quando fez a descoberta.

Na Escócia, fósseis de ossos de dinossauros só haviam sido encontrados anteriormente na Ilha de Skye. O osso do membro tem cerca de 50 cm de comprimento e acredita-se que pertença a um estegossauro.

Os cientistas têm procurado fósseis de dinossauros na ilha há cerca de 200 anos. Anteriormente, os únicos fósseis encontrados em Eigg eram de répteis marinhos e peixes.

Elsa Panciroli disse que a descoberta foi completamente ao acaso - Imagem: S Brusatte

Panciroli disse que a equipe de pesquisa estava procurando por esses fósseis, mas não esperava encontrar evidências de um dinossauro. A descoberta foi datada do período Jurássico Médio. Panciroli, que trabalha nos Museus Nacionais da Escócia, disse: "Foi uma descoberta um tanto fortuita." "O dia já estava quase acabando e eu estava correndo para alcançar o resto da equipe, que estava bem longe."

"Percebi que eu tinha passado por cima de algo que não parecia normal. Não estava claro exatamente a que tipo de animal pertencia na hora, mas não tinha dúvida de que era um osso de dinossauro." Ela disse que foi uma descoberta "extremamente significativa", e acrescentou: "Globalmente, os fósseis do Jurássico Médio são raros e até agora os únicos fósseis de dinossauros encontrados na Escócia estavam na Ilha de Skye".

"Este osso tem 166 milhões de anos e nos fornece evidências de que os estegossauros viviam na Escócia nessa época." Steve Brusatte, paleontólogo da Universidade de Edimburgo, disse: "A descoberta deste osso por Elsa é realmente notável.

O fóssil está agora nas coleções dos Museus Nacionais da Escócia, em Edimburgo - Imagem: N. Larkin

"Este fóssil é uma evidência adicional de que os estegossauros com placas costumavam vagar pela Escócia, o que corrobora as pegadas da Ilha de Skye que identificamos como sendo feitas por um estegossauro." O osso está agora nas coleções dos Museus Nacionais da Escócia, em Edimburgo.

Fonte: Portal UOL e BBC News

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Novo dinossauro 'primo' do Tiranossauro Rex é descoberto em ilha britânica

 

Uma imagem gerada por computador foi criada de uma impressão dos momentos finais do Vectaerovenator inopinatus (Foto: Trudie Wilson)


Paleontologistas da Universidade de Southampton acreditam que quatro ossos encontrados no ano passado na Ilha de Wight, na costa sul da Inglaterra, pertencem a uma nova espécie de dinossauro terópode. Os ossos foram descobertos em uma praia chamada Shanklin.

O dinossauro viveu no período Cretáceo, 115 milhões de anos atrás, e estima-se que tivesse até 4 metros de comprimento.

Foi denominado Vectaerovenator inopinatus e pertence ao grupo de dinossauros que inclui o Tyrannosaurus rex e os pássaros modernos.

Uma silhueta de um terópode indicando de onde eram os ossos
 (Foto: Darren Naish)

O nome se refere aos grandes espaços de ar encontrados em alguns dos ossos — do pescoço, costas e cauda da criatura — que é uma das características que ajudaram os cientistas a identificarem suas origens terópodes.

Esses sacos de ar, também vistos em pássaros modernos, eram extensões do pulmão, e é provável que "ajudassem a alimentar um sistema respiratório eficiente, ao mesmo tempo que tornavam o esqueleto mais leve", segundo a Universidade de Southampton.

Os fósseis foram encontrados em três descobertas distintas em 2019 e entregues ao Museu dos Dinossauros na ilha, em Sandown, onde estão sendo exibidos.

Robin Ward, um "caçador" de fósseis de Stratford-upon-Avon, cidade onde Shakespeare nasceu, estava visitando a Ilha de Wight com sua família quando fizeram a descoberta.

Os quatro ossos foram encontrados em três descobertas separadas em 2019
 (Foto: University of Southampton)


"A alegria de encontrar os ossos foi absolutamente fantástica", disse ele.

James Lockyer, de Spalding, Lincolnshire, no leste da Inglaterra, também estava visitando a ilha quando encontrou outro osso.

"Parecia diferente das vértebras de répteis marinhos que encontrei no passado", disse ele.

