quinta-feira, 28 de julho de 2011

Fóssil identifica sexo dos pterodáctilos pela primeira vez

Rochas Jurássicas encontradas na China trazem não apenas um réptil fossilizado, como também um ovo
 
 estadão.com.br
 
SÃO PAULO - A descoberta de um fóssil, apelidado de "senhorita T", permitiu que pela primeira vez os cientistas identificassem o sexo dos pterodáctilos. Esses répteis voadores viveram junto com os dinossauros entre 220 e 265 anos atrás e são bastante conhecidos de filmes como "Jurassic Park III". A descoberta foi descrita na última edição da revista Science.
Mark Witton/divulgação

As rochas Jurássicas (de cerca de 160 milhões de anos) que a equipe encontrou na província de Liaoning, na China, são única pois contêm não apenas um réptil fossilizado, como também um ovo, fornecendo a primeira evidência direta do sexo desses animais voadores extintos. Esse fóssil mostra que as fêmeas não tinha cristas, resolvendo a questão da função da crista: os machos usavam com artifício para chamar a atenção das fêmeas.
Segundo os pesquisadores, muitas vezes as cristas dos machos chegavam a ter cinco vezes a altura da cabeça. Há algum tempo os pesquisadores suspeitaram da função das cristas para o acasalamento, no entanto, como ainda não havia nenhuma prova de que elas estavam restritas aos machos, a teoria era apenas especulativa.
Além da falta de crista, essa fêmea tem os quadris largos, para acomodar a passagem dos ovos. Com essas duas características distintivas entre machos e fêmeas, esse fóssil dá a chave para distinguir todos os machos e fêmeas da espécie, com tanto que o crânio e o quadril estejam preservados, dizem os pesquisadores.
A "senhorita T" também pode falar mais sobre a reprodução entre os pterodáctilos, além de todas as revelações sobre as diferenças entre machos e fêmeas. Seu ovo é pequeno e tem uma casca mole, típica de répteis e diferente dos pássaros. Esse formato oferece vantagens em termos de energia e materiais.
A morte da "senhorita T" parece ter acontecido por acidente. Ela estava praticamente pronta para botar seu ovo quando foi morta em um acidente que quebrou sua asa, possivelmente resultado de uma tempestade ou de uma erupção vulcânica.

Extinção dos dinossauros abriu caminho para mamíferos gigantes


Maior mamífero herbívoro pesava mais de três elefantes juntos e media mais de cinco metros



Associated Press - AP
Escala compara maiores mamíferos pré-históricos com um elefante e um ser humano.


Eles só precisavam de um pouco de espaço: uma nova pesquisa mostra que a extinção dos dinossauros abriu caminho para que os mamíferos tivessem uma explosão de tamanho - alguns chegando a ser maiores que vários elefantes juntos.
O maior mamífero terrestre de todos os tempos era uma criatura semelhante ao rinoceronte, mas sem o chifre, que tinha 5,5 metros de altura, pesava cerca de 17 toneladas e pastava nas florestas do quer hoje são Europa e Ásia. Ele faz com que o mais conhecido mamute lanudo pareça um nanico.
Descobrir e rastrear esses titãs pré-históricos é mais do que mera curiosidade: o feito lança nova luz sobre a evolução e a diversificação dos mamíferos, enquanto ocupavam os nichos deixados livres pelos dinossauros.
Passados 25 milhões de anos da extinção dos dinossauros - bem depressa, em termos geológicos - os mamíferos terrestres haviam atingido o tamanho máximo e começavam a estabilizar, escreve uma equipe internacional de cientistas na revista Science. E embora diferentes espécies tenham atingido o tamanho máximo em diferentes momentos em diferentes continentes, o padrão evolutivo foi bastante similar em escala global.
"A evolução pode acontecer bem depressa quando a ecologia permite", disse a paleoecóloga Felisa Smith, da Universidade do Novo México, que encabeçou o estudo. "Isso realmente se resume à ecologia deixando acontecer".
Que o fim da era dos dinossauros, há 65 milhões de anos, abriu as portas para a era dos mamíferos, e que alguns mamíferos atingiram proporções gigantescas, já era sabido. Mas o novo estudo é o primeiro mapeamento completo dos titãs de um modo a ajudar na compreensão de como e porquê atingiram proporções descomunais.
"Não tínhamos uma ideia clara de como a história se desenrolou após a extinção dos dinossauros", explica Nick Pyenson, curador do Museu Nacional de História Natural do Instituto Smithsoniano, e que não tomou parte na pesquisa.
Teorias anteriores sugeriam que a diversidade de espécies levou ao aumento de tamanho, mas o novo trabalho não encontrou essa conexão. "Isso sugere que há uma explicação mais profunda sobre como o grande tamanho corporal evolui em mamíferos", disse ele.
Mamíferos coexistiram com dinossauros, mas eram pequenos, não ultrapassando o tamanho de um pequeno cão. "Nós éramos basicamente os ratos correndo aos pés dos dinossauros", define Felisa Smith.
Para entender como isso mudou, pesquisadores reuniram dados de fósseis sobre o tamanho máximo atingido por todos os principais grupos de mamíferos em cada continente, ao longo da história evolutiva. 
O maior foi o Indricotherium de 17 toneladas, seguido de perto por uma criatura semelhante ao elefante, o Deinotherium africano. Os elefantes atuais pesam de 3 a 5 toneladas.
Os herbívoros se agigantaram primeiro, talvez porque tivessem a vantagem de comer a vegetação que os grandes dinossauros herbívoros, uma vez extintos, não comiam mais. da mesma forma que acontece hoje com leões e elefantes, os grandes predadores que se seguiram ficaram com cerca de 10% do tamanho dos maiores herbívoros.
Por que o tamanho dos mamíferos primeiro estabilizou e depois diminuiu? Disponibilidade de área e temperatura, diz Felisa. Noventa por cento do alimento que os mamíferos consomem vai para manter a temperatura interna do corpo, e a quantidade de comida relaciona-se á área total que sustenta a população.
Os maiores mamíferos evoluíram quando um clima mais frio gerava um nível do mar mais baixo, e mais terra disponível. Além disso, animais maiores têm mais dificuldade em perder calor, um problema com o aquecimento do clima.
Cientistas debatem que foi a mudança climática ou o advento do ser humano o que pôs fim à era dos mamíferos titânicos.

Primeiros dinossauros tinham tamanho de gato, diz estudo

REUTERS
 
Pequenas pegadas achadas na Polônia mostram que os primeiros dinossauros eram animais diminutos e quadrúpedes e, provavelmente, só passaram a dominar o mundo depois que uma extinção em massa acabou com muitos grandes répteis, disseram cientistas na terça-feira.
As pegadas de 250 milhões de anos são as mais antigas marcas já encontradas dos dinossauros, segundo Stephen Brusatte, do Museu Americano de História Natural, em Nova York, e seus colegas.
O animal tinha mais ou menos o tamanho de um gato doméstico pequeno, disseram eles, e teria vivido perto de rios, onde crocodilianos maiores prosperavam.
"Descrevemos os fósseis indiscutivelmente mais antigos da linhagem dos dinossauros: pegadas da época Triássica Inferior (há cerca de 250 milhões de anos) na Polônia", escreveu a equipe em artigo na revista Proceedings of the Royal Society B., editada pela Real Sociedade britânica.
"Essas pegadas, junto com as de dois outros lugares ligeiramente mais jovens, fornecem importantes informações sobre a origem e o começo da história evolutiva dos dinossauros."
"Elas indicam que os primeiros parentes dos dinossauros eram animais extremamente pequenos, com pés de poucos centímetros de comprimento, que caminhavam sobre quatro patas e eram notavelmente raros em comparação aos répteis contemporâneos."
Ironicamente, os fósseis indicam que uma extinção em massa permitiu que os dinossauros, pequenos e raros, proliferassem -- algo que praticamente se repetiu há 65 milhões de anos, quando um asteroide e episódios vulcânicos levaram os próprios dinossauros à extinção e permitiram a ascensão dos mamíferos.
"O que é mais radical é que as novas pegadas são apenas ligeiramente posteriores à maior extinção em massa de todos os tempos (o evento permiano-triássico), sugerindo que a origem dos dinossauros ocorreu imediatamente após essa catástrofe", escreveram os pesquisadores.
Eles também localizaram pegadas com 246 milhões de anos, feita por dinossauros bípedes chamados "Sphingopus" -- mais antiga evidência de dinossauros sobre duas pernas.
"Nos primeiros 20 a 50 milhões de anos da história dos dinossauros, os dinossauros e seus parentes mais próximos viviam à sombra dos seus primos afins aos crocodilos, que eram muito mais diversos, bem sucedidos e abundantes", disse Brusatte em nota à imprensa.
"Os dinossauros mais antigos eram pequenos e raros."

