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domingo, 30 de setembro de 2012

Cientistas americanos descobrem vírus que ataca serpentes constritoras

Jiboias e pítons aparentam estar bêbadas e podem dar nó no próprio corpo.
Doença do Corpúsculo de Inclusão Viral costuma ser mortal para animais.


Cientistas dos Estados Unidos identificaram o vírus responsável por uma doença grave em serpentes, conhecida como Doença do Corpúsculo de Inclusão Viral (IBD, na tradução da sigla do inglês). A contaminação costuma causar comportamento bizarro e até a morte nestes animais.


As cobras infectadas com o vírus parecem estar bêbadas, ficam encarando o vazio e chegam a dar nós no próprio corpo, entre outros sintomas. Os pesquisadores da Universidade da Califórnia estudavam um surto de IBD em um aquário na cidade de São Francisco, quando se depararam com a causa do mal.

Jibóia infectada com IBD

O vírus afeta mais as jiboias e similares da família Boidae e as pítons, dizem os cientistas. O estudo foi publicado na edição do dia 14 deste mês no site “mBio”, publicação da Sociedade Americana para a Microbiologia.

A descoberta representa uma classe totalmente nova de arenavírus, dizem os pesquisadores. Para encontrar a origem da doença, pesquisadores extraíram DNA da pele de cobras afetadas pela doença e usaram técnicas para fazer o sequenciamento do genoma dos animais.

Em praticamente todo o DNA dos exemplares de cobras havia sequências que combinavam com o arenavírus. A partir deste achado, os cientistas puderam isolar o vírus usando pele de cobra manipulada em laboratório.

Cura

A descoberta é o primeiro passo para o desenvolvimento de vacinas e tratamentos para a doença, de acordo com os cientistas.

Michael Buchmeier, professor de doenças infecciosas da Universidade da Califórnia e um dos responsáveis pela pesquisa, classificou a descoberta de “uma das coisas mais excitantes que aconteceram na virologia em um longo tempo”.

Buchmeier diz que até agora os microorganismos da família dos arenavírus só haviam sido identificados em mamíferos. Encontrá-los em cobras foi uma surpresa, afirma o pesquisador.

Fonte:  G1

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Dinossauros tinham sangue quente e não eram 'répteis típicos', diz estudo

Artigo da 'Nature' aponta que dinossauros tinham fluxo sanguíneo intenso.
Répteis atuais, ou típicos, não mantêm temperatura do corpo estável.

Durante muito tempo os cientistas assumiram que os dinossauros eram répteis de sangue frio, mas um estudo espanhol publicado em junho deste ano na revista “Nature” sugere exatamente o oposto.
De acordo com os pesquisadores, os dinossauros não podem ser classificados como “répteis típicos” (nome dado aqueles que não conseguem manter a temperatura do corpo estável), porque teriam uma alta densidade de vasos sanguíneos em seus ossos, parecido com os vasos de mamíferos e aves, por exemplo.
A investigação científica realizada uma equipe do Instituto Catalão de Paleontologia Crusafont Miquel, da Espanha, aponta ainda que um fluxo sanguíneo significativo representaria um crescimento rápido de espécies, ou seja, que os dinossauros teriam um metabolismo acelerado, incompatível com animais de sangue frio, por exemplo.




Sinais característicos

Esta conclusão foi obtida através da detecção de linhas de crescimento nos ossos de alguns animais, como anfíbios e répteis – que têm a mesma função dos anéis nos troncos de árvores que indicam a idade daquela planta.
Os cientistas começaram a trabalhar com a possibilidade de que apenas animais de sangue frio é que apresentariam esses sinais. As linhas evidenciam que aquele animal teve um desenvolvimento lento, praticamente parado por fatores externos, como temperaturas baixas ou falta de alimentos. Além disso, foi alimentada a hipótese de que essas espécies, inclusive os dinossauros, tinham metabolismo lento, típico dos répteis atuais. 

Crocodilos gigantes viveram entre ancestrais humanos

The New York Times

Nova York - Crocodilos gigantes, muito maiores que todos que conhecemos até agora, habitaram o Quênia há dois milhões de anos em meio a nossos ancestrais humanos, de acordo com um novo relatório.

O fóssil de um espécime de 8 metros mostra que a espécie não está estreitamente relacionada ao crocodilo-do-nilo (Crocodylus niloticus), como pensavam alguns cientistas, afirmou Christopher A. Brochu, paleontólogo especialista em vertebrados da Universidade de Iowa e primeiro autor do novo estudo.


Embora os dois se pareçam, a estrutura do crânio e da mandíbula da espécie antiga é diferente. "Existe a concepção errada de que crocodilos são fósseis vivos que não mudaram", afirmou o cientista. "Esta é uma espécie de crocodilos genuína, mas diferente de tudo que conhecemos."

Brochu e seus colegas publicaram o relatório em uma edição recente do periódico The Journal of Vertebrate Paleontology. As descobertas significam que as origens do crocodilo do Nilo continuam um mistério.

Embora os crocodilos sejam antigos, eles evoluíram de forma considerável ao longo do tempo. Atualmente, existem cerca de três a cinco espécies de crocodilos na África, mas em tempos antigos talvez houvesse duas vezes mais, afirmou Brochu.

"Eles seriam um importante elemento na vida de nossos ancestrais", afirmou. "Se existe algo dentro do lago que pode engolir uma pessoa inteira, então iremos pensar em formas de nos aproximarmos da água."

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Cobras fêmeas que se reproduzem sem o macho são descobertas nos EUA

Uma espécie de parto virgem foi encontrado em vertebrados selvagens pela primeira vez, por pesquisadores americanos da Universidade de Tulsa, no Estado de Oklahoma.