"Eu estava procurando em um lugar em Shanklin onde me haviam dito - e eu havia lido - que não encontraria muito lá."

"No entanto, sempre procuro as áreas onde os outros não procuram e, nesta ocasião, valeu a pena."

Paul Farrell, de Ryde, cidade da própria Ilha de Wight, também encontrou um osso: "Eu estava caminhando na praia, chutando pedras e me deparei com o que parecia um osso de um dinossauro".

"Fiquei realmente chocado ao descobrir que poderia ser uma nova espécie."

'Esqueleto delicado'

Chris Barker, que liderou o estudo da Universidade de Southampton, disse que os cientistas ficaram "impressionados com o quão 'vazio' este animal era". "Ele era repleto de espaços aéreos."

"Partes de seu esqueleto devem ter sido bastante delicadas."

Os fósseis de dinossauros foram descobertos na praia de Shanklin (Foto: 
Michael Garlick)


"O registro de dinossauros terópodes do período 'médio' do Cretáceo na Europa não é tão bom, então tem sido realmente emocionante ser capaz de aumentar nossa compreensão da diversidade das espécies de dinossauros dessa época."

"Você não costuma encontrar dinossauros nos depósitos de Shanklin, pois eles foram depositados em um habitat marinho. É muito mais provável que você encontre ostras fósseis ou madeira, então este é um achado raro."

É provável que o Vectaerovenator vivesse em uma área logo ao norte de onde seus restos foram encontrados, com a carcaça tendo sido levada para o mar raso próximo.

As descobertas da universidade devem ser publicadas na revista Papers in Palaeontology, com os que acharam os fósseis como coautores.

Fonte: BBC News

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Pesquisadores apresentam fóssil de dinossauro encontrado no Ceará

 

Ilustração de como deve ter sido o Aratasaurus - Imagem: Divulgação/Museu Nacional

Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco, do Museu Nacional e da Universidade Regional do Cariri apresentaram hoje um fóssil de dinossauro de uma espécie inédita encontrado em 2008 na unidade geológica Formação Romualdo, no Ceará, o Aratasaurus museunacionali, animal terrestre e carnívoro. A pesquisa foi publicada hoje na revista do Grupo Nature - Scientific Reports. Segundo o diretor do Museu Nacional/UFRJ, Alexander Kellner, o fóssil foi batizado em homenagem à instituição, cujo palácio na Quinta da Boa Vista foi destruído pelo incêndio em 2018. Ele explicou que ara e ata vêm do tupi e significam nascido e fogo, respectivamente. Já saurus vem do grego e é muito usado para denominar espécies répteis recentes e fósseis. A tradução de Aratasaurus é nascido do fogo, em alusão ao incêndio no museu.

O fóssil tem entre 110 e 115 milhões de anos. Apenas uma das patas do animal está preservada, a direita traseira. "A forma como os ossos estão dispostos, articulados, levam a crer que ele provavelmente deveria estar mais completo antes de sua coleta", disse o paleontólogo da Universidade Regional do Cariri Renan Bantim. Apesar de incompleto, grande parte das peculiaridades anatômicas do Aratasaurus em relação aos outros dinossauros celurossauros está nos dedos da pata.

Segundo os pesquisadores, embora à primeira vista pareça pouco, esses ossos guardam características anatômicas importantes para sua classificação e para entender sua evolução. Pelas dimensões da pata e recorrendo a espécies evolutivamente próximas que são mais completas, a equipe chegou à conclusão de que se tratava de um animal de médio porte, chegando aos 3,12 metros e podendo ter pesado até 34,25 quilos.

Entretanto, pela análise da microestrutura de seus ossos, foi possível verificar que se tratava de um dinossauro jovem, podendo crescer ainda mais até chegar na sua fase adulta. "Chegamos a essa conclusão analisando os anéis de crescimento que ficaram impressos nos ossos do Aratasaurus, contabilizando apenas quatro", afirmou o paleontólogo Rafael Andrade.

A anatomia do fóssil encontrado, principalmente a dos dedos do pé, indica que se trata de uma linhagem de dinossauro com origem mais antiga do que a que deu origem aos tiranossaurídeos. Ainda não se sabe muito sobre onde essas linhagens mais antigas estavam no planeta.

