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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Isolamento geográfico permitiu rápida evolução de dinossauros na América do Norte

Novo estudo analisa as alterações geológicas e a relação com o desenvolvimento natural de herbívoros com chifres e da espécie bico-de-pato


Dinossauros com bico-de-pato evoluíram mais rapidamente ao ter o habitat isolado geograficamente (Thinkstock)

O surgimento da cordilheira das Montanhas Rochosas pode ter impulsionado a evolução dos dinossauros que viviam na América Norte, na região onde hoje fica o oeste americano. A hipótese foi publicada no periódico científico Plos One.

Essa nova constatação, feita por pesquisadores americanos e alemães, explica os padrões já detectados de evolução e migração de espécies de dinossauros, como os bico-de-pato e herbívoros de chifres, no período que antecedeu a extinção da espécie, há 65 milhões de anos.

Diagrama ilustra a diversificação de dinossauros bico-de-pato e os dinossauros com chifres durante o Cretáceo, como resultado do surgimento do mar do interior e a elevação da montanha. A escala de tempo geológico está à esquerda do diagrama em verde. À direita, silhuetas da América do Norte com áreas cobertas por água do mar durante cada um dos períodos de tempo

 “No último século, paleontologistas descobriram uma variedade de fósseis de dinossauros que viveram há 75 milhões de anos. Mas no período que antecede a queda do asteroide na Terra e o fim do período Cretáceo (hipótese mais aceita para a extinção dos dinossauros, há 65 milhões de anos), havia poucas espécies destes animais na América do Norte”, disse Terry Gates, pós-doutor na Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, líder da pesquisa feita em conjunto com a universidade da Carolina do Norte e do Museu de Paleontologia e Geologia de Bavaria, na Alemanha.

Para preencher essa lacuna evolutiva, os pesquisadores passaram a fazer o registro geológico do oeste da América do Norte em busca de respostas.

Dinossauros herbívoros com chifres evoluíram mais rapidamente ao ter o habitat isolado geograficamente

Mudanças geológicas - A descoberta mostrou um quadro de profunda mudança geológica. Durante o início e em meados do período Cretáceo, o magma no interior do manto terrestre levantou o solo no oeste dos Estados Unidos, criando uma enorme cadeia de montanhas.

A área ao leste da cordilheira foi pressionada para baixo, e fez surgir um banco de areia e o Mar Interior Ocidental, que inundou o continente a partir do Ártico Canadense até o Golfo do México. Isso cortou o continente em três grandes ilhas ao norte, leste e oeste. Com a divisão, os dinossauros do oeste ficaram para uma ilha conhecida como Laramídia.

Juntos e mais diversos - A nova descoberta permite compreender como os dinossauros evoluíram em uma ilha após tamanha alteração na geografia, restringindo-os à ilha de Laramídia.

“Nossa hipótese é que esse isolamento facilitou uma rápida especialização e aumentou a diversidade nos animais”, explicou Albert Prieto-Márquez, colaborador da pesquisa.

As novas espécies de bico-de-pato e de dinossauros com chifres foram nascendo a uma taxa impressionante ao longo dos 100 mil anos entre a formação das montanhas e a extinção dos dinossauros, segundo os pesquisadores. "O isolamento das populações permitiu que as espécies evoluíssem novos recursos mais rapidamente, especialmente em detalhes de ornamentação do crânio, como cristas na cabeça e chifres", disse Gates.

Segunda alteração - Mais tarde, uma das placas tectônicas sob a costa mudou de posição e forçou o surgimento de outra cordilheira, uma espécie de prenúncio das Montanhas Rochosas, ao leste. Essa segunda mudança geológica abriu amplo território para que os dinossauros se locomovessem, reduzindo novamente a rapidez da evolução da espécie.

As mudanças geográficas não só impactaram na diversidade dos dinossauros na América do Norte, mas também podem ter tido reflexos em outras partes do mundo, interrompendo rotas de migração e abrindo outras para a Ásia e América do Sul.

Fonte: Veja

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