Os cientistas encontraram fêmeas grávidas de víboras norte-americanas e analisaram geneticamente os filhotes, o que comprovou que elas são capazes de se reproduzirem sem o macho.

O fenômeno se chama partenogênese facultativa e só foi registrado antes em espécies criadas em cativeiro.

Os cientistas dizem que a descoberta pode mudar a compreensão atual sobre a reprodução animal e a evolução dos vertebrados.

Até hoje, pensava-se que era extremamente raro que uma espécie normalmente sexuada se reproduzisse assexuadamente.

Identificadas primeiro em galinhas domésticas, os "partos virgens" foram também registrados recentemente em algumas espécies de cobras, tubarões, lagartos e pássaros.

No entanto, tais nascimentos sempre aconteceram em cativeiro, com as fêmeas sendo mantidas longe dos machos.

Novidades evolutivas

Nascimentos virgens em vertebrados geralmente são vistos como "novidades evolutivas", segundo o professor Warren Booth, que conduziu o estudo questionando a ideia, divulgado na publicação científica Royal Society's Biological Letters.

Ele e seus colaboradores examinaram os nascimentos em populações de duas espécies de víboras norte-americanas já conhecidas e separadas geograficamente.

Em um dos grupos, uma em 22 cobras se reproduziu sem o macho. No outro, isso aconteceu com uma das 37 víboras.

"A frequência foi o que mais nos chocou. Isso quer dizer que entre 2,5 e 5% dos filhotes produzidos nestas populações podem resultar de partenogênese", afirmou Booth.

"Isso é bastante para algo que é considerado novidade na evolução."

Com ou sem sexo

Um parto virgem, ou partenogênese, acontece quando um óvulo cresce e se desenvolve sem ter sido fecundado pelo espermatozóide.

O fenômeno produz um filhote que tem somente o material genético da mãe e é relativamente comum em invertebrados como formigas, abelhas e pulgões.

A reprodução assexuada também acontece com algumas espécies de lagartos, mas ainda é rara em espécies vertebradas sexuadas.

Ainda não está claro se as víboras fêmeas escolheram ativamente se reproduzir desta forma ou se a partenogênese foi estimulada por outro fator, como um vírus ou uma infecção bacteriana.

No entanto, os pesquisadores dizem ser improvável que o mesmo aconteça também entre mamíferos placentários - cujos filhotes se desenvolvem em placentas dentro da mãe.

Isso porque os mamíferos dependem de um processo chamado carimbo genético para se reproduzirem, em que um conjunto de genes de um dos pais domina o outro.

A interação entre os dois materiais genéticos é essencial para que seus embriões se desenvolvam normalmente.

Fonte: BBC Brasil

Origens da Vida - Última Parte

7. Animal por Excelência


8. Ossos, Músculos e Cérebro


Fonte: Youtube

Origens da Vida - Parte II

4. Explosão da Vida



5. Os Conquistadores




6. O Jogo da Sobrevivência



Fonte: Youtube

Origens da Vida - Parte I

1. Origens


2. A Vida em Movimento


3. O Primeiro Caçador


Fonte: Youtube

Documentários - Parte V

1. Sexo Jurássico



2. Parque dos Dinossauros - Parte I


3. Parque dos Dinossauros - Parte II


Fonte: Youtube

Luta Jurássica - Parte II

4. A Caça e o Caçador


5. Rio da Morte


Fonte: Youtube

Luta Jurássica - Parte I


1. O Monstro da Era do Gelo


2. O caçador de Tiranossauro



3. Bando de Assassinos


Fonte: Youtube

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Filmes

Godzilla (1998) - Completo


Fonte: Youtube

Documentários - Parte IV

1. Dragões de Komodo (Completo)


2. O misterioso universo das Cobras e Serpentes (Completo)



Fonte: Youtube

Documentários - Parte III

1. Território do Crocodilo (Completo)


2. Desafios Mortais - Crocodilo do Nilo (Completo)



Fonte: Youtube

Documentários - Parte II

1. O Fim dos Dinossauros (Completo)


2. Aventura Selvagem -  No Vale dos Dinossauros (Completo)


Fonte: Youtube

Documentários

Abrindo a nova seção aqui no Blog

1. Quando os Dinossauros reinavam na Terra (98 min.)


2. A Batalha dos Dinossauros

Parte I


Parte II


Fonte: Youtube

Mais de 90% dos corais do Caribe estão mortos, revela estudo

Pesca, poluição e aquecimento global devem destruir todos os recifes do planeta até 2050

O despejo excessivo de poluentes em águas da América Central, bem como as alterações radicais do padrão climático local, estão prestes a destruir por completo uma das maiores concentrações de corais do planeta. De acordo com um estudo divulgado nesta segunda-feira (10/09) pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, na sigla em inglês), apenas 8% da barreira de recifes caribenha permanece viva.


Para a equipe de ambientalistas responsável pela pesquisa, a sobrevivência desse imenso ecossistema marinho depende agora de medidas governamentais de conservação urgentes. Hoje ínfimas, suas taxas de crescimento vem desacelerando desde a década de 1970, quando a área viva da barreira não passava da marca dos 50%. Trata-se de um recrudescimento de 42 pontos percentuais em pouco mais de quatro décadas.

 "As principais causas da destruição dos corais são bem conhecidas e incluem pesca desregulada, poluição, doenças e o branqueamento provocado pelo aumento das temperaturas. O que há agora é uma necessidade urgente de reduzir drasticamente os impactos humanos na área, isso se há algum interesse em ver esses recifes e os cardumes que dependem deles sobrevivendo ao longo das próximas décadas", comentou ao jornal britânico The Guardian, Carl Gustaf Lundin, diretor global dos programas de preservação marinha e polar da IUCN.