"O Aratasaurus aponta que parte dessa rica história pode estar no Nordeste do Brasil e na América do Sul. Sendo assim, ainda há muitas lacunas para desvendar esse quebra-cabeças evolutivo, mas com essa descoberta colocamos mais uma peça para entendê-lo", disse a paleontóloga da Universidade Federal de Pernambuco, Juliana Sayão.

"O Aratasaurus é uma linhagem irmã do Zuolong, um celurossauro do Jurássico da China, o que sugere que os celurossauros mais antigos estariam mais amplamente distribuídos pelo planeta e ao longo de um tempo maior", informou o paleontólogo chinês Xin Cheng.

Descoberta Após ser descoberto em 2008, numa mina de gesso, o fóssil do Aratasaurus foi levado para o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri, no interior do Ceará, e em seguida, encaminhado para o Laboratório de Paleobiologia e Microestruturas, no Centro Acadêmico de Vitória, da Universidade Federal de Pernambuco para ser preparado e estudado. O processo de preparação, que consiste na retirada da rocha que envolve o fóssil, foi lento e complexo devido à fragilidade em que se encontrava o achado, segundo os pesquisadores.

Entre 2008 e 2016, foram feitas análises microscópicas de seus tecidos através de pequenas amostras dos ossos. Há quatro anos, o fóssil foi levado para o Museu Nacional/UFRJ para que uma pequena parte fosse preparada em detalhe. "Deixar um exemplar como este, pronto para estudo, requer cuidados especiais, tais como o uso de equipamentos e produtos adequados. Devido à fragilidade e grande importância do espécime, seu preparo requereu o uso constante de microscopia e de ferramentas de precisão", explicou o preparador de fósseis do Museu Nacional/UFRJ, Helder de Paula Silva. Apesar do incêndio de 2018 no Museu Nacional, a área onde estava esse fóssil não foi atingida e ele permaneceu intacto.

Além de sua importância científica, a expectativa é de que o Aratasaurus possa ajudar a divulgar a paleontologia na região do Cariri. "Essa descoberta é um marco para o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, pois será o primeiro fóssil de dinossauro depositado nesse museu e se espera, com isso, aumentar a visitação de áreas do Geopark Araripe", afirmou o paleontólogo da Universidade Regional do Cariri Álamo Saraiva.

Segundo a pesquisadora Juliana Sayão, o Aratasaurus museunacionali contribui para que as instituições científicas entendam a história evolutiva dos terópodes, que compõem o grupo de dinossauros carnívoros que têm como representantes atuais as aves.

"Toda descoberta de um fóssil é importante porque obtemos registros que ajudam a reconstruir a história do planeta e refazer o caminho da evolução dos organismos que viveram aqui desde milhões de anos atrás. Muitas vezes o fóssil é único e guarda todas as informações sobre aquela espécie ou grupo de animais", disse Juliana.

Fonte: Portal Uol e Agência Brasil

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Fóssil de dinossauro bem preservado revela refeição de 110 milhões de anos

Restos encontrados em estômago de nodossauro apontam a preferência do animal por samambaias e dão indícios de como ele interagia com o meio ambiente

Pesquisadores descobriram qual foi a última refeição do dinossauro Borealopelta markmitchelli (Foto: Reprodução/RoyalTyrrell Museum of Palaeontology)


Pesquisadores descobriram qual foi a última refeição de um nodossauro bem preservado de mais de 110 milhões de anos da espécie Borealopelta markmitchelli. O animal, que tinha uma espécie de carapaça parecida com uma armadura, pesava cerca de 1,3 tonelada quando vivo.

O fóssil do dinossauro foi encontrado no Canadá em 2011 e, desde então, os cientistas estão trabalhando para descobrir novas informações sobre ele — inclusive sobre sua alimentação. "O conteúdo real do estômago preservado de um dinossauro é extraordinariamente raro, e esse é de longe o mais bem preservado encontrado até hoje", contou, em nota, o geólogo Jim Basinger, membro da equipe de estudos. Segundo ele, o estômago encontrado é uma massa distinta do tamanho de uma bola de futebol.

