segunda-feira, 29 de junho de 2015

Conheça a nova descoberta da era dos dinossauros

O Sefapanosaurus é do grupo que deu origem aos herbívoros de pescoço longo, como o Argentinossauro



O novo animal tem 200 milhões de anos e era da África do Sul(Reprodução/VEJA)

Cientistas anunciaram na última semana a descoberta de um novo dinossauro, o Sefapanosaurus. O novo animal, que tem 200 milhões de anos e é da África do Sul, poderia, contudo, ter sido exibido muito antes. Seus fósseis estavam guardados há quase cem anos no Instituto de Estudos Evolutivos (ESI, na sigla em inglês) da Universidade de Witwatersrand, mas os cientistas acreditavam que ele era de outra espécie, a Aardonyx.

Pescoço comprido - Foram os paleontólogos Alejandro Otero e Emil Krupandan que, estudando a coleção do Instituto, perceberam os fósseis misturados. De acordo com o estudo, publicado no periódico Zoological Journal of the Linnaean Society, o novo dinossauro é do grupo dos sauropodomorpha, animais de tamanho médio que deram origem aos dinossauros de pescoço comprido da era Mezozoica (entre 251 milhões e 65,5 milhões de anos atrás), como o Argentinossauro e o diplodoco.

"O Sefapanosaurus é membro da lista crescente de dinossauros que surgem na Argentina e na África do Sul e que estão nos mostrando, cada vez mais, o quanto esses gigantes eram diversificados", explicou o paleontólogo argentino Alejandro Otero.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/conheca-a-nova-descoberta-da-era-dos-dinossauros

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Brasileiros descobrem pterossauro que lembra 'dragão' do filme Avatar

Fósseis do réptil voador 'Ikrandraco avatar' foram encontrados na China.
Descrição foi publicada nesta quinta-feira em revista do grupo 'Nature'.
 

Eduardo Carvalho Do G1, em São Paulo
Ilustração que mostra o Ikrandraco avatar, pterossauro que teria vivido há 120 milhões de anos (Foto: Divulgação/Maurílio Oliveira/Museu Nacional/UFRJ)

Pesquisadores brasileiros e chineses descobriram uma nova espécie de pterossauro, réptil voador que viveu há 120 milhões de anos na Terra, na mesma época que os dinossauros. Ele recebeu o nome Ikrandraco avatar, por ser parecido com o "Na'vi Ikran", tipo de dragão do planeta Pandora, criado pelo diretor James Cameron para o filme Avatar, de 2009.

Os paleontólogos Alexander Kellner, do Museu Nacional do Rio de Janeiro, e Taissa Rodrigues, da Universidade Federal do Espírito Santo, integram o grupo de pesquisadores que assinaram artigo publicado nesta quinta-feira (11), na revista “Scientific Reports”, do grupo “Nature”. Os demais fazem parte da Academia Chinesa de Ciências.

Os fósseis foram encontrados na Formação Jiufotang, na província de Liaoning. De acordo com a descrição, o Ikrandraco avatar possuía uma envergadura de 2,5 metros e apenas 70 centímetros de corpo. Tinha ainda uma crista na parte de baixo da mandíbula, algo que nunca foi descrito antes.

Voos rasantes
Fósseis da nova espécie de pterossauro que foram encontrados na China por paleontólogos (Foto: Divulgação/Scientific Reports)

Alexander explicou ao G1 que em outros pterossauros não foi encontrada a crista inferior. Outra coisa que deixou o grupo de paleontólogos intrigado, segundo ele, foi a descoberta de uma formação óssea na região da mandíbula que lembrava um “gancho”.

Durante o estudo, foi constatado que a formação óssea se trataria de um saco gular – muito parecido com a bolsa existente em animais atuais, como o pelicano – que seria utilizado para capturar alimento, provavelmente peixes, durante voos rasantes.

“A hipótese que trabalhamos é que essa crista debaixo da mandíbula do pterossauro servia de base para ancorar o saco gular durante a captura de alimentos. Acreditamos que o animal daria rasantes sobre a água, inseria a crista nela para poder manobrar durante o voo, abria a boca e capturava o alimento, provavelmente peixes, antes de voltar para o ninho”, explica.

O paleontólogo do Museu Nacional, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), disse ainda que a descoberta foi possível graças a uma parceria com a China, firmada há 11 anos, com foco na exploração de fósseis encontrados lá.

