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sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Operários acham osso de dinossauro durante obra no interior de SP

Os restos, encontrados na cidade de Jaci, pertencem a um titanossauro. A descoberta foi levada para o Museu de Paleontologia de Uchoa


O fóssil, que é a parte inferior de um fêmur, pesa 25 quilos e mede 40 centímetros (TV TEM/TV Globo/Reprodução)

O osso de um dinossauro que viveu há 40 milhões de anos no interior de São Paulo foi encontrado na última semana por operários de uma obra na zona rural de Jaci, na região de São José do Rio Preto. O fóssil de 25 quilos e 40 centímetros foi identificado como sendo a parte inferior do fêmur de um titanossauro pelo paleontólogo Fabiano Iori, que esteve no local.

Esses dinossauros herbívoros de cauda e pescoço longos andavam em bandos pelo território em que se localizam atualmente as regiões norte e oeste paulista. A peça foi levada para o Museu de Paleontologia de Uchoa, cidade próxima.

De acordo com o administrador Leonardo Silva Paschoa, o osso foi localizado durante obras para um empreendimento imobiliário. Os operários avisaram o dono do imóvel e ele conseguiu retirar o fóssil.

“Por sorte, o osso estava em terreno macio e ele conseguiu fazer a retirada sem fragmentar a peça. É raro encontrar um fóssil em tão bom estado.” Segundo Paschoa, também foi achado um dente de dinossauro carnívoro próximo ao pedaço do fêmur. “A equipe de prospecção do museu vai ao local em dezembro para um trabalho de campo, já que temos autorização federal para fazer essas escavações.”

O fóssil será tombado, catalogado e passará por análise. Em seguida, será exposto no museu, que é municipal e já tem no acervo outros fósseis de animais pré-históricos, como dentes de um abelissauro e a vértebra de um megaraptor, ambos dinos carnívoros.

As peças foram encontradas em Uchoa e cidades próximas. O diretor de Turismo de Uchoa, Gustavo Dalla Dea, conta que os achados fósseis já renderam à cidade a inclusão no rol de municípios de interesse turístico do Estado de São Paulo. “Estamos construindo réplicas de dinossauros em concreto para instalar em nossa entrada principal”, disse.

Fonte: Veja

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Dinossauros poderiam estar vivos se asteroide tivesse atingido outro lugar

Os dinossauros reinaram de maneira suprema por mais de 160 milhões de anos. Sua dinastia chegou a um fim cataclísmico 66 milhões de anos atrás quando um asteroide caiu na Península de Yucatán, no México, em um local hoje conhecido como cratera Chicxulub, preparando o caminho para que os mamíferos --e eventualmente os humanos-- herdassem a Terra.

Mas se o impacto extraterrestre tivesse acontecido praticamente em qualquer outro lugar, como no oceano ou no meio da maioria dos continentes, alguns cientistas agoradizem que é possível que os dinossauros tivessem sobrevivido à aniquilação . Apenas 13% da superfície da Terra abrigava os ingredientes necessários para transformar a colisão cósmica nesse evento específico de extinção em massa, segundoum estudo publicado no jornal "Scientific Reports". 


A cratera de Chicxulub está soterrada debaixo da Península de Iucatã, no México

"Acho que os dinossauros poderiam estar vivos ainda hoje" se os asteroides tivessem caído em outro lugar, afirmou por e-mail Kunio Kaiho, paleontologista da UniversidadeTohoku do Japão e autor principal do estudo.

Outros pesquisadores questionaram as descobertas.
Quando o asteroide, que tinha o diâmetro de cerca de metade do comprimento de Manhattan, atingiu a costa do México, encontrou uma fonte rica de enxofre e hidrocarbonetos, ou depósitos orgânicos como combustíveis fósseis , segundo os pesquisadores.

Temperaturas muito quentes no impacto da cratera teriam colocado fogo nos combustíveis. A combustão teria lançado fuligem e enxofre na estratosfera em quantidades suficientes para apagar o sol e mudar o clima, colocando em movimento o colapso de ecossistemas inteiros e a extinção de três quartos de todas as espécies da Terra.

Uma das coautoras de Kaiho, Naga Oshima criou um modelo que simulou um impacto do asteroide que ejetou quantidades variáveis de fuligem da rocha. Apenas as áreas com mais hidrocarbonetos lançaram fuligem suficiente na estratosfera para esfriar o clima a níveis catastróficos. 
87% da superfície da Terra, lugares como o que hoje são a Índia, a China, a Amazônia e a África, não teriam concentrações em quantidade suficiente de hidrocarbonetos para selar o destino do dinossauro.

Mas, se o asteroide tivesse batido nas áreas costais marinhas cheias de algas, como o que hoje é a Sibéria, o Oriente Médio e a costa leste da América do Norte, o estrondo teria sido tão devastador para os dinossauros e para a vida na Terra quanto o impacto em Chicxulub.

Fonte: UOL

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Extinção de dinossauros pode ter sido questão de azar, diz estudo

Trabalho conclui que destruição em massa só ocorreu porque asteroide atingiu uma área rica em matérias orgânicas, que corresponde a 13% do planeta


A área atingida pelo asteroide levantou uma enorme nuvem de fuligem, que bloqueou a passagem dos raios solares e provocou quedas drásticas das temperaturas, levando à morte de várias espécies (Divulgação/iStock)

A extinção dos dinossauros pode ter sido uma questão de azar – ao menos é o que sugere um estudo divulgado nesta quinta-feira no periódico Scientific Reports. Os pesquisadores afirmam que um asteroide como aquele que atingiu a Terra há 66 milhões de anos só poderia levar à cadeia de eventos catastróficos que causou uma extinção em massa se tivesse caído em regiões ricas em hidrocarbonetos (compostos orgânicos de carbono e hidrogênio), que correspondem a apenas 13% da área do planeta. Em outras palavras, era muito mais provável que a extinção não tivesse ocorrido – mas parece que os animais pré-históricos não tiveram muita sorte.

“O local de impacto do asteroide mudou a história da vida na Terra”, escrevem os pesquisadores no estudo, liderados por Kunio Kaiho, da Universidade de Tohoku, no Japão. Segundo a equipe, o maior problema da queda dessa rocha gigante, que criou uma cratera de 180 quilômetros em um território onde hoje fica o México, não foi o impacto da colisão. Claro, muitos animais morreram na hora, mas a maior catástrofe veio depois, quando a energia gerada pela colisão começou a aquecer a matéria orgânica presente nas rochas e a liberá-la na atmosfera. Isso acabou causando uma espécie de nuvem de fuligem, que bloqueou os raios solares e provocou uma queda tão drástica das temperaturas que os animais não conseguiram resistir.

Kaiho e sua equipe basearam seus resultados em um modelo climático global, calculando as anomalias de temperatura causadas pela fuligem na estratosfera e medindo a quantidade de hidrocarbonetos nas regiões ao redor do impacto.

De acordo com os resultados, a fuligem liberada provocou um resfriamento global de 8ºC a 11ºC, e as temperaturas da água do mar despencaram para valores de 5ºC a 7ºC. As chuvas também foram afetadas: a precipitação caiu entre 70% e 85% em relação a antes do evento.

Os pesquisadores concluíram que esses eventos de extinção em massa só teriam ocorrido se o asteroide tivesse atingido algumas das áreas ricas em hidrocarbonetos. Se o impacto acontecesse em qualquer outra parte – ou seja, nos 83% de área restantes –, a fauna e flora do Mesozoico teria sobrevivido, quem sabe, até os dias atuais.