O artigo, publicado na revista científica Royal Society Open Science, detalha a dieta do dinossauro herbívoro e comenta sobre a interação do animal com seu ambiente. "A última refeição foi [composta] principalmente por folhas de samambaia: 88% de material de folhas mastigadas e 7% de caules e galhos", disse David Greenwood, professor e pesquisador da Universidade de Saskatchewan, no Canadá.

Os cientistas analisaram a flora da região em que ele vivia e descobriram que seu paladar era exigente, optando por comer samambaias específicas (leptosporangiate, a maior grupo de samambaias que existem hoje) e deixando de se alimentar de muitas folhas de cicadáceas e coníferas, comuns à paisagem do início do Período Cretáceo. A equipe identificou 48 tipos de sedimentos, incluindo musgo ou erva-fígado, 26 musgos e samambaias, 13 plantas gimnospermas (principalmente coníferas) e duas angiospermas (plantas com flores).
"Além disso, há [uma quantidade] considerável de carvão no estômago a partir de fragmentos de plantas queimadas, indicando que o animal estava navegando em uma área recentemente queimada, aproveitando um incêndio recente e o fluxo de samambaias que frequentemente emergem em uma paisagem queimada", disse Greenwood.

Essa adaptação à ecologia do fogo é uma informação nova. Os cientistas acreditam que, assim como os grandes herbívoros, os nodossauros podem ter moldado a vegetação da paisagem, possivelmente mantendo áreas mais abertas. Segundo os pesquisadores, as análises continuarão para entender mais sobre seu ambiente e comportamento.

Fonte: Revista Galileu

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Fósseis de répteis que viveram antes dos dinossauros são descobertos em SC

Com seca e nível baixo de rio, materiais foram encontrados em Três Barras. Pesquisadores estudam descoberta que acreditam ter mais de 280 milhões de anos.

Por G1 e NSC TV

Fósseis de Mesossauro foram descobertos em SC — Foto: Universidade do Contestado/Divulgação 

Fósseis que seriam de répteis que viveram há 280 milhões de anos foram encontrados em Três Barras, no Norte de Santa Catarina. A descoberta está sendo estudada por pesquisadores do Centro Paleontológico da Universidade do Contestado e depois, deve ser encaminhada para o museu da cidade para ficar exposto à comunidade. 

Com a seca em Santa Catarina, o nível do rio Negro em Três Barras, na divisa com o Paraná, baixou tanto que as rochas ficaram expostas. Os moradores desconfiaram do aspecto diferente de algumas pedras que encontraram no fim de abril e acionaram os pesquisadores da universidade, que fica em Mafra, na mesma região catarinense. 

No início de maio, os pesquisadores estiveram no local, onde retornaram em 16 de maio, fizeram coletas dos materiais que seguem sendo analisados.

  Segundo Luiz Carlos Weinschutz, que é coordenador do Centro Paleontológico, o baixo nível de rios pode oferecer dados fundamentais para a ciência. Em períodos de seca podem revelar rochas com fosseis e que ficaram muito tempo recobertas pela água.

"A gente reconheceu várias estruturas que são referentes a fósseis de antigos répteis e que são muito interessantes para a ciência. Embora a gente esteja vivenciando este período de seca, é uma possibilidade única para a ciência pode r ter mais informações, dados sobre a história antiga da região", afirma o pesquisador.
Mesossauro



Pesquisadores recolheram fósseis para análises no Norte de SC — Foto: Univerdiade do Contestado/Divulgação


Os fósseis são de Mesossauro, que segundo os pesquisadores, milhões de anos antes dos dinossauros e mediam de 80 centímetros a 1 metro.

"O nome dele Mesossauro, nada a ver com dinossauros, ele é até muitos mais antigo que os dinossauros", diz o pesquisador Everton Wilner. Segundo ele, esses animais habitavam em um antigo golfo.

"Eram répteis aquáticos, marinhos, que viviam num golfo que na paleontologia e na geologia é conhecido como Golfo Irati. Esses animais tinham membranas entre os dedos para facilitar o nado, se alimentavam de pequenos crustáceos", detalha.

Ainda para os estudiosos, esses animais habitavam na antiga Pangeia, quando os continente eram unidos. O pesquisador João Henrique Zadhi Riceto conta que fósseis semelhantes foram encontrados na Africa do Sul.  