Alertas sobre a degradação de recifes de corais no mundo inteiro tornaram-se mais frequentes ao longo dos últimos anos, especialmente por conta do crescente aumento da concentração de poluentes em ambientes marinhos. Mais além, especialistas também perceberam uma elevação da acidez dos oceanos e registraram uma expansão da pesca de espécies que se refugiam nesses ecossistemas.

No início do ano passado, cientistas do WRI (Instituto de Recursos Naturais, na sigla em inglês) revelaram estimativas mais otimistas após calcularem que 75% dos recifes de corais caribenhos corriam risco de desaparecer. De acordo com esse estudo, um quadro ainda mais delicado está se desenvolvendo na costa sudeste da África, onde esse tipo de dano atinge 95% da área habitada por essa variedade de ecossistema. A previsão dessa ONG é de que, até 2050, todos os recifes de corais do planeta estarão em condições críticas.

Em todo o planeta, 275 milhões de pessoas vivem em regiões habitadas por recifes. A expectativa da IUCN é de que esse recrudescimento do espaço habitado por corais traga prejuízos substantivos a comunidades costeiras de países dependentes de recursos gerados pela pesca e pelo turismo. Apenas em algumas ilhas mais remotas do Caribe a situação é menos crítica. Nas Antilhas Holandesas e nas Ilhas Cayman, por exemplo, a porças de corais mortos não ultrapassa a marca de 70% das áreas catalogadas.

O relatório da IUCN foi elaborado por 36 cientistas oriundos de 18 países. Ao longo desta semana, a organização coordena seu Congresso Mundial de Conservação nas ilhas Jeju, na Coreia do Sul. A organização propõe o estabelecimento de cotas para a indústria pesqueira, a criação de mais áreas de proteção marinha e a aprovação de medidas que restrinjam o uso de determinados fertilizantes em fazendas próximas ao litoral.

Os corais são peça-chave para o equilíbrio ecológico dos oceanos pois operam como abrigos para animais mais jovens e, portanto, indefesos. Mais além, também representam um importante fonte de renda para as comunidades locais, que dependem fortemente da renda gerada por atividades turísticas.

Fonte: UOL

domingo, 2 de setembro de 2012

Dinossauros no Brasil

Os primeiros fósseis de dinossauros encontrados no Brasil datam de 1897. Trata-se de pegadas fossilizadas descobertas na localidade de Passagem das Pedras, próximo ao município de Sousa (PB), pelo agricultor Anísio Fausto da Silva, que acreditava tratarem-se de rastros de boi e ema.

Entretanto, apenas em 1920, geólogos tomaram conhecimento dos tais "rastros", que após estudados foram identificados como provenientes de dois dinossauros diferentes.

Apesar da importância da descoberta, o material ficou esquecido por décadas, ora submerso por inundações, ora coberto por camadas de areia e cascalho.

Em 1902 iniciavam-se formalmente as pesquisas paleontológicas na paleorrota em Santa Maria (Rio Grande do Sul), com a coleta de vestígios orgânicos petrificados pelo Dr. Jango Fischer, estudo que resultou na determinação do primeiro réptil terrestre fóssil da América do Sul, o Rincossauro, batizado por Woodward com o nome de Scaphonyx fischeri. Nas décadas seguintes a paleorrota seria visitada por importantes paleontólogos do mundo, tornado-se uma das mais importantes áreas para a paleontologia mundial.

A partir da década de 40, o paleontólogo Llewellyn Ivor Price, natural de Santa Maria (Rio Grande do Sul), realizou estudos na localidade de Peirópolis, Município de Uberaba, Minas Gerais e em pontos isolados do oeste do Estado de São Paulo.

Depois de Price, houve um longo período de quase total inatividade na paleontologia brasileira, só interrompido na década de 70. Foi quando o padre italiano Giuseppe Leonardi estudou o sítio de Souza e publicou um estudo afirmando que parte dos rastros ali encontrados provavelmente pertenciam a um iguanodonte medindo 3 metros de altura e pesado 4 toneladas, que viveu há 110 milhões de anos.

Graças a esse estudo, a região passou a ser conhecida como Vale dos Dinossauros e é hoje um dos sítios paleontológicos mais importantes do mundo.

Para o mundo da paleontologia, evento de enorme importância foi a apresentação pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no dia 28 de agosto de 2006, da réplica do maior dinossauro brasileiro denominado cientificamente de Maxakalisaurus topai.

Comparação entre um Antarctossauro e um humano


Para se ter uma ideia da importância científica do maior dinossauro encontrado no Brasil, veja o importante e detalhado boletim oficial do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro sobre a descoberta e as pesquisas lideradas pelo Professor e Paleontólogo Alexander Kellner.

Fóssil de um Oxalaia quilombensis


Atualmente, o maior dinossauro brasileiro é o Uberabatitan ribeiroi.

Ossos, dentes, ovos, pegadas e fezes (coprólitos) de dinossauros são encontrados em bacias sedimentares espalhadas por toda a área que hoje é o Brasil. Os principais sítios paleontológicos estão nas seguintes regiões: Chapada do Araripe (CE); Sousa (PB); Recife (PE); Alcântara e São Luís (MA); Tesouro e Morro do Cambambe (MT); Prata e Peirópolis (MG); Araraquara, Marília, Monte Alto, Presidente Prudente e Álvares Machado (SP); Candelária e Santa Maria (RS).

