quinta-feira, 14 de maio de 2015

Pesquisa mostra o que acontece dentro de cobra que engoliu jacaré

Fotos e vídeos de cobras devorando outros animais sempre circulam na internet. Mas o que acontece por dentro do corpo de uma serpente quando ela engole, por exemplo, um jacaré?

O biólogo americano Stephen M. Secor, professor da Universidade do Alabama, analisou radiografias de uma píton birmanesa enquanto ela digeria sua presa.

No total, a cobra precisou de seis dias para digerir o jacaré inteiro.

"O jacaré se decompõe lentamente graças à ação combinada do ácido clorídrico e a enzima pepsina", explica Secor à BBC Mundo. "É surpreendente a facilidade com que as pítons podem digerir presas desse tamanho."

Segundo ele, as enzimas no intestino delgado têm a tarefa de romper a pele resistente do jacaré.

Secor e sua equipe já haviam feito o mesmo experimento com cobras engolindo pombas e ratos. Segundo eles, a principal diferença é a de que a serpente gasta mais energia para digerir as duras escamas do réptil do que nos casos anteriores.

Dia 1

É possível ver perfeitamente o corpo do jacaré, com a cabeça no lado esquerdo do raio-X. A serpente expandiu seu corpo para se moldar ao tamanho de sua presa.

© Foto: Fornecido por BBC No primeiro dia, a serpente expande seu corpo para se moldar ao tamanho do jacaré.

Dia 2

No interior do intestino delgado da píton, o tecido mole do jacaré se dissolve e seu esqueleto começa a se romper. A taxa metabólica da cobra aumenta consideravelmente para separar enzimas e ácidos suficientes para fazer a digestão.

© Foto: Fornecido por BBC O esqueleto do jacaré começa a ser rompido no segundo dia de digestão.


Dia 3

As escamas e os ossos do jacaré aparecem sendo digeridos. Durante esses dias, a serpente fica praticamente imóvel e, assim, se torna mais vulnerável a possíveis ataques.



© Foto: Fornecido por BBC Durante quase todo o período de digestão, a cobra fica praticamente imóvel.

Dia 4

No raio-X é possível ver que restam apenas as partes mais resistentes da presa. As enzimas e bactérias do intestino da cobra trabalham a todo o vapor.

© Foto: Fornecido por BBC Após a digestão total, uma píton pode passar semanas sem precisar se alimentar novamente.


Dia 5

Restam apenas alguns fragmentos do jacaré. Nesse momento, a principal tarefa do aparelho digestivo da cobra é eliminar os gases do processo de digestão.

© Foto: Fornecido por BBC No quinto dia, o raio-x mostra que restam apenas alguns fragmentos do jacaré.

Dia 6

A digestão termina. A partir desse ponto, segundo explica o biólogo, a píton pode ficar semanas ou até meses sem a necessidade de comer.

© Foto: Fornecido por BBC

 Fonte: BBC e MSN

sexta-feira, 8 de maio de 2015

'Primo' do tiranossauro mudava de dieta com avanço da idade, diz estudo

Esqueleto de tarbossauro de 70 milhões de anos permitiu descoberta.
Animais mais velhos da espécie não competiam com mais novos por comida.

A análise de um crânio de 29 centímetros de um parente próximo mostra como membros jovens da família dos tiranossauros tinham dietas diferentes dos adultos no passado e, portanto, não competiam por comida.

O estudo foi divulgado na revista “Journal of Vertebrate Paleontology” em 2011, por uma equipe de cientistas dos Estados Unidos, Japão e Mongólia.

Crânio do jovem tarbossauro, comparado com ossos de adultos. (Foto: Witmet Lab / Universidade de Ohio)

Os paleontólogos analisaram o osso da cabeça de um tarbossauro – descoberto na Mongólia – tido como o mais jovem e completo conhecido no mundo. Com 70 milhões de anos de idade, o animal está quase completo, somente sem os ossos do pescoço e de parte do rabo.

O objetivo era desvendar como cresceram e como se alimentaram esses predadores. Ao estudarem o dinossauro, os especialistas descobriram que o animal morreu com apenas 2 ou 3 anos, atingindo apenas 2,7 metros de comprimento.

Os tarbossauros adultos atingiam até 12,2 metros de extensão e chegavam a pesar até seis toneladas. Tinham expectativa de vida de até 25 anos, similar a dos tiranossauros.

