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| O crânio do Pissarrachampsa sera: crocodilo vivia na terra | 
Com cerca de 3 metros de comprimento, o animal possuía uma  aparência bem diferente dos seus primos modernos e, acredita-se, se  alimentava de dinossauros.O Pissarrachampsa sera* pertence a uma linhagem que foi completamente extinta, e não possui descendentes entre os crocodilos modernos.
“Ele pertence a um grupo de crocodiliformes bem diverso, chamado Baurusuchidae, que é encontrado principalmente em rochas do período Cretáceo da América do Sul e África”, disse à INFO Online Felipe C. Montefeltro, um dos autores do trabalho publicado na PlosOne. O  brasileiro de 26 anos é aluno de doutorado em Biologia Comparada da  FFCLRP-USP e está no décimo mês da sua bolsa de um ano na universidade  canadense, trabalhando ao lado do professor Hans Larsson.
Embocadura
 A partir dos ossos achados, especialmente do estudo do crânio,  os pesquisadores conseguiram estimar seu tamanho (cerca de 3 metros) e  comportamento. “Com base na morfologia da espécie, bem como nas rochas  da região, ele seria um animal terrestre e não semi-aquático com os  crocodiliformes atuais”, diz o pesquisador.
A partir dos ossos achados, especialmente do estudo do crânio,  os pesquisadores conseguiram estimar seu tamanho (cerca de 3 metros) e  comportamento. “Com base na morfologia da espécie, bem como nas rochas  da região, ele seria um animal terrestre e não semi-aquático com os  crocodiliformes atuais”, diz o pesquisador.Além do ambiente, uma série de características anatômicas  distinguem a  nova espécie dos crocodilos modernos, especialmente o  formato geral do  focinho e os dentes. Uma analogia bastante utilizada é  a de que, pela  forma da cabeça, os crocodilos Pissarrachampsa se  pareciam com  cachorros selvagens.  “Enquanto os crocodilos atuais  possuem um focinho  achatado, largo e com um grande número de dentes -  20 ou mais em cada  lado, a nova espécie, bem como uma série de outras  da mesma época,  possui um focinho alto e com um reduzido número de  dentes: apenas 7 em  cada lado”, diz Montefeltro.
Mas a dentadura limitada não parecia ser um problema para a  alimentação dessa espécie. Embora estabelecer a dieta exata de um animal  extinto seja difícil, os pesquisadores têm razões para suspeitar que  ele fosse um devorador de dinossauros. “Ele era um carnívoro, sem  dúvidas, e as principais presas de um carnívoro deste porte nesta época  incluiriam dinossauros e outros crocodilos”, explica o pesquisador.
A descoberta da nova espécie deixa algumas perguntas em  aberto. Para respondê-las, já está sendo feita uma reconstrução 3D do  crânio e de suas cavidades internas. O jovem pesquisador brasileiro  também pretende continuar estudando a evolução do grupo e os outros  materiais encontrados em Minas. Mas, para quem sempre gostou de fósseis,  isso não parece ser um grande trabalho. “Quando criança, eu era um  destes dino-nerds...”, diz Montefeltro.
* “Piçarra” é um tipo de rocha, e “Champsa” é a versão  latina da palavra grega que designa “crocodilo”. Já “Sera” é latim para  “tarde” (uma vez que o fóssil quase não foi encontrado) e também uma  homenagem à bandeira do estado de Minas Gerais, na qual está escrito  “Libertas Quæ Sera Tamen" (Liberdade, ainda que tardia).  
 
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