Fonte: Veja

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Mamíferos se tornaram diurnos após extinção de dinossauros

O trabalho confirma uma das teorias evolutivas mais antigas, que afirmava que o antepassado comum de todos os mamíferos era um animal noturno


Os antepassados dos símios primatas – gorilas, gibões e saguis – estão entre os primeiros mamíferos que abandonaram totalmente a vida noturna (JACK GUEZ/AFP)

Os mamíferos se tornaram animais diurnos pouco depois do desaparecimento dos dinossauros, há 66 milhões de anos, apontou um estudo divulgado nesta segunda-feira na revista Nature. A pesquisa, conduzida pelo University College London (UCL, na sigla em inglês), no Reino Unido, e pelo Museu de História Natural Steinhardt, da Universidade de Tel Aviv, em Israel, estabelece o momento em que os mamíferos adotaram hábitos diurnos e detalha quais espécies primeiro mudaram de comportamento.

O trabalho confirma uma das teorias evolutivas mais antigas, que afirmava que o antepassado comum de todos os mamíferos era um animal noturno. Os cientistas ainda não conseguem afirmar que a extinção dos dinossauros foi a causa por trás da mudança de hábito dos outros animais, mas dizem que existe alguma relação. “Nos surpreendeu muito descobrir essa correlação entre o desaparecimento dos dinossauros e o começo da atividade diurna dos mamíferos. Obtivemos os mesmos resultados usando várias análises alternativas”, destacou em comunicado o principal autor do estudo, Roi Maor, da Universidade de Tel Aviv e da UCL.

Os especialistas da UCL e da Universidade de Tel Aviv analisaram dados de 2.415 espécies de mamíferos atuais usando algoritmos para reconstruir prováveis padrões de atividade de seus antepassados. Além disso, eles compararam duas árvores genealógicas diferentes de mamíferos que apresentam linhas temporais alternativas para a evolução.

Os resultados indicaram que os mamíferos se tornaram diurnos pouco depois da extinção dos dinossauros, mas os pesquisadores explicam que a mudança não ocorreu de imediato. Houve uma fase intermediária de vários milhões de anos de duração, na qual os mamíferos combinaram atividades noturnas e diurnas, coincidindo com a sequência de eventos que provocou a extinção dos dinossauros.

A equipe de Maor constatou, além disso, que os antepassados dos símios primatas – gorilas, gibões e saguis – estão entre os primeiros mamíferos que abandonaram totalmente a vida noturna. As duas linhas do tempo evolutivas, no entanto, apresentavam diferenças, o que sugere que essa mudança pode ter ocorrido em um período entre 52 milhões e 33 milhões de anos atrás.

Adaptação
Um fato que apoia a afirmação é que esses primatas são os únicos mamíferos que apresentam adaptações evolutivas para melhorar sua visão durante o dia. Sua acuidade visual e a capacidade para perceber cores, lembram os especialistas, são comparáveis às de répteis e aves diurnas, dois dos grupos de animais que sempre viveram de dia.

“É muito difícil relacionar as mudanças de comportamento de mamíferos que viveram há tanto tempo com aquelas condições ecológicas, por isso não podemos dizer que a extinção dos dinossauros provocou esse começo da atividade diurna. Porém, vemos uma clara relação nas descobertas”, explicou a pesquisadora Kate Jones, da UCL.

Tamar Dayan, da Universidade de Tel Aviv, destacou a importância de analisar grandes quantidades de informação sobre o comportamento dos mamíferos antepassados e atuais, já que os registros fósseis de animais que viveram há milhões de anos são muito limitados.

“É preciso observar um mamífero atual para ver se ele é ativo durante o dia ou a noite. Os fósseis dos mamíferos normalmente sugerem que eles eram noturnos, inclusive se não fossem assim. Muitas das ações subsequentes de nos permitiram viver com a luz do dia estão em nossos tecidos”, ressaltou Dayan.

Fonte: Veja

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

‘Monstro marinho’ de 150 milhões de anos é encontrado na Índia

O fóssil é o primeiro ictiossauro descoberto no país; América, Europa e Austrália já tiveram registros da espécie identificados


Fóssil quase intacto de um possível ictiossauro, grupo de répteis marinhos que representavam alguns dos maiores predadores aquáticos na era dos dinossauros (Guntupalli V.R. Prasad/Reprodução)

Um esqueleto fossilizado de um gigantesco réptil marinho pré-histórico foi encontrado no distrito de Kachchh, na Índia, anunciaram paleontólogos nesta quarta-feira. A suspeita é que ele pertença a um ictiossauro (do grego, “lagarto-peixe”) que viveu há 150 milhões de anos. Se a espécie for confirmada, os restos podem ser o primeiro registro de um ictiossauro jurássico no país – até então, pesquisadores só haviam descoberto fósseis semelhantes no continente americano, na Europa e na Austrália.

“Esta é uma descoberta marcante, não só porque é o primeiro ictiossauro jurássico encontrado na Índia, mas também porque ele ajuda a entender a evolução e diversidade dos ictiossauros na região entre Índia e Madagascar no contexto da Gondwana [supercontinente que reunia a maioria dos continentes do Hemisfério Sul], além de revelar a conectividade biológica da Índia com outros continentes durante o período Jurássico”, afirma em comunicado o paleontólogo Guntupalli Prasad, da Universidade de Delhi, na capital indiana.

Prasad e sua equipe publicaram a descoberta no periódico PLoS ONE. Eles ainda não confirmaram que se trata de um ictiossauro, mas acreditam que o esqueleto, que media 5,5 metros de comprimento e estava quase completo quando foi encontrado, pertence à família Ophthalmosauridae. Esses animais viveram entre 165 e 90 milhões de anos atrás.

Ao redor do gigantesco réptil, estavam fósseis de dois cefalópodes carnívoros, semelhantes a lulas, mas envoltos por conchas – os amonites e belenmites. Os padrões de desgaste dentário do predador marinho sugerem que ele se alimentava desses animais menores.

Os pesquisadores acreditam que uma identificação completa poderia informar sobre a possível dispersão oftalmosaurídea entre a Índia e a América do Sul. Eles esperam que desenterrar mais vertebrados jurássicos nesta região possam fornecer mais informações sobre a evolução dos répteis marinhos nesta parte do globo.

Fonte: Veja

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Conheça o enorme sapo de 70 milhões de anos que comia dinossauros

Cientistas descobriram que o animal tinha uma mandíbula tão poderosa quanto a de tigres e lobos


O sapo 'Ceratophrys cranwelli', parente dos sapos gigantes que viveram em Madagascar no período Cretáceo. Como a espécie pré-histórica está extinta, os cientistas realizaram testes de medida de força com seus parentes atuais e criaram uma escala (RustyClark/Divulgação)

Um sapo gigante que habitou a região de Madagascar há quase 70 milhões de anos era capaz de devorar pequenos dinossauros, afirmaram cientistas em um artigo publicado nesta quarta-feira no periódico Scientific Reports. A espécie, chamada Beelzebufo ampinga, já era conhecida pelos estudiosos, mas eles não sabiam que a mordida poderosa desse animal fazia dele um dos maiores predadores do período Cretáceo. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram a mordida de parentes sul-americanos não muito distantes dessas criaturas, os sapos do gênero Ceratophrys, também chamados sapos-de-chifre ou, mais popularmente, sapos “pacman”.