(Reportagem de Maggie Fox)


Descobertas duas novas espécies de dinossauros com chifres nos EUA


Animais eram parentes próximos do triceratops e viviam no 'continente perdido' de Laramídia
 
estadão.com.br
 
Duas novas espécie de dinossauros com chifres foram encontradas no sul do Estado americano de Utah. Os gigantes herbívoros eram habitantes do "continente perdido" de Laramídia, formado quando o mar inundou a região central da América do Norte, isolando as partes leste e oeste do continente por milhões de anos durante o Período Cretáceo.
Utah Museum of Natural History/Divulgação
Scott Sampson posa com crânio do Utahceratops gettyi
Os dinossauros recém-descobertos, parentes próximos do famoso triceratops, foram anunciados nesta quarta-feira, 22, na revista científica online PLoS ONE.
O estudo, financiado em grande parte pela Fundação Nacional de Ciência e pela Agência de Gerenciamento de Terras, foi liderado por Scott Sampson e Mark Loewen, do Museu de História Natural de Utah (UMNH) e do Departamento de Geologia e Geofísica da Universidade de Utah.
O maior dos dois novos dinossauros, com um crânio de 2,3 metros de comprimento, é o Utahceratops gettyi. A primeira parte do nome combina o estado de origem com "ceratops", palavra grega para "cara com chifres". A segunda parte do nome homenageia Mike Getty, gerente de coleções de paleontologia do Museu de História Natural de Utah e descobridor do animal.
Além de um grande chifre sobre o nariz, o Utahceratops tem chifres curtos e achatados, projetados para o lado e não para cima - muito mais parecidos com os chifres do bisão moderno do que com os dos triceratops ou de outras espécies de ceratops. Mark Loewen, um dos autores do artigo, comparou o Utahceratops com "um rinoceronte gigante com uma cabeça anormal".
A segunda nova espécie descoberta é o Kosmoceratops richardsoni. A primeira parte do nome se refere ao cosmos, palavra latina para "ornamentada", e ceratops, "cara com chifres". A última parte do nome homenageia Scott Richardson, voluntário que descobriu dois crânios desse animal.
O Kosmoceratops tinha 15 chifres, muito mais longos e mais pontiagudos que os do Utahceratops. O Kosmoceratops tinha um chifre em cima do nariz, um sobre cada olho, um na ponta de cada osso zigomático (na bochecha), e dez em toda a margem posterior da borda óssea, o que o torna o dinossauro com a cabeça mais ornamentada já conhecida.
Scott Sampson, principal autor do estudo, afirmou que "o Kosmoceratops é um dos animais mais incríveis já conhecido, com um crânio bem decorado com uma série de sinos e apitos ósseos."
Apesar de muita especulação sobre a função dos chifres para afastar predadores ou controlar a temperatura corporal, a ideia dominante é que esses recursos funcionavam para aumentar o sucesso reprodutivo.
Os dinossauros foram descobertos no Monumento Nacional Grand Staircase-Escalante, que abrange 1,9 milhão de hectares no deserto de Utah, região centro-oeste dos Estados Unidos.

Estudo revela hábitos noturnos de alguns dinossauros


Acreditava-se que os dinossauros eram ativos durante o dia enquanto os mamíferos pré-históricos caçavam durante à noite
 
estadão.com.br
 
Um estudo da região dos olhos de fósseis de dinossauros concluiu que alguns deles, como o velociraptor, caçavam à noite e os grandes herbívoros comiam independente da hora. Os resultados desta pesquisa foram publicados na revista científica Science.
Lars Schmitz/Divulgação
Fóssil do herbívoro protocerátopo
Os pesquisadores do Departamento de Evolução e Ecologia da Universidade da Califórnia chegaram a esta conclusão após analisar o anel esclerótico, na região dos olhos. Eles mediram as dimensões interna e externa deste anel e o tamanho do encaixe dos olhos de 33 fósseis de dinossauros, pássaros pré-históricos e pterossauros. Eles também avaliaram estas medidas em 164 espécies vivas.
Os animais com hábito diurno tem uma pequena abertura no meio do anel. Nos animais de hábitos noturnos esta aberta é bem mais larga. Como tanto aspectos do meio quando características de ancestrais podem influenciar neste traço, os pesquisadores desenvolveram um programa de computador para separar estas influências.
A partir da observação dos seres ainda vivos, eles puderam avaliar que esta característica é importante para determinar o tipo de hábito cultivado, se diurno ou noturno. Era comum pensar que os dinossauros tinham hábitos noturnos enquanto os mamíferos se moviam durante a noite.
As medidas revelaram que os herbívoros gigantes eram ativos tanto de dia quanto de noite, mas não em altas temperaturas. Comportamento semelhante pode ser observado nos dias de hoje entre os elefantes.
Já o velociraptor e outros pequenos carnívoros caçavam à noite. Os pesquisadores não conseguiram estudar os grandes carnívoros, como o tiranossauro rex, porque não dispunham de fósseis com esta área dos olhos bem preservada.
Já as espécies voadoras, que inclui pássaros pré-históricos e o famoso pterossauro, tinham principalmente hábitos diurnos, embora tenha sido encontrado evidências de ação noturna em alguns membros deste grupo.
Separar os aspectos externos daqueles adquiridos de ancestrais possibilitou o entendimento sobre como estes animais viviam e como as mudanças no meio ambiente influenciaram a evolução destes animais através dos anos.

