Cientistas britânicos e americanos anunciaram terem descoberto uma nova espécie de dinossauro – batizada de Brontomerus mcintoshi.  O nome, do grego “bronto”, que significa trovão e “merós”, que  significa coxa, é uma homenagem às suas pernas traseiras, capazes de  disparar poderosos chutes.  A nova espécie, é um saurópode – a família  de dinossauros famosa pela sua grande cauda e longo pescoço. Os ossos  apesar de bastante fragmentados estão em número suficiente para que os  cientistas pudessem  concluir que estas criaturas possuíam grandes e  poderosas pernas. “Se os predadores viessem atrás,ele  seria capaz de colocá-los fora do caminho”, refere Mike Taylor, da College London University.
A ossada — ombros, bacia, costelas e vértebra –  foi encontrada em  Utah em 1994.  Estava numa pedreira e  tinha sido vandalizada por  comerciantes de fósseis do mercado negro, provavelmente por pensarem que  não tinha valor comercial.  O que restou foi,  depois, transportado  para um museu, “onde ficou por cinco a dez anos até que alguns colegas e eu resolvemos analisá-la“,  contou Mike Taylor.  Entre os fósseis restantes estava um íleo de  grandes dimensões, maior do que os encontrados em outros dinossauros   semelhante, um fato importante, porque o quadril é uma grande área para  fixação dos músculos.
Pesquisadores do museu de História Natural de Oklahoma ficaram com os  ossos até que em 2007, o professor Mike Taylor, da University College  London, na Grã-Bretanha, decidiu examiná-los mais detalhadamente.
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| Cientistas examinam os fósseis do Brontomerus mcintoshi. | 
O tamanho e a forma dos ossos da bacia permitiram a reconstituição de  um novo espécime de saurópode, uma subordem dos dinossauros. Os ossos  excepcionalmente grandes possibilitariam que o animal tivesse músculos  particularmente poderosos, provavelmente os mais poderosos entre os  saurópodes – herbívoros quadrúpedes que estão entre os maiores animais  que já viveram na Terra. Diplodocus e Brachiosaurus são alguns exemplos de saurópodes.   Mike Taylor disse que os ossos gigantescos levaram-no  a deduzir  que Brontomerus   teria coxas muito fortes, musculosas e capazes de disparar chutes  poderosos e que é provável que originalmente  esses coices tenham sido  usados para disputar a atenção de fêmeas, evoluindo,  ao longo de  milhares de anos,  para uma estratégia de defesa.  “O chute era  utilizado, provavelmente, durante uma disputa entre dois machos por uma  fêmea, mas com toda essa mecânica, seria impossível não crer que ele se  utilizasse também do golpe para se defender de um predador“, explicou Taylor.
Os fragmentos encontrados levaram à reconstituição de uma carcaça de  um adulto – provavelmente uma fêmea – e de um jovem, possivelmente sua  cria. A mãe teria pesado cerca de seis toneladas, medido 14 metros de  comprimento e uma altura equivalente a de um elefante grande.  Já o  filhote, pesaria por volta de 200 kg, teria uma altura de um pônei,  medindo aproximadamente cinco metros de comprimento.
Esse musculoso dinossauro vivia como seus pares saurópodes em um  território seco e acidentado, onde suas coxas fortes teriam propulsão “como a de um carro 4×4“, segundo Matt Wedel, um membro da equipe, da Universidade de Pomona, na Califórnia.  O Brontomerus mcintoshi teria existido há 110 milhões de anos, durante o período Cretáceo.  
“A omoplata do Brontomerus possui saliências anormais que  provavelmente marcam os limites de músculos, sugerindo que possuía  músculos do antebraço também poderosos”, explicou Matt Wedel, da Western University of Health Sciences em Pomona, California.  E completou:  “Como  o saurópode foi o dinossauro mais abundante durante o período Jurássico  e o mais raro durante o início do Cretáceo, há muito que havia a  percepção de que os saurópodes haviam sido bem sucedidos no Jurássico  para depois serem substituidos pelos Hadrossaurídeos e dinossauros com  chifres no Cretáceo.  Nos últimos 20 anos, no entanto, estamos  descobrindo mais saurópodes do período inicial do Cretáceo, e a nossa  percepção esta mudando. Parece agora que os saurópodes podem ter sido  tão diversos como o foram no período Jurássico, mas menos abundantes e  assim mais difíceis de encontrar.”
Fonte: National Geographic 
 

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