“Esta é a primeira vez que a força da mordida de um sapo foi medida”, afirma em comunicado o biólogo Kristopher Lappin, professor na Universidade Politécnica do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, e coautor do estudo. “Falando por experiência, os sapos-de-chifre têm uma mordida bastante impressionante e tendem a não deixar [a presa] ir. A mordida de um grande Beelzebufo teria sido notável, definitivamente algo que eu não gostaria de experimentar.”

Os sapos-de-chifre atuais são bem menores do que a espécie extinta, mas, graças à força de sua mandíbula, podem devorar animais do seu tamanho ou até um pouco maiores. O estudo descobriu que os menores indivíduos do gênero atual, cuja largura da cabeça mede cerca de 4,5 centímetros, podem morder com uma força de 30 newtons (N) – ou a força que exerce um peso de três quilos. Já os maiores, que possuem cabeças com até 10 centímetros de largura, conseguiriam exercer uma força quase 17 vezes maior, chegando a 500 newtons. “Isso seria como ter 50 litros de água equilibrados na ponta do seu dedo”, compara Lappin.

Fazendo as proporções, levando em consideração a força de mordida e o tamanho da cabeça e do corpo, os cientistas calcularam que os Beelzebufos – que são bastante similares aos sapos-de-chifre – poderiam morder a uma força de 2.200 newtons, um valor bem próximo da mordida de grandes predadores mamíferos, como lobos e tigres fêmea. “Com essa força, Beelzebufo teria sido capaz de dominar dinossauros pequenos ou jovens que compartilhavam seu ambiente”, diz o biólogo Marc Jones, da Universidade de Adelaide, na Austrália.

Os cientistas mediram a potência da mordida dos sapos-de-chifre usando um transdutor de força feito sob medida, um dispositivo que mede com precisão a força aplicada em duas placas cobertas de couro quando um animal tenta mordê-las.

Fonte: Veja

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Cientistas descobrem ‘monstro marinho’ de 190 milhões de anos

A criatura pertence a um grupo de predadores que dominou a cadeia alimentar marinha na região da Alemanha durante o período Jurássico


Batizada de 'Arminisaurus schuberti', a criatura pode fornecer pistas sobre a evolução dos dinossauros pertencentes à ordem Plesiosauria e ainda ajudar a compreender a diversidade dos pliossauros, uma subordem dentro desse grupo que viveu 50 milhões de anos depois (Ilustração Joschua Knüppe/Divulgação)

Uma nova espécie de predador marinho do período Jurássico, que viveu há 190 milhões de anos, foi descoberta por uma equipe de pesquisadores alemães e suecos. Os ossos fossilizados do “monstro do mar”, como foi apelidado o dinossauro extinto, foram encontrados em um poço de argila perto da cidade de Bielefeld, na Alemanha, em 1980 – mas só agora foi possível identificar a criatura, um réptil gigante que ocupava o topo da cadeia alimentar marinha na época. As descobertas foram publicadas na última semana na revista Alcheringa.

A criatura, que media cerca de três a quarto metros de comprimento, foi batizada de Arminisaurus schuberti. Ela pertencia à ordem de répteis marinhos Plesiosauria, um dos grupos de predadores mais bem-sucedidos da era dos dinossauros. “O Arminisaurus é significativo porque data um período inicial do Jurássico, do qual temos poucos fósseis de plesiossauros identificáveis”, disse o paleontólogo e autor do estudo Benjamin Kear, curador no Museu da Evolução da Universidade de Uppsala, na Alemanha. “Somente dois outros fósseis já foram nomeados dentro deste misterioso intervalo na evolução plesiossauriana, tornando o Arminisaurus uma nova peça muito importante para o registro global do grupo.”

Além disso, o estudo também mostra que os Arminisaurus compartilhavam características com pliossauros, uma subordem dentro do grupo dos plesiossauros, que viveram 50 milhões de anos depois, já no período Cretáceo. Essa informação poderia ajudar a compreender como esses animais se espalharam pelo globo e fornecer mais dados sobre a diversidade de pliossauros gigantes que habitaram a região na época.

Segundo o pesquisador, a criatura recém descoberta era relativamente pequena se comparada a outros plesiossauros, que podiam chegar a 15 metros de comprimento. Os Arminisaurus provavelmente caçavam peixes, lulas e outras pequenas presas nos antigos mares que cobriam a Alemanha milhões de anos atrás.

Os ossos do Arminisaurus estavam quebrados quando foram encontrados, graças às máquinas que atuam nas minas de extração da região. Porém, os arqueólogos conseguiram recuperar cerca de 40% do esqueleto, incluindo o crânio, algumas vértebras e ossos de membros essenciais para a classificação do animal.

Fonte: Veja

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Asteroide que extinguiu dinossauros trouxe dois anos de escuridão

Estudo detalha as mudanças climáticas decorrentes do impacto do meteorito que atingiu a Terra há cerca de 66 milhões de anos


Há 66 milhões de anos, o impacto de um asteroide de cerca de dez metros de diâmetro impediu a fotossíntese e a sobrevivência de grande parte dos seres vivos. (Divulgação/iStock)

As cinzas e fuligem dos gigantescos incêndios provocados pelo asteroide que atingiu a Terra há cerca de 66 milhões de anos deixou o planeta na escuridão por quase dois anos, afirma um novo estudo publicado na última segunda-feira. O impacto, que extinguiu os dinossauros, mudou drasticamente as condições climáticas na superfície terrestre, impedindo a fotossíntese e a sobrevivência de grande parte dos seres vivos, afirmaram os pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa do Clima dos Estados Unidos (NCAR), que contaram com o apoio da Nasa e da Universidade do Colorado em Boulder, para a pesquisa. A análise foi publicada no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).

“A extinção da maior parte dos grandes animais terrestres pode ter ocorrido logo após o impacto, mas os animais que viviam nos oceanos, que podiam se esconder em tocas subterrâneas ou, temporariamente, no fundo das águas, sobreviveram. Nosso estudo olha para a história após os efeitos iniciais – depois dos terremotos, tsunamis e aquecimento. Queríamos verificar os efeitos de longo prazo gerados pela grande quantidade de fuligem criada e quais as consequências para os animais que sobreviveram”, explica Charles Bardeen, do NCAR, e um dos autores do estudo, em comunicado.

Asteroide que extinguiu os dinossauros

A hipótese mais conhecida para a extinção dos dinossauros é que um imenso asteroide caiu na Península de Yucatán, no México, originando a cratera de Chicxulub. No entanto, não se sabe ao certo o que aconteceu após o impacto. Uma das teorias mais aceitas conta que a queda da gigantesca rocha causou a liberação de enxofre e de nuvens de ácido sulfúrico que cobriram o globo e se precipitaram em longas chuvas ácidas. Barrando a entrada de luz solar, as nuvens tornaram o ambiente escuro, o que impediu a fotossíntese e levou a uma abrupta diminuição da temperatura. Contudo, os detalhes de como se deu esse processo ainda são misteriosos.

De acordo com o novo estudo, o choque do asteroide de cerca de dez quilômetros de diâmetro provocou grandes chamas e “enormes quantidades de cinzas”, que teriam obscurecido a luz solar por quase dois anos. Por um ano e meio, a fotossíntese foi interrompida e o planeta sofreu um violento resfriamento, fatores que contribuíram para a extinção dos dinossauros.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas usaram um modelo computadorizado para simular como seria a Terra no final do Cretáceo, o que ajudaria a compreender a razão por que algumas espécies desapareceram e outras se adaptaram e sobreviveram. Mais de três quartos das espécies que viviam na Terra, incluindo todas as de dinossauros não voadores, foram extintas nessa época e há evidências que essa extinção em massa estaria ligada ao asteroide que atingiu o planeta.