"A identificação da mesma espécie em horizontes sendimentares semelhantes tanto aqui quanto lá corroborou com as primeiras ideias da deriva continental", diz. 

Com seca em SC e baixo nível de rios, fósseis foram descobertos em SC — Foto: Universidade do Contestado/Reprodução 

Fonte: Portal G1

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Nova espécie de dinossauro carnívoro é encontrada na Argentina

 

Os restos de dinossauro carnívoro, Tralkasaurus cuyi, que viveu na Patagônia Argentina há 90 mil anos - Imagem: AFP/Museu Argentino de Ciências Naturais

Os restos de uma nova espécie de dinossauro carnívoro que habitava a Patagônia Argentina há 90 milhões de anos foram encontrados por uma equipe de paleontologistas. Com quatro metros de comprimento, esse dinossauro terópode é muito menor que seu parente distante, o colossal Tyrannosaurus rex. 

A descoberta ocorreu em fevereiro de 2018 a noroeste da província argentina de Río Negro (centro), e os cientistas batizaram as novas espécies de dinossauro abelisáurido como Tralkasaurus cuyi, informou quinta-feira a Agência Nacional de Divulgação Científica (CTyS) de La Matanza.

Tralkasaurus significa "réptil do trovão" na língua mapuche, enquanto Cuyi se refere ao local onde foi encontrado, o planalto de El Cuy. 

Os abelissauros são uma família de dinossauros terópodes. O famoso Tyrannosaurus rex, um tiropossauro da América do Norte, atingiu 14 metros de comprimento.

"O tamanho do corpo do Tralkasaurus é menor que o de outros carnívoros de seu grupo, os abelissauros, pois tem cerca de quatro metros de comprimento, enquanto os anteriormente conhecidos têm entre sete e 11 metros", disse o pesquisador Federico Agnolín, do Museu Argentino de Ciências Naturais (MACN) e do Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica (CONICET). 

Isso "revela que o grupo de terópodes abelissauros englobava um nicho ecológico muito mais amplo do que se pensava", explicou seu colega Mauricio Cerroni.

Os pesquisadores encontraram o crânio da nova espécie, e o focinho ainda tem os dentes preservados. Eles também encontraram costelas cervicais e parte da coluna vertebral, do quadril e da cauda. 

Embora o tamanho do Tralkasaurus cuyi seja muito pequeno comparado ao Tiranossauro ou Carnotauro (uma espécie que possuía chifres), este novo dinossauro compartilha com eles as características de ser bípede, de pescoço curto e musculoso, com quatro garras em cada perna traseira, enquanto os braços também eram muito curtos em relação ao corpo e os ossos dos membros eram leves e ocos.

"Esta nova descoberta nos ajuda a definir os hábitos ecológicos tanto dos dinossauros carnívoros quanto dos herbívoros", afirmou Cerroni. 

Segundo os pesquisadores, é possível que o Tralkasaurus tenha se alimentado dos pequenos dinossauros herbívoros conhecidos como iguanodontes, que foram encontrados pela mesma equipe de paleontologistas em locais próximos, juntamente com outras espécies, como tartarugas e lagartos.

Fonte: Portal UOL e AFP

sexta-feira, 13 de março de 2020

Como é o menor dinossauro do mundo, encontrado em âmbar de 99 milhões de anos

Paul Rincon

Da BBC News

O espécime foi encontrado em um âmbar de 99 milhões de anos
(Foto: Lida Xing)


Cientistas descobriram o menor dinossauro já encontrado. A nova espécie foi descrita por uma pessoa da equipe como o "fóssil mais estranho" em que ela já trabalhou.

O espécime, encontrado no norte de Mianmar, consiste em um crânio de pássaro preso em um âmbar de 99 milhões de anos.

Em artigo na revista científica Nature, os pesquisadores relatam que o dinossauro teria o tamanho semelhante ao de um beija-flor abelha — o menor pássaro existente.

A descoberta impressionante pode lançar luz sobre como os pequenos pássaros evoluíram a partir dos dinossauros, que geralmente eram bem maiores.

