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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Grand Canyon existe desde a era dos dinossauros, diz estudo


Um estudo da Universidade de Colorado em Boulder e do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, após analisar grãos minerais do Grand Canyon, nos Estados Unidos, indica que o vale foi moldado há cerca de 70 milhões de anos, quando os dinossauros ainda existiam. A equipe usou um método que explora a decadência radioativa de átomos de urânio e tório a átomos de hélio em um mineral raro conhecido como apatite, segundo Rebecca Flowers, do departamento de ciências geológicas da universidade.


De acordo com Flowers, os átomos de hélio foram trancados nos grãos minerais conforme esfriavam e se moviam próximos à superfície durante a formação do Grand Canyon, que tem cerca de 450 km de comprimento. As variações de temperatura a níveis baixos na Terra são influenciadas pela topografia (ciência que estuda acidentes geográficos), e o histórico térmico gravado pelos grãos de apatite permitiu que a equipe deduzisse quanto tempo havia se passado desde que houve uma escavação natural do local. O estudo foi publicado na revista Science na última quinta-feira.
"Nossa pesquisa sugere que o Grand Canyon foi moldado a centenas de metros de profundidade há cerca de 70 milhões de anos", afirmou Flowers. Ela também afirmou que existem controvérsias entre cientistas sobre a questão da idade da evolução do Grand Canyon. Uma variedade de dados sugere que o local teve uma história complicada, e que pode não ter sido moldado todo ao mesmo tempo.
"Um antigo Grand Canyon tem importantes implicações para o entendimento da evolução de paisagens, topografia e hidrologia no oeste dos Estados Unidos e zonas montanhosas em geral", disse Flowers.
"A principal característica permitida por essa técnica é a detecção de variações na estrutura de temperatura em níveis mais rasos da crosta terrestre", afirma . "Desde que essas variações são induzidas em parte pela topografia da região, nós obtemos dados que nos permitem construir uma linha do tempo do Grand Canyon", conclui a pesquisadora.
Flowers e Kenneth Farley, professor do Instituto de Tecnologia da Califórnia, levaram a técnica dos dados de urânio, tório e hélio a um nível mais sofisticado analisando a distribuição espacial dos átomos de hélio próximos à margem de cristais minerais. "Conhecendo não apenas quanto de hélio está presente nos grãos, mas também como ele é distribuído, temos informações adicionais sobre o tempo de esfriamento das rochas", explicou a professora.
Paleontologistas acreditam que dinossauros desapareceram quando um asteroide gigante colidiu com a Terra há 65 milhões de anos, resultando em grandes nuvens de poeira que impediam os raios de sol de alcançar a superfície da Terra, esfriando o planeta e matando a maioria dos animais e plantas.
Por causa do grande número de teorias, dados e debates sobre a idade do Grand Canyon, geologistas redobraram seus esforços, disse Flowers. "Houve um ressurgimento de trabalhos neste problema nos últimos anos por que agora nós temos novas técnicas que permitem datar a idade das pedras, o que não podíamos fazer antes."

Fonte: Reuters

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