A colisão, de acordo com os cientistas, desencadeou terremotos, tsunamis e erupções vulcânicas, e a força do impacto teria lançado rochas vaporizadas muito acima da superfície terrestre, onde teriam se condensado em pequenas partículas. Ao caírem novamente na Terra, esses fragmentos teriam se aquecido pela fricção até temperaturas suficientemente altas para provocar incêndios e aquecer a superfície. A simulação aponta também que as cinzas aquecidas pelo Sol subiram para a atmosfera até formarem uma barreira que bloqueou a luz solar que chegava à Terra.

“No início teria sido tão escuro como uma noite enluarada”, explicou Owen Toon, da Universidade de Colorado em Boulder, também autor do estudo, em comunicado.

Fonte: Veja

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Conheça o mais novo dinossauro ‘blindado’

Segundo pesquisadores, o 'Borealopelta markmitchelli', que viveu há 110 milhões de anos, no Canadá era o equivalente a um ‘tanque de guerra’


O novo dinossauro possuía uma pele completamente encouraçada.
(Royal Tyrell Museum of Palaeontoloy/Reprodução)

Um novo estudo revela que um fóssil encontrado no Canadá em 2011 é de uma nova espécie e gênero de dinossauro “blindado”. Batizado de Borealopelta markmitchelli, o animal que viveu há 110 milhões de anos possuía uma pele completamente encouraçada.

“Entre os dinossauros, era o equivalente a um tanque de guerra”, disse um dos autores do estudo, Caleb Brown, do Museu Royal Tyrrell, em Alberta, no Canadá. A pesquisa foi publicada nesta quinta-feira na revista científica Current Biology.

Dinossauro “blindado”

A análise feita pelos cientistas mostrou que o Borealopelta tinha 5,5 metros de comprimento e pesava mais de 1,3 tonelada. Ele pertencia à família dos nodossauros, grandes quadrúpedes herbívoros blindados que viveram no período Cretáceo (de 145 milhões a 65 milhões de anos atrás).

Todas as conclusões se basearam na análise da pele do animal. Segundo Brown, o extraordinário estado de conservação dos fósseis chamou a atenção dos pesquisadores.


Ilustração do dinossauro ‘Borealopelta markmitchelli’, que viveu há 110 milhões de anos
(Royal Tyrell Museum of Palaeontoloy/Reprodução)

“Esse nodossauro é realmente notável, por ser completamente recoberto por uma pele de grossas escamas preservadas, ainda preservadas tridimensionalmente, o que manteve o formato original do animal”, disse o cientista. “A aparência do animal é a mesma agora e no início do Cretáceo. Nem é preciso muita imaginação para reconstruí-lo. Se você olhar de relance, parece até que ele está dormindo. Ele entrará para a história da ciência como um dos mais belos e bem preservados espécimes de dinossauros.”

O estudo também mostrou que, além da blindagem, o Borealopelta exibia “contrassombra”, um tipo comum de camuflagem no qual o animal tem a parte inferior mais clara que a superior.

Segundo Brown, o fato de combinar a blindagem à camuflagem sugere que esses nodossauros sofriam grande pressão de predadores carnívoros. “A forte predação sobre um dinossauro robusto e pesadamente blindado ilustra bem como deviam ser perigosos os predadores de dinossauros do Cretáceo”, afirmou.

Descoberta por acidente

O espécime foi encontrado por acidente no dia 21 de março de 2011 por Shawn Funk, operador de uma máquina de uma mineradora localizada em Alberta. Ele notou que havia algo incomum em algumas formações rochosas do local. O Museu Royal Tyrrell foi notificado e enviou ao local uma equipe que incluía o curador de dinossauros Donald Henderson. Eles logo perceberam que as estranhas rochas continham um dinossauro blindado.

“Encontrar os restos de um dinossauro blindado que foi levado pelas águas para longe do mar já foi uma grande surpresa. O fato de estar tão bem preservado foi uma surpresa ainda maior”, disse Henderson.

Nos cinco anos e meio após a chegada do fóssil ao museu, o técnico Mark Mitchell passou mais de 7.000 horas removendo minuciosamente a rocha ao redor do espécime, para revelar seu excepcional estado de conservação. O nome da espécie do animal foi uma homenagem a Mitchell.

“Ele entrará para a história da ciência como um dos mais bem preservados espécimes de dinossauros”, disse Caleb Brown.
(Royal Tyrell Museum of Palaeontoloy, Drumheller, Canadá/Divulgação)

Fonte: Veja

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Ciclista acha fóssil de dinossauro de 20 metros no interior de SP

Dois ossos articulados foram encontrados em Monte Alto. A descoberta leva a novos estudos sobre a presença desses animais na região de Ribeirão Preto


Fóssil no campo de escavação. Os restos pertenciam a um titanossauro, dinossauro que habitou a região há 90 milhões de anos
(Prefeitura de Monte Alto/Divulgação)

Um ciclista que fazia uma trilha na zona rural de Monte Alto (SP) encontrou, na última semana, dois ossos articulados de um dinossauro com até 20 metros de altura, pertencente a uma espécie que habitou a região há 90 milhões de anos. Cada um dos fósseis teria 90 centímetros de comprimento e 60 centímetros de largura. O episódio pode levar a novas descobertas sobre a presença de dinossauros no interior paulista, e servirá de base para estudos sobre a vida dessas espécies naquela época. O material indica que o animal viveu na região que hoje corresponde ao município, localizado na região de Ribeirão Preto (SP).

Os fósseis foram levados para o Museu de Paleontologia de Monte Alto e vão se juntar a outros, também de animais pré-históricos que habitaram a região. Os restos pertenceriam a um titanossauro, uma espécie de lagarto gigante que se alimentava de vegetais. “São aqueles dinossauros ‘pescoçudos’ que costumam ilustrar a era pré-histórica”, explica a paleontóloga Sandra Tavares, diretora do Museu de Monte Alto.

Ela contou que os fósseis estavam em uma área usada por pessoas que fazem trilha de bicicleta e moto, sendo preciso uma operação de emergência para retirar o material. “Mas agora ele já está em lugar seguro e temos algumas informações, sendo possível saber, por exemplo, que se trata de um animal da família dos titanossauros, ou seja, um herbívoro”, falou a paleontóloga.

De acordo com ela, as análises vão prosseguir, ao mesmo tempo em que será marcada uma grande escavação na área da descoberta para localizar outras partes do animal. “Mas isso deve ficar para 2018, porque o museu está em reforma. Vamos esperar o fim dos trabalhos, até mesmo para ter um local adequado para colocar os materiais que forem achados”, disse Sandra.

Os fósseis estavam cravados em uma rocha e foram encontrados por André Giancherini, que acionou a equipe do museu. Ele contou à reportagem que pedalava ao lado de um amigo quando viu uma rocha branca, muito diferente das pedras da região. “Aqui elas são meio avermelhadas, mas esta era bem branquinha”, lembra.

Ao parar a bicicleta e limpar um pouco a rocha, ele diz ter notado que aquilo era um osso. “Estava perto de um barranco, foi uma grande surpresa”, falou. Seu interesse pelo assunto facilitou para que identificasse como sendo fósseis. Depois, ele ajudou os funcionários do museu a retirar e transportar o material.

Outros

Segundo a diretora do Museu de Paleontologia de Monte Alto, já está provado que animais pré-históricos habitaram a região. O acervo do museu reúne mais de 1.300 exemplares de fósseis, entre outros, de dinossauros, moluscos, tartarugas e crocodilos, todos do período cretáceo e recolhidos na região e em áreas distantes, como a Chapada do Araripe, no Ceará.