Em 2009 foram descobertos na região de Marília,SP, os primeiros fósseis de um dos mais completos titanossauros já achados no País. Escavações em andamento tem revelado boa parte da coluna vertebral articulada, principalmente vértebras das costas e do pescoço, além de ossos da bacia. Estima-se que mediria entre 13 e 15 m de comprimento.


Espécies conhecidas

Listadas abaixo, 24 espécies:
  •     Aeolosaurus maximus
  •     Adamantisaurus mezzalirai
  •     Amazonsaurus maranhensis
  •     Angaturama limai (Considerado por alguns autores como sinônimo -mesma espécie- do Irritator challengeri)
  •     "Antarctosaurus" brasiliensis
  •     Baurutitan britoi
  •     Gondwanatitan faustoi
  •     Guaibasaurus candelariensis
  •     Irritator challengeri
  •     Maxakalisaurus topai
  •     Mirischia asymmetrica
  •     Oxalaia quilombensis, (É considerado o maior dinossauro carnívoro brasileiro já encontrado.) Pampadromaeus barberenai
  •     Pycnonemosaurus nevesi
  •     Sacisaurus agudoensis
  •     Santanaraptor placidus
  •     Saturnalia tupiniquim
  •     Spondylosoma absconditum
  •     Staurikosaurus pricei
  •     Tapuiasaurus macedoi
  •     Teyuwasu barbarenai
  •     Trigonosaurus pricei
  •     Uberabatitan ribeiroi, (É o maior dinossauro herbivoro brasileiro já encontrado até o momento.)
  •     Unaysaurus tolentinoi (Prossaurópode do Triássico, cujos fósseis são encontrados na paleorrota e pertencem a Formação Santa Maria, RS. Media cerca de 2,5 m.)

Outros achados
  •     Restos não identificados encontrados nos estados da Bahia e Rio Grande de Sul
  •     Uma vértebra caudal de uma nova espécie de Hadrossauro no Maranhão
  •     Restos de não identificados do grupo Saurischia em Rio Grande do Sul
  •     Restos de espécies distantas do grupo Terópoda encontradas em Maranhão, Chapada do Araripe, Mato Grosso, São Paulo, Triângulo Mineiro e Amazonas
  •     Restos de Abelissauros em Minas e São Paulo.
  •     Restos de um novo espinossaurídeo na Chapada do Araripe
  •     Restos de Carcharodontossauros no Maranhão, São Paulo e Minas
  •     Restos de Maniraptora nos estados de São Paulo, Minas, Mato Grosso e Ceará.
  •     Dentes e vértebra de um Saurópode no Maranhão e Osteodermas em São Paulo
  •     Restos de espécies distantas do gênero Titanossauro encontradas em Maranhão, Mato Grosso, São Paulo e Triângulo Mineiro
  •     Uma vértebra de uma nova espécie da mesma família do Andessauro no Maranhão
  •     Uma vértebra de um novo integrante da família dos Aeolossauros no Maranhão
  •     Restos de uma nova espécie da mesma família do Nemegtossauro em São Paulo
  •     Vértebras isoladas de um novo integrante do grupo Diplodocidae no Maranhão

Micro-tomografia facilita estudo de fósseis de dinossauro

Técnica é aplicada ao espólio do Museu da Lourinhã

A micro-tomografia de raios-X por radiação de sincrotrão é uma técnica não destrutiva que permite analisar ao pormenor a morfologia interna dos fósseis e que está a ser usada para um estudo no Museu da Lourinhã.

Durante a experiência, realizada por Rui Martins, Rui Castanhinha, Octávio Mateus e Ricardo Araújo, o fóssil é rodado sobre si próprio sendo exposto consecutivamente ao feixe de sincrotrão. A intensidade do feixe que atravessa o fóssil, e que é registrada, é dependente dos materiais que constituem o fóssil. Para cada posição de estudo obtém-se uma imagem bidimensional.
Com esta técnica pretende-se visualizar detalhes da estrutura interna dos fósseis sem recorrer a técnicas invasivas. Deste modo, os fósseis matêm-se intactos para que a população os possa contemplar e para que gerações futuras possam prosseguir o estudo dos mesmos, muito provavelmente com recurso a técnicas de caracterização mais avançadas.

Outro dos objetivos do trabalho é a criação de uma base de dados com modelos tridimensionais de vários fósseis do espólio do Museu da Lourinhã.

“O Museu possui ovos, cascas e embriões de dinossauros únicos na Europa e dos mais antigos do mundo. Os resultados obtidos neste tipo de estudo possibilitam a reconstituição tridimensional da forma externa e a observação da morfologia interna dos fósseis, bem como a visualização de pequenos fósseis, sem que estes sejam retirados da matriz rochosa”, afirma Rui Martins.

Técnica ajuda a visualizar detalhes da estrutura interna dos fósseis sem recorrer a técnicas invasivas

De acordo com o líder do projeto, a partilha dos dados obtidos entre instituições possibilitará o estudo em detalhe e o manuseamento virtual de modelos tridimensionais de fósseis únicos no mundo. “Ao possibilitar o estudo de fósseis sem necessidade de manuseamento constante, facilitará a comparação de espécimes depositados em diferentes instituições museológicas, sem possíveis danos para o material fóssil. A tecnologia utilizada permitirá ainda a reprodução de peças com recurso a prototipagem rápida”, explica.

O maior e mais antigo ninho

Até agora, Rui Martins salienta dois resultados “muito relevantes”: “Esta técnica permitiu-nos estudar com grande rigor o interior de vértebras de embrião encontradas no ninho de Paimogo”.

