Prof. Dr. György Miklós   Böhm  |   
|     Existem venenos   quimicamente simples como, por exemplo, o cianeto de potássio, e venenos   complexos como é o caso das serpentes. A fórmula do famoso cianeto é KCN, uma   molécula de potássio, uma de carbono e uma de nitrogênio, e aí está o mortal   inibidor da respiração celular. Já os venenos de cobra não podemos expressar   por uma fórmula, pelo menos sem ser quilométrica para cada espécie! Trata-se   de um conjunto muito rico de enzimas, de tóxicos e outras proteínas e variam,   não apenas com a espécie, mas, também, dentro da espécie, com a idade e   estado metabólico do animal. Melhor do que analisar bioquimicamente, é   descrever as suas principais propriedades: Ação Proteolítica. Diversas proteínas   do veneno são capazes de lesar e mesmo necrosar os tecidos. Provocam uma   reação inflamatória intensa, como é o caso das jararacas e das surucucus.   Rompem a coesão das paredes vasculares e provocam hemorragias. Estas   propriedades são responsáveis, principalmente, pelas lesões locais.  Ação sobre a   Coagulação do Sangue. O sangue flui em nossas veias em   delicado estado de equilíbrio: não deve coagular a toa e nem pode ser   incoagulável. Os venenos dos ofídios perturbam esse equilíbrio e têm poder   coagulante e hemorrágico, ao mesmo tempo. Desencadeiam a coagulação do sangue   na microcirculação, bloqueando o fluxo sangüíneo e dificultando a oxigenação   de certos tecidos, o renal por exemplo. Com o decorrer do tempo, as enzimas   tóxicas dos ofídios atuam sobre a fibrina, que é uma proteína fundamental   para fazer um coágulo, diminuindo sua quantidade e prejudicando sua   qualidade, e, portanto, começam impedir a coagulação do sangue que corre nos   vasos do corpo (isto sem desfazer os coágulos que causaram na   microcirculação). O cenário está pronto para as hemorragias, que podem   ocorrer nas mais diversas partes do corpo através dos vasos lesados, e que   continuam sem cessar por causa da ação anticoagulante dos venenos. Ação Neurotóxica. Sobretudo a   cascavel e a cobra coral possuem neurotoxinas potentes que provocam   paralisias musculares. A transmissão dos impulsos nervosos para os músculos   faz-se através de sinapses. A cascavel produz uma fração tóxica que é   pré-sináptica, isto é, inibe a liberação de acetilcolina pelos impulsos   nervosos. A coral, ao contrário, tem uma ação pós-sináptica, bloqueia o   receptor nicotínico da acetilcolina. Em outras palavras, há liberação de   acetilcolina, porém ela não consegue atuar sobre os receptores pós-sinápticos   que estão ocupados pelo veneno. Em ambas as situações, não chega nenhum sinal   ao músculo que se mantém inerte, paralítico. Fonte: Portal Sáude Total   |   
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