Enquanto os menores dinossauros, como o Microraptor — que era parecido com um pássaro —, pesavam centenas de gramas, o beija-flor abelha, por exemplo, pesa apenas 2 gramas.

Ilustração: Apesar de seu tamanho minúsculo, o Oculudentavis khaungraae parece ter sido um predador
 (Foto: Han Zhixin)

"Os animais que se tornam muito pequenos precisam lidar com problemas específicos, como encaixar todos os órgãos sensoriais em uma cabeça muito pequena ou manter o calor do corpo", afirmou o professor Jingmai O'Connor, da Academia Chinesa de Ciências de Pequim.

A nova espécie, apelidada de Oculudentavis khaungraae, parece ter lidado com esses desafios de maneiras incomuns.

Por exemplo, a estrutura ocular do animal surpreendeu os cientistas.

Os pássaros têm um anel de ossos, o anel escleral, que ajuda a sustentar o olho. Na maioria das aves, os ossos individuais, chamados ossículos esclerais, são simples e razoavelmente quadrados.

Uma tomografia computadorizada do crânio de Oculudentavis khaungraae (Foto: Li Gang)


Mas nos Oculudentavis, eles são em forma de colher, uma característica anteriormente encontrada apenas em alguns lagartos.

Os ossos do olho formariam um cone, como nas corujas. Isso indica que esse dinossauro tinha uma visão excepcional.

Mas ao contrário das corujas, os olhos ficavam ao lado e a abertura no centro dos ossículos era estreita, o que restringiria a quantidade de luz que entra no olho. Isso fornece fortes evidências de que o Oculudentavis estava ativo durante o dia.

Além disso, os olhos da criatura se projetavam para fora do crânio de uma maneira que não é vista em nenhum outro animal vivo, dificultando a compreensão exata de como seus olhos funcionavam.

"É o fóssil mais estranho que já tive a sorte de estudar", explicou O'Connor. "Adoro como a seleção natural acaba produzindo formas tão bizarras. Também temos muita sorte de que esse fóssil tenha sobrevivido e sido descoberto 99 milhões de anos depois".

Ilustração: Oculudentavis tinha um número surpreendentemente grande de dentes (Foto: 
Han Zhixin)

Como o novo espécime consiste apenas em um crânio, não é claro o entendimento de como ele pode estar relacionado à evolução dos pássaros. Algumas características do crânio são como as dos dinossauros, enquanto outras são parecidas com as de pássaros que existem hoje na natureza.

Os pesquisadores dizem que o notável conjunto de características do espécime descoberto poderia ter evoluído tanto pelas restrições da miniaturização quanto pela especialização em um estilo de vida específico.

A mandíbula do dinossauro tinha um número surpreendentemente grande de dentes. Isso pode sugerir que, apesar de seu tamanho minúsculo, o Oculudentavis era um predador que comia insetos.

Alguns tecidos moles também foram preservados com o crânio, notadamente os restos da língua do animal, o que poderia fornecer mais informações sobre sua biologia.

A descoberta destaca o incrível potencial do âmbar em preservar exemplares fósseis que, de outra forma, não teriam sobrevivido.

O co-autor da pesquisa, Luis Chiappe, do Museu de História Natural do Condado de Los Angeles, afirmou: "É uma sorte que essa pequena criatura tenha sido preservada em âmbar, pois esses animais pequenos e frágeis não são comuns no registro fóssil."

"Essa descoberta é emocionante porque nos dá uma imagem dos pequenos animais que viveram em uma floresta tropical durante a era dos dinossauros".

A localização geográfica da descoberta pode ter algo a ver com o processo de miniaturização, dizem os cientistas.

O isolamento em âmbar envolve frequentemente animais que evoluem com tamanho corporal menor, com alguns exemplos notáveis ​​ocorrendo nas ilhas.

Curiosamente, acredita-se que o âmbar de Mianmar tenha se formado em um antigo ponto da ilha.

Fonte: BBC News

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Fóssil de espécie rara de dinossauro é encontrado no sul do Brasil

Réptil pré-histórico viveu há mais de 230 milhões de anos e foi encontrado em cidade no interior do Rio Grande do Sul                 

Guilherme Carrara, do R7

Fóssil da espécie Dynamosuchus collisensis foi encontrado no Rio Grande do Sul (Divulgação/Márcio L. Castro) 

Uma nova espécie de dinossauro encontrada no Brasil foi apresentada em estudo publicado nesta sexta-feira (31). O réptil pré-histórico viveu há 230 milhões de anos e ainda foi pouco estudada por ser raro de se encontrar fósseis. 