Pegadas de aves pré-históricas são achadas no Alasca


Pesquisas anteriores determinaram que pterossauros também viveram nessa região
 
 
Reuters
 
ANCHORAGE, Estados Unidos - Pegadas fossilizadas de duas aves pré-históricas recém-descobertas foram encontradas no Parque Nacional Denali, no Alasca, segundo um especialista.  
Divulgação
Imagem de uma das pegadas descobertas anteriormente
O paleontólogo Tony Fiorillo, curador do Museu de Natureza e Ciência em Dallas, disse à Reuters que várias espécies deixaram pegadas naquela região ártica. "O céu de Denali era um lugar bastante movimentado", disse ele.
As duas espécies recém-descobertas foram batizadas por Fiorillo e sua equipe: Magnoavipes denaliensis, incorporando o nome do parque para uma ave que deixou pegadas particularmente grandes, e Gruipeda vegrandiunis, nome que alude à pequena dimensão dessas pegadas.
Fiorillo publicou suas descobertas na atual edição da revista Journal of Systematic Paleontology. Pesquisas anteriores determinaram que pterossauros - répteis alados e voadores - também viveram nessa região durante o período Cretáceo, disse o paleontólogo.
O Parque Nacional Denali, um dos destinos turísticos mais populares do Alasca, é também um dos melhores lugares do mundo para a descoberta de pegadas de aves pré-históricas, por causa das suas formações rochosas, disse Fiorillo. "É a maior biodiversidade (do mundo) representada pelas pegadas", afirmou.
Algumas dessas pegadas são iguais às de espécies que viveram no mesmo período em latitudes mais meridionais da América do Norte e Ásia, o que indica que no Cretáceo elas faziam grandes migrações para procriar e nidificar no Alasca durante o verão, como acontece até hoje.
"Não é bonito pensar que no Cretáceo, 70 milhões de anos atrás, o Alasca pode ter servido para o mesmo tipo de necessidades aviárias que hoje?", disse Fiorillo, que desde 2006 faz escavações de pegadas pré-históricas em Denali, e antes disso já estudava outros fósseis no local.
Ele participou da primeira descoberta de pegadas de dinossauros no parque, em 2005, perto da estrada mais movimentada de Denali.
Segundo a pesquisa, além de aves Denali tinha também uma abundância de hadrossauros - dinossauros herbívoros, com bico de ornitorrinco.
Fiorilllo e seus colegas das Universidades do Texas e do Alasca-Fairbanks estimam que o Alasca tenha tido uma população de até 500 mil hadrossauros simultaneamente, o que equivale mais ou menos à atual população de caribous (um tipo de alce) nesse Estado norte-americano.
As descobertas foram apresentadas em uma conferência da União Americana de Geofísica, no mês passado em San Francisco.
O clima no Alasca naquela época era bem mais ameno do que hoje, "algo entre as temperaturas anuais de Calgary (Canadá) e Portland, Oregon (noroeste dos EUA)."

Tiranossauro Rex era predador e não carniceiro, diz pesquisa


Apenas dinossauros menores podiam ser carniceiros, pois conseguiam encontrar carcaças mais rapidamente



SÃO PAULO - O Tiranossauro Rex (Tyrannosaurus Rex) era um caçador voraz e não um carniceiro como as hienas, revela uma nova pesquisa publicada na revista Proceedings of the Royal Society B.
Nobu Tamura/Divulgação
Ilustração de um Tiranossauro Rex
Cientistas da Zoological Society of London usaram um modelo ecológico baseado nas relações predatórias do parque Serengeti para determinar se comer apenas animais mortos seria uma estratégia efetiva de alimentação para o Tiranossauro Rex.
Tentativas anteriores de responder a questão sobre os hábitos de caça desse dinossauro de concentraram em sua morfologia. A falha nessa abordagem é que duas espécies podem ter características físicas similares e ainda assim ter hábitos de alimentação muito diferentes, assim como os abutres e as águias.
Os pesquisadores afirmam que a compreensão das forças ecológicas envolvidas, permitiu se chegasse à compreensão de que a única opção viável para o T. Rex era ser um predador. Apenas dinossauros menores podiam ser carniceiros, pois conseguiam encontrar carcaças mais rapidamente.

Brasil conhece apenas 17 espécies de Dinossauros


Número tende a crescer, desde que haja mais investimentos e formação de especialistas

A fauna pré-histórica de dinossauros brasileiros ainda é pouco conhecida. Apenas 17 espécies já foram descritas para o País, em meio às mais de mil conhecidas no mundo. Mas esse número tende a crescer nos próximos anos, com a formação de mais paleontólogos e a intensificação das pesquisas, segundo especialistas do Museu Nacional do Rio de Janeiro, uma das instituições de maior tradição em paleontologia no Brasil.
Marcos de Paula/AE
Alex Kellner mostra o úmero de um dinossauro achado em MT

"Em dez anos vamos passar de 50 espécies", aposta Alexander Kellner, que já participou da descrição de vários dinossauros e pterossauros brasileiros - e tem pelo menos mais dois ou três na fila para os próximos anos. As estantes da sala de preparação de fósseis do museu estão abarrotadas de blocos de rocha embrulhada em gesso, contendo ossos de dinossauros. Muitos coletados há mais de quatro anos, em Mato Grosso. Porém nunca estudados.

"Tem um dinossauro novo aqui", afirma Kellner, apontando para a estante, entusiasmado e angustiado ao mesmo tempo por causa da falta de pessoal técnico e de recursos necessários para acelerar o trabalho.

Na mesa de preparação, dentro de um dos blocos já abertos, é possível ver várias vértebras e pedaços de costela de um saurópode (nome geral dado aos dinossauros quadrúpedes e pescoçudos) de Mato Grosso. Muito provavelmente de uma espécie nova, já que não há nenhum dinossauro descrito ainda para aquela região. Ou talvez duas. "No material já preparado encontramos dois fêmures direitos, então sabemos que temos ossos de dois indivíduos. Mas não sabemos ainda se são indivíduos da mesma espécie ou de espécies diferentes", explica Kellner.

O que mais freia a pesquisa, segundo ele, é a falta de "preparadores de fósseis" - técnicos especializados no trabalho minucioso (e demorado) de separar os ossos das rochas e sedimentos nos quais eles estão fossilizados há milhões de anos. Não existe cargo para isso nas instituições públicas, e o jeito é contratar alunos temporários para fazer o serviço, usando verba de projetos. "Pesquisador tem, o que falta é equipe técnica, e dinheiro para contratar esse pessoal", diz Kellner.

Não que esteja sobrando paleontólogos no Brasil. Pelo contrário. O Museu Nacional, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, é a instituição que tem o maior número: quatro. Muitas universidades têm apenas um - que precisa dar aulas, organizar cursos, orientar alunos e, quem sabe, fazer um pouco de pesquisa nas horas vagas. "Talvez tenhamos uns 40 paleontólogos no Brasil. É muito pouco para um país deste tamanho", diz o paleontólogo Sergio Alex de Azevedo, do Museu Nacional. "Só o Museo de La Plata, na Argentina, tem 20", compara.

Saudades do campo. Com poucos profissionais, e todos eles sobrecarregados, sobra pouco tempo para o trabalho mais básico da paleontologia, que é coletar. "Uma coisa que nos preocupa é que os alunos mais novos vão muito pouco para o campo", diz Azevedo. "O mais importante é cavar, é coletar. Sem isso não existe paleontologia", reforça Kellner. O problema é que o trabalho de campo costuma ser demorado, logisticamente complexo e relativamente caro. Uma expedição básica de 30 dias custa pelo menos R$ 30 mil, segundo Azevedo.

O resultado é que a maior parte do conhecimento sobre a biodiversidade pré-histórica do Brasil continua enterrada, esperando para ser descoberta. "Ainda temos muitas áreas para serem exploradas", diz o paleontólogo Max Langer, da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto. "Certamente há muitos tesouros ainda escondidos por aí."

Quando os dinossauros surgiram, 230 milhões de anos atrás, no início do período Triássico, a maioria das massas terrestres ainda estava conectada em um supercontinente chamado Pangea. Segundo os pesquisadores, portanto, não há razão biológica ou geológica para que o Brasil tenha tido menos espécies de dinossauros do que qualquer outro lugar da Terra. Só falta descobri-los.

"Se fosse para fazer uma última expedição de campo, iria para a Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso", sonha Diógenes Campos, 67 anos, do Museu de Ciências da Terra do Departamento Nacional de Produção Mineral, um dos paleontólogos mais experientes, e ainda ativo, do País.

Kellner aposta suas fichas na Bahia. "Assim como a gente olha para a China hoje, vamos olhar para a Bahia, como um grande depósito de fósseis", diz. "Tem muita coisa lá. Só não tem pesquisador."

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Características de alguns Répteis

Lagarto Monitor (Varanus Exanthematicus)
Estes animais foram os primeiros vertebrados a serem independentes do meio aquático, e para que isto ocorresse foi necessário a presença de ovos com anexos embrionários para proteger o embrião e uma casca porosa que permitisse a troca gasosa entre o embrião e o meio e evitar a perda de água.

Não são capazes de controlar a temperatura do corpo por processos internos, são animais pecilotérmicos, por isso o sol é muito importante para o funcionamento de seu corpo.