Da região, entre os ossos mais recentes constam crânios de crocodilos que também viveram há milhões de anos. Após serem analisados e catalogados, esses bichos acabam recebendo nomes em alusão ao descobridor e à origem.

Exemplo é o Montealtosuchus arrudacamposi que, como o próprio nome diz, homenageia a cidade da descoberta – Monte Alto –, e quem o identificou, nesse caso o paleontólogo Antonio Celso de Arruda Campos, o “Professor Toninho”, falecido em 2015.

Fonte: Veja

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Fóssil de 1,2 milhão de anos é descoberto por criança nos EUA

Crânio de um estegomastodonte, ancestral do elefante, foi encontrado por acaso durante caminhada em um deseto perto de Las Cruces, no Novo México


Jude Sparks com a mandíbula de um estegomastodonte, similar ao elefante moderno, que ele descobriu enquanto caminhava com a família em Las Cruces, no Novo México.
(Peter Houde/Universidade Estadual do Novo México/Divulgação)

Por acaso, um garoto de nove anos encontrou raros fósseis de um estegomastodonte, animal que habitou a região do Novo México, nos Estados Unidos, há 1,2 milhão de anos. Jude Sparks estava passeando com a família no deserto próximo à cidade de Las Cruces, quando tropeçou no que parecia uma enorme rocha e caiu. Ao se levantar, percebeu que as pedras se pareciam a grandes dentes de um animal pré-histórico, junto com uma presa. A família fez fotos das estranhas rochas e entrou em contato com o biólogo Peter Houde, professor da Universidade Estadual do Novo México.

“Esse pode ser o segundo crânio completo do animal encontrado no Novo México”, disse Houde, em comunicado. “Um estegomastodonte pareceria, para qualquer um de nós, com um elefante. Entre os diversos tipos que habitaram essa área, este era possivelmente um dos mais comuns. Mas, ainda assim, é muito raro.”

Fósseis encontrados por acaso

Os fósseis, que correspondiam à mandíbula e uma das duas presas (como os marfins dos elefantes), foram levados ao Museu de Vertebrados da universidade, para serem estudados. Em maio, a família, junto com uma equipe de cientistas, foi até o local do achado para desenterrar o crânio. Segundo os especialistas, a mandíbula tem 55 quilos e o crânio deve pesar em torno de uma tonelada. Os estegomastodontes, ancestrais dos elefantes modernos,  podiam ter até três metros de altura e pesar seis toneladas.  A espécie migrou para América do Norte cerca de 15 milhões de anos atrás, sendo extinta há 10.000 anos.

Peter Houde, professor da Universidade Estadual do Novo México, com a presa e mandíbula do estegomastodonte encontrado.
(Andres Leighton/Universidade Estadual do Novo México/Divulgação)

O processo de pesquisa e reconstrução do crânio deve levar alguns anos até ser concluído. Houde espera que, em breve, o fóssil possa ser exposto ao público. “Tenho esperanças de que a descoberta acabe em uma exposição e o garoto possa mostrá-lo a seus amigos ou mesmo a seus filhos, dizendo ‘veja o que achei bem aqui em Las Cruces!’’’, disse.

Outras descobertas

Não é a primeira vez que um fóssil de estegomastodonte é encontrado por acaso no Novo México. Em 2014, um grupo que participava de uma despedida de solteiro tropeçou no esqueleto do animal enquanto passeava por um parque. O noivo e seus amigos enviaram fotos do achado para o Museu de História Natural e Ciência do Novo México e descobriram que os vestígios correspondiam a um esqueleto de um estegomastodonte de cerca de 3 milhões de anos.

Fonte: Veja

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Razana, o crocodilo gigante que tinha dentes de ‘T. rex’

Parente dos répteis atuais, a criatura habitava a região de Madagascar há 170 milhões de anos e estava no topo da cadeia alimentar terrestre

Representação paleoartística de um 'Razanandrongobe sakalavae' devorando um saurópode no Jurássico Médio
(Fabio Manucci/Divulgação)

Uma enorme criatura semelhante a um crocodilo com dentes de Tiranossauro rex já ocupou o topo da cadeia alimentar terrestre em Madagascar há 170 milhões de anos, revelou um estudo publicado nesta terça-feira no periódico PeerJ. Segundo os cientistas, a espécie, descoberta originalmente em 2006, seria o maior e mais antigo animal do grupo Notosuchia – que agrupa vários crocodilomorfos (répteis semelhantes a crocodilos) do período Jurássico Médio. Apelidado de Razana, seu nome científico, Razanandrongobe sakalavae, significa “ancestral de lagarto gigante da região de Sakalava”.

Os resultados descritos são mais uma peça para compreender a evolução dos répteis, especialmente em regiões como a América do Sul, África e Ásia, onde os Notosuchia viviam. Baseando-se na análise de restos cranianos de animal descobertos recentemente, os cientistas puderam ter uma ideia mais detalhada do corpo desses animais, documentando um dos primeiros eventos de aumento exacerbado de tamanho na história evolutiva do grupo.

“Sua posição geográfica durante o período em que Madagascar se separou de outras massas terrestres é fortemente sugestiva de uma linhagem endêmica”, observa um dos autores do estudo, o paleontólogo Simone Maganuco, do Museu de História Natural de Milão, na Itália, em comunicado. “Ao mesmo tempo, representa um sinal adicional de que os Notosuchia se originaram no sul de Gondwana (supercontinente que deu origem aos continentes do hemisfério Sul).”

Dentes de Tiranossauro

Os ossos maxilares profundos e maciços, armados com enormes dentes serrilhados de tamanho e forma semelhantes aos de um T. rex, sugerem que esses animais, assim como o famoso dinossauro, também se alimentavam de ossos, tendões e outros tecidos duros. Ou seja, eram ferozes predadores. O Razana podia ter até 1 tonelada e 23 metros de comprimento.

Segundo os cientistas, a combinação de características anatômicas situa o Razana bem no início da árvore evolutiva dos Notosuchia jurássicos, próximo aos baurusuchídeos e sebecia, ambos predadores terrestres sul-americanos.

“Como esses e outros crocodilianos gigantes do Cretáceo, [Razana] poderia superar mesmo os dinossauros de terópodes, no topo da cadeia alimentar”, diz o também paleontólogo do Museu de História Natural de Milão, Cristiano dal Sasso, coautor da pesquisa.

Reconstrução de como seria a cabeça do ‘Razanandrongobe sakalavae’.
(Fabio Manucci/Divulgação)

Fonte: Veja

terça-feira, 20 de junho de 2017

‘Apocalipse’ vulcânico levou à era dos dinossauros, sugere estudo

Intensa atividade vulcânica pode ter sido a razão de extinção em massa há 200 milhões de anos, que abriu caminho para o desenvolvimento dos dinossauros


Ao entrar em erupção, vulcões emitem nuvens de gás que contêm mercúrio e bloqueiam a luz solar.
(José Jacome/EFE/VEJA)

Há 200 milhões de anos, vulcões em erupção espalharam grandes quantidades de mercúrio e dióxido de carbono na atmosfera, bloqueando a luz solar e levando a uma extinção em massa, sugere um novo estudo. Poucos seres sobreviveram ao “apocalipse”, que durou por volta de um milhão de anos, entre eles alguns ancestrais dos dinossauros, que ocuparam os espaços vazios deixados por outros animais. Segundo a pesquisa, publicada no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas) nesta terça-feira, o episódio ajuda a compreender a evolução de nosso planeta e como as mudanças climáticas nos atingem.