Segundo ele, o país é atualmente o principal local do mundo para pesquisa paleontológica e possui muitos recursos investidos para este fim. “É absurda a diversidade de fósseis que encontramos por lá”, comentou. A investigação teve apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, a Faperj.
Nova espécie de pterossauro recebeu nome em homenagem ao Na'vi Ikran, personagem que lembra um dragão no filme Avatar (Foto: Divulgação/20th Century Fox)
Fonte: G1

terça-feira, 9 de junho de 2015

Como em Jurassic Park, cientistas encontram fósseis de dinossauro com sangue preservado



Will Dunham

Cientistas descobriram que fósseis de 75 milhões de anos tinham estruturas microscópicas que parecem ser células de sangue vermelho contendo núcleos e fibras de colágeno

Eles se pareciam, como disse um pesquisador, com "lixo": oito fósseis de dinossauros aparentemente pouco importantes do Período Cretáceo que estavam em uma coleção de um museu em Londres por mais de um século após serem descobertos no Canadá.

Mas um novo exame revelou que os fósseis de 75 milhões de anos podem ser bastante importantes, apresentando estruturas microscópicas que parecem ser células de sangue vermelho contendo núcleos e fibras de colágeno, disseram cientistas nesta terça-feira (9).

É extraordinariamente raro que tais estruturas antigas de tecido mole sejam preservadas como fósseis, e algumas das poucas descobertas semelhantes no passado foram recebidas com dúvidas.

A descoberta torna-se ainda mais surpreendente se considerado que estes fósseis fragmentados, de diversos dinossauros, não estão especialmente bem-preservados como outros que tinham esses restos de tecido mole, disseram os pesquisadores.

Eles conduziram uma série de exames utilizando sofisticados microscópios e amostras fatiadas, usando um feixe de íon focado a fim de averiguar as estruturas internas.

"Nós tentamos aplicar a quantidade certa de ceticismo, mas sim, eu acho que é justo dizer que nenhum de nós pode considerar nada além do que estas estruturas podem ser", disse a paleontóloga Susannah Maidment, referindo-se ao outro líder do estudo na Universidade College London, o cientista biomédico Sergio Bertazzo.

Células aparentes de sangue vermelho foram encontradas em uma garra que pode ser um membro do carnívoro gorgossauro, que chegava a nove metros de altura.

Outros fósseis da coleção do Museu de História Natural de Londres parecem ter preservado restos de colágeno, a principal proteína estrutural em vários tipos de tecido, incluindo em osso e pelo, e fragmentos de aminoácidos.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Novos fósseis revelam dinossauro que sabia nadar

Esqueleto descoberto no Marrocos tem adaptações para vida na água.
Capacidade de nadar Spinosaurus aegyptiacus é inédita para dinossauros.


Da France Presse

Reconstrução digital do esqueleto do 'Spinosaurus aegyptiacus' (Foto: Tyler Keillor, Lauren Conroy e Erin Fitzgerald, Ibrahim et al./Science/AAAS)

Com um peso de até 20 toneladas, o Spinosaurus aegyptiacus era um dinossauro curioso: uma espécie de cruzamento entre pato e crocodilo que possuía traços anatômicos que sugerem uma adaptação ao meio aquático. A conclusão, que surgiu a partir de uma análise de fósseis descobertos no Marrocos, foi publicada na edição desta semana da revista "Science".

Esse dinossauro carnívoro, que viveu há 95 milhões de anos, tinha até 15 metros de comprimento e possuía vinte dentes afiados em uma boca longa e estreita, com a qual devorava peixes.

O Spinossaurus supera assim o tamanho do famoso Tyrannosaurus rex, que viveu na América do Norte milhões de anos mais tarde, segundo a equipe de cientistas que conduziu o estudo sobre os fósseis.

De acordo com a equipe internacional de pesquisadores, o Spinossaurus é um dos maiores dinossauros predadores conhecidos até hoje, superando em mais de três metros o maior exemplar do T. Rex já descoberto.

O fóssil do mais completo esqueleto de Spinossaurus mostra claramente que ele podia se mover em terra firme e na água, segundo Paul Sereno e Nizar Ibrahim, paleontólogos da Universidade de Chicago, principais responsáveis pela descoberta.

Ossos de partes do crânio, da coluna vertebral, da pélvis e das extremidades foram encontrados ao longo de vários anos em uma zona de sedimentos de água doce no Saara marroquino, sudeste do país.

Vida na água

Paleontólogo Nizar Ibrahin e David Martill examinam um fragmento da espinha do Spinosaurus descoberto no Marrocos (Foto: Cristiano Dal Sasso/Divulgação)


Esses ossos dão sinais claros de que o animal vivia ao menos parte de seu tempo na água, tornando-se assim o primeiro dinossauro conhecido capaz de nadar. Répteis marinhos como os plessiossauros e os mosassauros não era dinossauros, apesar de terem uma aparência semelhante, segundo os pesquisadores.