A pele desses animais é bastante grossa, recoberta por escamas ou placas queratinizadas, que protegem o animal contra a perda excessiva de água.

A água é necessária para o metabolismo e a umidade é importante na troca de pele que sofrem.

Atualmente estão divididos em: Quelônia – tartarugas, cágados e jabutis; Crocodilia – crocodilos, gaviais e jacarés e Squamata – lagartos, serpentes, tuataras e anfisbenas (cobras-de-duas-cabeças).


  • Quelônia

São animais que possuem carapaça e plastrão (casco) e por isso são facilmente identificados.
O casco é formado por uma camada externa queratinizada e outra interna óssea.
Esta ordem é dividida em duas subordens: Pleurodira, que dobram o pescoço lateralmente; Criptodira, que dobram o pescoço em "S", como os jabutis e tigres d’água. A grande maioria pertence ao grupo dos criptodira.
Existem animais terrestres, aquáticas marinhas ou de água doce.
São ovíparos e depositam seus ovos em buracos no solo ou areia.


  • Crocodilia


Os maiores animais são encontrados na América do Norte e África e as menores, na América do Sul.
São animais encontrados pertos de corpos d’água, como rios, pântanos ou praias. Possuem grande agilidade na água, mas na terra são relativamente lentos.
Seu tamanho variam de um a seis metros. Alimentam-se de outros animais.
Cuidam dos ovos, mantendo guarda próximo ao ninho, que fazem na areia, serrapilheira ou até cupinzeiros. Depois do nascimento os filhotes também são protegidos pelos adultos.
Os gaviais, possuem característica própria; possuem o focinho longo e estreito para poderem capturar peixes ccom um rápido golpe de cabeça.
Já crocodilos e jacarés, diferem entre si externamente, pela largura do focinho. Em geral os jacarés possuem focinhos mais largos que os crocodilos.


  • Squamata

Python
É o grupo de répteis mais diversificado.
O tuatara ocorre na Austrália, é considerado um fóssil vivo.
As serpentes são animais sem membros (ápodas) e sua locomoção se dá através dos movimentos musculares e das suas escamas.
No Brasil existem quatro grupo principais de serpentes: Elapidae (corais verdadeiras), Colubridae (falsas corais, cobras d’água, etc), Boidae (jibóias) e Viperidae (jararacas e cascavéis).
Os grupos Elapidae e Viperidae, merecem atenção especial pois os animais destes grupos são considerados peçonhentos.



ANIMAIS
CARACTERÍSTICAS
Corais


Apresentam um padrão de cores geralmente de faixas transversais pretas, vermelhas e amarelas alternadas. São fossoriais e possuem presas na região anterior da maxila superior. Seu veneno tem ação neurotóxica.
Coral-verdadeira - (Micrurus)- A picada de cobra-coral-verdadeira (existem corais que não são venenosas) é a mais mortal, porém também a mais rara de ocorrer no Brasil. Ela causa dificuldade em abrir os olhos e visão duplicada, dá sufocação. O tratamento consiste na aplicação do soro antielapídico, que é específico para veneno de coral e é o único que pode ser usado com esse tipo de cobra. As corais-verdadeiras existem no pais todo, em qualquer terreno.
Pode ser usado garrote.
Jararacas, cascavéis


O veneno tem ação proteolítica e age localmente. Dentição solenóglifa. Possuem fosseta loreal, responsável pela detecção de variação de temperatura, auxiliando a captura de presas.


As cascavéis possuem um chocalho característico na cauda, e estão presentes em todo o continente americano.
A cascavel, por razões não bem entendidas, em vez de sair completamente de sua pele antiga, mantém parte dela enrolada na cauda em forma de um anel cinzento grosseiro. Com o correr dos anos, estes pedaços de epiderme ressecados formam os guizos que, quando o animal vibra a cauda, balançam e causam o ruído característico.
Jararaca (Bothrops)- Existem, entre outras espécies conhecidas como jararaca, jararacuçu, urutu, cotiara, boca-de-sapo. As jararacas existem em todo o brasil e em todo tipo de terreno e vegetação. Sua picada causa inchaço e perda de sangue, que além do ponto da picada pode ser pelas gengivas etc. Como tratamento, usa-se o soro antiofídico ou soro antibotrópico, ou ainda o soro antibotrópico-laquético. É importante lembrar que, na Amazônia, se dá o nome de surucucu às jararacas e às picos-de-jaca, enquanto no sul o nome surucucu é só para as picos-de-jaca.
Não fazer garrote.
Cascavel - (Crotalus)- A cascavel é identificada pelo chocalho característico em sua cauda. Os sintomas de sua picada são a dificuldade de abrir os olhos, a visão dupla, e a urina com cor de coca-cola. O tratamento consiste na aplicação de soro antiofídico ou anticrotálico, sendo este último o específico para cascavéis. Elas se encontram nas regiões de campo, no Centro, Sul e Nordeste e, na Amazônia, nas áreas abertas no meio da mata. Nunca são encontradas no interior da floresta.
Pode ser usado garrote.
A surucucu ou sururucu-pico-de-jaca é a maior serpente peçonhenta das Américas. Possui atividade noturna e hábito terrícola, abrigando-se durante o dia no oco de troncos, entre as raízes salientes das árvores e em tocas abandonadas.
A espécie é dotada de fosseta loreal entre o olho e a narina; são orifícios com o fundo revestido por uma membrana sensível a pequenas variações de temperatura.
Pico-de-jaca(Lachesis)- Essa serpente venenosa é conhecida no Sul por surucucu. Os sintomas de sua picada são os mesmos da picada das jararacas: inchaço e hemorragia. O soro específico a ser usado é o soro antilaquético, porém na Amazônia, dada a dificuldade para diferenciar as picos-de-jaca das jararacas, deve ser usado o soro antibotrópico-laquético, que serve para os dois tipos. As picos-de-jaca se encontram na Amazônia e na chamada Mata Atlântica, do Rio de Janeiro até a Paraíba.
Não usar garrote.


Boa constrictor constrictor
(Jibóia)


Phyton
(Phyton ball albinus)


Banana

Urutu



Iguana
Os lagartos vivem em regiões onde ocorram floresta, até regiões desérticas. Possuem hábitos arborícolas até fossório.
Camaleão
Seus hábitos alimentares vão desde herbívoros até predadores.
Seu comprimento varia de poucos centímetros a dois ou três metros. Os maiores lagartos são os lagartos monitores, como o dragão de Komodo. Este animal chega atingir até três metros de comprimento e é um predador, alimentando-se de grandes mamíferos.
As anfisbenas são semelhantes as serpentes, porém possuem a cauda curta e pouco afilada (daí o nome de cobra-de-duas-cabeças). São animais fossoriais. Apresentam anéis em torno do corpo segmentados transversalmente. Alimentam-se de invertebrados.

Fonte: http://www.biomundo.com.br/repteis/repteis.htm 
Com acréscimos

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Os mais atrativos e coloridos répteis

Répteis como lagartos, crocodilos, lagartixas além de outros são muitas vezes considerados como criaturas temíveis. Estes  animais de sangue frio que a pele é coberta de escamas pode assim como o de pêlos ou pena ser atraentes e coloridas também, confira essa interessante lista.

  •  Iguana – Verde


A Iguana-verde ou iguana-comum (Iguana iguana) é uma espécie de lagarto arborícola  e herbívoro do género Iguana, nativa da América Central e do Sul. Um iguana-verde adulto pode medir 180 cm de comprimento e pesar 9 kg. O iguana-verde adulto é herbívoro, mas o filhote se alimenta de invertebrados.O ovo do iguana-verde leva entre 10 e 15 semanas para chocar.


  • Dracaena Guianeses


O Dracaena guianensis ou lagarto-jacaré, vive nas florestas, quase sempre inundadas, das Guianas e da Amazônia. Sua cauda, comprimida lateralmente, é semelhante à do jacaré – daí seu nome. Alimenta-se de moluscos.