“Nossos resultados reforçam a ligação entre a extinção em massa do Triássico (período entre 250 e 200 milhões de anos atrás) e as emissões vulcânicas de CO2. Isso nos ajuda a compreender não só esse evento, mas também outros períodos de mudanças climáticas na história da Terra”, afirmou Lawrence Percival, pesquisador da Universidade Oxford, na Inglaterra, e um dos autores do estudo, em comunicado.

Extinção em massa

Pesquisas anteriores haviam mostrado que havia uma intensa atividade vulcânica no fim do Triássico, mas o impacto e extensão desses eventos eram desconhecidos. Para descobrir qual se havia alguma relação entre essa atividade e a extinção em massa do período, cientistas das universidades Oxford, de Exeter e de Southampton, na Inglaterra, analisaram o mercúrio contido em seis depósitos de rochas vulcânicas, que são vestígios de antigos continentes (que compunham partes da Inglaterra, Áustria, Argentina, Groenlândia, Canadá e Marrocos).

Ao entrar em erupção, os vulcões emitem nuvens de gás que contêm a substância — ela se espalha pela atmosfera antes de se precipitar sobre a superfície e se depositar nas rochas. Os pesquisadores perceberam um aumento significativo do composto nas rochas, com picos de mercúrio que coincidiam com a extinção em massa, o que indica uma intensa atividade vulcânica.

Segundo os cientistas, ancestrais de animais como crocodilos, mamíferos semelhantes a répteis e os primeiros anfíbios não puderam suportar as mudanças ambientais, extinguindo-se. Os pesquisadores afirmam que qualquer ser vivo sobre a Terra teria sido afetado, pois as erupções bloqueiam os raios solares e provocam acúmulo de carbono na atmosfera. Contudo, os primeiros dinossauros conseguiram se adaptar às transformações, espalharam-se pela superfície e deram origem ao período conhecido como a era dos dinossauros.

“Os dinossauros conseguiram explorar os nichos ecológicos que ficaram livres pela extinção”, explicou Percival.

Evolução do planeta
De acordo com os cientistas, a análise do mercúrio em rochas antigas pode revelar como eram outros períodos da história da Terra. “É uma nova e poderosa ferramenta que vai nos permitir entender mais sobre a evolução de nosso planeta e como se tornou o que é hoje”, escrevem os autores no estudo.

Fonte: Veja

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Cientistas descobrem nova espécie de ‘mamífero-réptil’ brasileiro

Fósseis encontrados no Rio Grande do Sul têm características do gênero Aleodon, répteis com características de mamífero que só haviam sido achados na África


Reconstrução artística do 'Aleodon cromptoni', animal do período triássico descoberta por cientistas brasileiros.
(Voltaire Paes Neto/Divulgação)

Uma equipe de cientistas brasileiros identificou no Rio Grande do Sul os primeiros fósseis de Aleodon, um gênero de “mamífero-réptil” que só havia sido achado na África. De acordo com o estudo, publicado nesta quarta-feira na revista científica Plos One, os fósseis, que datam do Triássico (período entre 250 e 200 milhões de anos atrás), pertencem a uma nova espécie e a outras sete espécies já identificadas que conviveram com os precursores dos dinossauros e com outros animais que, eventualmente, deram origem aos mamíferos.

Os fósseis foram encontrados no município de Vale Verde e, há quarenta anos, os cientistas acreditavam que eles pertencessem ao gênero Chiniquodon, outro grupo de “mamífero-réptil” (répteis que exibem características similares aos mamíferos) que habitou a América do Sul. Contudo, a equipe dirigida pelo paleontólogo Augustín Martinelli resolveu reexaminar crânios, mandíbulas e dentes dessas criaturas carnívoras e compará-las aos Aleodon africanos. Verificando a morfologia e outras características dos animais, que têm o tamanho aproximado de uma onça, os pesquisadores perceberam que os fósseis eram mais parecidos com os exemplares africanos e propuseram a reclassificação.

Nova espécie

A análise mais profunda revelou uma nova espécie do grupo Aleodon, que os cientistas batizaram de A. cromptoni, em homenagem a Alfred Crompton, o primeiro cientista a descrever os Aleodon. Os pesquisadores também reclassificaram sete outras espécies que, acreditava-se, faziam parte dos Chiniquodon.

(Voltaire Paes Neto/Divulgação)

Segundo os pesquisadores, a descoberta mostra que havia uma grande diversidade de animais na origem dos mamíferos e que algumas regiões da África, como Namímbia e Tanzânia, onde os primeiros Aleodon foram identificados, tinham uma fauna muito parecida com a do Sul do Brasil.

Fonte: Veja

sexta-feira, 12 de maio de 2017

‘Bebê dinossauro’ chinês é uma nova espécie, afirmam cientistas

O fóssil de 38 centímetros, encontrado há quase 15 anos, é o embrião de um dinossauro gigante que pesava até uma tonelada


Ilustração de como seria Baby Louie dentro de sua casca. O dinossauro gigante é parente das aves e tem o corpo cheio de penas (Foto/Divulgação)

Um fóssil de 38 centímetros descoberto na China, em 1993, é o embrião de uma espécie até agora desconhecida de dinossauro gigante, descobriram cientistas. Batizado de Baby Louie, o ovo fossilizado foi descrito em um estudo publicado na revista Nature Communications nesta terça-feira. Ele tem entre 89 milhões e 100 milhões de anos e foi o primeiro já encontrado em um ninho de dinossauros. A espécie à qual pertence, que podia chegar a até 12 toneladas, foi batizada de Beibeilong sinensis – que significa “bebê dragão chinês”.

Até agora, pesquisadores não haviam descrito a espécie cientificamente. O animal era um oviraptossauro, que pertence a um grupo de dinossauros gigantes, parente das aves. De acordo com os autores da publicação, há grande abundância de ovos de dinossauros fossilizados do período Cretáceo na província de Henan, onde foi feita a descoberta. “Por muito tempo, a espécie de dinossauro naquele ovo foi um mistério. Como ovos de grandes terópodes, como o tiranossauro, também são encontrados nas rochas de Henan, alguns especialistas pensavam que se tratava de um de tiranossauro”, disse uma das autoras da pesquisa, Darla Zelenitsky, da Universidade de Calgary.

O enorme ninho – de cerca de 2 metros de diâmetro – onde foi encontrado o Baby Louie tinha alguns dos maiores ovos de dinossauros já localizados. Mais de 20 ovos foram descobertos no local, mas os demais não tinham fósseis em seu interior.

“Graças a esse fóssil, agora sabemos que aqueles ovos pertenciam a gigantescos oviraptossauros. Devia ser uma visão marcante um animal de mais de uma tonelada sentado sobre aqueles ninhos chocando esses ovos”, afirmou a cientista.

Comércio de fósseis

A abundância de ovos de dinossauros na região de Henan levou um intenso comércio entre colecionadores, e inúmeras peças foram exportadas – incluindo o Baby Louie, que foi repatriado recentemente, depois de uma longa temporada nos Estados Unidos. Durante o “exílio”, o Baby Louie foi bem tratado, de acordo com os cientistas chineses.

“Fósseis nessa situação costumam ser danificados, a informação sobre sua localização original se perde, ou eles acabam desaparecendo nas mãos de colecionadores particulares”, disse Zelenitsky. Porém, durante todo o tempo, os cientistas chineses sabiam onde ele estava. Entre 1993 e 2001, o fóssil permaneceu na empresa The Stone Company, na cidade de Boulder, no Estado americano do Colorado. Dirigida pelo pesquisador especializado em tratamento de fósseis Charlie Magovern, a empresa comercializa fósseis e espécimes relacionados a história natural.