O ninho de Paimogo é um dos maiores e mais antigos ninhos de dinossauros. Os ovos e embriões de Paimogo são atribuídos a Lourinhanosaurus antunesi. Um indivíduo sub-adulto desta mesma espécie foi identificado na localidade de Peralta, a cerca de cinco quilómetros do ninho de Paimogo.

A existência de diversos indivíduos de Lourinhanosaurus antunesi, nomeadamente com ovos, embriões e um sub-adulto, permitirá abordar, de forma consistente e fundamentada, a reprodução, ontogenia, ecologia e biologia desta espécie.

Ninho de Paimogo

Aproveitando a informação fornecida por embriões e sub-adulto de Lourinhanosaurus, os cientistas pretendem agrupar informação publicada e inédita sobre a ontogenia osteológica de dinossauros saurísquios não-avianos.

O estudo da estrutura das cascas dos ovos de dinossauro pode fornecer informação muito relevante sobre a espécie e sobre o local onde foi depositado o ovo. “Por exemplo, a analise da porosidade da casca pode ajudar-nos a perceber se se tratava de um local mais ou menos húmido”, refere Rui Martins.

Os resultados obtidos por esta técnica foram apresentados recentemente no encontro ICNMTA 2012 – International Conference on Nuclear Microprobe Technology and Applications, que se realizou em Julho, em Lisboa.

Em Setembro serão também apresentados na conferência «DigitalFossil Berlin 2012», na Alemanha. E em Outubro nos Estados Unidos da América, durante a «Annual Meeting Society of Vertebrate Paleontology». Ainda neste mês, os cientistas portugueses vão submeter dois artigos para publicação em revistas de circulação internacional com arbitragem científica. Também já está a ser preparado um número especial da revista da Sociedade Portuguesa de Materiais que reúne vários trabalhos realizados por grupos de investigação portugueses com recurso a radiação de sincrotrão.

“Este número da revista será muito útil para divulgar em Portugal a potencialidade de técnicas de caracterização com recurso a radiação de sincrotrão”, afirma Rui Martins.

Nos próximos passos da investigação serão estudados na nova linha P05 do sincrotrão PETRA III em DESY fósseis de pequenas dimensões, como dentes e ossos de embrião, cascas, entre outros. As amostras de maiores dimensões, como ovos, mandíbulas de dinossauros adultos, crânios e outros, serão também estudados por tomografia, mas com recurso a fontes de raios-X instaladas nos laboratórios do centro MXIF.

O objectivo do estudo de ovos é descobrir se existem embriões completos no seu interior. A técnica de tomografia aplicada ao estudo de mandíbulas ajudará a revelar a existência de dentes no interior das mesmas.

“A nossa equipa já estudou algumas mandíbulas de dinossauros e de crocodilos adultos com recurso a tomografia de neutrões. Os resultados foram bastante úteis para a observação de certas características. No entanto, para algumas das amostras, esperamos com recurso ao equipamento laboratorial com fonte de raios-X obter resultados com melhor resolução, o que permitirá definir alguns pormenores que ainda não são totalmente claros”, refere Rui Martins.

Fonte: Ciência Hoje

Novos fósseis são encontrados próximo a Campina Verde, MG

Segundo paleontólogo, ossos devem ser de dinossauro saurópode.
Os objetos não têm valor comercial, mas são fonte de informação.


 Uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) descobriu fósseis com cerca de 70 milhões de anos próximo a Campina Verde, no Triângulo Mineiro, há cerca de um mês. E com uma nova visita ao local outros ossos foram encontrados.

A descoberta foi anunciada após as primeiras escavações e o osso com mais de um metro de comprimento foi levado ao laboratório da UFU, em Uberlândia. De acordo com o paleontólogo da universidade, Douglas Riff, os primeiros levantamentos indicam que o novo dinossauro pode chegar a 15 metros de comprimento. “Muitos ossos ainda estão dentro das rochas porque nós estamos em pleno processo de preparação de estudo de material. Os ossos já resgatados, principalmente as vértebras do pescoço e das costas, as vértebras cervicais e dorsais, revelam que esse deve ser um dinossauro do grupo de saurópode, que são dinossauros herbívoros, com pescoço longo, que caminhavam em quatro patas e bastante populares em filmes”, explicou.

O fóssil encontrado pode ser da família de
Saurópode (Foto: Reprodução/TV Integração)

Segundo Douglas, a família do saurópode já é conhecida em Minas Gerais, principalmente em Uberaba. Os vestígios de dois animais dessa espécie foram encontrados às margens da rodovia federal que liga São Paulo a Cuiabá. Com as obras da BR-364, no Triângulo Mineiro, as máquinas escavaram rochas do tipo arenito e foi a partir de uma simples observação que os pesquisadores identificaram pontas de ossos.

 Douglas explicou também que no local foram removidas mais de cinco toneladas de rochas. Os objetos não têm valor comercial, mas para os pesquisadores são uma valiosa fonte de informação. “Nós temos algumas camadas sucessivas horizontalmente relacionadas, que nós podemos observar através das cores. A camada mais antiga foi anteriormente depositada com uma coloração diferenciada e mais amarelada”, contou o estudante de ciências biológicas, João Ferreira Matos.

Encontrar os fósseis às margens de uma rodovia federal também foi uma questão de sorte. O novo osso estava cravado entre as rochas, a poucos metros do local onde foram encontrados restos do primeiro animal pré-histórico. “Em um nível um pouco abaixo daquele que achamos o titanossauro encontramos também um osso isolado, por enquanto, da perna, um fêmur, que não estava próximo nem lateralmente, nem horizontalmente”, completou o paleontólogo Douglas.