  • Blue-tailed sandveld lizard


Este lagarto belamente colorido se encontra em Moçambique, Zimbabwe e África do Sul, é conhecido cientificamente como Caesicaudata Nucras. Pode ser claramente distinguido por causa de sua cauda distintiva azul. Pouco se tem descoberto sobre sua anatomia e forma de vida, mas vive em lugares secos, arenosos  e regiões de savana.


  • Camaleão Velado


O Camaleão Velado é uma espécie grande e colorido encontrado no Iêmen e na Arábia Saudita sendo também conhecido como Camaleão do Iêmen. Este camaleão muda de cor dependendo do seu humor e vale ainda ressaltar também que essas pequenas marcas como visto na foto acima se destacam conforme outros fatores tipo saúde e temperatura .


  • Camaleão – pantera


Esta espécie de camaleão colorido conhecido cientificamente como  Furcifer pardalis e vive em toda a ilha de Madagascar, as fêmeas são muito menores que os machos, aproximadamente metade do tamanho. As fêmeas grávidas desta espécie mudam de cor para sinalizar que não querem acasalar.


  • Blanus cinereus


Também conhecida como Worm Europeia , esta espécie de réptil é conhecido localmente como “Cobra-cega” e é muitas vezes encontrada em troncos e pedras, especialmente após as tempestades.


  • Furcifer


Furcifer é uma espécie de Lagarto nativo de Madagascar que está ameaçado de extinção devido a perda de seu habitat.


  • Iguana de Galápagos ou Conolophus subcristatus


Essa é uma rara espécie que vive na Ilha de Galápagos, as fêmeas após o acasalamento botam entre 2 – 25 ovos em uma cova de aproximadamente 18 centímetros de profundidade e a eclosão dos ovos demora entre 90 e 125 dias depois.


  • Psammophilus dorsalis

 

Essa espécie que tem uma coloração diferente é comum e encontrada nas colinas rochosas no sul da Índia, também é comumente chamada de  South Indian Rock Agama.


  • Calumma parsonii


Calumma parsonii é uma espécie de camaleão  nativa de Madagascar. Trata-se do maior camaleão existente, podendo chegar a mais de 65 centímetros de comprimento. Vive nas árvores e possui, como todos os camaleões, olhos que se movimentam independentemente e patas anatomicamente projetadas para se segurar nos galhos. Também é capaz de mudar de cor dependendo do ambiente externo e do humor do animal. Alimenta-se de insetos que captura com sua longa língua  pegajosa, que ele atira a uma incrível velocidade.


  • Agama


Este Réptil brilhantemente colorido formalmente nomeado Agama é uma espécie de lagartos de cauda longa composta de pelo menos 31 espécies em toda a África. Ele pode ser visto muitas vezes no calor do dia e a sua cor é marrom escura durante a noite, mas depois da alvorada as cores do macho dominante modificam-se: o corpo fica azul claro, a cabeça e a cauda ficam laranja brilhante. Essas cores podem alterar-se dependendo do humor  do macho dominante.

Fonte: http://www.zevariedades.com/curiosidades/os-mais-atrativos-e-coloridos-repteis/

GAVIAL

Classificação científica
Reino:     Animalia
Filo:     Chordata
Classe:     Reptilia
Ordem:     Crocodylia
Família:     Gavialidae
Gênero:     Gavialis
Espécie:     G. gangeticus


O gavial (nome científico: Gavialis gangeticus - de gavial, corruptela francesa do termo hindu para crocodilo, ghaṛyiāl, e gangeticus, relativo ao rio Ganges) é a única espécie extante de crocodilo do gênero Gavialis, família Gavialidae. Pode ser encontrado nos rios da Índia e Nepal, e historicamente também habitava os rios do Paquistão, Butão, Bangladesh e Mianmar.

A espécie difere dos demais crocodilianos pelo focinho estreito e alongado, e pela presença de uma protuberância nos machos adultos, caracterizando um dimorfismo sexual visível. Outra característica única é a exteriorização dos dentes da metade anterior da maxila e da mandíbula quando a boca do animal está fechada. Com registros de espécimes medindo até seis metros de comprimento, é uma das maiores espécies dentro da ordem Crocodylia.

Essa espécie é considerada uma das mais ameaçadas de extinção atualmente. Sua população não ultrapassa trezentos animais, além de seu habitat vir sendo degradado continuamente pelo humano, que em constante expansão, tanto urbana quanto na agropecuária, se apropria de zonas ciliares, onde os gaviais se reproduzem e passam uma parte de suas vidas.

Evolução e taxonomia

Protuberância observada apenas nos machos
Os primeiros registros fósseis do clado Gavialoidea datam do Cretáceo Superior da América do Norte, representando dois gêneros: Eothoracosaurus do Maastrichtiano e Thoracosaurus do Campaniano. No Oligoceno da África e de Porto Rico aparecem os primeiros representantes da família Gavialidae, Eogavialis e Aktiogavialis, respectivamente. Restos fósseis são abundantes do Mioceno Superior ao Quaternário nas montanhas Sivalik no Paquistão. Alguns desses espécimes são referidos como sendo G. gangeticus por Steel (1973), entretanto, essa identificação é rejeitada por alguns pesquisadores. Espécies do gênero Gavialis foram descritas dos períodos Mioceno e Plioceno na Índia, principalmente no Grupo Sivalik. A espécie Gavialis gangeticus aparece apenas no Holoceno (Recente).
Johann Friedrich Gmelin descreveu o gavial em 1789 com o nome de Lacerta gangetica. Em 1811, Nicolaus Michael Oppel, descreveu o gênero Gavialis, e em 1831 John Edward Gray recombinou a espécie para Gavialis gangeticus. O gavial é o único membro ainda existente do gênero Gavialis, e junto com o Tomistoma schlegelii representa as linhagens sobreviventes da família Gavialidae. Estudos morfológicos posicionavam o gênero Tomistoma na família Crocodylidae, entretanto, análises moleculares demonstraram que o Gavialis e Tomistoma são grupos relacionados entre si. Estudos moleculares também sugerem o grupo Gavialis/Tomistoma como grupo-irmão dos demais crocodilos, e todos formando uma única família, a Crocodylidae sensu lato,entretanto, alguns pesquisadores continuam se referindo a Gavialis/Tomistoma como uma família distinta.

Distribuição geográfica e habitat


Esqueleto de um gavial adulto
O gavial originalmente estava distribuído nos rios Indo, Ganges, Bramaputra e Mahanadi no Paquistão, Índia, Nepal, Bangladesh e Butão. Sua presença no rio Irrawaddy, em Mianmar, é confirmada por apenas dois registros científicos. O rio Kaladan na fronteira Índia-Mianmar também possui registro de ocorrência para a espécie. A distribuição do gavial é simpátrica com a do Crocodylus palustris. As populações do Paquistão, Butão e Mianmar, e provavelmente do Bangladesh, foram extintas. Três populações viáveis ocorrem no Nepal (rio Rapti/Narayani) e na Índia (rios Chambal e Girwa); e outras populações não viáveis são encontradas nos rios Karnali, Babai e Koshi, no Nepal, e Mahanadi, Son, Ken e Ramganga, na Índia. Pequenas populações ainda podem ocorrer no Bramaputra, no nordeste da Índia, apesar dos últimos registros confirmados serem de 1993. Habita principalmente rios caudalosos profundos e rápidos com poços naturais e bancos de areia nas margens. Com a exceção de um possível registro histórico para uma lagoa salobra, os gaviais não são encontrados em água salgada.