A pesquisa foi resultado da parceria da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, com a Virginia Tech, nos EUA, e o Museu de la Plata, na Argentina. O fóssil da espécie Dynamosuchus collisensis foi encontrado pelo paleontólogo da UFSM, Rodrigo Temp Müller, no município de Agudo (RS), durante visita a um sítio de escavação em março de 2019.

  Esta é apenas a quarta vez que um fóssil desse dinossauro foi encontrado em todo o mundo, sendo que que a última vez foi há 50 anos, na Argentina. Os outros dois foram encontrados no século 19, na Escócia.

Uma das características desse grupo de réptil pré-históricos é o formato do focinho, que era alongado e projetado mais para a frente do que a mandíbula. Os dois dentes inferiores também são característicos por serem bem grandes e terem uma carapaça. O Dynamosuchus seria um “primo” do crocodilo, já que existe parentesco na cadeia evolutiva, mas não diretamente.

Os estudos anteriores indicam que esse dinossauro era terrestres e se locomovia com as quatro patas, mas podia se levantar usando apenas as patas traseiras em alguns casos.


Fóssil de Dynamosuchus collisensis encontrado (Divulgação/Rodrigo Temp Müller)


O fóssil, assim como a maioria dos dinossauros encontrados no Brasil, data do período geológico Triássico, quando surgiram os primeiros dinossauros e grandes répteis.

Segundo Müller, o Dynamosuchus provavelmente era um necrófago, o que é extremamente raro no Período Triássico. Sua dieta era baseada em procurar por corpos de outros animais e até de outros dinossauros mortos.

Como a descoberta aconteceu

“A descoberta do fóssil foi feita em uma das visitas a um sítio fossilistico. Nós já tínhamos encontrado um pedaço da carapaça do réptil e eu comecei a escavar ao redor com cuidados até encontrar o fóssil. Ele teria cerca de 2 metros e foi o primeiro da espécie encontrado no Brasil”, disse Rodrigo Müller ao R7

Local de pesquisa em Agudo (RS) - Divulgação/Jossano Morais 

Müller ressalta a importância do estudo divulgado para a paleontologia Brasileira. "A descoberta reforça a ideia de riqueza de fósseis aqui no Brasil. Já fazia 50 anos desde a última vez. Agora abre a oportunidade de encontrar outros grandes fósseis.”

O brasileiro ressalta que a coleta de materiais foi feita totalmente pela equipe da UFSM e que a parceria com outros pesquisadores é apenas para a troca de informações e não financeira. 

Comparação entre o dinossauro e o ser humano (Divulgação/Rodrigo Temp Müller) 

O próximo passo

O professor afirma que sua equipe segue coletando dados. A próxima fase da pesquisa ira estudar como o animal se locomovia e vivia a partir de estudos de biomecânica do animal. Em breve, será possível saber a força e velocidade das mordida. 

“Essa pesquisa mostra que temos um potencial muito grande de fósseis. Mesmo jovens que gostaria de entrar na área tem muita coisa para estudar. Vão haver várias outras descobertas para os próximos anos”, ressalta para quem tem interesse em estudar paleontologia ou entrar para a área nos próximos anos.

Fonte: Portal R7

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Dinossauros podem ter sido envenenados antes da queda de asteroide

 

Estudo descobriu que envenenamento por mercúrio pode ter se somado à queda de asteroide e maciças erupções acabaram como causa da extinção dos dinossauros Imagem: Getty Images

Helton Simões Gomes

Até agora, a tese mais aceita para a extinção dos dinossauros é a Terra ter sido atingida por um asteroide que tornou a vida desses seres insustentável. Cientistas fizeram uma descoberta que, se não chega a questionar essa hipótese, adiciona um novo elemento à história. Antes de serem aniquilados pela entrada da rocha espacial na atmosfera terrestre, os seres gigantes podem ter sido envenenados por um elemento que também é tóxico aos seres humanos: o mercúrio.

