Pesquisadores encontraram genes comuns em lagartos e mamíferos.
Artigo da "Nature" tenta compreender genes inativos em humanos.
Um estudo publicado nesta quarta-feira (31) na revista "Nature" afirma  que pesquisadores dos Estados Unidos desvendaram o genoma do lagarto  anole-verde, fato que vai ajudar a descobrir o que há de semelhante  entre o genoma humano e dos répteis, desde que os ancestrais dos dois  grupos se separaram, com a evolução das espécies, há 320 milhões de  anos.
Os elementos “não codificados” do genoma humano são um dos principais  pontos da pesquisa. São regiões que permaneceram inalteradas por  milênios, mas que não possuem genes codificadores de proteínas, ficando  inativos. Uma das grandes dúvidas dos cientistas é de onde surgiram  esses elementos no DNA dos humanos.
Uma das hipóteses é que eles sejam resquícios de “elementos de  transposição”, trechos do DNA que são capazes de se movimentar de uma  região para outra dentro do genoma de uma célula. Nos seres humanos,  muitos desses genes perderam sua capacidade de salto, ou seja, de  transposição. Porém, em lagartos anoles eles continuam ativos.
“Os anoles são uma biblioteca viva de elementos de transposição”, diz  Jessica Alföldi, co-autora da pesquisa, realizada pelo Instituto Broad  da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusets  (MIT), nos EUA. Nos seres humanos existem cerca de 100 elementos não  codificados, que são derivados desses genes “saltadores”. “Nos lagartos  esses elementos continuam saltitando, porém a evolução os tem usado para  seus próprios fins em algo diferente nos humanos”, afirma Jessica.
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| Lagarto anole-verde, que teve o genoma descrito por pesquisadores americanos | 
Adaptação
O estudo também pode ajudar a compreender como as espécies de lagartos evoluíram nas Grandes Antilhas, no Caribe. Tal como os tentilhões de Darwin, as aves que por suas características diferentes de bicos, inspiraram o cientista inglês a escrever "A Origem das Espécies" (1859) e a elaborar a teoria da evolução, os lagartos anoles são adaptados para preencher todos os nichos ecológicos da ilha.
Alguns possuem as pernas curtas e podem caminhar ao longo de galhos  estreitos; outros são de cor verde com almofadas no dedão, adequadas  para viver no alto das árvores; outros são amarelos e alguns podem viver  na grama, e não em árvores. Porém, uma diferença em relação às espécies  estudadas por Darwin estes largatos é que os anoles  evoluíram de  quatro diferentes formas, nas ilhas de Porto Rico, Cuba, Jamaica e  Hispaniola.
O lagarto anole-verde é nativo do Sudeste dos Estados Unidos e é a  primeira espécie de lagarto com o seu genoma totalmente sequenciado e  montado. Muitos pesquisadores mapearam mais de 20 genomas de mamíferos,  mas a genética dos répteis ainda é relativamente inexplorada.
Fonte: Portal G1
Fonte: Portal G1
 
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