Características

Focinho em destaque
O gavial tem o focinho mais longo entre todos os crocodilianos, e é uma das maiores espécies em comprimento. Os machos são maiores que as fêmeas, medindo em média 4,5 a 5 metros, enquanto as fêmeas alcançam na média 3,5 a 4 metros. Registros históricos reportam espécimes com mais de seis metros de comprimento. O maior exemplar conhecido foi morto em janeiro de 1924 no rio Kosi ao norte de Bihar e media 7,1 metros. O peso de um adulto varia entre 159 e 181 quilogramas. Os adultos têm coloração marrom-escura a oliva no dorso, e branca a amarela no ventre. Os filhotes são marrom-acinzentados com cinco faixas transversais irregulares no corpo e nove na cauda.
O focinho é alongado e estreito, tornando-se mais fino com a idade do animal. Os dentes da metade anterior da maxila e da mandíbula ficam exteriorizados quando a boca do animal está fechada, uma característica única da espécie. A dentição do gavial é composta por cinco dentes pré-maxilares, de vinte e três a vinte e quatro dentes maxilares, e de vinte e cinco a vinte e seis dentes mandibulares. Possui de 106 a 110 dentes. As glândulas linguais estão ausentes ou são pouco desenvolvidas com seus poros excretores pequenos, limitando a capacidade secretória do sal. A superfície da língua não é queratinizada e é relativamente curta se comparada com outros crocodilianos.
O G. gangeticus é a única espécie de crocodilo que possui dimorfismo sexual visível. Os machos adultos possuem uma protuberância cartilaginosa na ponta do focinho, que produz um zumbido ressonante durante a expiração, utilizado durante a época de acasalamento para fazer a corte à fêmea. Esta saliência é denominada de "ghara" que significa "pote" em hindi.
Os ossos nasais são curtos em relação ao focinho, e amplamente separados dos ossos pré-maxilares; a abertura nasal é menor que a fossa supratemporal; e a margem anterior da órbita inferior (osso jugal) é proeminente. A sínfise mandibular é extremamente longa, estendendo-se para trás até o nível do dente 23º ou 24º. O processo anterior do palatino é longo e se estende até a fenestra supraorbital, e cada parietal contém um seio que se abre no sistema pneumático cranial. A coluna vertebral contém um largo e compacto pró-atlas e um áxis com uma crista espinhal e uma discreta ou não demarcada hipapófise.


Comportamento e ecologia

Gaviais são os mais aquáticos dos crocodilianos existentes, e os adultos aparentemente não têm a capacidade de andar em uma postura semi-ereta como outros crocodilianos. Os machos adultos desta espécie se destacam por apresentar um apêndice bulboso na ponta do focinho, parecido com um "pote", chamado de ghara. Embora a função do ghara não seja bem compreendida, ele é indicativo de dimorfismo sexual na espécie, e pode ser utilizado como um ressonador de som ou para a formação de bolhas ou outros comportamentos associados ao acasalamento.
A longevidade dos gaviais atinge em média de quarenta a sessenta anos, e sua maturidade sexual pode variar entre os sexos, normalmente três anos para as fêmeas e dez anos para os machos. O gavial é tipicamente residente da profundidade, mas dentro desses rios prefere áreas onde a corrente é reduzida. Locais de bancos de areia nas proximidades das margens são usados para a nidificação.
As fêmeas podem não atingir a maturidade sexual até que estejam com quase três metros de comprimento. A nidação é feita durante a estação seca em buracos escavados em bancos de areia. Diferentemente da maioria dos crocodilianos, que carregam seus filhotes pequenos na boca, o gavial parece não fazer isso por causa da morfologia incomum de suas mandíbulas. No entanto, o cuidado materno já foi observado. Gavial fêmea normalmente deixa trinta a cinquenta ovos, e os ovos são os maiores dos crocodilos, com 160g de peso.

 Locomoção

Muitos dos músculos que não são usados na expiração, são usados na locomoção rápida debaixo da água pelos gaviais, principalmente quando eles vão atacar alguma presa. Antes de dar a investida nos animais seu movimento é leve, e em conjunto com seu focinho muito estreito e grande, traz adaptação para um movimento que passe por despercebido por outros animais, como os peixes.
Em terra o gavial passa a maior parte do tempo imóvel. É mal adaptado para a locomoção terrestre quando adulto - a musculatura da perna não é adequada para levantar o corpo da terra, necessário para movimentação - por ser capaz na maioria das vezes de apenas de empurrar o corpo para frente arrastando-o sobre o chão ("barriga-deslizante"), embora possa andar com maior velocidade quando necessário. É, no entanto, muito ágil na água - a cauda é bem desenvolvida e achatada lateralmente, e as patas traseiras são adaptadas ao nado.

Alimentação

Esse crocodiliano parece ser essencialmente piscívoro, mas os indivíduos muito grandes podem comer outras presas. Gaviais jovens comem insetos, larvas e pequenas rãs. Sua morfologia do focinho é ideal para predar peixes. Gaviais muitas vezes usam seu corpo para encurralar peixes contra as margens onde eles podem ser mais facilmente capturados. O gavial por norma não ataca humanos. Apesar de seu tamanho imenso, suas mandíbulas finas e frágeis tornam-no fisicamente incapaz de consumir um animal de grande porte, especialmente um ser humano. Os restos humanos encontrados no estômago de gaviais são explicados, provavelmente, pelo seu hábito de se alimentar de cadáveres. Foi também sugerido que os gaviais podem por vezes ingerir objetos duros com a função de gastrólitos.

Reprodução

As fêmeas adultas, que atingem a maturidade e se tornem sexualmente receptivas em torno de dez anos de idade, são defendidas em áreas por indivíduo do sexo masculino. O Ghara é utilizado em momentos de namoro entre gaviais, comumente são vistas bolhas saindo de dentro dele.
A nidificação ocorre durante a estação seca, quando as fêmeas se arrastam sobre a terra seca para escavar buracos nos quais cerca de 40 grandes ovos são enterrados. Os ovos são incubados naturalmente no buraco do ninho, mas a fêmea permanece perto dele para protegê-lo de predadores, como porcos, chacais e lagartos. Após cerca de 70 dias, quando os filhotes estão prontos para sair, eles chamam de dentro dos ovos, alertando a mãe para escavar os ovos para fora do buraco do ninho.
Enquanto o gavial não apresenta o hábito de transportar filhotes em suas mandíbulas, o jovens permanecem com sua mãe por várias semanas a vários meses. O período de acasalamento ocorre durante dois meses, durante novembro, dezembro e em janeiro. A ida para os locais de areia ocorre em março, abril e maio (estação seca), onde os ninhos são escavados. Contudo, a protecção dos jovens ocorre em torno da área do assentamento por algum tempo após a eclosão.


Vocalizações

De início, crocodilos não emitem sons estrindentes, mas sim pequenos ruídos de baixa amplitude, e estes, nos gaviais, ocorrem principalmente na hora do nascer dos filhotes, e no período em que estão perto da mãe. Essas vocalizações são emitidas para sinalizar, para a mãe dos filhotes, que está no momento de cavar o buraco onde os ovos foram enterrados e que é necessário ela mostrar o caminho do rio para eles iniciarem sua vida aquática.


Conservação

O gavial é classificado como em perigo crítico pela IUCN, pelo fato de ter havido uma redução do tamanho da população de mais que 80% nos últimos dez anos ou três gerações, e além disto, o declínio pode não ser reversível. Estimativas mais generalizadas mostram uma redução mais avassaladora da espécie. A população pode ter caido de 86 a 88% em um intervalo de dez anos.
Outro critério para enquadrar o gavial como em perigo crítico também pode ser justificado pelo fato do tamanho de a população estar estimada em menos que 250 indivíduos maduros, e numa continua queda que pode seguir um ritmo de 25% de três em três anos. As estimativas do tamanho da população adulta indicam que houve um declínio de 436 gaviais adultos em 1997 para 188 em 2006. Isso representa uma queda de 58% em toda a sua gama durante um período de nove anos.