Em estudo publicado nesta semana na revista científica "Nature Communications", pesquisadores da Universidade de Michigan mostraram que erupções vulcânicas despejaram na atmosfera uma quantidade de mercúrio tão grande que aqueceu as águas oceânicas de forma abrupta e ainda contaminou seres vivos.
Isso ocorreu antes mesmo do impacto do asteroide e durou alguns milhões depois do evento. Cientistas já haviam descoberto que a atividade dos vulcões do Decão, na Índia, acelerou em algum momento do período Cretáceo e que a lava cuspida por eles foi essencial na extinção dos dinossauros.

As novas evidências apresentadas pelos cientistas mostram que os vulcões podem ter tido outro tipo de participação no extermínio desses seres. Segundo os pesquisadores, eles foram os responsáveis por uma mudança climática e ecológica que não só afetou a vida dos dinossauros, mas também mudou as condições de vida em todo o globo e durou por muito tempo. 

"Pela primeira vez, nós conseguimos fornecer indícios do impacto dos vulcões do Decão no meio ambiente e no clima. Foi uma surpresa incrível ver que as amostras [de lugares] em que as temperaturas marinhas mostraram um sinal de aquecimento abrupto também exibiram as maiores concentrações de mercúrio e que essas concentrações eram eram de magnitude semelhante a um local com significativa contaminação industrial por mercúrio moderna".  Kyle Meyer, pesquisador da Universidade de Michigan que liderou o estudo.

O mercúrio é um metal que pode ser um risco à vida de humanos, peixes e outros animais. Atualmente, os principais emissores deste elemento são usinas de eletricidade movidas a carvão e minas de ouro. Para analisar qual era o nível de mercúrio presente na atmosfera do período Cretáceo, os cientistas fizeram duas coisas. Primeiro, coletaram conchas contaminadas pela indústria na regiões da Virgínia, nos Estados Unidos.

"Esses locais possuem uma proibição à pesca por parte de humanos por causa dos altos níveis de mercúrio. Então, imagine o impacto ambiental desse nível de contaminação global de mercúrio por dezenas ou centenas de milhares de anos". Sierra Petersen, geoquímica da Universidade de Michigan.
Isso ocorreu antes mesmo do impacto do asteroide e durou alguns milhões depois do evento. Cientistas já haviam descoberto que a atividade dos vulcões do Decão, na Índia, acelerou em algum momento do período Cretáceo e que a lava cuspida por eles foi essencial na extinção dos dinossauros.... - Veja mais em https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2019/12/21/dinossauros-podem-ter-sido-envenenados-antes-da-queda-de-asteroide.htm?cmpid=copiaecola

Depois disso, analisaram fósseis de conchas pré-históricas encontradas nos EUA, Argentina, Índia, Egito, Líbia e Suécia. Definiram as temperaturas marinhas em que esses seres viviam ao averiguar a presença de carbonato. Prosseguiram pela mensuração da quantidade de mercúrio. Concluíram que aqueles seres que viviam em águas mais quentes possuíam um nível de mercúrio mais alto, tão elevado que era similar ao de regiões modernas contaminadas pela atividade industrial.

Segundo os cientistas, as anomalias de mercúrio já foram documentadas em sedimentos, mas nunca antes em conchas. A técnica desenvolvida por eles pode jogar luz sobre o estudo de extinções em massa e de mudança climática.

Fonte: UOL
Isso ocorreu antes mesmo do impacto do asteroide e durou alguns milhões depois do evento. Cientistas já haviam descoberto que a atividade dos vulcões do Decão, na Índia, acelerou em algum momento do período Cretáceo e que a lava cuspida por eles foi essencial na extinção dos dinossauros. As novas evidências apresentadas pelos cientistas mostram que os vulcões podem ter tido outro tipo de participação no extermínio desses seres. Segundo os pesquisadores, eles foram os responsáveis por uma mudança climática e ecológica que não só afetou a vida dos dinossauros, mas também mudou as condições de vida em todo o globo e durou por muito tempo.... - Veja mais em https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2019/12/21/dinossauros-podem-ter-sido-envenenados-antes-da-queda-de-asteroide.htm?cmpid=copiaecola