Entre as características inéditas para dinossauros, os pesquisadores destacaram a presença do nariz no alto da cabeça para evitar a entrada de água. Também mencionaram as patas dianteiras relativamente longas e grandes com membranas que permitiam que nadasse e também caminhasse por solos pantanosos.

O estudo também destaca uma grande densidade óssea nas extremidades, que teria permitido que esse dinossauro pudesse submergir em vez de apenas flutuar.

O anatomista J.G.M. Thewissen, da Universidade de Medicina de Ohio, ressaltou que essa densidade é semelhante à das primeiras baleias ou à dos hipopótamos modernos.

Na visão de Sereno, o Spinossaurus, com sua boca de crocodilo, seu pescoço longo e corpo estirado, devia parecer uma mistura de pato com crocodilo. Os especialistas observaram que este dinossauro devia ter muita dificuldade em terra firme para manter o equilíbrio durante muito tempo, por causa da anatomia de suas patas traseiras. Também possuía uma enorme crista nas costas, que se assemelha à vela de um barco.

Os primeiros ossos do Spinossaurus foram achados em 1912, no Egito, e foram descritos em 1915 pelo paleontólogo alemão Ernst Stromer von Reichenbach, que, no entanto, não conseguiu decifrar suas capacidades de adaptação à água.

Esses ossos, que se encontravam em Munique, foram destruídos pelos bombardeios na Segunda Guerra Mundial e foi necessário esperar quase um século para conseguir outro esqueleto, que teve suas primeiras peças achadas por um nômade, colecionador amador de fósseis no Marrocos.

As notas, desenhos e publicações de Stromer sobreviveram em uma casa de sua família na Baviera e permitiram fazer comparações com os ossos achados no Marrocos.

Os cientistas reconstruíram este esqueleto com os novos ossos e versões digitais das anotações de Stromer, e com a ajuda do exame de um ancestral do Spinossaurus, o Suchomimus, que era bastante diferente.

Fonte: G1

terça-feira, 2 de junho de 2015

Fóssil de pássaro de 115 milhões de anos é descoberto no Ceará

Ave do tamanho de beija-flor viveu no antigo supercontinente de Gondwana.
Trata-se de um dos fósseis de pássaro mais antigos da América do Sul.
 
Fóssil de pássaro de 115 milhões milhões de anos foi encontrada na região que hoje equivale ao Nordeste brasileiro (Foto: Ismar Carvalho/Nature Communications)
 
Pesquisadores descobriram, no Nordeste do Brasil, um fóssil de pássaro excepcionalmente completo do período Cretáceo Inferior. A ave foi encontrada em uma rocha de 115 milhões de anos. Trata-se de um dos fósseis de pássaro mais antigos na América do Sul.

O espécime, encontrado na região da Chapada do Araripe, no Ceará, tem o tamanho de um beija-flor. O fóssil ainda conserva grandes penas na cauda, que ainda apresentam traços das cores originais, e plumas ao longo do corpo. Os autores sugerem que as longas penas tinham função sexual ou de reconhecimento de espécie, e não estavam relacionadas ao equilíbrio ou ao voo.

"Apesar de ser um pássaro jovem e pequeno, esse novo fóssil é uma descoberta muito importante para a compreensão da evolução dos pássaros no paleocontinente de Gondwana. Este fóssil é uma verdadeira jóia da paleontologia brasileira", diz o pesquisador Ismar de Souza Carvalho, diretor do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e um dos autores da pesquisa, que foi publicada nesta terça-feira (2) na revista "Nature Communications"

Os pesquisadores observam que, apesar da juventude do pássaro, a estruturas de suas penas são parecidas com as dos pássaros adultos modernos.

A maioria dos fósseis de pássaros do período Cretáceo já descobertos até hoje, segundo os pesquisadores, foram encontrados no nordeste da China.

Foi a partir deles que se obteve o conhecimento sobre como evoluiram as penas dos pássaros. Agora, com o novo fóssil brasileiro, o conhecimento sobre a estrutura e função das penas pode ser ampliado.


Concepção artística mostra como seria a ave
encontrada fossilizada (Foto: Gabriel Lio/
Nature Communications)


 
Representação artística mostra como seria a ave fossilizada encontrada no Brasil (Foto: Deverson Pepi/Nature Communications)

Trabalho de exploração paleontológica na Chapada do Araripe, no Ceará (Foto: Ismar Carvalho/Nature Communications)

Fonte: G1