Histórico da população

Os primeiros registros do gavial são essencialmente subjetivos e raramente quantitativos. Alguns estudos passados demonstravam certa abundância de gaviais em seu habitat. Eram comuns no rio Indo, no Paquistão, nos anos de 1921. Diversos autores mencionavam a ver grandes grupos de gaviais juntos. Em 1885 era comum as pessoas contarem sessenta e quatro gaviais em duas horas, às margens do Rio Jamuna. Outros relatos confirmam que eram encontrados em todos os grandes rios do norte da Índia.
Centenas de gaviais foram observados no rio Narayani, do Nepal, antes da construção da barragem Gandak. Em 1964 e no começo de 1950 cerca de 235 gaviais foram contados ao longo do Rio Narayani. Com uma estimativa de 11.000 km de rio com um habitat em uma área geográfica de mais de 20 000 km quadrados, o gavial tinha uma população inferida de cinco a dez mil nessa época. Em 1976 a população total estimada de gaviais selvagens no mundo havia diminuído para uma faixa de cinco a dez mil animais. Em 1984 houve a mais drástica queda da espécie: a população foi para apenas duzentos animais, uma queda de cerca de 96%. Em 2006 a população em idade madura de gaviais na Índia era de um valor semelhante, a menos de 200 e menos de 35 adultos para o Nepal. A espécie está praticamente extinta no Paquistão, Bangladesh e Butão. Em Mianmar presume-se que esteja extinta desde 1940.
A diminuição drástica na população gavial ao longo dos últimos sessenta anos pode ser atribuída a uma variedade de causas, incluindo a caça excessiva para as peles e troféus, coleta de ovos para consumo, matança para a medicina indígena, e matança por pescadores. Enquanto a caça não é mais considerada uma ameaça significativa, a construção de represas, barragens, canais de irrigação, assoreamento, mudanças no curso do rio, aterros artificiais, areia, mineração, agricultura de várzea, animais domésticos e selvagens, se combinaram para provocar uma extrema limitação ao intervalo da espécie devido a esta perda excessiva e irreversível de habitat ribeirinhos. Por exemplo, em 2001 inaugurou-se 276 projetos de irrigação na bacia do rio Chambal. Estas ameaças não cessaram, de fato aumentaram e continuam a comprometer a sobrevivência da espécie. O declínio de gaviais tem andado de mãos dadas com o declínio dos habitats ribeirinhos e de outros animais que compartilham os mesmos rios que eles, outra vez supostamente abundantes e agora ameaçados, incluindo o golfinho-do-ganges (Platanista gangetica) e a espécie Crocodylus palustris, bem como inúmeras aves aquáticas e espécies de peixes.
A população em idade madura é outra preocupação. Acredita-se que 14% de todos gaviais existentes hoje não estão em fase adulta, ou seja, não estão sexualmente maduros ainda, representando um provável prejuízo para a população. Esses animais que não são considerados maduros, são principalmente machos, que necessitam de cinco anos a mais que as fêmeas para se tornarem reprodutores.
O rio Chambal detém, de longe, a maior subpopulação de gaviais, com 48% estimado da população total. O número total de ninhos encontrados no Santuário Chambal em 2006 foi de 68. Outra grande população de gaviais está na Índia no Katerniaghat Wildlife Sanctuary, onde vinte ninhos foram encontrados em 2006. A maioria dos gaviais encontrados são fêmeas, mas nem todas estão na fase de procriamento, mas mesmo assim existem mais fêmeas reprodutoras que outras jovens. Supondo relatos, é possível inferir que haveria um total de treze gaviais adultos na Índia. Considerando a escassez de machos maduros sobre o Chambal nas investigações de 2005 e 2006, é provável que existam poucos machos maduros nesse rio. Junto com um total de vinte fêmeas, seis gaviais maduros do sexo masculino foram contados por observadores em um local do rio Chambal em 2006. O número total estimado de gaviais maduros nas três subpopulações restantes da Índia, com base nos ninhos contados, aproxima-se de somente 107 indivíduos adultos.
Relata-se que alguns gaviais fazem cada vez menos ninhos a cada ano. Estimativas de freqüência reprodutiva do sexo feminino retêm-se a uma média de 63%. Apesar de que gaviais fazem ninhos anualmente, algumas fêmeas podem ter migrado pelo rio abaixo, onde os machos são muito escassos. Tendo todas essas médias, as análises da população, e a porcentagem reprodutiva, estudos assinalaram que se todos cruzamentos fossem feitos entre a espécie e eles obtivessem sucesso, a população alcançaria um número de 220 indivíduos somente.
Há outras duas pequenas populações não-reprodutoras de gaviais na Índia (rio Ken em Madhya Pradesh e rio Mahanadi em Orissa) e três no Nepal (Rios Kosi, Karnali e Babai), que foram criadas pela reintrodução de gaviais criados em cativeiro.

No Nepal seis ninhos foram contados em 2006 e o total de gaviais maduros em todas as subpopulações nesse país é estimada em 35 animais. Com base nestas estimativas o número de gaviais selvagens, maduros, em todos territórios que a espécie existe (atualmente só na Índia e no Nepal) é de 182 em cerca de oito habitats fragmentados (mas novas pesquisas indicam que são 14% de gaviais maduros, diminuindo o número para 157 indivíduos totais). 1997 foi o ano de pico, com o maior número de gaviais maduros e ninhos registrados nos últimos trinta anos, 226 animais adultos e 81 ninhos foram registrados no rio Chambal. Não há dados de nidificação no Nepal existentes para este período, mas foi estimado 36 adultos presentes nesse ano. Com base nos dados disponíveis, o número de gaviais maduros foi realmente surpreendente em 1997: 436 adultos. Após esse ano houve uma queda drástica, restando somente 188 em 2006, mais de 50% de declínio populacional.

Em resumo, as principais causas de tais quedas drásticas que ocorrem nesta população podem ser descritas como:
  1. Alteração de habitat, que é o principal dilema. Em todo território atual do gavial seus rios foram represados, desviados para a irrigação e outros fins, levando à secagem de rios.
  2. A pesca está aumentando e a utilização de redes acaba com o principal alimento do gavial. Este perigo é predominante em quase todo o habitat desses animais, mesmo em áreas protegidas.
  3. Os povos ribeirinhos são alguns dos mais pobres na Índia e dependem quase exclusivamente dos recursos locais e de sua própria agricultura para sobreviver. Durante os meses de seca, quando o rio está baixo, eles plantam abóbora, e o pastoreio de gado nos bancos de areia e nas bordas do rio tornou-se predominante ao longo do rio Chambal em particular. Estes são bancos de areia muito usados pelos gaviais para a reprodução.
  4. O tráfico também é outro problema. O ghara e a gordura dos gaviais são usados como medicamentos, principalmente no Nepal e, ocasionalmente, na Índia.
  5. Os ovos dos gaviais são procurados por pessoas de tribos perto do rio Girwa para alimentação, e informou-se que quase todos os ninhos haviam sido invadidos por seres humanos durante as épocas de nidificação de 2001 a 2005.

