Fóssil brilhante foi encontrado na Austrália: transformações químicas de milhões de anos foram responsáveis pela mudança no aspecto
Redação Galileu
Fóssil opalizado do Weewarrasaurus pobeni (Foto: University of New England) |
Já imaginou a emoção de encontrar uma nova espécie de dinossauro? E se essa nova espécie fosse preservada de forma especial? Foi o que pesquisadores australianos encontraram em uma mina de opala: uma nova espécie de dinossauro, batizada de Weewarrasaurus pobeni, que se transformou em nada menos do que um belo fóssil opalizado.
O Weewarrasaurus pobeni viveu há 100 milhões de anos, durante o período Cretáceo, quando as proximidades da mina de Wee Waa, onde foi encontrado, eram espaços verdes e exuberantes — nada parecidos com a atual paisagem desértica da região de Lightning Ridge, cidade vizinha.
No Cretáceo, essa região era uma rica planície aluvial à beira do extinto Mar Eromanga, onde a vida pré-histórica era abundante e foi preservada na lama. Ao longo de milhões de anos, a lama se transformou em arenito e, com a secura do Mar Eromanga, a acidez do material começou a aumentar e liberar sílica. Esse composto se acumulou em cavidades e bolsões — como aqueles deixados para trás por ossos cariados, por exemplo.
Quando os níveis de acidez de sílica diminuíram, esses bolsos endureceram e se transformaram em opala. O resultado de todo esse processo foram moldes de arco-íris brilhantes e cintilantes de restos antigos. Lightning Ridge é a região onde mais ocorreu opalização em todo o mundo.
O Weewarrasaurus
Além de ter um lindo fóssil, a nova espécie também é especial por ser a primeira encontrada no estado de Nova Gales do Sul em quase um século. O único fragmento recuperado do Weewarrasaurus foi o seu maxilar inferior, que possui dentes intactos capazes de dizer muito sobre as suas características e estilo de vida.
Reconstrução artítica do Weewarrasaurus pobeni (Foto: James Kuether/University of New England) |