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quinta-feira, 19 de maio de 2016

Nova espécie de dinossauro com quatro chifres é descoberta nos EUA

Animal, batizado de Machairoceratops cronusi , viveu há 77 milhões de anos, era herbívovo e deve ter medido entre seis e oito metros de altura e pesado entre uma e duas toneladas

Representação do Machairoceratops cronusi (Handout/Reuters)

Paleontólogos encontraram nos Estados Unidos uma nova espécie de dinossauro, com quatro chifres, que viveu há 77 milhões de anos.

A descoberta, que foi feita no parque nacional de Grand Staircase-Escalante National Monument, no estado de Utah, no oeste do país, foi revelada nesta quarta-feira (18) na revista científica americana PLOS One.

Este herbívoro, que deve ter medido entre seis e oito metros de altura e pesado entre uma e duas toneladas, foi batizado de ‘Machairoceratops cronusi’.

Os cientistas autores da publicação afirmaram que é muito pouco comum encontrar fósseis desta família de dinossauros nesta região dos Estados Unidos. Geralmente, são encontrados em estados mais ao norte, como Alasca e Montana, ou no Canadá.

Este dinossauro, do período Cretáceo (entre 145,5 milhões e 65,5 milhões de anos atrás), evoluiu em uma parte do continente norte-americano chamada Laramidia, que era então separada pelo mar do resto do que é hoje a América do Norte.

O crânio fossilizado encontrado é diferente dos de outros dinossauros da mesma família que foram encontrados no norte desta região, o que sugere que estes dinossauros viviam em duas regiões separadas e constituíram dois subgrupos que evoluíram de maneiras distintas, explicam os paleontólogos.

Os dinossauros desta família, chamados ‘Centrosaurine ceratopsids’, tinham chifres, bicos e carapaças para proteger seu pescoço.

“O Machairoceratops é único entre os Centrosaurines, porque tinha também dois grandes chifres curvos atrás da cabeça que apontavam para baixo e formavam parte da carapaça óssea protetora do seu pescoço”, afirmou em um comunicado Erik Lund, cientista da Universidade de Ohio e autor principal do trabalho sobre esta descoberta.

Fonte: AFP e UOL

sexta-feira, 6 de maio de 2016

O pássaro mais velho do mundo

Fósseis mostram que as aves tiveram origem seis milhões de anos antes do que se imaginava

O Archaeornithura meemannae pertence à família Ornithuromorpha, ou Euornithes (aves verdadeiras), incluindo o mais recente ancestral comum de todas as aves modernas

Ilustração da 'Archaeornithura meemannae', que viveu no Cretáceo Inferior. ZONGDA ZHANG

Na enorme escala do tempo geológico —referente a um planeta de 4,5 bilhões de anos— atrasar a origem das aves em seis milhões de anos pode parecer uma ninharia, mas foi justamente esse intervalo que os homens levaram para se distinguir de algo parecido com o chimpanzé, o que não é exatamente um detalhe sem importância. Dois fósseis encontrados na China acabam de revelar que os pássaros propriamente ditos são seis milhões de anos mais antigos do que se imaginava; tiveram origem no Cretáceo Inferior, a era dos grandes dinossauros carnívoros que costumam aparecer nos filmes.

Os dois fósseis definem a nova espécie Archaeornithura meemannae (ver ilustração), um curioso pássaro de pernas longas que, por enquanto, é considerado o mais velho do mundo. Pertence à família dos Ornithuromorpha, ou Euornithes (aves verdadeiras), incluindo o mais recente ancestral comum de todas as aves modernas. Ming Wang e seus colegas da Academia Chinesa de Ciências, em Pequim, divulgaram sua descoberta na Nature Communications.

Naquela época, no entanto, os Ornithuromorpha não eram os únicos pássaros. Compartilhavam o céu cretáceo com outra grande família, os Enantiornithes, ou “pássaros opostos”, porque sua escápula e outros ossos são invertidos em relação aos dos Ornithuromorpha e de todas as aves atuais. Também deviam ser mais agressivos, porque tinham dentes no bico e garras nas asas. Mas, curiosamente, todos desapareceram ao mesmo tempo que os dinossauros, há 66 milhões de anos.

Essa grande extinção, relacionada ao impacto de um meteorito gigantesco e uma orgia de erupções vulcânicas, marca o final do período cretáceo e a origem de um novo mundo, no qual os mamíferos começaram a dominar a terra firme. A extinção em massa não apenas varreu do mapa os dinossauros e as aves com dentes, mas também a metade de outras espécies da época, em um dos episódios geológicos mais violentos da história do planeta.

Mas a espécie descoberta, a Archaeornithura meemannae, é muito anterior a tudo isso, com origem há 131 milhões de anos, no Cretáceo Inferior. É uma época da qual restaram poucas espécies de pássaros fósseis e da qual cada descoberta lança, portanto, uma nova luz sobre as origens evolutivas das aves modernas. Todas as aves, atuais ou extintas, evoluíram a partir dos dinossauros na era anterior, o período Jurássico.

Os dois fósseis foram descobertos na bacia de Sichaku, em Hebei, nordeste da China. Seu excelente estado permite observar a plumagem quase completa e suas adaptações aerodinâmicas ao voo. Certamente era uma ave aquática de pernas longas, como indicado pelo comprimento e ausência de plumas na parte superior da pata (chamado de tibiotársico). Nessa parte, as plumas não impedem o voo, mas sim os longos passeios pelas águas rasas em busca do café da manhã.

Deviam ser mais agressivos, porque tinham dentes no bico e garras na aves. Mas, curiosamente, todos desapareceram ao mesmo tempo que os dinossauros, há 66 milhões de anos.

Fonte: El País