Os pesquisadores estão no processo de
preparação (Foto: Reprodução/TV Integração)


Fonte: G1

Fóssil de marsupial com 15 milhões de anos é encontrado na Austrália

Pesquisadores da Universidade de New South Wales, na Austrália, descobriram o maior marsupial escalador de árvores do mundo em meio a fósseis encontrados no Estado de Queensland. O animal, do tamanho de uma ovelha e com cerca de 70 kg, seria relativo aos Wombats, mamífero marsupial endêmico da Austrália que está em perigo de extinção, e teria vivido em território australiano há 15 milhões de anos.

Karen Black, a autora da pesquisa, focou os estudos em uma caverna de 15 milhões de anos que contém esqueletos e ossadas do diprotodonte Nimbadon em seu interior. "Os fósseis do Nimbadon são um raro e significante recurso, não apenas por estarem excepcionalmente bem preservados, mas também por representarem indivíduos de uma era". "Este material nos permitiu fazer um estudo detalhado do desenvolvimento do esqueleto, do cérebro, e também o comportamento destes animais", comenta Black. A pesquisadora afirma que este seria o maior animal escalando árvores naquela época, na Austrália.

O esqueleto de um Nimbadon, animal que viveu há 15 milhões de anos na Austrália

Karen Black foi reconhecida pelo estudo, ganhando o prêmio Dorothy Hill 2012 por pesquisas em ciências da Terra, concedido pela Academia de Ciência da Austrália.

Fonte: AFP

Brasileiro ajuda a descobrir espécie de crocodilo pré-histórico

Animal teria vivido na Terra há 130 milhões de anos, junto com dinossauros.
Crânio com um metro de comprimento foi encontrado no Reino Unido.


 Um brasileiro é um dos responsáveis pela descoberta e descrição de uma nova espécie de crocodilo que teria vivido na Terra há 130 milhões de anos, juntamente com os dinossauros.

A pesquisa se baseou em um crânio fossilizado, com um metro de comprimento, encontrado ao acaso em 2007, nos arredores dos pântanos de Swanage, uma vila litorânea de Dorset, no Sul da Inglaterra.

A espécie batizada de Goniopholis kiplingi foi examinada durante cinco anos por cientistas da Universidade de Bristol, que compararam o fóssil com amostras de outras espécies.

Foto do fóssil de crocodilo encontrado por
pesquisadores na Inglaterra (Foto: Divulgação)

De acordo com Marco Brandalise de Andrade, pós-doutor pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) -- e um líder da descoberta, feita em parceria com outros cientistas britânicos -- a nova espécie tem parentesco com outros crocodilianos.

“Foi uma experiência fantástica, porque este é provavelmente o exemplar de Goniopholis com melhor preservação já encontrado e eu o tive à disposição por um longo tempo. Foi então que pude verificar o parentesco estreito com outros Goniopholis europeus, mas também suas diferenças, como ossos lacrimais muito mais alongados", disse Andrade ao G1.

 
Escritor inspirou nome da espécie

Ainda segundo Andrade, as diferenças permitiram reconhecer a nova espécie. O nome G. kiplingi foi em homenagem ao autor Rudyard Kipling, que escreveu a obra “O Livro da Selva” (a história no Brasil é conhecida como “Mogli, o menino lobo”).

“O autor influenciou um grande número de pessoas, eu inclusive, a gostar das ciências naturais”, disse Andrade.

O réptil media entre quatro e cinco metros do nariz à ponta da cauda, se alimentava de peixes, tartarugas e, provavelmente, de pequenos dinossauros que habitavam os pântanos e lagos das florestas tropicais.
Embora outros restos do Goniopholis já tenham sido encontrados na Inglaterra há mais de um século, os ossos do crânio descoberto são mais alongados, além de apresentarem outras diferenças sutis em sua mandíbula superior.

Tecnologias avançadas de scanner e reconstrução por computador foram utilizadas na análise do fóssil para elaborar um modelo em 3D. A descoberta deve ajudar os pesquisadores a calcular o número de espécies, já que esta espécie teria vivido apenas na Inglaterra.

O pesquisador brasileiro Marco de Andrade, junto com Ray Barnet e Remmert Schoutenm co-autores do estudo científico, no dia em que foram realizar a tomografia do crânio do crocodilo pré-histórico. (Foto: Divulgação)

Fonte: G1

Animal pré-histórico 'gaúcho' era herbívoro e tinha dentes-de-sabre

Espécie também possuía dentes no céu da boca.
Fóssil foi encontrado em março de 2009, na localidade de Tiaraju.


 Um animal que viveu há mais de 260 milhões de anos teria sido o primeiro terápsido - ancestral dos mamíferos - a possuir dentes-de-sabre, além de dentes parecidos com os da capirava, mas localizados no céu da boca (palato). O fóssil da nova espécie (Tiarajudens eccentricus) foi descoberto por uma equipe de pesquisadores no distrito de Tiaraju, em São Gabriel, no Rio Grande do Sul.

A novidade é tema da edição desta semana da revista "Science", da Associação Americana para Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), umas das principais publicações científicas do mundo.

O professor Juan Carlos Cisneros, da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e um dos autores do estudo, explicou em entrevista ao G1 que este animal possui características únicas entre os que viveram na Era Paleozoica (entre 550 milhões a 250 milhões de anos atrás).
 "Não se conhece nenhum outro animal com esse tipo de dente que seja herbívoro neste período", afirma o paleontólogo. "Carnívoros com dentes-de-sabre até existiam, mas nenhum herbívoro. Pelo menos não nessa época tão distante."

Segundo os pesquisadores, a espécie descoberta no Rio Grande do Sul possuia o tamanho de uma anta e tinha dentes muito parecidos com os de uma capivara, porém localizados no céu da boca.