Reintroduções e medidas de conservação

Programas de conservação do gavial têm sido realizados na Índia e no Nepal, com base no estabelecimento de áreas protegidas e repovoamento com animais nascidos em cativeiro.
De uma perspectiva se poderia argumentar que mais de 5.000 gaviais jovens foram liberados em habitats amplamente inóspitos na Índia e Nepal e deixados à sua sorte. No Parque Nacional de Chitawan, no Nepal, onde cerca de trezentos gaviais foram lançados, havia dezesseis ninhos em 1977 e em 2006 havia somente seis. Assim, a reintrodução não funcionou tão bem naquele local em grande parte graças a uma crescente e descontrolada pressão antrópica, incluindo o esgotamento dos recursos ambientais. Gaviais geralmente são criados por dois a três anos em média no cativeiro. Neste tempo, atingem cerca de um metro de comprimento, e já estão prontos para serem liberados no ambiente.
No rio Girwa, onde 909 gaviais foram liberados - incluindo 112 em 2006 - havia quatro ninhos registrados em 1977 e vinte em 2006, para 16 fêmeas em estado de nidação. Isto não é aparentemente uma grande conquista para o dinheiro e o esforço despendidos, e vários pesquisadores têm sugerido que talvez a capacidade de carga de gaviais foi atingida naquele local. No terceiro, e mais importante habitat de reprodução de gaviais, o rio Chambal, onde foram libertados 3.552 Gharial - mais 224 em 2006 - havia 12 ninhos registrados em 1978 e 68 em 2006. Enquanto o assentamento aumentou mais de 500%, as fêmeas reproduzem apenas cerca de 2% do total liberado. Um pequeno problema é o que tem sido apontado por certos pesquisadores: muitas vezes os jovens recém-nascidos são particularmente propensos a ser liberados a jusante, fora das áreas protegidas, aumentando a taxa de mortalidade dos animais introduzidos no habitat.
Os escassos fundos de conservação e de recursos humanos precisam ser focados em outras ações, como a avaliação rigorosa do habitat, a pesca, educar as pessoas sobre os esforços de conservação do rio, a fim de melhorar as chances de sobrevivência dos gaviais.

Fonte: Wikipédia
Com acréscimos

Répteis em extinção no Brasil (alguns deles)

  • Jacaré-de-papo-amarelo


Nome vulgar: Jacaré-de-papo-amarelo
Classe: Reptilia
Ordem: Crocodylia
Família: Alligatoridae
Nome científico: Caiman latirostris
Nome inglês: Broad-noides caiman
Distribuição: Litoral do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul
Habitat: Lagoas litorâneas
Hábito: Noturno
Comportamento: Grupo
Reprodução: Põe de 30 a 60 ovos.
Incubação: 3 meses
Nº de filhotes: 20 a 40
Alimentação na natureza: Mamíferos, peixes e aves
Alimentação em cativeiro: Mamíferos, peixes, aves e carne
Causas da extinção: Destruição de seu habitat



O Jacaré-de-Papo Amarelo (Caiman latirostris) faz parte da exuberante fauna das florestas tropicais, preferindo áreas de baixada, com suas lagoas, lagos e rios. Sua presença representa, ao contrário do que muitos pensam, uma contribuição eficaz para o aumento da população de peixes nos corpos d'água, já que suas fezes servem de adubo para o desenvolvimento de fitoplancton, que é utilizado como alimento por diversas espécies de peixes.
É um animal esverdeado, quase pardacento, com o ventre amarelado e o focinho pouco largo e achatado. Alimenta-se de peixes, aves e mamíferos. A fêmea constrói o ninho próximo à água, com folhas mortas, gravetos e terra orgânica. Põe, em média 25 ovos e sua incubação é de aproximadamente 90 dias.
Tem vida quase que exclusivamente aquática. Sai para caçar principalmente à noite e, durante parte do dia, forma grupos, para tomar sol. Réptil contemporâneo dos grandes dinossauros que habitavam a Terra há milhões de anos, conseguiu sobreviver às grandes transformações do planeta. Mas não resistiu à ação do homem "civilizado", estando hoje incluído na lista dos animais ameaçados de extinção (IBAMA). Sua extinção deve-se principalmente à destruição do seu habitat e à poluição dos rios. No Rio de Janeiro, vem aos poucos desaparecendo devido à drenagem de pântanos, aterro de alagados e derrubada de matas de restinga. É bem possível que a grande ocorrência desta espécie tenha inspirado o nome do local Jacarepaguá, que significa Lagoa dos Jacarés.


  • Surucucu

Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Subordem: Serpentes (Ophidia)
Família: Crotalidae  


Caracterísiticas:

Comprimento: 3,5 m;
Presas: 3,5 cm
Incubação: 76 a 79 dias.


A surucucu é uma das maiores serpentes venenosas do mundo. pertence à família dos Critalídeos, mas sua cauda não tem guizos, com a da cascavel. O naturalista sueco Lineu denomonou-a "crótalo mudo", e o adjetivo passou para seu nome latino. Mas na realidade a cauda desse animal termina numa espinha córnea, que denuncia a sua presença quando ele passa no meio dos arbustos. É encontrada em florestas tropicias úmidas da América Central e do Sul. Seu corpo é marrom-escuros contornados de verde amarelado.
A surucucu caça à noite, principalmente roedores. Como a maioria dos crótalos, ela é dotada de fosseta loreal entre o olho e a narina; são orifícios com o fundo revestido por uma membrana sensível a pequenas variações de temperatura. ao mesmo tempo, ela possui uma cobertura móvel que lhe permite localizar a fonte de calor. A surucucu caça principalmetne animais de temperatura constante, pois pode seguir sua pista não só pelo odor como também pela "trilha quente! que eles vão deixando atrás de si. Ao contrário dos outros crótalos, a fêmea não dá à luz filhotes vivos, mas põe ovos.

  •  Tarataruga-da-Amazônia

Nome vulgar: Nome vulgar: Tartaruga-da-Amazônia
Classe: Reptilia
Ordem: Chelonia
Família: Pelomedusidae
Nome científico: Podocnemis expansa
Nome inglês: Arrau turtle
Distribuição: Norte do Brasil, Guianas, Venezuela e Colômbia
Habitat: Baías dos grandes rios
Hábito: Diurno
Comportamento: Grupo
Longevidade: Acima de 100 anos
Época reprodutiva: Outubro a março
Reprodução: Incubação: 250 dias
Alimentação na natureza: Vegetais e peixes
Alimentação em cativeiro: Vegetais, peixes, carne moída e ração
Causas da extinção: Seus ovos e filhotes são utilizados como alimento pelos moradores da Região Amazônica.
Este réptil é um quelônio de água-doce, que habita o rio Amazonas e seus afluentes. Além de Tartaruga-do-amazonas, é conhecida também como Tartaruga Verdadeira.
O casco da Tartaruga-do-amazonas tem forma oval, sendo que os ossos são cobertos por um escudo córneo. Na carapaça, observamos um colorido preto, marfim ou alaranjado, com manchas escuras regulares. Possui patas curtas e potentes, sendo a anterior com cinco unhas e a posterior com quatro unhas. A cabeça é achatada e pequena e nela localizam-se os olhos, as narinas (na parte superior do focinho) e a boca.
Seu tamanho na fase adulta é de 80 cm de comprimento e 60 cm de largura, podendo pesar até 60 Kg. Sua média de vida é acima de 100 anos.
Os inimigos naturais da Tartaruga-do-amazonas, quando filhotes, são os urubus, as piranhas, os jacarés, os jaús e alguns peixes grandes.
A época de reprodução desses répteis vai de setembro a dezembro, quando a tartaruga enterra uma média de 60 a 100 ovos em um buraco de 44 a 56 cm de profundidade, espalhando areia para cobri-los e camuflar o local. Dentro de 45 a 60 dias depois nascem as tartaruguinhas, que imediatamente correm para o rio. O local da postura é chamado de tabuleiro.
Os filhotes alimentam-se de pequenos peixes e plantas aquáticas. O alimento preferido das tartarugas adultas são as frutas, que variam conforme os meses do ano, devido à época de amadurecimento.
Apesar do nome, a "Tartaruga-do-amazonas" é, na verdade, um cágado, já que a tartaruga é um termo empregado aos quelônios marinhos.
A Tartaruga-do-amazonas é utilizada como fonte de alimento e de óleo (para abastecer lampiões e lamparinas), matéria-prima para cosméticos, sua carapaça como bacia e sua pele é boa para fazer tamborins e tabaco. Ela correu risco de extinção na década de 70, ao ser construída a Transamazônica.

Fonte: http://deniolsa.vilabol.uol.com.br/repteis_em_extincao.htm
Com acréscimos