Segundo os especialistas, o animal era um caçador diferente dos adultos. Usava a agilidade e rapidez para pegar suas presas, em contraste com a força dos gigantes predadores.

O período do Cretáceo Tardio (entre aproximadamente 100 milhões e 65 milhões de anos atrás) oferecia diversas opções de comida, segundo os pesquisadores.

No início, os tarbossauros mais jovens se alimentariam de presas menores e com o passar do tempo teriam desenvolvido uma mudança alimentar, passando a caçar outros animais maiores, à semelhança dos tiranossauros.

Fonte: G1

terça-feira, 5 de maio de 2015

Tiranossauro teve mordida mais potente de todas as criaturas, diz estudo

Pesquisa feita na Grã-Bretanha usou scanner a laser para reproduzir mandíbulas do dinossauro em 3D; impacto seria equivalente ao peso de um elefante.

O tiranossauro teve a mordida mais poderosa entre todas as criaturas que já habitaram a Terra, dizem cientistas.

Estimativas anteriores a respeito da mordida deste predador pré-histórico indicavam que ela era muito mais modesta, se comparada com predadores modernos, como os jacarés.

Esta medição, baseada em um escaneamento a laser da mandíbula de um Tyrannosaurus rex, mostrou que a sua mordida era equivalente a 3 toneladas -- equivalente ao peso de um elefante.
 
Força da mordida do tiranossauro foi medida em laboratório (Foto: BBC)

As descobertas foram publicadas na revista científica 'Biology Letters'. A pesquisa foi coordenada por Karl Bates, do Laboratório de Biomecânica da Universidade de Liverpool, na Grã-Bretanha.

Bates, junto de seu colega Peter Falkingham, da Universidade de Manchester, usou uma cópia em tamanho real do esqueleto de um tiranossauro exibido no Museu de Manchester como modelo de estudo.

'Nós digitalizamos o crânio com um scanner a laser, então obtivemos um modelo 3D do crânio em nosso computador', afirmou Bates.

'Com isso, nós pudemos mapear os músculos sobre aquele crânio', explicou.

Os cientistas então reproduziram a força plena de uma mordida ao ativar os músculos para contrair totalmente, fechando as mandíbulas digitais.

'Aqueles músculos (simulados) fecharam a mandíbula como eles fariam na vida real e (...) nós medimos a força quando os dentes se encontraram', disse Bates à BBC.

'As forças máximas que nós encontramos -- nos dentes de trás -- ficaram entre 30.000 e 60.000 newtons', afirmou. 'Isto equivale a um elefante de tamanho médio sentando em você.'

Estudos anteriores estimavam que a mordida do Tyranossaurus rex tinha uma força entre 8.000 e 13.000 newtons.

Mordida de bebê
Os pesquisadores descobriram como a força da mordida do tiranossauro mudava à medida que ele crescia.

'Obviamente, com a sua cabeça ficando muito maior, há um aumento esperado na força da mordida associado a isso', afirma Bates.

Mas para o tiranossauro, a força por trás de sua mordida aumentava desproporcionalmente, muito mais do que seria esperado de um 'aumento linear contínuo', segundo o cientista.

Isto sugere que a dieta do predador mudava enquanto ele envelhecia, e que talvez somente os tiranossauros adultos pudessem morder através da dura pele de outro dinossauro.

'Eu acho que todos esperavam que o tiranossauro tivesse uma grande força na mordida, mas ela é ainda maior do que esperávamos', disse à BBC o especialista Bill Sellers, que estuda as capacidades físicas de animais vivos e extintos na Universidade de Manchester.

'E ela fica maior à medida em que ele cresce, o que é surpreendente', afirmou.

Sellers explicou que estudar os dinossauros lançou uma luz sobre os limites do que os seres vivos são capazes.

'Estes animais são extremos, um dos maiores carnívoros que já viveram', disse. 'Então isso diz muito sobre as limitações da biologia. Nós queremos saber como os organismos funcionam, mas os organismos vivos (hoje) são muito menores. E, em termos de mecânica, o tamanho é muito importante.'

O crânio do tiranossauro media cerca de 1,5 metro de comprimento e era equilibrado pela longa e pesada cauda do animal. Segundo cientistas, esses poderosos carnívoros podem ter se alimentado uns dos outros, assim como de outros dinossauros.

Fonte: G1