A partir de 2001, o ovo, cuidadosamente preparado por Magovern, ficou em exposição no Museu das Crianças em Indianápolis, no Estado de Indiana, também nos Estados Unidos. Em 2013, finalmente foi repatriado para o Museu Geológico Henan, na China, e pode ser estudado pelos cientistas.

Fonte: Veja

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Minerador encontra fóssil de dinossauro tão perfeito que parece estátua

Exemplar tem 110 milhões de anos se assemelha a um filhote de lagarto com leão, coberto por um casco

FOTO: ROBERT CLARK /NATIONAL GEOGRAPHIC/REPRODUÇÃO

Um fóssil de Nodossauro foi encontrado tão bem preservado que até parece uma estátua. Pelo menos é isso que a National Geographic conta em sua reportagem sobre o animal. 

O espécime foi encontrado no Canadá, em 2011, mas será exposto só agora no Museu Real de Paleontologia Tyrrel do Canadá.

Outro fato curioso é que o fóssil foi achado pelo minerador Shawn Funk enquanto escavava a Mina Millenium de Alberta: “[Bati em algo] muito mais duro que a rocha que o circundava”, afirma ele na reportagem. O objeto pesava mais de uma tonelada e logo foi levado para o museu de Alberta para ser estudado.

Segundo o Science Alert, o Nodossauro se assemelha a um filhote de lagarto com leão, coberto com um casco. O dinossauro viveu há cerca de 110 milhões de anos. O animal encontrado, em particular, media 5,4 metros e pesava 1.360 quilos.

Segundo os especialistas, o fato de o animal ter afundado no mar ajudou na preservação. Logo após imergir, seu corpo foi coberto por minerais, que se infiltraram no fóssil e garantiram sua aparência "jovial". Como afinal Michael Grenshko, da Narional Geographic, encontrar um fóssil desse tipo “é tão raro quanto ganhar na loteria”.

FOTO: REPRODUÇÃO

VEJA O VÍDEO COM O FÓSSIL DO DINOSSAURO



Fonte: Revista Galileu

sábado, 6 de maio de 2017

Indicação de Leitura


O blog Reptossaurus completou recentemente 6 anos no ar!

Como os seguidores já perceberam não há qualquer propaganda/banner no Blog.

Recentemente as postagens estão mais devagar por conta do tempo, que não tenho mais disponível como antes. Mas, o blog não morreu, e sempre que posso atualizo.

Mas, o foco desta postagem é divulgar a Trilogia "Quando o Céu é o Limite", uma obra de ficção científica que narra a trajetória de um físico teórico americano que busca incansavelmente elucidar o desaparecimento de pessoas em todo o mundo. Em suas pesquisas, estudos e investigações ele propõe uma teoria única capaz de explicar quase que totalmente todos os desaparecimentos antes indecifráveis. Porém, essa hipótese não é bem vista pela comunidade científica, que logo o taxa de pseudocientista. Mas, não tarda para que até o mais céticos deem azo as suas teorias, já que elas se adequam perfeitamente a diversos casos.
Para o físico Christian Goldville o uso desenfreado de arsenais nucleares, a manipulação climática e testes com sonares criaram o ambiente ideal para a ocorrência do fenômeno de transposição, algo similar aquele causado pelos buracos negros no Universo. O cientista batizou esse evento de "Efeito Transposicional da Matéria Física Humana", tendo em vista que os vórtices são gerados na atmosfera, descem para a terra e por vezes tragam para dentro de si tudo o que encontram, inclusive pessoas.
Quando isso ocorre, as vítimas podem ser transportadas para outro local, seja no passado, no presente ou no futuro, respeitados os limites da geografia terrestre.

Se você é curioso ou ama assuntos relacionados a viagem no tempo, anomalias temporais, buracos de minhoca e temas similares, esse é o seu livro. Contudo, mesmo quem não é fã do desconhecido adorou a leitura e os inúmeros casos relatados no livro.

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Um livro como poucos, que vale muito a pena ser lido!

Valorize a literatura nacional e ajude o blogueiro que vos fala.




Veja alguns vídeos do livro





quinta-feira, 13 de abril de 2017

Ancestrais dos dinossauros eram diferentes do que se imaginava

Uma nova descoberta se contrapôs às conclusões mantidas durante décadas pelos cientistas

Por AFP

Teleocrater rhadinus: o primeiro fóssil dessa espécie foi descoberto em 1933 (Nature Publishing Group/Mark Witton/AFP)

Os ancestrais ​​dos dinossauros tinham quatro patas, não duas, e se pareciam com os crocodilos, revelou um estudo sobre fósseis encontrados na Tanzânia, cujas conclusões foram divulgadas na revista científica Nature.

Durante décadas, os cientistas imaginaram esses ancestrais como mini-dinossauros do tamanho de uma galinha que se moviam sobre duas patas, mas isso mudou com a descoberta de um Teleocrater rhadinus, um carnívoro parecido com um crocodilo, de 2 a 3 metros de comprimento, com um pescoço longo e quatro patas.

O primeiro fóssil dessa espécie foi descoberto em 1933 e foi estudado nos anos 1950 no Museu de História Natural de Londres, mas o esqueleto estava incompleto.

Os novos exemplares encontrados no sul da Tanzânia permitiram identificar o Teleocrater como “o elo perdido entre os dinossauros e o ancestral comum que eles compartilham com os crocodilos”, explicou Ken Angielczyk, do Museu Field de Chicago, um dos autores do estudo.

“Surpreendentemente, os ancestrais dos dinossauros não se pareciam com eles”, acrescentou Angielczyk. “O Teleocrater parece um crocodilo e isso nos obriga a rever completamente tudo o que pensávamos da evolução” dos dinossauros, explicou.

O Teleocrater viveu há mais de 245 milhões de anos, no período Triássico.

Fonte: Exame

sexta-feira, 24 de março de 2017

Cientistas identificam possível origem dos dinossauros - e eles podem ser britânicos

Pallab Ghosh
Repórter de ciência da BBC

Os dinossauros mais salvagens e carnívoros, como o tiranossauro, foram reclassificados

Os primeiros dinossauros podem ter se originado no hemisfério norte, possivelmente em uma área que agora faz parte do Reino Unido.

Essa é uma das conclusões da primeira reavaliação detalhada da "árvore genealógica" dos dinossauros feita em 130 anos.

Ela mostra que a teoria corrente sobre como os dinossauros evoluíram e onde teriam aparecido pela primeira vez pode estar errada.

A reavaliação foi publicada na edição desta semana da revista científica Nature.

A nova análise mostra que os dinossauros carnívoros, como o tiranossauro e o velociraptor, estavam classificados em um "galho" errado na árvore genealógica dos dinossauros.

Uma das implicações é que os dinossauros surgiram 15 milhões de anos antes do que se acreditava previamente.

As evidências fósseis sugerem que esse surgimento pode ter ocorrido mais ao norte do que sugere a teoria corrente - possivelmente na região que agora compreende o Reino Unido, de acordo com o principal autor do artigo da Nature, Matthew Baron, da Universidade de Cambridge.

"Os continentes no norte certamente tiveram um papel maior do que se imaginava na evolução dos dinossauros, que podem ter se originado no Reino Unido", disse ele à BBC.