Ossos do Tiarajudens eccentricus mostram dente-de-sabre e dentes no interior da boca (à direita), traços que diferenciam a espécie de outros terápsidos (Foto: Cortesia Juan Carlos Cisneros)

"A forma como esse animal triturava alimentos é muito diferente do que temos hoje. Ele mascava com o céu da boca, não tinha dentes nas margens, como nós e outros animais temos", explica o especialista.

Somente outras duas espécies de répteis conseguiam processar alimentos como o Tiarajudens eccentricus na época em que ele teria vivido - entre 265 milhões a 260 milhões de anos atrás.

"Isso é uma novidade evolutiva. Provavelmente esse animal tinha uma capacidade de mastigar muito boa", diz o professor.


Desenho mostra como seria o animal, com dentes-de-sabre salientes e outros similares aos de capiravas, ideais para tritutar vegetais fibrosos. (Crédito: Cortesia Juan Carlos Cisneros)

 
Procura pelo animal

Para descobrir a ossada, a equipe de Juan Carlos Cisneros vasculhou a região de Tiaraju, próxima à cidade de São Gabriel, em busca de rochas com idade parecida com a do Tiarajudens eccentricus.

"Nada aconteceu por acaso, nós estávamos pesquisando em uma área onde ossos como esses seriam próvaveis de aparecer", diz Juan Carlos. A prospecção começou em 2008.

Após detectarem os restos conservados do terápsido em março de 2009, um trabalho de limpeza cuidadosa e colagem dos fragmentos de ossos foi feito. "Assim que o esqueleto vai sendo montado, é possível enxergar melhor as características da anatomia do animal. Aos poucos, dá para saber com que tipo de terápsido estamos lidando", afirma o cientista. "Todo esse trabalho nunca se faz em menos de um ano."

A pesquisa divulgada na publicação americana trata somente dos dentes do animal, mas Cisneros afirma que estudos posteriores com membros anteriores e inferiores já iniciaram.


Fonte: G1

Crânio de animal pré-histórico 'russo' é encontrado no Brasil

Fóssil ajuda a entender distribuição de ancestral dos mamíferos pela Terra.
É o 1º fóssil de carnívoro terrestre da Era Paleozoica na América do Sul.



O crânio de um ancestral dos mamíferos só encontrado antes em terras russas e africanas foi descoberto em São Gabriel, no Rio Grande do Sul. A descoberta foi anunciada em janeiro desse ano. O fóssil é o primeiro descoberto na região de um carnívoro terrestre que teria vivido na América do Sul durante a Era Paleozoica – entre 540 milhões e 250 milhões de anos atrás.

 Os chamados "terápsidos" viveram há 260 milhões de anos e se alimentavam de pequenos herbívoros.

O crânio completo encontrado tem aproximadamente 32 centímetros de comprimento e foi visto pela primeira vez em dezembro de 2008 na região dos pampas, dentro de uma fazenda. Depois de três anos de análises, os cientistas conseguiram identificar a espécie do animal e a anunciaram nesta segunda.

Para os pesquisadores responsáveis pela descoberta, as comparações com os “parentes” russos e africanos permitem estimar que o carnívoro brasileiro tinha 3 metros de extensão, pesando mais do que um leão.

 O nome científico do bicho (Pampaphoneus biccai) significa “matador dos pampas”, explica um dos autores da descoberta, o pesquisador Juan Carlos Cisneros, da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

O animal pertence a um grupo particular de terápsidos conhecidos como "dinocefálios". Este grupo de animais já extintos também recebeu um apelido ameaçador na tradução do latim: “cabeça terrível”.

A bravura está ligada aos ossos grossos dos dinocefálios, reforçados por rugas e cristais no crânio. “Essa característica era voltada para proteção. Algumas espécies usavam a cabeça para brigar, como fazem as cabras hoje em dia”, diz o pesquisador.

Mesmo bravos, a maior parte dos dinocefálios era herbívora. As poucas espécies carnívoras mediam até 6 metros e eram os maiores predadores terrestres na época em que P. biccai viveu.

“Carnívoros são raros. Até hoje, se você vê um documentário na África, vai ver um monte de zebra, mas poucos leões”, diz Cisneros. “Eles são limitados pelo volume de alimento disponível, há sempre menos carnívoros do que herbívoros.

O crânio encontrado na região dos pampas, no RS. (Foto: Cortesia Juan Carlos Cisneros / Divulgação)


Caça a fósseis

O achado foi divulgado na revista da Academia de Ciências Americana, a PNAS, nesta segunda. Cisneros já esperava encontrar fósseis no Rio Grande do Sul que fossem parecidos com os de outras partes do globo.

“A gente tinha uma suspeita de que esse animal pudesse existir no Brasil”, afirma.

Entre 2008 e 2009, a equipe de Cisneros visitou 50 localidades no país, procurando por sítios paleontológicos relevantes. Eles escolheram dez lugares, sendo que um deles rendeu a descoberta de outro animal pré-histórico, mas herbívoro: o Tiarajudens eccentricus, um terápsido com dentes no céu da boca (palato), cujo fóssil também foi achado em São Gabriel.

“Procurávamos sempre por lugares sem vegetação e, dependendo das cores observadas e da erosão no local, nós avaliamos as chances de encontrar fósseis ou não”, explica o especialista. “Essa área dos pampas gaúchos apresenta grande potencial, há rochas sedimentares ali, que cobrem os restos mortais dos seres vivos com areia e lama.”


 Passeio pela Pangeia

Cisneros defende que o estudo é uma prova da grande mobilidade dos vertebrados terrestres por todos os cantos do supercontinente Pangeia, que unia, no passado, todos os continentes atuais.

