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sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Nova espécie de dinossauro é descoberta — e seu fóssil parece uma joia

Fóssil brilhante foi encontrado na Austrália: transformações químicas de milhões de anos foram responsáveis pela mudança no aspecto

Redação Galileu

Fóssil opalizado do Weewarrasaurus pobeni (Foto: University of New England)

Já imaginou a emoção de encontrar uma nova espécie de dinossauro? E se essa nova espécie fosse preservada de forma especial? Foi o que pesquisadores australianos encontraram em uma mina de opala: uma nova espécie de dinossauro, batizada de Weewarrasaurus pobeni, que se transformou em nada menos do que um belo fóssil opalizado.

O Weewarrasaurus pobeni viveu há 100 milhões de anos, durante o período Cretáceo, quando as proximidades da mina de Wee Waa, onde foi encontrado, eram espaços verdes e exuberantes — nada parecidos com a atual paisagem desértica da região de Lightning Ridge, cidade vizinha.

No Cretáceo, essa região era uma rica planície aluvial à beira do extinto Mar Eromanga, onde a vida pré-histórica era abundante e foi preservada na lama. Ao longo de milhões de anos, a lama se transformou em arenito e, com a secura do Mar Eromanga, a acidez do material começou a aumentar e liberar sílica. Esse composto se acumulou em cavidades e bolsões — como aqueles deixados para trás por ossos cariados, por exemplo.

Quando os níveis de acidez de sílica diminuíram, esses bolsos endureceram e se transformaram em opala. O resultado de todo esse processo foram moldes de arco-íris brilhantes e cintilantes de restos antigos. Lightning Ridge é a região onde mais ocorreu opalização em todo o mundo.

O Weewarrasaurus

Além de ter um lindo fóssil, a nova espécie também é especial por ser a primeira encontrada no estado de Nova Gales do Sul em quase um século. O único fragmento recuperado do Weewarrasaurus foi o seu maxilar inferior, que possui dentes intactos capazes de dizer muito sobre as suas características e estilo de vida.

Reconstrução artítica do Weewarrasaurus pobeni (Foto: James Kuether/University of New England)

"Eu lembro do Mike [Poben, colecionador de opalas] me mostrando o espécime e a minha boa caiu. Eu tive que me esforçar para conter a minha animação, era muito bonito", conta Phil Bell, paleontólogo da Universidade da Nova Inglaterra e autor principal do artigo publicado na PeerJ.

De acordo com Bell, o novo dinossauro era uma pequena espécie de ornitópode, um grupo de dinossauros bípedes e herbívoros que inclue o Parasaurolophus e o Iguanodon. Por ora, o fóssil está abrigado no Centro Australiano de Opalas de Lightning Ridge, junto a uma coleção de fósseis opalizados.

No artigo, o cientista explica que, para além da beleza, o fóssil também projeta uma ideia melhor sobre a diversidade de espécies da região. Antes, eram conhecidas apenas duas espécies de ornitópodes australianos — o Muttaburrasaurus e uma que ainda está sendo estudada, ambas de grande porte. Agora, com a descoberta do Weewarrasaurus, sabe-se que espécies menores também habitavam a região.

Segundo os paleontólogos, esse é um contexto muito diferente do encontrado na América, onde era mais comuns que pequenos herbívoros competissem por alimento com grandes criaturas como o Triceraptops e o Alamossauro. Por isso, fósseis como este são necessários para entender a distribuição e diversidade animal de períodos remotos.

(Com informações do Science Alert)

Fonte: Revista Galileu

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