A versão anterior da árvore genealógica foi desenvolvida há 130 anos pelo paleontologista Harry Govier Seeley, da Universidade King's College de Londres.

Ao comparar o tamanho, as formas e a disposição de ossos fossilizados de diferentes espécies de dinossauros e como elas mudaram com o passar do tempo, ele criou o modelo teórico de como elas evoluíram.

Ele concluiu que havia dois principais grupos de dinossauros: aqueles cujos quadris se assemelham aos de pássaros da atualidade, que Seeley chamou de ornitísquios, e aqueles com quadris semelhantes aos de lagartos, que ele chamou de saurísquios.

O grupo com quadril de pássaro era exclusivamente herbívoro e contava com espécies familiares como estegossauro e tricerátopo.

O grupo com quadril de lagarto tinha dois ramos: o de herbívoros, como o brontossauro, e o de carnívoros, como o tiranossauro.

Essa organização nunca havia sido contestada até agora.

Para reclassificar os parentescos, pesquisadores estudaram mais ossos e incluíram outras espécies, muitas das quais só foram descobertas nos últimos 30 anos.

A nova abordagem propõe que os carnívoros, grupo conhecido como terópodes, sejam movidos para a mesma classificação dos dinossauros com quadril de pássaro, os ornitísquios.

Esse fóssil, encontrado em Lossiemouth, na Escócia, é de um dinossauro que tem o tamanho de um gato. Agora, pensa-se que ele pode estar perto da base de uma nova árvore genealógica dos dinossauros, abrindo a possibilidade de que eles tenham se originado no Reino Unido

O professor da Universidade de Cambridge David Norman, que supervisou o estudo, disse que ele representa uma grande mudança em relação ao pensamento superior.

"Os principais livros didáticos que tratam da evolução dos dinossauros agora terão que ser reescritos caso essa nova sugestão sobreviva ao escrutínio acadêmico e se torne mais amplamente aceita", ele explicou.

"Parece que a árvore genealógica dos dinossauros está sendo sacudida com firmeza. Será interessante ver o que cairá de seus galhos nos anos futuros."

"Os principais livros didáticos que tratam da evolução dos dinossauros agora terão que ser reescritos". Prof David Norman, Universidade de Cambridge

O hemisfério norte - e particularmente o Reino Unido - passou a ser considerado o local mais provável para o surgimento dos primeiros dinossauros por causa de dois fósseis cruciais encontrados na Inglaterra e na Escócia.

Por décadas, eles foram descartados, tidos como espécies sem importância, mas agora estão perto da base no novo desenho da genealogia dos dinossauros.

Os achados na Inglaterra e na Escócia sugerem ser mais provável que os primeiros dinossauros apareceram há 245 milhões de anos no norte do planeta em um corpo de terra chamado Laurásia, ao invés de terem surgido há 230 milhões de anos em uma massa de terra mais ao sul chamada Gondwana.

Dinossauros carnívoros têm um grau de parentesco mais próximo com os que têm focinho em forma de bico, como o herbívoro tricerátopo


Matthew Baron disse que os resultados foram um "choque".

"Um cientista britânico, Richard Owen, deu a palavra 'dinossauro' ao mundo. Agora estamos diante da possibilidade de que os primeiros dinossauros vagavam por uma área que se tornou o Reino Unido e que o grupo se originou nestas terras".

Os pesquisadores envolvidos com a descoberta alertaram, porém, que os registros fósseis para os dinossauros mais antigos é tão esparso que seria difícil fazer qualquer afirmação com firmeza, nesse estágio, sobre as origens das criaturas. Mas o time de pesquisadores espera que os achados estimulem paleontólogos a procurar por mais evidências fósseis para apoiar as novas ideias.

Polêmica

A mudança de uma das principais teorias evolutivas dos dinossauros certamente causará polêmica.

O professor Hans Sues, do Museu Smithsonian, em Washington, nos Estados Unidos, disse que a descoberta ainda precisa deve ser testada e corroborada.

"Agora temos a nossa árvore evolutiva e podemos usá-la como base para entender como as características de dinossauros evoluíram". Prof Paul Barrett, Museu de História Natural de Londres

"Sou cético, já que nenhuma das outras análises recentes obteve resultados semelhantes - mas deixo a mente aberta", disse ele à BBC.

O pesquisador do Museu de História Natural de Londres Paul Barrett, que esteve envolvido com o estudo e desenvolveu a ideia de contestar a velha teoria de Seeley, disse que a nova árvore genealógica parece ser mais lógica que a anterior.

"Agora temos a nossa árvore evolutiva e podemos usá-la como base para entender como as características de dinossauros evoluíram com o passar do tempo. Já está nos ajudando a explicar algumas questões que nos confundiam", ele acrescentou.

Entre essas questões estava a ideia de que pássaros evoluíram de dinossauros carnívoros - que não se encaixava bem com o esquema antigo, pois esses dinossauros não estavam no grupo com quadril de pássaro.

A nova árvore se encaixa melhor com a observação de que muitas espécies carnívoras e muitos dinossauros com quadril de pássaro tinham penas. O fato de que eles estavam previamente em dois grupos separados levaram algumas pessoas a especular que todos os dinossauros, inclusive os saurópodes - espécies com pescoços longos -, eram emplumados. Mas não havia nenhuma evidência fóssil para isso e essa sugestão nunca pegou.

O trabalho recente também indica que dinossauros evoluíram de modo a se tornar carnívoros em duas ocasiões separadas e até implica que o primeiro dinossauro era onívoro e, por isso, comia tanto plantas como carne.



Havia, porém, uma consequência potencialmente desastrosa para o novo arranjo.

Ele poderia ter significado que os dinossauros de pescoço longo, como o brontossauro e o diplodoco, não seriam estritamente classificados como dinossauros. Ansiosos para não serem considerados como as pessoas que retiraram o status de dinossauro do emblemático "Dippy", o esqueleto de diplodoco do Museu de História Natural de Londres, Matt Baron e seus colegas cuidadosamente reformularam a definição.

"Eu não queria fazer com que o Dippy deixasse de ser um dinossauro. Isso teria causado muito aborrecimento. Eles são um grupo muito bem conhecido e todos os reconhecem como dinossauros. Para ser sincero, eu não queria ser expulso de toda conferência que fosse pelo resto de minha carreira".

O triunfo de Huxley
A árvore de Baron se assemelha a ideias pensadas pelo biólogo Thomas Henry Huxley em 1870. Ele acreditava, corretamente ao que parece, que pássaros vieram de dinossauros carnívoros e ele os incluiu junto com os dinossauros com quadril de pássaro em um grupo que ele chamou de ornithoscelida.

Na época, as ideias de Huxley foram descartadas e eclipsadas pelas de Seeley.

Como um reconhecimento das contribuições de Huxley, o time de pesquisadores reviveu o nome "ornithoscelida" para o seu novo agrupamento de espécies.

Além de ser uma pesquisa notável por si só, o trabalho é um retrato do próprio processo científico - mostra que desafiar velhas e bem estabelecidas ideias com olhos frescos sempre vale a pena e pode frequentemente trazer novas abordagens.

"Nós provamos que Huxley estava certo", disse Baron. "Não prestamos nenhuma atenção ao dogma dos últimos 130 anos. Nós tentamos não incorporar nenhuma suposição prévia e, então, desmontamos e remontamos a árvore genealógica e propusemos soluções a perguntas que estavam incomodando cientistas há um bom tempo".

O esqueleto do dinossauro diplodoco apelidado de 'Dippy' tornou-se um símbolo do Museu de História Natural de Londres

Fonte: BBC Brasil