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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Asteróide teria matado até 83% dos lagartos e cobras norte-americanos


Impacto e efeitos de colisão dizimaram animais há 65 milhões de anos.
Cientistas de Yale e Harvard analisaram fósseis de 30 espécies de répteis.

Até 83% das espécies de cobras e lagartos da América do Norte foram extintas no fim do período Cretáceo, há 65 milhões de anos, época em que um asteroide caiu sobre a localidade de Chicxulub, na península mexicana de Yucatán, revela um novo estudo feito pelas universidades americanas Yale e Harvard.
Os animais maiores foram os que mais sofreram com a colisão, imediatamente ou logo depois dela. Segundo os autores, nenhum bicho com mais de 450 gramas conseguiu escapar.
Os resultados do estudo estão publicados na edição desta segunda-feira (10) da revista "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS).


Esse impacto, que já era considerado a provável causa da destruição em massa dos dinossauros não alados, pode ter sido muito mais severo do que se pensava. De acordo com o principal pesquisador, Nicholas Longrich, do Departamento de Geologia e Geofísica de Yale, o choque aniquilou uma ampla faixa de todo o ecossistema, e os répteis foram extremamente atingidos – assim como mamíferos, aves, insetos e plantas.
O asteroide teria sido responsável, inclusive, por dizimar uma espécie de lagarto identificada recentemente, chamada Obamadon gracilis (uma mistura do nome do presidente Barack Obama com as palavras latinas odon – dente – e gracilis – fino). Foram encontrados ossos da mandíbula de dois espécimes desse animal, que media 30 cm de comprimento e provavelmente comia insetos.
Longrich diz que as cobras e lagartos rivalizavam com os dinossauros em termos de diversidade, tornando aquela época também uma "Era dos Lagartos". Uma das mais variadas categorias de lagartos exterminadas foi a Polyglyphanodontia, que incluía até 40% de todos o bichos desse tipo que viviam na América do Norte.

Mandíbulas de cobras e lagartos pré-históricos foram analisadas por cientistas (Foto: PNAS/Divulgação)

Por outro lado, a extinção em massa teria aberto caminho para a evolução e diversificação dos sobreviventes ao eliminar a concorrência. Hoje em dia, há cerca de 9 mil espécies de cobras e lagartos vivas em todo o mundo.
Análise de fósseis
Para chegar a essas conclusões, os cientistas avaliaram detalhadamente os fósseis de cobras e lagartos coletados em um território que se estende do oeste dos EUA, desce pelo estado do Novo México – no sudoeste do país – e sobe até a província de Alberta, no Canadá. Foram examinadas 21 espécies previamente conhecidas e nove inéditas.
Nos últimos dias de vida dos dinossauros, habitava a Terra uma série de répteis que variavam de lagartos minúsculos a outros enormes, como uma cobra do tamanho de uma jiboia que ingeria ovos e filhotes de espécies maiores.
Um lagarto que consumia plantas e se parecia com uma iguana morava no sudoeste dos EUA, enquanto animais carnívoros de quase 2 metros de comprimento caçavam mais ao norte, nas planícies e nos pântanos da região onde hoje fica o estado de Montana, nas Montanhas Rochosas.

Fonte: G1

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