O fóssil é muito parecido com as espécies encontradas atualmente na Rússia, no Cazaquistão, na China e na África do Sul. Com a versão brasileira deste tipo de animal, especialistas acreditavam que uma distribuição mais cosmopolita dos terápsidos pode ter ocorrido muito antes do que se imaginava.

Ilustração mostra como seria o 'Pampaphoneus biccai'. (Crédito: Voltaire Neto / Divulgação)

Até então, os cientistas afirmavam que este tipo de interação teria ocorrido somente mais tarde, durante o período Triássico – entre cerca de 250 milhões e 200 milhões de anos atrás.


'Pais' dos mamíferos

Apesar de serem muito parecidos com répteis, os terápsidos se encontram mais próximos dos mamíferos na arvore genealógica dos animais pré-históricos. Isso os distancia também das comparações com os dinossauros.

Os mamíferos atuais possuem ossos dentro do ouvido que participam da audição, além de dentes mais complexos, cauda menor e uma postura mais ereta. No caso de P. biccai, a semelhança com répteis aparece somente quando se leva em conta a forma como os dentes se encaixavam: os de cima entre os debaixo, como ocorre em uma boca de jacaré.

Fonte: G1

Arqueólogos encontram novo fóssil de mamífero misterioso

No único fóssil do 'Ernanodon' disponível até hoje, faltavam muitas peças.
Animal que viveu na região da Mongólia é parente do pangolim.



 O fóssil de um mamífero que viveu 57 milhões de anos atrás pode ajudar a explicar como ocorreu a evolução dos animais que passaram a dominar a Terra após a morte dos dinossauros. O espécime foi encontrado na Mongólia e analisado por uma equipe de especialistas russos.

Os dinossauros foram os principais animais na superfície do planeta até cerca de 65 milhões de anos atrás, quando o impacto de um meteoro contra a Terra levou à extinção deles. Isso deu espaço à ascensão dos mamíferos, que ainda eram muito diferentes dos atuais.

O Ernanodon antelios é um desses animais. Em 1979, um fóssil já havia sido encontrado na União Soviética, mas estava incompleto. A descoberta mais recente trouxe peças que faltavam na montagem do quebra-cabeça.
 O animal tinha patas fortes e garras grandes ideais para cavar buracos. As escavações podem ter servido na busca por alimentos, por abrigo, ou mesmo pelas duas coisas.

Fósseis de um pangolim chinês moderno (acima) e
do 'Ernanodon' (Foto: Peter Kondrashov/Divulgação)

O atual estudo, publicado pelo “Journal of Vertebrate Paleontology”, concluiu que esse animal está na base da evolução que levou à família dos pangolins – um animal nativo da Ásia e da África que tem o corpo coberto por escamas e se alimenta de insetos.

Outra corrente dizia que ele seria mais próximo dos tatus e dos tamanduás, mas os novos dados desmentiram a hipótese. A melhor compreensão das características e dos hábitos desses mamíferos pode dar dicas de como a evolução dos mamíferos levou aos animais que existem hoje em dia.

“Poucos outros mamíferos fósseis apresentavam tanta controvérsia no mundo científico quanto o Ernanodon, e estamos contentes que o novo esqueleto nos tenha ajudado a resolvê-la”, afirmou Peter Kondrashov, da Universidade AT Still, nos Estados Unidos.

Fonte: G1

Cientistas encontram melanina em fóssil de 160 milhões de anos

Pigmento foi encontrado também em lula gigante 'moderna'.
Descoberta sugere que escape do pigmento não muda com evolução.



Uma equipe internacional de pesquisadores descobriu que pigmentos de melanina encontrados em restos de fósseis de cefalópodes de 160 milhões de anos são praticamente idênticos a melanina encontrada na versão moderna de uma espécie de lula gigante. O estudo foi publicado na versão online da revista científica “PNAS”, da Academia Americana de Ciências.
 Os cefalópodes são a classe de animais marinhos que envolvem lulas e polvos. A versão milenar foi encontrada há dois anos na Inglaterra e desde então está sendo estudada. Com as impressões do fóssil e de animais vivos de espécie semelhante, o estudo concluiu que o mecanismo de escape do pigmento, semelhante a uma tinta, entre esses animais marinhos não evoluiu desde o período jurássico e que a melanina pode ser preservada nos fósseis de uma série de organismos.

Os pesquisadores compararam a composição química da melanina fóssil com a melanina de um animal da espécie Sepia officinalis, comum nos mares Mediterrâneo, do Norte e Báltico.

Fóssil de cefalópode de 160 milhões de anos armazenou pigmentos de melanina (Foto: British Geological Society)

 "[...] nós descobrimos através de uma variedade de métodos de pesquisa que a melanina tem se mantido em uma condição que pode ser estudada em detalhes requintados", disse John Simon, um dos autores do estudo e professor de química da Universidade da Vírginia, nos Estados Unidos.

Geralmente o tecido animal, composto principalmente de proteínas, se degrada rapidamente. Durante o curso de milhões de anos tudo o que é suscetível de ser encontrado a partir de um animal são restos do esqueleto ou uma impressão da forma do animal em torno de uma rocha. Os cientistas até podem aprender muito sobre um animal por seus ossos e impressões, mas sem matéria orgânica geralmente são deixados com muitas perguntas não respondidas, explica o estudo.

No entanto, a melanina se tornou uma exceção justamente por ser orgânica, pois se mostrou altamente resistente à degradação por longos períodos de tempo.

"Com exceção de todos os pigmentos orgânicos em sistemas vivos, a melanina tem a maior chance de ser encontrada em um registro fóssil", disse Simon.

Fonte:
G1